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Supra Renal ✺ Órgão endócrino complexo, multifuncional e essencial à vida. ✺ Sua atrofia resulta em doença grave e a sua remoção leva à morte. ✺ Localizada no polo superior de cada rim, com duas regiões distintas: região periférica - córtex adrenal síntese de esteroides, onde é necessário colesterol para funcionamento dessa região região central - medula adrenal síntese de catecolaminas, norepinefrina e epinefrina (hormônios) ✺ No corte histológico, a região do córtex é mais expressiva, correspondendo à 80-90% da supra renal, e a região da medula 20-10% ✺ Dividida em regiões e zonas: Córtex - Zona glomerulosa: logo abaixo da cápsula da supra renal; responsável pela síntese de mineral corticoide aldosterona - Zona fasciculada: intermediária; sintetiza glicocorticoide cortisol - Zona reticular: síntese de andrógenos; maior produzido é sulfato de DHEA/DHEAS - desidroepiandrosterona Mariana Mattos ✺ Região central - medula adrenal: constituída por células cromafins, que são capazes de sintetizar norepinefrina e epinefrina, que são catecolaminas ➭ Esteroidogênese ➛Formação de esteroides pelo córtex adrenal ➛ Necessário ter um fornecimento de colesterol, pois é o precursor imediato para a formação dos hormônios Fonte 1: a mais importante é a fonte circulante, onde temos as lipoproteínas plasmáticas HDL e LDL, sendo captadas e fornecendo o colesterol livre para a esteroidogênese ocorrer nas células; com os esteroides, seguimos a via biossintética livre que acontece em mitocôndria e em R.E.L Fonte 2: a célula armazena no interior de seu citoplasma; dentro das gotículas de lipídeo, encontra-se o colesterol esterificado (hormônio armazenado não pronto). Para que forme esse estoque, temos a enzima ACAT que esterifica, precipita e armazena. Quando necessário, teremos a enzima HEC que tira do estoque e fornece colesterol livre para seguir a via biossintética. ➛ Colesterol é fornecido por três fontes; Fonte 3: fornecimento do Acetil Co- enzima A; ➛ Para o colesterol entrar na mitocôndria, onde temos o início da biossíntese dos hormônios esteroides, é necessário a expressão de uma proteína nas membranas mitocondriais STAR (esterodogênica regulatória aguda), ela é capaz de fazer o transporte de colesterol livre para o interior da mitocôndria e continuar o processo de formação de esteroides de cada zona do córtex adrenal Mariana Mattos ➭ Síntese dos hormônios adrenocorticais ➛ Dentro das vias biossintéticas, observamos que cada zona vai ser importante para a produção de seus respectivos hormônios e que envolve na produção, uma cascata enzimática característico para cada zona ➛ As enzimas pertencem à família do citocromo P450 ➛ Passo limitante: momento em que o colesterol é clivado por uma desmolase, e nesta clivagem temos como produto a pregnenolona, presente nas três regiões, e importante na formação de qualquer esteroide. ➭ Mineral-corticóides ➛ A secreção da aldosterona é estimulada por: angiotensina II e hipercalemia, que é aumento da concentração de potássio circulante. ➀ Aldosterona ➛ É inibida por ANH: natriurético atrial, hormônio produzido pelo átrio direito. ➛ Também participa, de forma fraca, do estímula à aldosterona que é o ACTH, produzido pela adenohipófise Hormônio que estimula a retenção de sódio e a excreção de potássio pelos rins. Desempenha importante papel na manutenção das concentrações de Na/K normais no sangue e no controle do volume sanguíneo e da pressão arterial. ➛ A angiotensina II é produzida a partir de um sistema ativado de renina-angiotensina. Todo o processo se inicia com a presença da renina, enzima liberada pelo rim, pelo aparelho justaglomerular. Mariana Mattos ➛ A enzima renina liberada na circulação tem um substrato preferencial que é o angiotensinogênio, produzido pelo tecido hepático. Uma vez a presença da renina, o angiotensinogênio será convertido em angiotensina I; a mesma, ao passar pelo endotélio pulmonar, encontrará uma enzima se converterá à angiotensina II ➛ A angiotensina II estimula o córtex adrenal à liberar aldosterona. ➛ A enzima renina é estimulada a ser liberada pela hipotensão, hipovolemia, estradiol/estrogênio e pela ativação simpática atuando em receptores beta ➛ A angiotensina II também tem papel importante na estimulação da liberação de ADH, que é um hormônio anti-diurético, com ação renal, reabsorvendo água. ➛ Além do sistema renina-angiotensina, temos o aumento da concentração de potássio, ele leva a uma despolarização de membrana e isso estimula a liberação de aldosterona A aldosterona na ciruclação é transportada por albumina, se liga muito fracamente às proteínas de corticosteróides; meia vida de 20 minutos. Mariana Mattos ➛Efeitos: sua ação na célula vai ser em receptor nuclear, encontrado no citoplasma, ela se liga à ele o ativando e levando o complexo aldosterona- receptor para o núcleo da célula e modula a transcrição gênica. Ela estimula a expressão de canais para sódio na membrana apical do túbulo distal do rim, e com isso se aumenta a reabsorção de sódio renal pela ação da aldosterona, aumentando a expressão dos canais. A aldosterona estimula também a expressão da membrana baso-lateral da proteína Na/K ATPase, e isso colabora para que haja a saída de sódio do interior da célula em direção aos capilares. ➛O aumento da reabsorção de sódio nas células do túbulo distal, podemos observar o aumento da permeabilidade ao potássio, tendo um aumento de excreção de potássio na urina e diminuição da excreção de sódio (+ reabsorvido), tudo isso por efeito da aldosterona. Com esse processo temos o aumento do volume do líquido extracelular, o que leva ao reestabelecimento da pressão arterial Hipotensão⇢ aldosterona ⇢ controle a longo prazo da P.A ➭ Glicocorticoides ➀ Cortisol O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais. A função é ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações, contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial. ➛ Transportado ligado à proteínas ➛ Maior afinidade - 75 a 80% - com transcortina ou cbg Mariana Mattos ➛ Menor afinidade - 15% - com a albumina ➛ Parte livre, ligada a nenhuma proteína - 5 a 10%, esta fração livre tem ação na célula-alvo e faz a regulação do eixo hipotálamo-hipófise, promove feedback ➛ Tem meia vida de aproximadamente 70 minutos. ✺ Mecanismo de ação: por ser um hormônio esteroide, terá ação nuclear; vai modular a expressão de proteínas. ✺ Efeito fisiológico ↝ produção de surfactante - diferenciação e maturação das células alveolares tipo II (células do epitélio alveolar) é quando está na concentração normal ↝ surfactante: substância lipídica que diminui a tensão superficial entre ar e água; diminui a atração entre moléculas de h20, permitido a difusão de gases. a água presente nos alvéolos dificultaria a difusão dos gases, caso não tivesse a ação do surfactante. angústia respiratória: deficiência de surfactante nos bebês prematuros; ou é tratado dando surfactante superficial ou a mãe faz uso de glicocorticoides para maturar o pulmão. ↝ atuação no metabolismo intermediário; possui uma ação anti-insulina, que impede que a insulina atue em tecido adiposo e muscular, que inibe a captação de glicose nas células. ↝ no tecido adiposo, estimula a lipólise: degradação de lipídeos, que culmina na liberação de ácidos graxos livres e glicerol na circulação. Mariana Mattos os substratos (glicerol e ácidos graxos) são utilizados na gliconeogênese para formação de glicose. ↝ ↝ no tecido muscular, o cortisol estimula a proteólise, onde tanto no tec. muscular quanto na pele, temos a liberação de aminoácidos - que também podem ser utilizados na gliconeogênese. Gliconeogênese enzimas: fosfoenolpiruvato carboxicinase frutose 1,6 - bifosfatase glicose - 6 fosfatase ↝ nas ações do metabolismo intermediário, o cortisol tem efeito catabólico (glicólise, proteólise). Ações anabólicas da glicose produzida, parteé estocada no fígado, e estimula a glicogênese. ↝ Processo ativado pela insulina. Quando os níveis de glicose no plasma sanguíneo estão elevados, aí ocorre a síntese de glicogênio no fígado e nos músculos, onde as moléculas de glicose são adicionadas à cadeias de glicogênio; parte da glicose pode ser estocada no tecido hepático. ➙ utilização de substratos não- glicídicos para formar glicose ➙ ☇ Glicose produzida em grande quantidade; parte estocada e ação anti-insulina: paciente com hiperglicemia, que, caso não tratada, leva à diabetes. Mariana Mattos ↝ Ação do cortisol na resposta inflamatória e imune: A ação do cortisol quando está em excesso, temos uma resposta inflamatória inibida e apresenta uma imunodepressão (sist. imunológico deprimido - inibido) » Inflamatória A enzima fosfolipase A2 que hidrolisa o fosfolipídeo de membrana (fosfatidilcolina) e produz ácido araquidônico, que, por ação de outras enzimas, produz os mediadores da inflamação: leucotrienos¹, prostaglandinas² e tromboxanos³. ︸ ¹ importantes para estimular neutrófilos para o local invasão de microorganismos, para fazer fagocitose ² ³ importantes para sinais de dor, agregação plaquetária O que pode ser feito para diminuir a resposta inflamatória? O cortisol estimula a síntese da lipocortina, proteína que inibe a fofoslipase A2, com ela inibida, não se forma o ácido araquidônico, então não possui substratos para formar os mediadores de inflamação. ➙ função de inibir e diminuir a produção dos M.I » Imunológica Para que o processo seja ativado, temos macrófagos apresentando um antígeno, que resulta na liberação de interleucina-1; que estimula as células T; que produzem interleucina 2 e 6 e fator de necrose tumoral alfa; que leva a proliferação das células T e também a proliferação das células/linfócitos B que produzem anticorpos. Como o cortisol causa imunosupressão? Inibe a produção de interleucina 1 pelos macrófagos, e produção de interleucina 2 e 6 e também do fator N.T alfa pelas células T, que resulta em uma menor proliferação de células B e, consequentemente, menor quantidade de anticorpos. Mariana Mattos Excesso de Cortisol Um indivíduo com excesso de cortisol tem uma resposta imunológica deprimida e está vulnerável à infecções. ➙ Casos de transplantes, que fazem tratamento com cortisol para que o órgão não seja reconhecido como antígeno ou no caso de esclerose múltipla, onde o cortisol é para diminuir a resposta imunológica natural, pois a causa da E.M é o aumento de células autoimunes que destroem células produtoras de bainha de mielina✺ Efeito farmacológico ✺ Patologias Cushing➊ Como o cortisol estimula a ação das catecolaminas no coração, por aumentar a expressão de receptores beta, com isso há aumento do débito cardíaco, que favorece o aumento da pressão arterial. Excesso de cortisol = hipertensão Nos ossos, o cortisol tem ação na reabsorção óssea; pois diminui a absorção intestinal e renal de cálcio. Isso resulta em uma hipocalcemia que estimula a liberação de PTH o que favorece a reabsorção óssea. Tendência à osteoporose. Excesso de cortisol, podendo ser causado por um tumor adenohipofisário ou por tumor adrenal. O paciente acometido por essa doença apresenta a face em forma de lua cheia e abdômen bastante globoso, e também, um coxin de gordura na região das costas. O aumento tecidual dessas partes, e a fragilidade da epiderme, resultam em estrias vermelhas. Na pele, ele inibe a liberação de fibroblastos, que resulta na diminuição da síntese de colágeno; o paciente apresenta um capilar muito frágil, tem pele muito fina e tendência a ter petéquias (vasos facilmente rompidos por serem frágeis). Pode causar depressão; apatias e irritabilidade ou euforia. Depende do nível da concentração desses hormônios. Mariana Mattos ➙ Pacientes com essa enfermidade tem o tronco bem desenvolvido, devido a condição de ácidos graxos e lipídeos, obesidade central; já as extremidades são finas devido à proteólise nessas regiões. ➙ Mariana Mattos O cortisol em excesso, causa síntese de lipídeos nas regiões afetadas pelo cushing, aumentando a pressão arterial, podendo gerar hipertensão. cortisol causa lipólise☇ A lipólise é um processo que consiste na quebra do triacilglicerol em moléculas de ácidos graxos e glicerol. Este processo ocorre por intermédio das enzimas lipases, que podem ser ativadas ou inibidas pelas catecolaminas (noradrenalina e adrenalina) e por hormônios (insulina, glucagon e adrenocorticotropina) ➙ redução de gordura ✺ Eixo de Regulação Envolve hipotálamo, adenohipófise e córtex. O CRH estimula a liberação de ACTH pela adenohipófise, que estimula a liberação de cortisol. fatores centrais: norepinefrina, acetilcolina e serotonina, que estimulam o CRH e por sua vez, estimulam a liberação de cortisol. As endorfinas inibem esse CRH, e, em casos de estresse, o eixo é ativado. ↝ ↝ ↝ O cortisol apresenta um ritmo circadiano: períodos do dia estará mais elevado do que outros. ↝ ② Androgênios O estímulo de produção das zonas reticulada é feito pelo ACTH; onde ele se liga à receptores e estimula a produção de androgênios. Os esteroides supra renais DHEA- S, DHEA e androstenediona são androgênios relativamente fracos. Sua função fisiológica se expressa por sua conversão periférica para o androgênio mais potente: testosterona. Os androgênios são hormônios esteroides com papel fundamental no desenvolvimento e na manutenção do fenótipo masculino e da função reprodutiva. Esses hormônios também afetam a função de diversos tecidos não reprodutivos, como, por exemplo, o ósseo e musculoesquelético. ↝ Homens A testosterona é produzida principalmente nos testículos. Mulheres➛ As adrenais contribuem com cerca de 50% dos androgênios ativos circulantes e se torna fonte importante de precursor para a atividade estrogênica (forma estradiol) após a menopausa. ✺ Transporte no sangue e metabolismo DHEA Liga-se com baixa afinidade à albumina e outras proteínas plasmáticas e é excretada eficientemente pelos rins (meia vida de 15 a 30 minutos) DHEA-S Liga-se com alta afinidade à albumina (meia vida de 7 a 10 horas) ✺ Eixo de Regulação CRH e ACTH não sofrem feedback negativo do androgênio, não são regulados por ele ➛ ↝ ↝ ↝ Mariana Mattos ✺ Medula Adrenal Ela é extensão do sistema nervoso simpático; fonte do hormônio catecolamínico circulante epinefrina (ou adrenalina). Representa um gânglio simpático aumentado e especializado; no entanto, seus corpos celulares neuronais não tem axônios, descarregando os hormônios na circulação (funcionam como células endócrinas). Ela recebe inervação de um pré-ganglionar simpático, que libera acetilcolina. As catecolaminas são sintetizadas nas células cromafins (afinidade com corante com cromo) a partir do aminoácido tirosina, ficam armazenados em grânulos de secreção até serem estimulados ↝ ↝ Pré-ganglionar: esse conjunto está situado no sistema nervoso central e tem conexões com o outro conjunto situado nos gânglios fora do sistema nervoso central. Pós-ganglionar: esse conjunto tem fibras eferentes que vão dos gânglios aos órgãos efetores Durante episódios de estresse, teremos a ativação desse sistema simpático e da medula, podendo ser referido como ativação do sistema simpato-adrenal. Nisso temos a preparação para fugir ou lutar o agente estressor. ↝ ↝ Observamos que a adrenalina tem ação no músculo, no tecido hepático, pâncreas e tecido adiposo. ↝ Epinefrina: no tecido muscular: se liga em receptor beta2 e promove glicogenólise; a degradação de glicogênio ocorre nessa célula muscular. Para que o músculo possa utilizar essa glicose liberada, ele precisa liberar lactato, senão a glicólise será interrompida. Com a ação da epinefrina no músculo, temos uma maior liberação de lactato - substrato que pode ser usado na gliconeogênese. Mariana Mattos ↝ Epinefrina no tecido hepático: estimula a glicogenólise hepática para fornecer glicose para outros tecidos,doador de glicose. Também ocorre a gliconeogênese, via receptor afla-1 temos ela ativada utilizando do substrato não-glicídico lactato, liberado pelo músculo que culmina na liberação de glicose. ↝ Epinefrina nas ilhotas pancreáticas: ela estimula a via beta2 a liberar glucagon e a via alfa2 inibe a insulina Epinefrina no tecido adiposo: a lipólise é estimulada pelo glucagon e ocorre nas células adiposas. Temos a liberação de ácidos graxos livres, que podem ser na via cetogênica convertidos à cetoácidos, e aumenta a produção dos cetoácidos na circulação. ↝ no tecido muscular e adiposo, existe um efeito anti-insulina. células não captam glicose. ação da epinefrina aumenta a produção de glicose hormônios reguladores de insulina: glucagon, epinefrina, GH e cortisol. Insulina é um hormônio que suprime a produção hepática de glicose através da inibição de glicogenólise. Mariana Mattos
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