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5 e 6 (22 e 29- MAR-2021) Condicao e Erro

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Continuação CONDICAO: Aula 22/03/2021
Condição perplexa: também é uma condição ilícita, ou seja, essa condição seja suspensiva ou resolutiva pelo fato dela ser ilícita ela anula todo o negócio jurídico.
Espécies de condiçãoperplexas: 
1 – Condição contraditória: ilícita, anula todo o negócio jurídico. É a condição que prevê um direito para uma pessoa e também prevê o mesmo direito para outra. Assegura-se um direito para uma pessoa e assegura o mesmo direito à outra pessoa, um anula o direito do outro. 
Ex: testamento – João herdará toda minha herança, desde que Paula seja minha herdeiraexclusiva. Todo testamento será NULO.
2 – Condição que retira toda eficácia do negócio jurídico: ilícita – ela vai anular todo o negócio jurídico. 
É a condição que assegura um direito a uma pessoa, porem, impede essa pessoa de exercer esse direito.
Ex: doação – deixo uma casa para meu filho João, desde que ele não exerça o seu direito de propriedade e de posse sobre a casa.
Continuação aula TERMO
Termo: Acontecimento futuro e certo. O direito sobre o termo já é um direito adquirido.
O termo inicial não impede a aquisição do direito (o direito sob termo é direito adquirido – apenas o seu exercício está suspenso). Ex: locação (celebrada 22.03.2021) – entrega das chaves (posse) será 15.04.2021. Na data da celebração o locatário já tem direito adquirido de receber os alugueis e o locatário já tem direito adquirido de entrar no imóvel, porem ainda terá que esperar o início do exercício.
a) Termo inicial (suspensivo ou dies a quo): impede o início do exercício do direito.
Questão de concurso:
Cabe repetição de indébito num pagamento feito sob condição suspensiva, antes do implemento da condição? Cabe repetição de indébito num pagamento feito sob termo suspensivo antes do advento do termo? Repetição de indébito = Termo que significa devolução do que foi pago indevidamente.
 - Condição suspensiva: suspende a aquisição do direito e o exercício.
- Termo suspensivo: suspende só o exercício, mas não a aquisição.
O pai diz que vai fazer um depósito para o filho se ele passar no vestibular. Ele só vai adquirir esse direito se passar no vestibular (condição suspensiva), por engano depositou o valor na conta do filho. Esse pagamento é indevido, pode pedir a devolução (condição pendente) ainda não passou no vestibular. 
Agora imagine que o filho já fez a faculdade e trabalha e está com dificuldade financeira, o pai faz uma doação, porem não agora. Estabelece data (termo suspensivo), o filho já tem o direito de receber esse valor (suspenso somente o exercício). Se o pai depositar antes e se arrepender ele não pode pedir a devolução do dinheiro. O filho já tem o direito adquirido.
b) Termo final (resolutivo ou dies ad quem): faz o inverso do termo inicial, ele encerra o direito que havia sido adquirido (extingue o direito e o seu exercício).
Ex: locação (celebrada 22.03.2021 início – 22.03.2023 final da locação)
Entrega das chaves (posse) será dia 15.04.2021 (termo inicial)
22.03.2023: é o termo final (termo futuro e certo) vai acontecer, será o fim da locação. Extingue tudo, ponto final, encerramento da locação.
CLASSIFICAÇÃO DE TERMO (termo certo e incerto) ambos os eventos são futuros e certos
Termo certo: é o fato + com data certa de ocorrência.
Ex: Natal (evento futuro e certo data 25. Dezembro).
Termo incerto: é o fato + sem data certa de ocorrência.
Ex: Morte (evento futuro e certo sem data definida).
Termo legal (termo fixado pela lei inicial ou final, exemplo um advogado tem prazo) e Termo convencional (as partes definem o termo).
ALGUNS NEGÓCIOS JURÍDICOS NÃO ADMITEM TERMO E NEM CONDIÇÃO, você não pode fazer esse negócio jurídico e colocar termo ou condição são eles:
a) Negócios extrapatrimoniais: emancipação, casamento, reconhecimento de filho (o pai desempregado impõe que só vai reconhecer o filho e pagar pensão quando arrumar um emprego com carteira assinada).
b) Aceitação e renúncia de herança (é negócio patrimonial, mas não admite termo ou condição). Quando se aceita a herança se aceita os créditos e débitos e na renuncia também, não se pode colocar um termo ou condição de aceitar somente os créditos.
Quando a lei proíbe um termo e as partes a inserem indevidamente: as partes estão fazendo um termo ilícito, porém, o negócio é válido. Apenas o termo que será desconsiderado.
Quando a lei proíbe uma condição e as partes a inserem indevidamente: todo o negócio será nulo.
Prazo: é o período (lapso) de tempo entre o termo inicial e o termo final.
Contagem do prazo civil: exclui-se o dia do começo, e inclui-se o dia do vencimento. Prazo civil de 8 dias – hoje 22.03.2021 (não conta o dia de hoje), amanha começa a contagem 23.24.25.26.27.28.29 e 30.03.2021.
Vencimento: domingo ou feriado – prorrogar o vencimento para o 1º dia útil subsequente.
Obs.: sábado: a princípio, o vencimento em sábado deve se cumprido normalmente.
Meado: é o 15º de qualquer mês (meio do mês).
Contagem do prazo civil em meses: é feita a contagem até o mesmo dia do mês do vencimento.
Prazo de 1 mês – início em 30 de janeiro? Vencimento será em 01 de Março.
Contagem do prazo em horas: minuto a minuto. Prazo de 24 horas (10h20min início – término às 10h20min de amanhã).
ENCARGO (OU MODO):é um elemento acidental do negócio jurídico. Na maioria das vezes esses encargos estão inseridos em negócios gratuitos (classificação dos negócios jurídicos), ou seja, uma das partes terá uma prestação pra fazer e a outra parte não terá nada pra fazer. Exemplo negócio gratuito: doação e testamento. 
A inserção de um encargo, em negócios gratuitos, transforma-os em negócios onerosos. Em regra, o conteúdo do encargo relaciona-se a fazer alguma coisa. 
Exemplo: doação de um terreno para o município, com o encargo de ser construído um posto de saúde no terreno.
Obs.:defina se o elemento inserido será uma condição (fazer ou não fazer) ou um encargo. Isto porque o encargo não impede a aquisição e nem o exercício do direito: direito sob encargo já é adquirido e o seu exercício já é imediato.
Encargo: normalmente, é um fazer.
Condição: pode ser um fazer, como pode ter um outro conteúdo.
Na dúvida, o negócio deve ser interpretado como encargo.
Consequência do descumprimento do encargo: 
a) Foi voluntário (intencional / seja por dolo ou culpa): 
- Cabe a ação de cumprimento: exigir o cumprimento do encargo.
- Cabe a ação revocatória: desfazer o negócio e reaver o bem transferido.
b) Foi involuntário (caso fortuito e força maior): extingue-se somente o encargo, mas o negócio permanece válido. 
Morte do devedor do encargo antes de cumpri-lo: 
a) Se o encargo é personalíssimo(somente determinada pessoa, com determinada qualidade, capacidade únicapode cumprir o encargo): extingue-se o negócio jurídico.
b) Se o encargo não for personalíssimo: o bem se transmite aos herdeiros do devedor, e esses herdeiros deverão cumprir o encargo.
VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO (vícios da manifestação de vontade) (manifestação de vontade válida tem que ser livre de vício).
ERRO (ignorância):é o desconhecimento da realidade, é a falsa percepção da realidade, é quando o agente celebra o negócio jurídico por engano (ele não tem noção do negócio que está celebrando). No erro, o agente se engana sozinho (o erro é espontâneo).
O erro torna o negócio jurídico anulável.
O erro, para anular o negócio jurídico, deve ser:
· 1º erro substancial;
· 2º erro cognoscível da outra parte;
· 3º erro real.
Continuação ERRO: Aula 29-03-2021
Os erros acontecem na manifestação de vontade. Ocorre no plano de existência, porém recai sobre o plano de validade. Se essa manifestação de vontade estiver viciada, o negócio jurídico será inválido (nulo ou anulável). É quando o agente se engana em relação à realidade correta. Tem uma falsa percepção da realidade, esse erro torna-se o negocio anulável.
O erro, para anular o negócio jurídico, deve ser:
· 1º erro substancial;
· 2º erro cognoscível da outra parte;
· 3º erro real.
Todas as características são acumulativas.
· 1º erro substancial (ou essencial): é a razão determinante da celebraçãodo negócio jurídico, ou seja, se não fosse o erro, o agente não teria praticado o negocio da forma como praticou. 
Além disso, o código civil (art. 139) considera como substancial o erro que recair sobre os seguintes elementos:
A) Natureza do negócio;
B) Objeto ou suas qualidades;
C) Pessoa ou suas qualidades;
D) Erro de direito.
A) Natureza do negócio:É quando o agente por erro pratica um negocio jurídico diferente daquele que pretendia praticar.
Exemplo: 
Doação: transferência de bem, negócio gratuito.
X
Dação: sujeito tem uma dívida, ele não tem o dinheiro pra pagar, ele propõe ao credor uma transferência de um veículo para quitar a dívida. 
B) Erro sobre o objeto ou qualidades: O agente pretende adquirir um objeto, e na realidade ele adquire outro objeto.
Exemplo: Quando o agente quer comprar um relógio de ouro e comprou um relógio dourado. Engano.
C) Erro sobre a pessoa ou qualidades: É quando o sujeitoquer celebrar o negocio jurídico com determinada pessoa e acaba celebrando com outra pessoa.
Obs.: diferença do erro sobre o objeto x defeito do objeto (vicio redibitório)?
No erro sobre o objeto o sujeito quer adquirir um objeto e por erro compra outro objeto. 
No vício redibitório, o agente adquire o objeto que realmente pretendia adquirir. Porém, o objeto apresenta defeito. Não cabe ação anulatória, mas cabeações edilícias:
- ação redibitória: rescisão do negócio (desfazer).
- ação quanti minoris: mantém o negócio com defeito, porem, prevê o abatimento no preço ou restituição de parte do valor.
Obs.: o erro substancial sobre a pessoa só torna o negócio anulável, se o negócio for personalíssimo (infungível). Pois o erro sobre a pessoa em negocio não personalíssimo (fungível) não anula o negócio: erro acidental.
Erro acidental: não anula o negócio jurídico, pois ele não interfere no resultado do negócio.
Gol branco, 2018, 1.0 – 50.000km
Placa SJRP
Gol branco, 2018, 1.0 – 50.000km
Placa Catanduva.
O erro acidental não gera prejuízo, pois recai sobre qualidades secundárias.
· 2º Erro cognoscível: Além de o erro ser substancial, pra anular o negocio jurídico o erro ainda tem ser cognoscível (conhecido) da parte contraria.
É quando a parte contraria percebe o erro, ou tem condições de perceber esse erro (ser humano mediano).
a) Se a parte contrária percebeu o erro ou tinha condições de percebe-lo – mas nada fez: o negócio é anulável por erro.
b) Porém, se a parte contrária não percebe o erro e nem tem percebe-lo: o negócio é válido.
Código civil 1916 (teoria da responsabilidade)
1º erro essencial (substancial)
2º erro escusável (se o erro fosse inescusável, não anulava o negócio).
3º erro real.
Erro escusável: qualquer pessoa, nas mesmas condições em que se encontrava o agente, teria cometido o mesmo erro.
O erro escusável anula o negócio jurídico.
Erro inescusável: qualquer pessoa mediana, não teria cometido o mesmo erro.
O erro inescusável não anula.
Código civil 2002 (teoria da confiança)
1º erro essencial.
2º erro cognoscível.
3º erro real.
Erro escusável: anula o negócio jurídico – NÃO GERA INDENIZAÇÃO À PARTE CONTRÁRIA.
Erro inescusável: anula o negócio jurídico – GERA INDENIZAÇÃO À PARTE CONTRÁRIA.
Tanto o erro escusável quanto o erro inescusável anulam o negócio jurídico.
· 3º erro real: é o erro que causa prejuízo, que altera significativamente o resultado do negócio jurídico celebrado.
Erro substancial + cognoscível + real = ação anulatório (anulável).
D) ERRO DE DIREITO: É um erro substancial.
Art. 3º da LINDB (ninguém pode alegar ignorância da lei). 
No erro de direito, o agente desconhece a lei.
Ele não pode alegar esse desconhecimento para afastar a aplicação da lei. Porém, é possível alegar o erro de direito (desconhecimento da lei) para cumprir a lei e, em função disso, anular um negócio jurídico.
Erro sobre o motivo (falso motivo): o motivo é a finalidade sobre a qual a pessoa celebra o negócio jurídico.
Exemplo: compro um carro que está à venda, pois penso que estou ajudando o vendedor que está doente. Finalidade é ajudar a pessoa que está doente, depois fico sabendo que a pessoa que vendeu não estava doente. Posso anular o negócio? Não.
Exceção: o erro sobre o motivo pode anular o negócio, desde que conte expressamente do negócio como sua razão determinante. 
Dolo sobre o motivo: anula o negócio jurídico e gera indenização para a vítima do dolo. A parte contraria te leva a celebrar o negócio jurídico te enganando. 
Obs.: erro de grafia (secundário), descrição do objeto (secundário), erro de cálculo: não anulam o negócio, pois são erros sanáveis.
CONSERVAÇÃO DO NEGÓCIO COM ERRO: a parte contrária pode evitar a anulação do negócio jurídico, desde que tenha meios de corrigir o negócio celebrado com erro e, de fato, consiga corrigi-lo.

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