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Microbiologia - Micose Sistêmica

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Microbiologia – Micose Sistêmica 
Micoses sistêmicas são infecções causadas por fungos patogênicos primários, geralmente entram pelo trato respiratório e se disseminam para todo o organismo. Alguns exemplos desse tipo de micose são a paracoccidioidomicose, a blastomicose, a histoplasmose e a coccidioidomicose.
· A paracoccidioidomicose, ou micose de Lutz, é uma granulomatose blastomicóide e seu agente etiológico é o Paracoccidioides brasiliensis. A via de infecção desse tipo de micose é pela inalação de esporos e lesão primária no tecido pulmonar, com disseminação linfática e hematogênica para o restante do corpo. 
Compromete essencialmente o trabalhador rural, numa ampla faixa etária, com incidência preferencial pelo sexo masculino. A manifestação clínica dessa micose pode ser classificada em 3 tipos principais: juvenil, geralmente grave; adulta progressiva (crônica) e adulta residual. As principais manifestações clínicas são representadas por febre, emagrecimento, mal estar, tosse crônica com expectoração amarelada ou mucóide, manifestações gastrintestinais e hepatoesplenomegalia. Sobressaem as lesões cutâneo-mucosas, a maioria na mucosa oral, língua, palato, faringe e cordas vocais. 
Seu diagnóstico é realizado através de dados clínicos, epidemiológicos, radiológicos e micológicos. 
· A histoplasmose, conhecida como doença das cavernas ou retículo-histiocitose sistêmica, é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. Algumas variáveis determinam as formas clínicas dessa micose, a exemplo do estado imunológico do hospedeiro, o tempo de exposição ao fungo bem como a quantidade dos elementos infectantes inalados. A histoplasmose se caracteriza clinicamente por febre, cefaleia, mialgias, dor retro esternal e tosse seca. 
O diagnóstico obedece a uma sequência lógica de etapas, passando pela anamnese e exame físico, analisando os fatores epidemiológicos e finalizando no diagnóstico micológico propriamente dito. Por apresentar caráter autolimitado, a maioria dos casos de histoplasmose restringe o tratamento às formas graves e disseminadas, sendo a principal opção terapêutica o uso do antifúngico anfotericina B. 
· A coccidioidomicose é causada pelo Coccidioides immitis, um fungo dimórfico, cuja característica morfológica habitual é se apresentar como grandes esférulas repletas de endósporos. Essa doença também é conhecida como reumatismo do deserto, febre do vale e febre de são Joaquim. 
O pulmão é o órgão mais comprometido pela doença e o acometimento cutâneo é comum nas formas disseminadas. O diagnóstico pode ser obtido pela análise, a fresco, do escarro e pus de abcesso, além de exames histopatológicos e testes sorológicos como a fixação do complemento e imunodifusão dupla. O tratamento das formas moderadas ou graves é feito com anfotericina B ou derivados imidazólicos como o itraconazol ou fluconazol. 
· A blastomicose é causada pela Blastomyces dermatitides. Nessa doença, a infecção pulmonar é frequentemente inaparente, seguida pela disseminação para ossos e pele onde determina ulcerações granulomatosas. 
Manifesta-se como pneumopatia aguda. As lesões cutâneas localizam-se preferencialmente na face, pescoço, mãos e pernas. O diagnóstico pode ser sugerido através de provas sorológicas e confirmado pelo isolamento do agente através de exame a fresco, cortes histológicos ou cultivos de espécimes clínicos. O tratamento é feito com anfotericina B ou derivados triazólicos.

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