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MARIANA AFONSO COSTA FARMACOLOGIA E SINALIZADORES CELULARES – AULA 04 Antagonistas Adrenérgicos Usados na HAS CASO CLÍNICO Um homem de 50 anos de idade com uma história médica de hipertensão arterial e de palpitações apresenta-se ao médico para acompanhamento de sua hipertensão. Segue uma dieta de baixo teor de sódio, faz 150 minutos de exercícios por semana e está tomando metoprolol em dose máxima (contra hipertensão e palpitações). Seus registros de pressão arterial e leitura clínica revelam pressão arterial na faixa de 140-150/90- 100. O restante de seus sinais vitais, incluindo frequência cardíaca, são normais, assim como o seu exame. Você decide adicionar um diurético tiazídico ao esquema anti-hipertensivo existente do paciente. RELAÇÃO DA HAS COM A ATIVAÇÃO ADRENÉRGICA Os principais fatores causadores do quadro hipertensivo são: mudanças no débito cardíaco e na resistência vascular periférica. Essa alterações acontecem graças ao descontrole no funcionamento normal, e quando se tem o aumento do débito cardíaco associado ou não ao aumento da resistência vascular periférica, isso gera a hipertensão arterial. Esse aumento é potencializado pela ativação simpática e por fatores de risco, estimulando a maior ativação do SRAA A ativação adrenérgica estimula o SRAA nos receptores beta1, que por si só, acabam ativando mais sistema adrenérgico pela própria angiotensina II – feedback positivo. Dessa forma, leva cada vez mais ao aumento do débito cardíaco e da resistência vascular periférica, gerando o aumento da hipertensão. esses fatores também dependem da quantidade de sais e agua ingerida e do próprio funcionamento renal que vai controlar e tentar regular essa liberação de sair e agua. Há receptores beta 1 no coração e nos rins que possuem participação direta na ativação simpática. Nos vasos sanguíneos há receptores alfa1 (α1) adrenérgico que promovem a contração do musculo liso dos vasos e, pode também encontrar a prevalência de receptores beta2. Os iECA atuam na enzima conversora de angiotensina e o BRA nos receptores bloqueando a ativação do sistema SRAA. Os α1-bloqueadores são bloqueadores adrenérgicos e os β1-bloqueadores atuam nos receptores β1 no coração e nos rins evitando a ativação adrenérgica nesses locais. FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS Dependendo de algumas condições podem ser utilizados apenas um medicamento – monoterapia medicamentosa – ou medicamentos associados – politerapia medicamentosa – sendo indicado de acordo com o perfil do paciente no tratamento da HAS. A associação de medicamentos promove o aumento dos efeitos desejáveis em detrimento do aumento dos indesejáveis que seria resultante do aumento da dose de um único medicamento, entretanto os efeitos desejáveis são imprevisíveis (1/3 não responsivo devido raça, idade, polimorfismo, etc.) RECEPTORES ADRENÉRGICOS – receptores α1 Os receptores α1 são receptores acoplados a proteína G(q) que, ao ativado, aumenta a produção do Inositol trifosfato (IP3) e do diaciglicerol (DAG) por ativar a fosfolipase C (enzima) aumentando o cálcio na célula, já que, o IP3 faz sair Ca2+ do reticulo e o DAG faz entrar Ca2+ pela membrana aumentando sua concentração no citoplasma, o que causa a vasoconstrição no músculo liso. α1: RAPGq -> IP3/DAG -> aumenta Ca2+ -> aumenta a RSVP (resistência vascular periférica). – receptores α2 Os receptores α2 são receptores acoplados a proteína G inibitória que atuam diminuindo o AMP cíclico, inibindo a liberação de NOR/ADR. Ação inibitória sobre a ativação simpática. α2: RAPGi -> diminui o AMPc. – receptores β(1,2,3) Os receptores β são receptores acoplados a proteína G s (estimulatórioas), que atuam aumentando o AMP cíclico ocasionando diferentes efeitos em diferentes locais. β(1,2,3): RAPGs -> aumentam o AMPc – β1: No coração, quando ativado, aumenta as funções cardíacas. E, nos rins, estimula a liberação de renina. – β2: No musculo esquelético, estimula a contração, a vasodilatação dos vasos no músculo esquelético e nos músculos liso dos brônquios provoca a broncodilatação. – β3: Nos adipócitos estimula a lipólise. ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS Os antagonistas adrenérgicos podem ser β- bloqueadores, α-bloqueadores, α/β-bloqueadores mistos ou agentes simpaticolíticos de ação central. Antagonistas adrenérgicos atuam bloqueando os receptores adrenérgicos – de noradrenalina e/ou adrenalina – inibindo seus efeitos. – bloqueadores α não seletivos : Fenoxilbenzamina, Fentolamina, Tolazolina, etc. : Provocam a vasodilatação e, consequentemente, a diminuição da RSVP da pressão arterial. : Tratamento do excesso de produção catecolaminas que acontece, por exemplo, em um tumor da medula suprarrenal (feocromocitoma). Funções cardíacas: (condução); (força); (frequência); (excitabilidade); (luz das cavidades). *Essas funções são estimuladas pela ativação simpática* : Hipotensão postural mais comum em idosos (ortostática); Falha de ejaculação (anorgasmia). – bloqueadores α1 seletivos : Prazosina, Dexazosina, etc. : Diminuição da RSVP e da pressão arterial; Relaxamento, dos músculos lisos do colo da bexiga e da próstata. : Tratamento de hipertensão primária; tratamento do aumento do fluxo urinário nas HPB. : Hipotensão postural mais comum em idosos (ortostática); Anorgasmia. – bloqueadores β : Cardiosseletividade – seletivos β1; Atividade estabilizadora da membrana – diminuição do batmotropismo; Atividade simpaticomimética intrínseca (em outros locais aumentam a atividade simpática); Bloqueio α1 associado. : : Nadolol, Pindolol (arritmias), Propanolol (HAS e tremores) e Timolol. : Atenolol, Bisoprolol e Metoprolol. : Carvedilol (insuficiência cardíaca). : Diminuição das funções cardíacas; diminuição dos ácidos graxos plasmáticos livres; etc. : Angina do peito – IAM; Hipertensão arterial; arritmias cardíacas; Insuficiência Cardíaca Congestiva; Feocromocitoma; Glaucoma (aumento da pressão intraocular); Hipertireoidismo; Profilaxia de enxaqueca (bloqueio da vasoconstrição). : Bradicardia; Efeito inotrópico negativo; Redução da condução AV; Diminuição do débito cardíaco; Broncocosntrição (evitado em asmáticos/DPOC); Fadiga muscular (esquelético e seus vasos); Claudicação intermitente; Em diabéticos cessam sintomas de hipoglicemia; A interrupção súbita pode causar síndrome de abstinência.
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