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MARIANA AFONSO COSTA FARMACOLOGIA E SINALIZADORES CELULARES – AULA 7 Tratamento da ICC – Insuficiência Cardíaca Congênita INTRODUÇÃO HISTÓRICO Séculos atras antes de se saber sobre a insuficiência cardíaca os curandeiros utilizavam folhas de dedaleira – uma planta – que de certo modo ajudavam os pacientes. CAUSAS A Insuficiência Cardíaca possui diferentes fatores causas, como por exemplo IAM, HAS, Doença de Chagas, Alcoolismo, Desnutrição, etc. *IAM – Infarto Agudo do Miocárdio: morte das células musculares cardíacas que são substituídas por tecido fibroso diminuindo a contratilidade do coração. *HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica: ativação simpática mantida assim como o SRAA, além de haver o remodelamento (aumento do tecido fibroso) cardíaco e dos vasos causando a diminuição da contratilidade. FISIOPATOLOGIA Diminuição do débito cardíaco que ao longo do tempo afeta o Sistema Renina Angiotensina Aldosterona provocando o remodelamento cardíaco e dos vasos, com esse remodelamento a frequência cardíaca aumenta de maneira a compensar, o que acarreta a diminuição do tempo em diástole, diminui a oxigenação do miocárdio visto que é na diástole que é oxigenado acarretando uma “hipóxia” no miocárdio. A hipóxia causa apoptose das células miocárdicas acarretando o remodelamento cardíaco que provoca a diminuição da fração de ejeção culminando na Insuficiência Cardíaca e no aumento da área do coração. TRATAMENTO DA ICC NÃO FARMACOLÓGICO A Insuficiência Cardíaca pode ser tratada de diversas formas dependendo de sua gravidade. A ICC pode ser tratada de forma não medicamentosa: Programa de manejo da IC; Restrição de sódio; Dieta e perda de peso; Diminuição do tabagismo ou drogas ilícitas; Diminuir o uso de bebidas alcoólicas; Vacinação (influenza, covid, pneumococo); Reabilitação Cardiopulmonar; Etc. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O tratamento da ICC ocorre pela associação medicamentosas – politerapia: 1. IECA (ou BRA); 2. β-bloqueador (carvedilol – β-bloqueador de ação vasodilatadora periférica); 3. Diuréticos (furosemida associada com espironolactona) e/ou vasodilatadores. (1.) IECA / BRA EFEITOS FARMACOLÓGICOS Os IECAs e BRAs possuem ação vasodilatadora, reduzem a aldosterona e possuem ação diurética indireta, contra a remodelagem e efeitos simpaticolíticos. MECANISMO DE AÇÃO FÁRMACOS – IECA E BRA (2.) β-BLOQUEADOR EFEITOS FARMACOLÓGICOS Os beta bloqueadores diminuem a frequência cardíaca e a hiperestimulação adrenérgica (consumo de energia, fibrose, arritmias, morte células, diminuição e reversão do remodelamento). Além disso, melhora o prognóstico de sobrevida. Sabe-se que, esse medicamentos são metabolizados pela CYP, e, há descrito na literatura a presença de SNP’s (polimorfismo) que tornam o tratamento dos pacientes diferenciados. Ex.: paciente com SNP para ser um metabolizador lendo de carvedilol, isso significa que nesse paciente o carvedilol tem uma meia vida maior, ou seja, seus efeito serão potencializados e, o feito do β-bloqueador é diminuir a função cardíaca sendo usado com muita cautela em pacientes com ICC. Em um paciente com ICC, se a dose do β- bloqueador inicial for alta, por já possui um coração fraco, o paciente pode vir a óbito por diminuir muito as funções cardíacas. Diminuição das funções cardíacas(Ino, crono, dromo, batmo e luzitropismo); diminuição dos ácidos graxos plasmáticos livres; etc. MECANISMO DE AÇÃO Atuam bloqueando os receptores β. FÁRMACOS – β-BLOQUEADORES (3.) DIURÉTICOS EFEITOS FARMACOLÉGICOS Efeito vasodilatador agudo; efeito diurético; diminuição do enchimento cardíaco; aumento do volume sistólico pela diminuição da pré e pós-carga. MECANISMO DE AÇÃO Diuréticos de Alça Diuréticos Poupadores de Potássio No túbulo coletor a reabsorção do Na esta relacionada com a liberação do potássio sendo promovido pela aldosterona, assim, quando bloqueada o Na não é reabsorvido e o potássio se mantem no sangue. É interessante a associação entre os diuréticos de alça com poupadores de potássio para que não haja a perda excessiva de potássio. FÁRMACOS TRATAMENTO MEDICAMENTOSO – NOVOS FÁRMACOS IRAN Esses fármacos não estão no RENAME, são medicamentos que atuam como inibidores do receptor da angiotensina associados com a neprisilina. * : peptidase que degrada peptídeos natriuréticos (NP) – valsartana/ sarcubitril = aumentam a liberação de sódio (efeito diurético). *Inibidor do receptor de angiotensina (BRA). Existem outras formas de controlar os eletrólitos no ducto coletor, além dos efeitos da aldosterona, utilizando os peptídeos natriuréticos. No organismo existem outros peptídeos natriuréticos: arterial (ANP) e cerebral (BNP). Quando esse NP quando liberados inibem a reabsorção do sódio, mas, essa inibição não ocorre no próprio canal que a aldosterona promove a reabsorção e sim em outro tipo de canal. Esse NP se liga a um receptor inibindo o funcionamento do canal que reabsorveria o sódio o mantendo no lúmen do ducto coletor sendo liberado. Os NP são inibidos pela enzima neprisilina, assim, a inibição do canal não acontece e o sódio é reabsorvido. Esse medicamento novo vai então degradar a neprisilina mantendo o sódio no ducto coletor. O BRA tem seus efeitos sobre o SRAA, então, a insuficiência cardíaca caracterizada pela hipertrofia cardíaca, morte de células, fibrose e pode se associar a arritmias gerando efeitos sobre a pressão arterial, perfusão nos ossos e ativando o SRAA. OUTROS TRATAMENTOS DIGITÁLICOS – GLICOSÍDEOS CARDÍACOS Antigamente, o tratamento de ICC era feito por meio dos digitálicos (ou glicosídeos cardíacos) – grupo de medicamentos derivados de uma planta chamada digitális. Essa planta era utilizada pelos curandeiros. Atualmente, esse grupo de digitálicos é reservado para a insuficiência cardíaca associada com arritmias. MECANISMO DE AÇÃO Platô é causado pela abertura dos canais de ca+2 (maior tempo de despolarização). No músculo cardíaco em repouso, o sódio e o cálcio são encontrados em maior quantidade fora da célula e o potássio dentro. Quando há o estímulo para a contração, acontece a despolarização da célula e o Na entra na célula, posteriormente, ocorre a entrada do cálcio e a saída do potássio, invertendo a polaridade da célula provocando assim, sua contração (devido a entrada do Ca2+). Para que a célula relaxe, o cálcio e o sódio devem sair da célula e o potássio deve entrar e isso acontece de diversas maneiras: bomba de sódio e potássio (Na-K-ATPase); através do trocador sódio-cálcio (sódio que sai da célula retorna e a medida que ele vai entrando e saindo, ele serve de energia para tirar o cálcio da célula) ou retornar o Ca para o reticulo endoplasmático por uma bomba. O glicosídeo cardíaco bloqueia a bom de sódio potássio (sódio não sai, se ele não sai, depois não entra, assim não coloca o cálcio para fora), consequentemente, os níveis de cálcio da célula cardíaca permanecem altos e o impulso seguinte encontra mais cálcio no citoplasma. A presença de cálcio no citoplasma da célula cardíaca influencia o inotropismo (força de contração), se esse cálcio aumenta a força de contração, ele aumenta o débito cardíaco, melhorando a fração de ejeção do paciente com ICC. Além do músculo cardíaco ser contrátil ele possui fibras condutoras. O musculo cardíaco condutor usa o cálcio para gerar toda a despolarização que ai chegar no musculo contrátil, então aumentando o cálcio na célula condutora também gera uma estabilização dessa condução, por isso os digitálicos são importantes para o controle de ima insuficiência cardíaca associada a arritmias. *Resumindo: Inibição de Na+/K+/ATPase aumentando a disponibilidade intracelular de cálcio para contração do músculo cardíaco. FÁRMACOS E SUAS APRESENTAÇÕES O tratamento da ICC ocorre pela associaçãomedicamentosa de IECA/BRA e bloqueador (carvedilol -> bloqueador de ação vasodilatadora periférica); diuréticos (furosemida associada com espironolactona, vasodilatadores). Os digitálicos estão sendo direcionados para o tratamento de ICC com disfunções arrítmicas: Digoxina – absorção oral e eliminação renal – comprimidos, 0,25mg. Deslanosídeo C – Administração parenteral (endovenosa) e eliminação renal – ampolas de 0,4mg. Digitoxina – absorção oral e eliminação hepática/bile/fezes – comprimidos de 0,1mg (pacientes com insuficiência renal). EFEITOS FARMACOLÓGICOS Efeito inotrópico positivo -> aumento do débito cardíaco -> diminui pressão das cavidades cardíacas. Aumento do débito cardíaco -> redução da hiperatividade do SRAA e do SNS (redução da mortalidade) -> redução das pressões intracavitárias; Ativação vagal: resultante da grande afinidade do digitálico pela bomba Na/K do nervo vago. Melhora dos sintomas. EFEITOS ADVERSOS – INTOXICAÇÃO Arritmias cardíacas – distúrbios do ritmo ou da condução (bigeremismo ou trigeremismo); Neurológicos – cefaleia, astenia muscular, nevralgias, desorientação, confusão mental, delírios e alucinações; Alterações visuais – visão “amarela” (até azul); Gastrointestinais – anorexia, náuseas, vômitos, diarreia e desconforto abdominal. CASO CLÍNICO Um homem de 69 anos de idade, com história pregressa de insuficiência cardíaca congestiva, diabetes melitus II, hipertensão e doença arterial coronariana apresenta-se para acompanhamento médico. O paciente teve vários IAMs, fração de ejeção (FE) deprimida e piora da insuficiência cardíaca – sintomas de dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna e edema, apesar de uso máximo de inibidor da ECA, betabloqueador e diuréticos. O diabetes do paciente está bem controlado e ele tem função renal normal. Você decide adicionar digoxina para o alívio sintomático. *Porque no tratamento da ICC se tem a associação de IECA, BRA e diurético? E, por que foi receitado a digoxina no caso acima?
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