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1 Beatriz Ribas HaBiLiDaDeS E AtItUdEs MéDiCaS I Beatriz Ribas 2 Beatriz Ribas Exame Físico Para se obter dados do exame físico é necessário a utilização dos sentidos (tato, audição, visão, olfato), as habilidades necessárias no exame físico são: Inspeção; Percussão; Ausculta; Palpação. Devem ser tomadas algumas medidas de biossegurança: As mãos devem ser lavadas antes e depois do exame físico; O uso de luvas deve ser estimulado e obrigatório quando o paciente apresentar erupções cutâneas, assim como exame na cavidade bucal; Deve-se sempre utilizar jaleco, calças compridas, calçados com solado antiderrapante e de fácil limpeza; O uso de EPI deve ser indispensável quando há contato com líquidos corporais (sangue e secreções); Todos os profissionais da área de saúde que possuem contato direto com paciente devem tomar vacinas contra Hepatite B, influenza A, tétano. A inspeção se inicia no momento em que o médico entra em contato com o paciente realizando assim uma “inspeção geral”, uma “Inspeção direcionada” pode ser panorâmica ou localizada, sendo efetuada a olho nu ou com auxílio de uma lupa. A inspeção direcionada exige boa iluminação como por exemplo a luz natural, mas sendo artificial deve ser preferencialmente luz branca e intensidade suficiente. A exposição adequada da região a ser inspecionada e uso ocasional de alguns instrumentos para melhor desempenho (lupa, lanterna, otoscópio, oftalmoscópio). São necessários mesa de exame ou maca, lençol descartável, lençol ou avental para cobrir o paciente e mesa à beira do leito para colocar os instrumentos e aparelhos que serão utilizados durante o exame. cPalpação A palpação recolhe dados por meio do tato (fornecendo as impressões da parte mais superficial) e da pressão (as mais profundas). Privacidade, temperatura agradável da sala, atenção a gestos e expressões faciais do paciente, sempre cobrir o paciente com avental ou lenço e informar o paciente de casa toque que irá realizar, são pontos chaves para um bom exame físico. Através da palpação é possível perceber algumas modificações como temperatura, textura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza. Além da percepção de frêmito, elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, vibrações, pulsação e verificação da existência de edema entre outros. Explique cada etapa do exame ao paciente e a maneira como ele pode cooperar. Variantes que podem ser sistematizadas: Palpação com a mão espalmada (utilização de toda mão de uma ou de ambas): Palpação com uma mão sobrepondo a outra: Palpação com a mão espalmada, utilizando apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos: 3 Beatriz Ribas Palpação com a borda da mão: Palpação utilizando o polegar e o indicador como uma pinça: Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos (especifico para avaliação de temperatura): Digitopressão, realizada com a polpa do polegar ou do indicador (compressão de uma área com diferentes objetivos como pesquisa de dor, edema, avaliação da circulação). Puntipressão comprimir um objeto pontiagudo em contato com o corpo, realizado para avaliar a sensibilidade dolorosa do paciente e para analisar telangiectasias tipo aranha vascular: Vitropressão com auxilio de uma lamina de vidro comprimida contra a pele, analisando através da lamina (utilizada para distinção de eritema e púrpura, no eritema a pressão do vidro ocasiona o apagamento da vermelhidão e no púrpura permanece a pressão): Fricção com algodão (utilizado para avaliar a sensibilidade cutânea) 4 Beatriz Ribas Pesquisa de flutuação se aplica o dedo indicador ao lado da tumefação , enquanto a outra mão é colocada do lado oposto exercendo pressões perpendiculares. Havendo liquido a pressão determina um leve rechaço do dedo da mão esquerda, ao que se denomina flutuação. Outro tipo de palpação bimanual combinada, quando o dedo indicador da mão direita é introduzido na boca, enquanto as polpas digitais dos outros dedos (menos o polegar) da outra mão faz a palpação externa da área: cPercurssão Baseia-se que ao golpear um ponto qualquer do corpo, originam-se vibrações que possui características próprias quanto a intensidade, ao timbre e a tonalidade. Observar não só o som obtido, mas também a resistência oferecida pela região golpeada. Percussão direta golpeasse diretamente com as pontas dos dedos a região alvo, o dedo fletido imitando um martelo os movimentos são feitos com a articulação do punho (utilizado em percussão do tórax do lactente e das regiões sinusais do adulto) Percussão digitodigital golpea-se a borda ungueal do dedo médio ou indicador da mão direita a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou indicador da outra mão: Ao dedo que golpeia designa-se plexor, e o que recebe o golpe é o plexímetro. Posições da mão que percute: 1. Todos os dedos, exceto o dedo médio, que procura imitar a forma de um martelo, fica estendidos sem nenhum esforço 2. O polegar e o indicador ficam semiestendidos, o mínimo e o anular são fletidos de tal modo que suas extremidades quase alcancem a palma da mão, enquanto o dedo médio procura adotar a forma de martelo. 5 Beatriz Ribas A movimentação da mão se fará apenas com a movimentação do punho. O cotovelo permanece fixo, fletido em ângulo de 90° com o braço em semiabdução. Punho-percussão com a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital, verifica-se se desperta sensação dolorosa Percussão com a borda da mão, os dedos estendidos e unidos golpeiam a região desejada com a borda ulnar observando-se alguma sensação dolorosa Esses dois tipos de percussão são usados no exame físico dos rins. Os golpes são dados na área de projeção deste órgão (regiões lombares), e a dor é sugestiva de lesões inflamatórias das vias urinárias altas (pielonefrite). Percussão por piparote com uma das mãos golpeia- se o abdome com piparotes, enquanto a outra espalmada na região contralateral, buscando captar ondas liquidas chocando-se contra a parede abdominal (utilizada em pesquisa de ascite) XSons obtidos com a percussão Som maciço: é o que se obtém ao percutir regiões desprovidas de ar (na coxa, no nível do fígado, do coração e do baço); Som submaciço: constitui uma variação do som maciço. A existência de ar em quantidade restrita lhe concede características peculiares; Som timpânico: é o que se consegue percutindo sobre os intestinos ou no espaço de Traube (fundo do estômago) ou qualquer área que contenha ar, recoberta por uma membrana flexível; 6 Beatriz Ribas Som claro pulmonar: é o que se obtém quando se golpeia o tórax normal. Depende da existência de ar dentro dos alvéolos e demais estruturas pulmonares. cAusculta A ausculta consiste em ouvir os sons produzidos pelo corpo. Em sua maioria, os ruídos corporais são muito suaves e devem ser canalizados através de um estetoscópio para serem avaliados. Para uma boa ausculta é necessário um ambiente silencioso, a posição é de extrema importância, geralmente a ausculta do coração é em decúbito dorsal, ou com o tórax ligeiramente inclinado para frente ou em decúbito lateral esquerdo (examinador em pé e a direita do paciente). Para ruídos respiratórios o paciente mante- se sentado, um pouco inclinado para frente durante a ausculta anterior o examinador fica à direita e durante a ausculta posterior à esquerda. A posição mais frequente do paciente para a ausculta do abdome é o decúbito dorsal, com o examinador em pé, à direita dele. cOlfato como recurso de diagnóstico Não tão importante quanto a ausculta, palpação e percussão, mas algumas vezes permite que com o fato da existência de odor fornece indicio de diagnóstico. Halitose: Odor desagradável atribuídaa diferentes causas ((má higiene bucal, cáries dentárias, próteses mal adaptadas, afecções periodontais, infecções de vias respiratórias, alterações metabólicas e algumas afecções do aparelho digestivo) 7 Beatriz Ribas Exame Físico Geral cAvaliação do estado geral é subjetiva com base no conjunto de dados exibidos pelo paciente interpretado com a experiencia de cada um (você vai criando um próprio acervo de estado) basicamente é divido em: Estado geral bom; Estado geral regular; Estado geral ruim. cConsiência Avaliação do nível de consciência e de estado mental implica em dois aspectos: avaliação neurológica e avaliação psiquiátrica. Estado de vigília: percepção consciente do mundo exterior; Estado de obnubilado: paciente apresenta apenas distúrbios de ideação e certa confusão mental. Para o exame de nível de consciência deve-se observar alguns fatores: Perceptividade: capacidade de responder perguntas simples ou respostas corriqueiras; Reatividade: Reação a estímulos inespecíficos (dor, desvio dos olhos e cabeça através de estímulos); Deglutição: Capacidade de levar os alimentos até a boca e degluti-los; Reflexos: Respostas a manobras de alguns reflexos Avaliação dos níveis de consciência: - Consciente; - Desorientado; - Orientado; - Sonolento (quando não requisitado dorme); - Obnubilado (sonolento e desorientado); - Torporoso ou estupor (abre os olhos apenas com estímulos dolorosos); - Inconsciente cFala e linguagem Disfonia ou afonia: alteração no timbre da voz (rouquidão); Dislalia: alterações menores na fala (tasa ao invés de casa) exemplo também disritmolalia, que compreende distúrbios no ritmo da fala, tais como a gagueira e a taquilalia; Disartria: alteração no musculo da fonação (voz arrastada), hipertonia de parkinsonismo (voz baixa) ou perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar); Disfasia: Há diversos graus de disfasia, desde alterações mínimas até perda total da fala. A disfasia pode ser de recepção ou sensorial (o paciente não entende o que se diz a ele), ou de expressão ou motora (o paciente entende, mas não consegue se expressar), ou ainda do tipo misto, que é, aliás, o mais frequente.; cEstado de hidratação Parâmetros de avaliação: - Alteração abrupta de peso; - Alteração da pele quanto a umidade, elasticidade e turgor; - Alteração da mucosa quanto a umidade; - Fontanelas; - Alterações oculares - Estado geral. cEstado de desidratação Parâmetros de avaliação: - Sede; - Diminuição abrupta de peso; - Pele seca, com elasticidade e turgor diminuído; - Mucosas secas; - Olhos afundados e hipotônicos; - Fontanelas deprimidas; 8 Beatriz Ribas - Estado geral comprometido; - Excitação psíquica ou abatimento; - Oligúria cPeso - Peso ideal; - Peso máximo normal; - Peso mínimo normal. INDICE DE MASSA CORPOREA IMC = Peso / (altura)2 Baixo peso: IMC menor que 19,99 kg/m2 Normal: IMC de 20 a 24,99 kg/m2 Sobrepeso: IMC 25 a 29,99 kg/m2 Obesidade: IMC 30 a 39,99 kg/m2 Obesidade Morbida: IMC acima de 40 kg/m2 Cirunferência abdominal O excesso de gordura abdominal está relacionado a alterações metabólicas (síndrome metabólica) Homens: até 102 cm Mulheres: até 88 cm cFácies Resultante dos traços anatômicos mais expressão fisionômica. Expressão no olhar, movimentos da asa do nariz, posição da boca. Fácie normal ou atípica: possui muitas variações, facilmente reconhecido por todos, (importante identificar expressões faciais dos pacientes); Fácies hipocrática: Olhos fundos, parados e inexpressivos, palidez cutânea e leve cianose labial Fácies renal: edema predominante ao redor dos olhos, palidez cutânea Fácies leonina: alterações por lesões do mal de Hansen, pele espessa grande número de lepromas de tamanhos variados e confluentes, em maior número na 9 Beatriz Ribas fronte, super cílios caem, nariz se espessa e se alarga, lábios grossos e proeminentes. Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado, boca sempre entreaberta. Aparece em portadores de hipertrofia de adenoide. Fácies parkinsoniana: cabeça inclinada para frente e imóvel nessa posição. Olhar fixo, supercílios elevados, expressão de espanto; Fácies de besedowiana: olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes, destaca-se no rosto magro Fácies mixedematosa: rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com acentuação nos seus sulcos. 10 Beatriz Ribas Fácies acromegálica: saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto, maxilar inferior mais desenvolvido, aumento de nariz, orelha e lábios; Fácies cushingoide ou de lua cheia: rosto arredondado Observado também em pacientes que fazem uso de corticoides Fácies mongoloide: possui uma prega cutânea (epicanto) o que torna os olhos afastados lembrando os olhos de chineses, nota-se um rosto um pouco arredondado e boca quase sempre entreaberta (síndrome de down); 11 Beatriz Ribas Fácies de depressão: basicamente é a expressão do rosto, cabisbaixo, olhos com pouco brilho e fixos em pontos distantes, demonstra sempre tristeza; Fácies pseudobulbar: pessoa possui crises de choro ou risos involuntárias, porém conscientes, sendo assim paciente tenta conte-las causando aspecto espasmódico à fácies; Fácies da paralisia facial periférica: assimetria da face, com impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca para o lado e apagamento do sulco nasolabial (bigode chinês); Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson: ptose palpebral bilateral (olho baixo) obrigando assim o paciente franzir a testa e abaixar a cabeça; Fácies do deficiente mental: traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta as vezes com salivação, hipertelorismo e estrabismo quando presentes são acentuadas, olhar desprovido de objetos; Fácies etílica: Olhos avermelhados e certo rubor na face, hálito etílico, voz pastosa e sorriso meio indefinido; Fácies esclerodérmica: fácies de múmia (imobilidade facial) a fisionomia é inexpressiva, parada, imutável; cBiotipo ou tipo morfológico Conjunto de características morfológicas apresentadas pelo indivíduo. Biotipo e altura não são a mesma coisa. Tipos de biotipos: S Longitudelíneo: Pescoço longo e delgado, tórax afilado e chato, membros alongados com franco predomínio 12 Beatriz Ribas sobre o tronco, musculatura delgada, lâmina de tecido adiposo pouco desenvolvida. S Mediolíneo: Tipo intermediário, equilíbrio entre o membro e o tronco, desenvolvimento harmônico entre musculatura e lâmina adiposa. S Bradilíneo: Pescoço curto e grosso, tórax alongado e volumoso, membros curtos em relação ao tronco, musculatura desenvolvida e lâmina adiposa bem desenvolvida, geralmente baixa estatura. cMarchas O modo de andar do paciente poderá ser grande utilidade diagnóstica especialmente em afeções neurológicas. O paciente deve caminhar uma distancia cerca de 5 metros, descalço, de preferencia de calção, com os olhos abertos e fechados, indo e voltando. aMarcha do envelhecimento: Caracteriza por aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril. Diminuem também o balanço dos braços e o levantamento dos pés (se arrastando) e comprimento dos passos diminuem. Mas nem sempre presente em todos os idosos. Esta marcha pode estar atrelada a doenças neurológicas e/ou osteomusculares. aMarcha atáxica: Geralmente está relacionada com uma desordem da marcha. Esse tipo de marcha é observado em pessoas com dificuldades na execução de movimentos por problemas neurológicos. aMarcha Escavante: Nesse caso, ao andar, a pessoa toca o chão com a ponta do pé, como se estivesse escavando, daí a origem do nome. O problema ocorre por conta de lesõesno nervo fibular, que impede a dorsiflexão do pé. aMarcha Parkinsoniana: Paciente apresenta fraqueza nos músculos pélvicos. A pessoa tenta se equilibrar afastando os pés. 13 Beatriz Ribas aMarcha Tesoura: Observa-se alternância cruzadas dos passo devido a uma paralisia cerebral ou doença de Litlle. aMarcha Ceifante: Ao andar, o paciente mantém o membro superior fletido em 90º com cotovelo e adução, e a mão fechada em leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona a perna se arrasta formando um semicírculo, pacientes que tiveram AVC pode ter essa sequela. aMarcha Anserina ou de pato: O paciente acentua a lordose, inclinando o tronco de um lado para outro, encontrado em diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas. aMarcha Cerebelar: andar ziguezague parecido a de um bêbado, lesões no cerebelo. 14 Beatriz Ribas aMarcha tabética: paciente mantém olhar fixo no chão, i ndica perda de sensibilidade proprioceptiva por Lesão Do Cordão Posterior Da Medula. aMarcha de pequenos passos: paciente efetua passos muito curtos e arrasta os pés como se tivessem dançando. Pacientes com Paralisia Pseudobulbar e na Atrofia Cortical da Senilidade aMarcha Vestibular: paciente não caminha em linha reta, dificuldade de equilíbrio. Encontrado em pacientes com lesão vestibular (labirinto). Sinais Vitais cTemperatura Corporal A temperatura corporal interna permanece-se constante com variações de até 0,6º isso graças ao aparelho termorregulador, bem diferente da externa que é suscetível a variações de temperatura do ambiente. Os valores térmicos aumentam de acordo com algumas condições se alimentar, prática de exercícios físicos. A condução de calor para a pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas. A vasoconstrição, por sua vez, regulada pelo sistema nervoso simpático, responde às alterações que ocorrem na temperatura corporal interna. Quando a temperatura corporal atinge 37°C inicia-se a sudorese, que a partir deste ponto aumenta rapidamente com um mínimo de elevação na temperatura corporal. A taxa de produção de calor é reduzida a partir deste instante. 15 Beatriz Ribas A temperatura corporal pode apresentar variações na dependência do local em que será procedida a sua mensuração. Desse modo, ele pode ser: axilar, oral, retal, timpânico, arterial pulmonar, esofágico, nasofaringiano e vesical. Temperatura axilar: 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C Temperatura bucal: 36 a 37,4°C Temperatura retal: 36 a 37 ,5°C, ou seja, 0,5°C maior que a axilar. sFebre Significa temperatura corporal acima da faixa da normalidade. Causada por transtornos no próprio cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores. A febre pode ser resultado de infecções, lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias malignas, além de outras condições. h Início A febre pode ser súbita ou gradual, carrega consigo geralmente sinais e sintomas. É frequente sensação de calafrio nos primeiros momentos de hipertermia. Em algumas ocasiões, predomina um ou outro sintoma da síndrome febril, prevalecendo a cefaleia, a sudorese e a inapetência. h Intensidade S Febre leve ou febrícula: até 37,5°C S Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C S Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C. a Febre prolongada: termo usado quando a febre permanece por mais de 1 semana, tenha ou não caráter contínuo h Evolução S Febre continua: permanece sempre acima do normal com variações de até 1ºc sem grandes oscilações; S Febre irregular ou séptica: picos muito altos intercalando-se com temperatura baixas ou até ausência; S Febre remitente: há hipertermia diária com variações de 1ºc, mas sem ausência; S Febre intermitente: o período de hipertermia é interrompido por um período de temperatura norma, (febre de manhã, mas não no período da tarde); S Febre recorrente ou ondulante: período de temperatura normal interrompido por período de temperaturas elevadas. h Término Crise: Febre desaparece subitamente; Lise: Hipertermia desaparece de forma gradual. cPressão arterial É a força exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos. h Fatores determinantes: PA = Pressão arterial; DC = Débito cardíaco (vs*fc ) RPT= Resistência periférica (vaso constrição da rede arteriolar) PA = DC*RPT h Recomendações para medir a pressão arterial Esfigmomanômetro: deve ser do tamanho adequado de acordo com o diâmetro do braço do paciente. Medida do antebraço/2 = local onde vou medir o diâmetro do meu paciente, de acordo com esse diâmetro utilizo o esfigmomanômetro adequado. Peculiaridades: • Manguito de tamanho adequado: 2/3 do comprimento do braço (80% do comprimento e 40% da circunferência) • Padrão: 12 a 14 em de largura x 23 em de comprimento 16 Beatriz Ribas • Manguito para coxa: 14 a 20 em de largura x 35 a 40 em de comprimento • Em pacientes obesos: meça com manguito apropriado, ou meça no antebraço (apenas a pressão sistólica pelo método palpatório), utilizando a palpação da artéria radial. Há 3 tipos de sistema para registro da pressão arterial: Coluna de mercúrio: padrão ouro; Aneroide: deve ser calibrado semestralmente ou com certa frequência se necessário; Eletrônico: fornece as medidas em um marcador digital hMétodos para medir a pressão arterial S Método direto. Fornece a pressão direta ou intra- arterial (mais invasivo); S Método indireto. Rotineiramente, utiliza-se a técnica auscultatória com estetoscópio. hTécnica: O paciente deve estar em um local tranquilo, em repouso por no mínimo 3 minutos, pode estar sentado, deitado ou até mesmo em pé, mas é necessário manter a veia braquial no mesmo nível do coração (melhor circulação), o braço deste deve estar em posição confortável e com a palma da mão voltada para cima. Em casos de gestante evitar decúbito lateral direito. Como agir? - Olá meu nome é Beatriz, sou estudante do primeiro período de medicina do iesvap, posso aferir sua pressão? - O senhor(a) veio até como aqui (carro, a pé), a quanto tempo o senhor aguarda? Se sente confortável? A 17 Beatriz Ribas quanto tempo fez sua última refeição? Praticou exercício físico hoje? Qual horário? Então posso iniciar? Pedir licença e mexer o braço do paciente se necessário, seguindo as recomendações. Procedimento: Localize a pulsação da artéria braquial; Coloque o manguito 2cm acima da fossa cubital (dobra o braço); Palpe o pulso radial (artéria radial a do dedão); Infle o manguito até desaparecer o pulso da radial, desinfle lentamente até reaparecer a pulsação (essa será a pressão sistólica); Coloque o esteto na artéria radial, e insufle o manguito cerca de 30mmHg acima do encontrado anteriormente; Solte o ar de maneira continua 2-3 mmHg/s até o esvaziamento total; Caso os ruídos estejam sendo percebidos com dificuldade, aumente o ângulo entre o braço e o tórax, retificando a artéria, pois isso pode facilitar a ausculta dos sons. HSons de Korotkff Fase I (aparecimento de sons): o primeiro som é claro como uma pancada. O peso da onda sistólica é maior que a pressão do manguito e o sangue na artéria; Fase II (batimentos com murmúrio): com a dilatação da artéria pressionada, a contracorrente repercuti e cria murmúrios na parede dos vasos sanguíneos; Fase III (murmúrio desaparece): os batimentos passam a ser mais audíveis e mais acentuados. A artéria que sofreu constrição continua a se dilatar com a redução da pressão do manguito; Fase IV (abafamento dos sons): os batimentos repentinamente tomam-se menos acentuados. Fase V (desaparecimento de sons): restabelece-se o calibre normal da artéria e o sangue não mais provoca ruídos perceptíveis à ausculta da artéria radial. hDeterminaçãoda pressão arterial Pressão arterial sistólica – primeira fase Pressão arterial diastólica – última fase (ausência de som) cAuscuta Os focos clássicos de ausculta servem como pontos de referência, pois nessas regiões relativas encontram-se informações pertinentes em relação as valvas. a Foco mitral: situa-se no quinto espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular correspondente a ponta do coração; a Foco aórtico: segundo espaço intercostal na linha para esternal esquerda; a Foco Pulmonar: segundo espaço intercostal na linha para esternal direita. Segunda bulha pulmonar; a Foco tricúspide: quinto espaço intercostal na linha para esternal esquerda; O ambiente de ausculta deve ser silencioso, pois os ruídos cardíacos são de pequena intensidade, o paciente deve estar bem acomodado em uma posição confortável, sendo a posição padrão decúbito dorsal a cabeça apoiada em um pequeno travesseiro e com o tórax exposto. O médico se posiciona a direita do paciente. 18 Beatriz Ribas aObjetivos da ausculta do coração hBulhas cardíacas - Primeira bulha(B1): Fechamento das valvas mitral e tricúspide (TUM); - Segunda bulha (B2): Fechamento das valvas aórtica e pulmonar (TA); - Terceira bulha (B3): É um ruído protodiastólico de baixa frequência, que se origina a das vibrações das paredes ventriculares que se distende pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular; - Quarta bulha (B4): Ocorre no fim da diástole ou pré- sistole, podendo ser ouvida em condições mais raras. Reconhecidas a 1 a e a 2 a bulhas, o passo seguinte consiste em determinar o ritmo do coração e o número de batimentos por minuto, isto é, a frequência cardíaca.
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