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Embriologia – Morfogênese da Orelha Formação da orelha: · Indutores embrionários do processo de formação da orelha: notocorda e mesoderma paraxial; · Quando o processo começa? Entre a terceira e quarta semana de desenvolvimento embrionário; · Primeiramente, é formada a orelha interna, depois a média e depois a externa, sendo o lóbulo a última estrutura a ser formada. FORMAÇÃO DA ORELHA INTERNA: ocorre a partir do espessamento do ectoderma superficial, na altura de uma vesícula encefálica secundária chamada mielencéfalo. · Para que o ectoderma de superfície se espesse (imagem B) e se diferencie no placoide ótico, que é o primeiro sinal de uma orelha interna, é necessária uma indução feita pela notocorda e pelo mesoderma paraxial; · Invaginação e penetração do placoide ótico no mesênquima subjacente (imagem D), formando uma fosseta ótica, se desprendendo do ectoderma de superfície e se internalizando (quando as extremidades da fosseta se fusionarem, há a formação da vesícula ótica); · Vesícula ótica: é o primórdio do labirinto membranoso. A partir dela, surgirá um ducto e o saco endolinfático. A vesícula apresenta duas porções: parte utricular (dorsal) e a parte sacular (ventral), que formarão áreas sensoriais diferentes. Figura E: labirinto membranoso da orelha interna formado, mostrando a parte sacular e a utricular. - Tecidos em azul: ectoderma; tecidos em rosa: mesoderma. · Desenvolvimento da vesícula ótica (parte sacular): Da imagem A para a B, a parte sacular está ficando mais redonda e sofrendo uma separação mais demarcada no topo; Da imagem B para a C, observa-se uma evaginação tubular que, conforme for alongando, ela vai se espiralizando, formando o ducto coclear, onde abriga uma estrutura sensorial chamada de Órgão de Corti, responsável pela audição; A parte restante dessa porção que não se evaginou é chamada de sáculo. A união do sáculo com o ducto coclear é chamada de ducto reuniens. Nesse caso, a vesícula ótica se divide em 4 partes: saco e ducto endolinfáticos, parte utricular e parte sacular. Da parte sacular, surgem: sáculo e ducto coclear. · Desenvolvimento da vesícula ótica (parte utricular): Na imagem D, a evaginação achatada é o primórdio dos ductos semicirculares; Na imagem E, as evaginações das duas paredes opostas vão se juntar, como se estivéssemos apertando o meio dessa estrutura; Na imagem C, há a degeneração das paredes opostas que se uniram, formando espaços no meio dos canais semicirculares. Ainda nessa imagem, as partes mais dilatadas em formato circular são chamadas de ampola; Da parte utricular, surgem: saco e ducto endolinfáticos, utrículo e canais semicirculares (mantêm comunicação com o utrículo, que é a região que não se evaginou). · Parte sensorial da orelha interna: está relacionada com audição e equilíbrio. Na ampola (região dilatada dos canais semicirculares), temos as cristas ampulares, e no sáculo e no utrículo, temos as máculas. Ambas as áreas receptoras são responsáveis pelo equilíbrio: as máculas fazem o movimento linear da cabeça e as cristas ampulares, os movimentos circulares (rotação); Na parte sacular, surge na parte do ducto coclear o Órgão de Corti, que é a área sensorial responsável pela audição; Células da crista neural (formam SNP) migram para formar o gânglio espiral (coclear, que é um gânglio sensitivo), que mantém a característica bipolar embrionária (1 polo dendrítico e o outro axonal). O oitavo par de nervos cranianos é o vestibulococlear, que está relacionado à audição. · Formação do labirinto ósseo (envolve o labirinto membranoso, que compreende todas as estruturas acima): Indução da formação do labirinto ósseo: vesícula ótica; Surgimento do labirinto: a partir da condensação do mesênquima ao redor da vesícula ótica, que depois se diferencia e forma uma capsula ótica cartilaginosa; Aparecimento de espaços na capsula ótica que se degeneram, formando os espaços perilinfáticos. Com isso, o labirinto membranoso fica suspenso na perilinfa que fica circulando dentro dos espaços perilinfáticos; Por fim, a cápsula ótica, que era membranosa, sofre a ossificação (endocondral), formando o labirinto ósseo. Imagem F: mesênquima se condensando; imagem H: degeneração dos vacúolos perilinfáticos; imagem I: graças à degeneração, há a formação da rampa vestibular e da rampa timpânica, com a circulação de perilinfa e o labirinto membranoso suspenso, de azul, no meio da figura. Também conseguimos ver na imagem I o gânglio espiral na região do modíolo, que liga as fibras nervosas auditivas às células ciliadas do Órgão de Corti. Na imagem ao lado, podemos ver o labirinto ósseo, em branco, e a linfa, em cinza e o espaço perilinfático circundando o labirinto membranoso, em azul. A rampa timpânica está embaixo e, a rampa vestibular, está em cima. COMPONENTES DO APARELHO FARÍNGEO: arco, bolsas, fendas (sulcos) e membranas. · Relacionados à formação da orelha: primeiro e segundo arcos, primeira membrana, primeira fenda e primeira bolsa; · Relacionados à formação da orelha média: primeiro e segundo arcos (ossículos e ligamentos derivam deles) e a primeira bolsa. Arco faríngeo: bastão de mesênquima revestido internamente por endoderma e externamente por ectoderma; Bolsas faríngeas: depressões internas entre os arcos (deriva do endoderma); Sulcos faríngeos: depressões externas entre os arcos (deriva do ectoderma); Membranas faríngeas: fusão da bolsa com o sulco, parece uma “pontezinha”. Obs.: na formação da cavidade timpânica e da tuba auditiva, temos que falar sobre a primeira bolsa. Na formação da membrana timpânica, temos que falar sobre o revestimento interno da primeira bolsa, do mesênquima e do revestimento da primeira fenda. FORMAÇÃO DA ORELHA MÉDIA: · Formação do recesso tubotimpânico a partir da primeira bolsa faríngea, que vai se invaginar, diferenciar e formar essa estrutura. O recesso tubotimpânico possui duas partes: a proximal, que virará a tuba auditiva, e a parte distal, que se expandirá e envolverá os ossículos para formar a cavidade timpânica; · No período fetal, a expansão da cavidade timpânica dá origem ao antro mastoideo, que surgirá espaços nele somente após o desenvolvimento do embrião; · Ossículos (martelo, estribo e bigorna) derivam do primeiro (martelo e bigorna) e segundo arcos (estribo). FORMAÇÃO DA ORELHA EXTERNA: · O meato acústico externo se desenvolve a partir da extremidade dorsal do primeiro sulco (fenda) faríngeo, que vai se invaginar e penetrar na orelha externa. Sendo assim, o meato acústico é revestido pelo ectoderma; · Formação do tampão do meato: ocorre graças à proliferação das células ectodérmicas do meato acústico. No entanto, no final do período fetal, as células centrais desse tampão vão se degenerar, formando a cavidade do meato acústico externo; · Membrana timpânica: possui revestimento interno, virado para a orelha média, e revestimento externo, virado para a orelha externa, sendo assim, ela terá origens diferentes. - É originária da primeira membrana faríngea. O ectoderma do primeiro sulco vai originar o epitélio externo (parte voltada para a orelha externa). O endoderma da primeira bolsa vai originar o revestimento interno (parte voltada para a orelha média). Entre esses dois tecidos, temos um conjuntivo, que derivou do mesoderma do primeiro e segundo arcos faríngeos. · Pavilhão auricular: é formado a partir de seis proliferações mesenquimais do primeiro e segundo arcos faríngeos em direção ao ectoderma de superfície, chamado de saliências auriculares. Conforme o desenvolvimento do pavilhão, as três proliferações do primeiro arco param de progredir (com isso, a contribuição do primeiro arco para a orelha é reduzida). - O pavilhão auricular começa a se desenvolver na base do pescoço e com o desenvolvimento da mandíbula e da cabeça, se movimentam para a posição final que conhecemos; - O lóbulo é a última parte a se desenvolver. Obs.: o número 5 está tampado pelo pointer. Cada projeção dessa é mesênquima, que será diferenciado, no newborn, em cartilagem elástica - mesoderma. Por fora, a orelha é revestidapor pele (tecido epitelial - ectoderma e conjuntivo - mesoderma). Orelha externa: · Compreende o pavilhão auricular, o meato acústico externo e termina na face externa da membrana timpânica; · Função: capta ondas sonoras. Orelha média: · Cavidade timpânica: abriga os ossículos do ouvido (martelo, bigorna e estribo); · Comunica-se com a orelha interna através da janela oval; · Função: converte ondas sonoras em ondas mecânicas que bate na janela oval, fazendo um líquido circular na orelha interna. Orelha interna: parte sensorial da orelha. · Estruturas: labirinto anterior (possui a cóclea, que é responsável pela audição) e, o labirinto posterior (possui os vestíbulos e canais semicirculares, que são ligados ao equilíbrio); · Função: audição e equilíbrio (é a parte sensorial da orelha).
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