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PNEUMOCOMIOSE DOS TRABALHADORES DE CARVÃO O carvão, quando da sua extração em minas, libera uma série de poeiras, incluindo a sílica, que quando inaladas podem promover pneumoconiose dos trabalhadores de carvão, silicose, fibrose pulmonar maciça e doença pulmonar obstrutiva crônica. A doença tem diferentes expressões em todo o mundo, devido à ocorrência de mais de 1 tipo de carvão: o antracitoso, com mais carbono e maior produção de partículas inaláveis, e o betuminoso, mais comum na Região Sul do Brasil, local onde se concentram as minas de carvão do país. A doença é denominada simples se todos os nódulos pulmonares são menores de 1 cm de diâmetro. Já a presença de nódulos maiores do que 1 cm de diâmetro marca a pneumoconiose complicada. Existe uma apresentação clássica, resultante da associação de artrite reumatoide e da exposição ao carvão, a síndrome de Caplan. Manifestações clínicas São semelhantes às das demais pneumoconioses. Os pacientes com a forma simples podem ser assintomáticos, embora com maior facilidade para apresentar tosse e, muitas vezes, enfisema concomitante. Alguns podem ter tosse produtiva, com expectoração escura; eventualmente, podem apresentar cavitação das lesões e hemoptise escurecida – melanoptise. Diagnóstico Para o diagnóstico, o nexo causal é fundamental, com tempo de latência geralmente longo, de 15 a 20 anos. A radiografia de tórax pode indicar opacidades intersticiais, irregulares, nodulares, com predomínio nos segmentos pulmonares superiores, eventualmente formando conglomerados, sendo difícil a distinção com a silicose, embora os nódulos desta sejam usualmente maiores. A espirometria pode ser normal ou demonstrar distúrbio restritivo, obstrutivo ou misto. E a tomografia de cortes finos (alta resolução) pode mostrar o padrão típico da doença com infiltrado intersticial nodular, de predomínio nos campos pulmonares superiores. Tratamento e prognóstico O tratamento é de suporte, sendo fundamental o afastamento da exposição. Em geral, os pacientes com a forma simples não apresentam evolução progressiva, com sobrevida próxima à normal. Por outro lado, aqueles com a forma fibrótica progressiva (nódulos à radiografia maiores que 1 cm de diâmetro, com predomínio em ápices) têm sobrevida reduzida e prognóstico ruim e podem evoluir com fibrose progressiva, cor pulmonale, necessidade de oxigênio domiciliar, ou com uma neoplasia – câncer de pulmão).
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