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Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes 1. Família Sarcoptidae – Escavadores. → Gêneros: Sarcoptes e Notoedres. → Escavam galerias na pele (intradérmicas), nas quais penetram profundamente, provocando um espessamento da pele. 1.1. Gênero Sarcoptes: - Espécies: Sarcoptes scabiei: var. hominis: ser humano S. scabiei var. canis: cães S. scabiei var. cuniculi: coelhos S. scabiei var. caprae: caprinos S. scabiei var. ovis: ovinos S. scabiei var. suis: suínos S. scabiei var. bovis: bovinos S. scabiei var. equi: equinos. - Ciclo evolutivo: A fêmea fertilizada produz uma galeria ou túnel sinuoso nas camadas superiores da epiderme, nutrindo-se do liquido que flui nos tecidos lesados. Os ovos são postos nesses túneis, eclodem em 3-5 dias e as larvas arrastam-se pela superfície da pele e criam pequenas “bolsas de muda”, nas quais completam as mudas para ninfa e adulto. O macho adulto emerge, então, e procura uma fêmea na superfície cutânea ou numa bolsa de muda. Após a fertilização, a fêmea produz novos túneis, de novo ou por prolongamento da bolsa de muda. Após o acasalamento, o macho morre. - Sinais clínicos: Presença de pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e engrossamento da pele. → As crostas acometem mais a região da face (principalmente as bordas das orelhas), cotovelos, jarretes e os dígitos. O padrão de distribuição tipicamente envolve as porções ventrais do abdômen, tórax e patas, a doença dissemina-se rapidamente e pode envolver todo o corpo, mas o dorso geralmente é poupado. → Visualmente, a condição começa com eritema, com formação de pápulas, o que é seguido por formação de escamas e crostas e de alopecia. Uma característica é o prurido intenso, que frequentemente resulta em trauma autoproduzido. Culmina com infecções secundárias, e após uma infecção primária, os cães começam a se arranhar dentro de uma semana. Com o avançar da parasitose, há espessamento da pele (já que os ácaros estão fazendo túneis na epiderme) e perda de pelo. → Quando se desconfia que um cão está atacado por sarna, sempre se deve examinar a parte inferior da margem posterior das orelhas. Nessa região, a sarna provoca grande número de pequenas saliências, do tamanho de grãos de areia, de modo que, ao apertar e passar essa região entre os dedos, tem-se uma sensação de aspereza. O animal costuma ter muita coceira e perda de pelo - Embora os ácaros da escabiose vivam em camadas superficiais da pele, o antígeno desses ácaros pode alcançar a epiderme e a derme e induzir uma resposta imune celular e humoral. Muitos cães, desenvolvem uma reação de hipersensibilidade do tipo 1 aos antígenos de S. scabiei, sendo que a presença de 10 a 15 ácaros é suficiente para originar sinais clínicos severos num indivíduo hipersensível. Os ácaros, seus resíduos e excrementos são os responsáveis pelas reações de hipersensibilidade que levam ao prurido - Transmissão: A escabiose é altamente contagiosa e transmitida principalmente por contato direto com um animal infectado. Pode haver transmissão por fômites e pele infectada de animais por meio de contato com material de higienização ou em canis. É uma zoonose! - Diagnóstico: Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes 1. O diagnóstico baseia-se na história clínica de prurido intenso em áreas normalmente acometidas, no contato com animal infectado e ao tratamento pouco responsivo com glicocorticoides. 2. Raspado profundo de pele nas áreas eritematosas, nas regiões das orelhas, cotovelos, axilas, ventre, para observação microscópica. Deve-se procurar regiões não escoriadas, pápulas avermelhadas e que tenha presente crostas amareladas na superfície. Um ácaro, ovo ou pellets fecais ovais ratificam o diagnóstico. 1.2. Gênero Notoedres: - Espécie: N. cati. - Sarna da cabeça do gato. A sarna notoédrica (sarna felina) é uma dermatose pruriginosa e formadora de crostas nos gatos. O ácaro pode infestar cães e causar lesões transitórias nos seres humanos em contato com os animais infestados. A sarna notoédrica é muito contagiosa e geralmente é transmitida por contato direto. O ácaro pode sobreviver fora do hospedeiro por alguns dias. - Em gatos, localiza-se principalmente nas orelhas e na cabeça do animal, podendo estender-se para outras partes do corpo, sobretudo em torno dos órgãos genitais. Os sintomas incluem coceira e formação de crostas, que se espessam, endurecem e se desenvolvem à custa de exsudações de soro e extravasamento de sangue. Eventualmente, pode se transferir para humanos. - Os sintomas incluem coceira e formação de crostas, que se espessam, endurecem e se desenvolvem à custa de exsudações de soro e extravasamento de sangue. Eventualmente, pode se transferir para humanos. - Diagnóstico: raspado na região da cabeça, pescoço e região perineal. OBS.: Raspado cutâneo: Corte dos pelos mais longos da área afetada, seguida de aplicação de óleo mineral na pele ou na lâmina de bisturi e raspagem no sentido do crescimento dos pelos para a coleta de material, que deve ser colocado em lâmina de vidro seguida de homogeneização, cobertura com lamínula e exame direto ao microscópio. - Profundo: feito por meio da coleta de material suspeito; para ácaros que penetram profundamente, como Sarcoptes e Notoedres, deve-se fazer uma dobra na pele, colocar um pouco de óleo mineral no local ou mergulhar a lâmina de bisturi (sem fio, usada, gasta) no óleo mineral e raspar sobre a prega de pele, mantendo um ângulo reto da lâmina com a pele até produzir um leve sangramento (escarificação). Colocar o material entre lâmina e lamínula e olhar no microscópio óptico em aumento de 100 vezes. - O encontro de um único ácaro tem valor diagnóstico, bem como o encontro de peletes fecais castanho- escuros redondos ou ovais, ou ainda, ovos do ácaro. Caso seja necessária a clarificação do material, acrescentar KOH 20 % e aquecer por alguns minutos. Por outro lado, a sensibilidade do raspado de pele é pequena, apenas cerca de 50% dos raspados em animais sabidamente doentes apresentam raspados positivos. 2. Família Listrophoridae – Ácaros superficiais → Espécie: Lynxacarus radovskyi, localizado na linha média dorsal, cauda (base/ponta) e região perineal. Corpo ovoide, patas longas com carapaça quitinosa, aparência ventral comprida/fusiforme. → Hospedeiros: gatos domésticos e selvagens com preferência pela região caudal e perianal, deixando a pelagem com um aspecto de sal e pimenta devido sua coloração e por estarem aderidos ao terço distal da haste pilosa (não é escavador). Aparentemente, este pequeno parasito permanece por toda a sua vida aderido ao pelo do hospedeiro e supõe-se que sua alimentação seja da superfície do pelo, o que provavelmente torna a maioria dos casos assintomáticos. - Obs: em animais de pelo branco, o ácaro aparece escuro e no pelo escuro, aparece branco – efeito sal pimenta. Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes → Erupções crostosas e exsudativas, sendo a doença facilmente confundida com outras dermatopatias. Pode ocorrer alopecia devido ao arrancamento fácil dos pelos, presença excessiva de caspas e dermatite miliar. 3. Família Cnemidocoptidae → Espécies: Cnemidocoptes mutans: galináceos – perna escamosa Ácaros escavadores! C. gallinae: galináceos – sarna desplumante C. jamaicensis: canários C. pilae: periquitos – face escamosa e pata com borla. Oval, 4 pares de patas curtas e rostros mais quadrangulares. → Sintomas: hiperqueratose periocular/cera; deformação das escamas e prurido (apenas a das penas). → As fêmeas, que são ovovivíparas, não produzem galerias, como fazem as do gênero Sarcoptes; permanecem sedentárias e sua presença determina uma proliferação epidérmica acompanhada de aumento da substância córnea. Essa proliferação é bem marcada nas patas, resultado de um tecido alveolar tomado por numerosas pequenas câmaras, repletas de ácaros em todos os estágios de desenvolvimento. → O ácaro invade ativamente a epiderme, danificando-a em direção à derme. Ao mesmo tempo, os bordos da depressãopor onde penetrou reagem produzindo uma substância córnea que recobre totalmente a depressão, transformando-a em uma pequena bolsa fechada. No estágio seguinte, as células epidérmicas entram em proliferação, englobando o ácaro. No interior da câmara, o ácaro permanece separado do estrato germinativo da pele por uma fina camada de queratina. Pouco a pouco, a câmara se aprofunda na derme. Todo o desenvolvimento do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. → A bolsa primitiva dá origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundária, que acaba por se separar da bolsa-mãe. → Apenas na fase inicial da invasão das camadas superficiais da epiderme pelo ácaro estabelece-se uma reação inflamatória. Logo que o ácaro se instala mais profundamente na epiderme, a inflamação desaparece e se desenvolve um tecido esponjoso. → Raspado cutâneo: amolecer as crostas das patas ou do bico com água morna e óleo mineral. Remover as crostas soltas, macerar e olhar no microscópio entre lâmina e lamínula em 100 aumentos. Não puxar as crostas que não estiverem frouxas ou soltas, pois causam lesões. Otites causadas por ácaros: Sarcoptes sp., Psoroptes sp., Otodectes cynotis, Demodex sp. Dinâmica da inflamação: a otite ocorre na orelha média, assim, os ácaros são passados pelo contágio, e se movimentam. Possuem um rostro pontiagudo e se alimentam por perfuração do meato, retirando fluidos, e provocando descamação, e inflamação, em um meio em há cerúmen e que o epitélio faz migração celular (as células são repostas), suas excretas geram hipersensibilidade, e sua movimentação e alimentação se somam a essa inflamação, que provoca aumento da umidade, do cerúmen, e desorganização das células (reposição celular). Esses eventos contribuem para um meio que propicia o crescimento desordenado da população da biota, gerando infecção secundária. Ocorre prurido, devido a inflamação com apresentação de antígeno, com liberação de aminas vasoativas, extravasamento de líquidos, ativação de citocinas e cascatas da inflamação. Pode ocorrer a obliteração do canal devido ao aumento do cerúmen. Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes 4 Família Psoroptidae – Não escavadores! → Gêneros: Psoroptes, Otodectes e Chorioptes. Cavam galerias na pele, sendo considerados como causadores de sarna não-penetrante (não escavadores). → Alimentam-se de células epiteliais, linfa e sangue e em cães e gatos podem causar otite parasitaria altamente pruriginosa que é comumente complicada por infecção bacteriana secundária, causando otite média. → Diagnóstico: deve-se coletar alguns pelos e raspar as crostas soltas. Guardar em pote bem fechado. Macerar algumas crostas com óleo mineral e colocar em uma lâmina. Pode-se clarificar com uma gota de lactofenol. Observar no microscópio entre lâmina e lamínula em aumento de 100 vezes. 4.1. Gênero Psoroptes → Espécies: P. ovis (ovinos e bovinos); P. equi (equinos) e P. cuniculi (equinos e coelhos). Corpo alongado, patas alongadas e compridas e rostro pontiagudo. → Ovinos: Axilas, virilha, fossa infra-orvitária e superfície interna dos pavilhões auriculares e canal auditivos. Apesar de não ser escavador, é muito ativo na camada de queratina e provoca lesão direta na pele. A primeira fase de infecção ocorre como uma zona de inflamação com pequenas vesículas e exsudato seroso, mas conforme se difunde o centro se torna seco e coberto por uma crosta amarela, enquanto as bordas, nas quais os ácaros estão se multiplicando, são úmidas. → Em coelhos, inicia-se no pavilhão auricular (sarna auricular não penetrante) e pode infestar outras partes da cabeça, o pescoço e até mesmo as patas. Ocorrem hiperemia e formação de crostas avermelhadas no pavilhão auricular. A infecção bacteriana do ouvido médio é frequente e a presença de ácaros nesse local pode ocasionar distúrbios nervosos. Os animais parasitados costumam sacudir a cabeça e raspar as orelhas com as patas, produzindo ferimentos. → Em bovinos, os primeiros sintomas são: coceira intensa na cernelha, na base da cauda e no pescoço. Pode se alastrar pelo dorso e pelos flancos do animal, atingindo todo o corpo. À medida que os ácaros se multiplicam, produzem uma série de pequenos ferimentos na pele, seguidos de coceira, formação de pápulas, inflamação e exsudação de soro. O soro que vem à superfície mistura-se com sujeira, formando escamas amarelo-acinzentadas. Inicialmente, as escamas têm cerca de 0,5 cm de diâmetro; à medida que os ácaros vão passando para o restante de pele sadia, a lesão gradativamente aumenta. Com o avançar da parasitose, há uma extensa área com perda de pelo e recoberta de crostas. A pele espessa- se, a coceira é intensa e o animal fica constantemente irritado. Semelhante em equinos. 4.2. Gênero Otodectes → Espécies: O. cynotis. - Cães, gatos, raposas, furões e outros carnívoros silvestres. Nutre-se superficialmente. → Gatos adultos em geral abrigam esse ácaro em associação quase comensal, e os sinais de irritação aparecem esporadicamente com a atividade transitória dos ácaros. Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes → Maior causador de otite parasitaria, infectando o canal auricular externo e a pele adjacente de cães, gatos, raposas e furões, provocando intensa inflamação. → Essa espécie determina irritação no conduto auditivo, principalmente de cães e gatos. Não faz galerias no tegumento, mas se alimenta de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo, próximo do tímpano. Da porção média do conduto auditivo para o tímpano, aparecem crostas; o tímpano pode mostrar-se hemorrágico. Em virtude da intensa irritação provocada pelo ácaro, o conduto inflama e produz cerume escuro. Frequentemente, ambos os ouvidos são afetados. O ácaro infecta o canal auricular externo, e se alimenta por perfuração do meato, retirando fluidos tissulares, e provocando descamação, e inflamação, em um meio em há cerúmen e que o epitélio faz migração celular (para reposição celular), suas excretas geram hipersensibilidade, e sua movimentação e alimentação se somam a essa inflamação, que provoca aumento da umidade, do cerúmen, e desorganização do mecanismo de reposição celular. Ocorre prurido, devido a inflamação com apresentação de antígeno, com liberação de aminas vasoativas, extravasamento de líquidos, ativação de citocinas e cascatas da inflamação. Esses eventos contribuem para um meio que propicia o crescimento desordenado da população da biota, gerando infecção secundária. Em virtude da intensa irritação provocada pelo ácaro, o conduto inflama e produz cerume escuro. Frequentemente, ambos os ouvidos são afetados. → Sinais: balanço frequente da cabeça, irritação, prurido intenso, formação de crosta espessa marrom- avermelhada e, devido ao autotraumatismo, infecções secundárias por bactérias ou fungos. Depósito ceruminosos acastanhados a pretos e exsudato no canal auditivo e intenso prurido. → Transmissão por contato direto ou por fômites. 4.3 Gênero Chorioptes → Espécies: Chorioptes bovis: bovinos, equinos, ovinos, caprinos e coelhos; C. texanus: ruminantes. → Em ruminantes, ataca os pés e as patas, subindo até a face interna das coxas, a região escrotal dos machos e as mamas das fêmeas. As regiões parasitadas se recobrem de crostas e produzem prurido bastante intenso. → Em coelhos, produz uma parasitose quase indistinguível da sarna auricular não penetrante, causada por Psoroptes; no entanto, é bem menos séria. → Em equinos, determina uma parasitose semelhante à causada por Psoroptes, mas, geralmente, as lesões estão confinadas às partes inferiores das patas, principalmente os boletos. 5. Família Demodecidae 5.1 Gênero Demodex → Espécies: Demodex canis: cão D. phylloides: suíno D. bovis: bovinos D. caprae: caprinos D. cati: felinos – muito raro, com localização periocular e palpebral D. equi: equinos D. cuniculi: coelhos – muito raro D. folliculorum: ser humano – localizam-se nos folículos pilosos do rosto D. brevis: ser humano– localizam-se nas glândulas sebáceas. Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes → Ciclo: Os ácaros vivem na derme, dentro do folículo piloso e nas glândulas sebáceas, onde se alimentam de células epiteliais, são comensais. Fêmeas fazem a postura dos ovos nesses locais, onde, após alguns dias, ocorre a eclosão das larvas. Estas passam para a fase ninfal chamada protoninfa e depois para deutoninfa; em seguida, ocorre a diferenciação para machos ou fêmeas, os quais vão para a superfície da pele a fim de copularem (fase de contaminação). Após a cópula, as fêmeas ovígeras (já fecundadas) e os machos voltam para o folículo piloso. Pode ocorrer o rompimento do folículo e o ácaro pode mover- se para outros órgãos (p. ex., fígado, linfonodos), mas não há danos nesses locais. → Demodicose: - Caracterizada por uma reação de hipersensibilidade tardia, uma vez que o infiltrado celular ao redor dos ácaros e seus fragmentos tende a ser de linfócitos, ou seja de células T citotóxicas, semelhante ao que acontece em uma dermatite de contato. - Em grandes animais, localiza-se na cabeça e no pescoço, mas a demodicose não é frequente. - D. canis é a mais patogênica. - Em cães, o estabelecimento da doença está relacionado com a imunidade. Normalmente, acomete filhotes de 3 a 6 meses. Aparecem áreas circunscritas de alopecia na cabeça, ao redor dos olhos e na parte inferior da pata. Há formação de crostas e pontos vermelhos, além de queda acentuada de pelos. - Sem prurido. - Animais sadios podem ter o ácaro sem apresentar a doença. É um parasito que só causa lesões quando ocorre redução da imunidade do hospedeiro, o que ocasiona uma proliferação muito grande do ácaro, com destruição dos folículos e das glândulas. - Formas clínicas a localizada e a generalizada. A demodicose localizada é mais comum em cães jovens, com remissão das lesões na maioria dos casos. A demodicose generalizada constitui a forma mais grave. - Tipos: Seca: pouco eritema, mas há alopecia difusa e presença de crostas superficiais. Geralmente, é inicial e passa para o estado úmido Úmida: a pele torna-se enrugada, espessada e com pústulas, das quais extravasam soro, sangue e pus (infecção secundária bacteriana). Os cães apresentam um odor fétido (ranço). Nesse estágio, é chamada de sarna vermelha dos cães. - Notam-se cinco áreas de alopecia localizada, com graus variáveis de eritema, hiperpigmentação e descamação. As lesões mais comuns são na face, mas podem ser encontradas por todo corpo. Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes - Pode haver infecção bacteriana secundária por Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis, facilitando o desenvolvimento de úlceras e lesões exsudativas e crostosas. Os pacientes com demodicose generalizada apresentam-se debilitados, anoréxicos, letárgicos, febris e deprimidos. - D. canis também causa otite externa ceruminosa e eritematosa, podendo infectar o pavilhão auricular e os condutos auditivos externos como parte de um problema cutâneo generalizado. O exame do cerume em swab local pode revelar numerosos ácaros, em seus diversos estágios de desenvolvimento → Transmissão: A transmissão do Demodex entre os animais é quase impossível, provavelmente por sua localização profunda na derme, a não ser que haja um contato mais prolongado entre eles. A transmissão é mais comum em animais com baixa imunidade. Provavelmente, devido a sua localização profunda na derme, é quase impossível a transmissão entre animais, a menos que haja um contato prolongado, como na amamentação, por exemplo. Filhotes de mães portadoras, obtidos por cesariana e alimentados longe do contato da cadela, não albergam ácaros, provando que a transmissão transplacentária ou intrauterina não ocorre. Assim, o D. canis não é considerado contagioso, exceto para filhotes, recém-nascidos. - O ácaro pode ser transmitido do adulto para o adulto quando há aplicação de soluções carregadas de ácaros à sua pele, ou por confinamento estreito com um cão portador de demodiciose generalizada, porém, a doença progressiva não ocorre e as lesões que aparecem se curam espontaneamente. - Raças predispostas: Collie, Yorkshire, Pastor alemão, Shi tzu, Lhasa Apso... Siamesa e birmanesa (felinos). - Na generalizada os animais não são capazes de controlar a população de ácaros, isso por causa de um defeito genético e/ou adquirido na função de linfócitos, que pode levar a imunodeficiência quando transmitida por herança autossômica recessiva. - A demodiciose pode ser recorrente de uma imunossupressão por doenças como: diabetes mellitus, alergias, doenças hepáticas, neoplasias, hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo. A administração de drogas imunossupressoras também pode predispor à doença. - Supõe-se que certas cadelas transportem um fator geneticamente transmitido que resulta em imunodeficiência em seus filhotes, tornando-os mais suscetíveis a invasão por ácaros, e observa-se que os filhotes de uma cadela deste tipo com frequência desenvolvem a forma generalizada de demodiciose canina simultaneamente, mesmo apesar de terem sido criados separadamente. - Supõe-se que o próprio Demodex canis cause uma imunodeficiência mediada por células que suprime a resposta normal dos linfócitos T, este defeito desaparece quando os ácaros são erradicados do cão. A demodiciose pode interromper quando os cães recebem imunossupressores por outras condições. → Diagnóstico: 1. Exame clínico: A anamnese muitas vezes ajuda a identificar as causas predisponentes possíveis (estresse, desnutrição, traumatismos, ansiedade de separação, fadiga crônica, estro, parto, etc). Devemos suspeitar de demodiciose canina se houver uma história de demodiciose familiar. 2. Testes laboratoriais: para triar quanto as doenças predisponentes, especialmente quando se encontra presente a demodiciose generalizada canina. Perfil bioquímico sérico, urinálise e hemograma completo, constituem os testes de triagem básico. Se juntarmos a anamnese, o exame físico e os testes laboratoriais de triagem e os mesmos indicarem uma disfunção endócrina ou disfunção interna possível, deve-se então realizar testes mais específicos, como por exemplo, testes para o diagnóstico do hiperadrenocorticismo. 3. Exame parasitológico do raspado cutâneo: devem ser profundos e realizados na direção do crescimento dos pelos, realizando em diferentes regiões do corpo, especialmente em áreas de transição de pele saudável e a lesão, e com presença de comedões. O material coletado deverá ser colocado em uma lâmina de vidro, e a este adicionada uma gota, óleo mineral, glicerina ou hidróxido de potássio a 10%. O diagnóstico é feito quando se Ana Beatriz Mendes @_bia.mendes observa grande número de ácaros adultos ou pelo achado de uma relação aumentada de ovos, larvas ou ninfas em relação aos adultos. Obs: se tiver apenas adultos, o resultado é negativo, pois são comensais! No positivo, também se encontram ovos, larvas e ninfas. 4. Exame parasitológico do pelame: é menos agressivo e, são indicados para animais que apresentam lesões em que a realização do exame parasitológico de raspado cutâneo são difíceis de serem realizados, como na região periocular. A técnica é feita através da avulsão do pelame, onde o material obtido será colocado em uma lâmina de vidro com gotas de hidróxido de potássio a 10% coberta por uma lamínula e observado ao microscópio. 5. Impressão em fita adesiva: realizado através do beliscamento da pele lesionada para externação dos ácaros do folículo piloso e posterior decalque da face adesiva da fita sobre a área pressionada. Feito isto, a fita então é aderida à lâmina de vidro e analisada ao microscópio de luz nos aumentos de 40X e 100X
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