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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITACOATIARA CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL SISTEMAS SILVICULTURAIS ITACOATIARA 2021 LUCIANA BERGÉ DE SOUZA SISTEMAS SILVICULTURAIS Trabalho solicitado pelo professor Dr. Luis Antônio de Araújo Pinto para obtenção de nota da disciplina Manejo Florestal do curso superior em Engenharia Florestal pelo Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara. ITACOATIARA 2021 SUMÁRIO 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 4 1.1. Sistemas monocíclicos ...................................................................................... 4 1.2. Sistema policíclico .............................................................................................. 5 1.3. Sistema Silvicultural para florestas tropicais ................................................... 6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 7 4 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.1. Sistemas monocíclicos Os sistemas monocíclicos são caracterizados como uniforme, ou seja, em uma só operação silvicultural, a madeira comercial é abatida totalmente. E em escala de compartilhamento, o ciclo do corte principal é igual à rotação (LAMPRECHT, 1990). Esse sistema tem como objetivo criar florestas altas equiâneas, que são aquelas formadas por árvores que apresentam a mesma idade, e também são destinadas à exploração e operações de regeneração dentro de rotações previamente estabelecidas, que são as rotações longas (SCOLFORO, 1997). Para atender a produção é necessário grandes áreas florestais, os ciclos de corte dependem do crescimento médio das espécies, geralmente esses ciclos são longos, entre 70 a 100 anos. Embora, esse sistema consiga produzir mais madeira por hectare e menores custos de colheita por metro cúbico, eles requerem um grande investimento no início do ciclo, enquanto o sucesso do investimento é demorado (LOUMAN et al., 2001). Os sistemas monocíclicos dependem da regeneração, tanto natural, como artificial. A regeneração ocorre sobre toda a área da intervenção o que leva a uma certa uniformidade estrutural do novo povoamento. Isso ocorre após o corte, onde um novo ciclo de condução começa em campo aberto e a regeneração natural estabelecida é da mesma idade (RIBEIRO et al., 2002). Ainda de acordo com Ribeiro et al., (2002), geralmente, os sistemas monocíclicos são aplicados ao manejo de florestas secundarias cuja às árvores são pioneiras de apenas uma idade, e deve-se levar em consideração alguns requisitos, como: as espécies em questão devem ter capacidade de produzir sementes com regularidade e em grandes quantidade e, a manipulação do dossel superior deve ser tal que facilite a regeneração em questão e ao mesmo tempo evite a competição pelos recursos entre a regeneração e as espécies indesejáveis. Esse sistema possui desvantagens como: o corte nítido ocasiona na destruição total do dossel superior, a estrutura da vegetação muda drasticamente, os campos ficam totalmente expostos, ou seja, sem nenhuma proteção vegetal, e com isso contribui para erosão do solo. Além do mais, permite uma maior entrada de luz na 5 regeneração jovem e ocorre a regeneração de espécies de sombra pioneiras não tolerantes (LAMPRECHT, 1990). Segundo Louman et al., (2001), os principais sistemas monocíclicos são: sistemas de regeneração natural com dossel protetor, sistemas de regeneração artificial com dossel protetor, sistemas de eliminação do dossel superior de uma só vez, em função da regeneração natural ou artificial das sementes e sistemas monocíclico de melhoramento. 1.2. Sistema policíclico Os sistemas policíclicos são também conhecidos como sistemas de seleção, caracterizam-se por manejar o povoamento em pé, e as operações silviculturais são aplicadas apenas em uma parte dos indivíduos (SCOLFORO, 1997). Este sistema tem como objetivo criar uma floresta alta multiânea manejada e composta predominantemente por espécies comerciais (RIBEIRO et al., 2002). Nesse sistema, nunca há um corte nítido, tanto que o ciclo do corte principal é menor que rotação. A regeneração avançada é retida para produzir árvores comercializáveis em ciclos seguintes, esse sistema depende das plântulas da regeneração para produzir uma colheita futura (SOUZA; JARDIM, 1993). Portanto, na sistema policíclico há uma variedade de espécies de diferentes idades e tamanhos, onde são exploradas árvores que atingiram o tamanho de corte, deixando os indivíduos com tamanho intermediário para a produção contínua de madeiras comerciais, com isso proporciona um equilíbrio ecológico e garante uma regeneração natural adequada, além de pouco alterar a composição florística e a estrutura original da floresta (SCOLFORO, 1997). É importante manter os danos sobre a vegetação, solo e água dentro de limites aceitáveis. Isso permitirá a recuperação da floresta durante o período entre duas colheitas sucessivas. Esses sistemas, portanto, devem ser acompanhados por atividades de colheita de impacto reduzido (LOUMAN et al., 2001). De acordo com Louman et al., (2001), esse sistema apresenta mais vantagens do que o sistema monocíclico em comparação as florestas nativas, que são: não altera drasticamente a estrutura da vegetação, não há muita exposição do solo, os solos não são susceptíveis a erosão, não deixa passar tanta luz para a regeneração mais baixa, promove a regeneração de espécies tolerantes a sobra, e o custo inicial é menor. 6 Ainda segundo o autor, os sistemas policíclicos podem ser subdividos em: sistemas de enriquecimento, sistema de melhoramento e sistema de desbates. 1.3. Sistema Silvicultural para florestas tropicais Existe diversas finalidades do Manejo Florestal, as principais são manter e tornar produtiva a floresta. Diante disso, depara-se com a dificuldade de escolher o sistema silvicultural mais adequado para se utilizar em cada caso, a fim de manter e incrementar a produtividade da floresta (GAMA, 2004). Segundo Furtado (2009), o sistema monocíclico está praticamente extinto em florestas tropicais. Um exemplo clássico é o Sistema Uniforme Malaio. Conforme Souza e Jardim (1993), em algumas regiões da América Tropical o SUM foi experimentado, mas por diversas razões foi logo abandonado. Esse sistema requer vários tratamentos, causando um elevado custo e o longo período de rotação desencorajaram o seu uso. Em razão disso, segundo pesquisas o sistema mais adequado para floresta tropical é o sistema policíclico. Segundo Higuchi et al., (2008), o sistema policíclico foi experimentado nas seguintes regiões: FLONA de Tapajós (CPATU – EMBRAPA), Curuá-Una (SUDAM/FCAP), Projeto Jari (Jari/CPATU – EMBRAPA), Buriticupu e Marabá (CVRD), Manaus (INPA), Abufari (CAROLINA), Floresta Estadual do Antimary (FUNTAC), Projeto de Assentamento Pedro Peixoto (EMBRAPA ACRE) e em Paragominas (IMAZON), e tiveram um bom resultado. 7 REFERÊNCIAS FURTADO, Sérvulo Casas. Dinâmica de uma floresta sob regime de manejo sustentável em escala empresarial na Amazônia Ocidental. Tese (Doutorado em Ciências de Florestas Tropicais) – INPA/UFAM. Manaus. p 88. 2009. GAMA, João Ricardo Vasconcello. Manejo florestal em faixas alternadas para floresta ombrófila aberta no município de Codó. 2004. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Viçosa. p. 139. 2004. Higuchi, Niro. et al. V curso manejo florestal na ZF-2. Apostila de aula. FAPEAM/CNPq/INPA. Manaus. 270p. 2008. LAMPRECHT, H. Silvicultura nos Trópicos. Cooperação Técnica-RFA. Eschborn.1990.Louman, Bastiaan; David, Quirós; Margarita, Nilsson. Silvicultura de Bosques Latifiliados Húmidos com ênfases em América Central. CATIE. Turrialba, Costa Rica. 265p. 2001. RIBEIRO, Nastaha; et al. Manual de silvicultura tropical. Maputo: Universidade Eduardo Mondlane/FAO, 2002. SCOLFORO, José Roberto S. Manejo florestal. Lavras: UFLA, FAEPE. 438 p. 1997. SOUZA, Agostinho Lopes de; JARDIM, Fernando Cristóvan Silva. Sistemas silviculturais aplicados as florestas tropicais. Viçosa: UFV/Sociedade de Investigações Florestais, 1993.
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