Buscar

Trabalho de filosofia da educação no mundo ocidental sobre Nietzsche

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
FACULDADE DE LETRAS 
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO NO MUNDO OCIDENTAL 
PROFESSOR: BERNARDO CARVALHO OLIVEIRA 
ALUNA: MARIA EMILIA XAVIER PESSANHA 
 
NIETZSCHE E A EDUCAÇÃO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Nascido em 15 de outubro de 1844, na atual Alemanha, Friedrich Wilhelm Nietzsche 
(1844-1900) foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século 
XIX. Ele escreveu vários textos críticos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, 
filosofia e ciência, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo. Nietzsche começou 
sua carreira como filólogo clássico – um estudioso da crítica textual grega e romana – antes de 
se voltar para a filosofia. Em 1869, aos vinte e quatro anos, foi nomeado para a cadeira de 
Filologia Clássica na Universidade de Basileia, a pessoa mais jovem a ter alcançado esta 
posição. Em 1872, o jovem e famoso professor Nietzsche realizou na Universidade da Basiléia 
uma série de conferências que intitulou como “Sobre o Futuro dos Nossos Estabelecimentos de 
Ensino”, onde ele critica o sistema educacional alemão da época. Nietzsche (2004) afirma que 
o sistema educacional alemão é reducionista, passa aos alunos apenas uma parte da cultura, de 
forma que eles possam exercer uma função sem pensar em mais nada, o sistema educacional 
priva os estudantes das ferramentas para lerem o mundo, tornando-os especialistas em apenas 
um ofício e ignorantes nos demais aspectos da vida. 
 
2. O SISTEMA DE ENSINO PELA ÓTICA NIETZSCHEANA 
 
Na conferência supracitada, Nietzsche discursa sobre duas tendências muito fortes no 
sistema de ensino alemão, a extensão e a redução da cultura. Na primeira ele se refere ao ginásio, 
que busca uma universalização da cultura para atingir o maior número de pessoas, mas sem se 
preocupar de fato com a cultura, trata-se de um objetivo quantitativo de erudição, o objetivo é 
profissionalizar o indivíduo para atender as demandas do mercado. Quanto a segunda, diz 
respeito a especialização da cultura, reduzi-la a nichos específicos criando especialistas em suas 
áreas, e ignorantes nas demais. Para Nietzsche, esses indivíduos são alimentados com uma 
pseudocultura e a passam adiante com seus conhecimentos reduzidos. 
Duas correntes aparentemente opostas, ambas nefastas nos seus efeitos e finalmente 
unidas nos seus resultados, dominam hoje nossos estabelecimentos de ensino, 
originariamente fundados em bases totalmente diferentes: por um lado, a tendência de 
‘estender tanto quanto possível a cultura’, por outro lado, a tendência de ‘reduzi-la e 
enfraquecê-la’. De acordo com a primeira tendência, a cultura deve ser levada a 
círculos cada vez mais amplos; de acordo com a segunda, se exige da cultura que ela 
abandone suas mais elevadas pretensões de soberania e se submeta como uma serva a 
uma outra forma de vida, especialmente aquela do Estado. Ao examinar estas duas 
tendências fatais da extensão e da redução, nos desesperaríamos totalmente se não 
fosse em determinado momento possível ajudar a vencer estas duas tendências opostas, 
estas realmente alemãs e de uma maneira geral ricas de futuro, quer dizer, a tendência 
ao “estreitamento” e à “concentração” da cultura, como réplica à extensão, e a 
tendência ao “fortalecimento” e à “soberania” da cultura, como réplica à redução. 
(NIETZSCHE, 2003, p. 44-45). 
A cultura passa a ser uma ferramenta do Estado, a massificação da cultura fez com que 
o número de instituições de ensino aumentasse todas voltadas para as grandes massas. 
[...]a ampliação e o grande número de escolas serviam apenas aos interesses do Estado 
que vinculava, assim, a formação nos ginásios com a obtenção de cargos. O Estado 
moderno percebe que se financiar a produção e a difusão da cultura, pode utilizá-la 
para seus fins. A cultura passa a ser considerada útil apenas se serve aos interesses do 
Estado, diferentemente do que se passava na Grécia antiga quando o Estado era o 
“companheiro de viagem” da cultura (p. 99). A elevação cultural com a finalidade de 
formar o gênio, a exceção, dá lugar a uma formação massificada que uniformiza a 
todos a partir de características comuns, medíocres (NIETZSCHE apud NEUKAMP, 
2006, p.4). 
Weber (2008, p. 521) destaca alguns pontos fundamentais abordados por Nietzsche em 
suas conferências, são elas: 
1º-criação de um Sistema Nacional de Educação, caracterizado pela padronização e 
destruição das diferenças regionais; 2º-interferência excessiva do Estado nos assuntos 
da cultura; 3º-contraposição entre a cultura científica e a cultura clássica; 4º-a filosofia 
universitária como destruição da verdadeira filosofia; 5º-contradição entre os 
objetivos das instituições para a cultura e das instituições para a sobrevivência; 6º-
centralidade do ginásio para o desenvolvimento da cultura; 7º- obediência como 
princípio fundamental do ginásio; 8º-importância do cultivo da língua pátria; 9º-a 
importância das escolas técnicas; 10º-crítica da liberdade acadêmica. 
 
 
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Nietzsche como educador traz à luz a importância da cultura nas instituições de ensino, 
contudo, ele trata da cultura como um todo. Sua crítica ao sistema educacional alemão da época 
se fundamentava na fragmentação desta cultura no ensino, a cultura existia para servir o Estado, 
o que prejudicava a formação completa dos estudantes, tornando-os incompletos e dificultando 
o surgimento de verdadeiros gênios que marcassem a história. 
As críticas de Nietzsche, apesar de terem sido feitas em 1872 e de serem direcionada a 
Alemanha, se mostra atuais aqui no Brasil. Muitos dos pontos levantados por Nietzsche em 
suas conferências são encontrados no sistema educacional brasileiro, que busca a 
universalização do conhecimento através da “Base Nacional Comum Curricular” que dita um 
conjunto de orientações para nortear os currículos das escolas, redes públicas e privadas de 
ensino, de todo o Brasil. Assim como a reforma do ensino médio, que pretende levar a todas as 
escolas o ensino técnico profissionalizante, e permite aos alunos seguirem um eixo 
metodológico de ensino. É preciso avaliar se essas medidas estão moldando um sistema de 
ensino mais justo e igualitário, ou se estão limitando a criatividade e moldando indivíduos 
adestrados pelo Estado para servir o mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
NEUKAMP, Elenilton. As Críticas do professor Nietzsche à Educação de seu Tempo. II 
Seminário Nacional de Filosofia e Educação – Confluências. Rio Grande Do Sul: UFSM, 
2006. Disponível em: http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/e4.htm. Acesso em: 25 de 
novembro de 2018. 
 
NIETZSCHE, Friederich. Escritos sobre Educação. São Paulo: Loyola, 2004 (traduzido por 
Noélia Correia de Melo Sobrinho). 
 
WEBER, José Fernandes. Autoridade, singularidade e criação: sobre o problema da formação 
(Bildung) em Sobre o futuro dos nossos estabelecimentos de ensino, de Nietzsche. Educ. Soc., 
Campinas, v. 29, n. 103, p. 515-532, 2008. Disponível em: < 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
73302008000200011&lang=pt>. Acesso em: 25 de novembro de 2018. 
http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/e4.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000200011&lang=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000200011&lang=pt

Outros materiais