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Fichamento - Artigo: Interações medicamentosas mais comuns com os anti-hipertensivos: Uma revisão de literatura.

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Universidade Estadual da Paraíba - UEPB 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS 
Departamento de Farmácia 
Componente Curricular: Farmacodinâmica 
Docente: Vanda Lúcia dos Santos 
Discente: Paula Thayse Ramos da Cruz 
Matrícula: 19213005-6 
 
 
MENDES, Driely Dandary Soares. LOPES, Yanna Gabriele Guimarães. DUARTE, 
Gabriella Mendes. Interações medicamentosas mais comuns com os anti-
hipertensivos: Uma revisão de literatura. Revista Científica Multidisciplinar 
Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 17, pp. 103-113. Novembro de 
2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/anti-hipertensivos 
• No Brasil, a hipertensão arterial atinge cerca de 32,5% de indivíduos adultos, 
contribuindo para o aumento dos índices de complicações cardiovasculares. 
• Diante da dificuldade em manter as metas pressóricas, verifica-se que para 
abordagem terapêutica do paciente hipertenso é necessário que haja um 
tratamento não farmacológico concomitante com o tratamento farmacológico e 
muitas vezes necessitando de associação medicamentosa, por causa do aumento 
de doenças crônico-degenerativas. 
• O uso simultâneo de vários medicamentos aumenta as chances de interações 
medicamentosas, o que pode diminuir ou exacerbar a efetividade terapêutica, 
podendo também ocasionar problemas de saúde para o paciente, visto que 
grande parte dos medicamentos é metabolizada por vias enzimáticas do 
citocromo monoxidade P450 (CYP), uns dos principais mecanismos envolvidos 
na ocorrência de interações medicamentosas. 
• Foi possível verificar a presença de hipertensão arterial em indivíduos com faixa 
etária entre 55 anos a 72 anos, tendo em sua maioria mais presente no gênero 
feminino. Esse fato se deve, provavelmente, pelas mulheres buscarem com 
maior frequência o cuidado da saúde, sendo diagnosticadas mais precocemente. 
• Mecanismos de ação: 
o Diuréticos: Diminuição do volume extracelular; 
o Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Impede a 
transformação de angiotensina I em angiotensina II que tem ação 
vasoconstrição com redução temporária da filtração glomerular; 
o Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINE´s): Inibe a produção de 
prostaglandinas por meio da competição com o sítio ativo da enzima 
ciclogenase (COX); 
o Bloqueador do Receptor de Angiotensina (BRA): Antagonizam a ação 
da angiotensina II por meio do bloqueio específico dos receptores AT1, 
que são responsáveis pela ação provocada pela angiotensina II, ações 
estimuladoras de liberação de aldosterona e vasoconstritoras; 
o Betabloqueadores: Diminui o débito cardíaco e da secreção de renina e 
diminuição da ação do sistema nervoso pela readaptação dos 
barroceprotes. 
• As interações entre os fármacos e anti-hipertensivos foram selecionadas de 
acordo com as classes terapêuticas disponíveis na Diretriz da Hipertensão 
Arterial, em que foi verificada a prevalência de seis interações que são: 
o Diuréticos (hidroclorotiazidas, espironolactona e furosemida) e IECA 
(captopril): Esse tipo de associação em dose baixa oferece vantagens 
como a de melhorar o controle da pressão arterial, proteção cardíaca e 
baixa incidência de efeitos colaterais, porém se administrados de forma 
incorreta podem levar a hipotensão postural por vasodilatação ou 
comprometimento da pressão de perfusão renal e filtração glomerular. A 
associação entre o diurético poupador de potássio – espironolactona e 
captopril pode induzir hipercalemia em pacientes de risco. A utilização da 
furosemida aumenta-se o risco de insuficiência renal ao inibirem a 
aldosterona, hipotensão e hiponatremia. Verifica-se que associação dos 
IECAs com diuréticos causa um efeito sinérgico anti-hipertensivo mais 
intenso e assim causando uma maior depleção de sódio devido a ativação 
do sistema renina-angiotensina-aldosterona; 
o BRA (losartana) e AINE’s (ácido acetilsalicílico): Os anti-inflamatórios 
não esteroidais podem elevar os níveis pressóricos, devido à inibição da 
síntese de prostaglandinas renais que são responsáveis pelo aumento do 
fluxo sanguíneo renal e consequentemente ocorre a retenção de líquidos. 
Em casos que é necessário o uso da associação em uso crônico, é 
necessário o devido acompanhamento para que haja monitoração da 
função renal, risco de hemorragia gastrointestinal e da pressão arterial; 
o AINE’s e Diuréticos: As associações entre medicamentos anti-
hipertensivos e AINE´s podem interferir diretamente na qualidade de vida 
do paciente, os diuréticos (furosemida, espirolactona, hidroclorotiazida, 
etc.) possuem sua atividade afetada diretamente pelo os AINE´s, 
principalmente pelo ácido acetilsalicílico que antagoniza o efeito 
terapêutico do diurético na secreção de sódio e dessa forma pode-se afetar 
a atividade da renina plasmática, potencializando a hipertensão do 
indivíduo; 
o IECA (enalapril) e BRA (losartana): Potenciais interações 
medicamentosas graves. A interação apresenta interferência na 
farmacodinâmica, diante do sinergismo dos fármacos, visto que as duas 
classes terapêutica atuam no sistema renina angiotensina. A losartana e o 
enalapril inibem a ações de vasoconstrição provocada pelo sistema renina-
angiotensina-aldosterona, essa associação pode elevar os riscos de 
hipotensão, disfunção renal e hipercalemia; 
o AINE’s e IECA: Enalapril e captopril aumentam a produção de 
prostaglandinas renais com ação vasodilatadora, o que pode ser 
antagonizado pelo uso de AINES diante da inibição da enzima 
cicloxigenase. Dessa forma, pode resultar na diminuição significativa da 
função renal e hipercalemia. caso for necessário o uso prolongado dessa 
associação é necessário uso de doses baixas do AAS e monitoramento da 
função renal e da pressão arterial; 
o Beta Bloqueadores (atenolol e propranolol) e AINE’s (ácido 
acetilsalicílico): Essa combinação pode atenuar os efeitos anti-
hipertensivos dos betas bloqueadores diante da inibição das 
prostaglandinas renais pelo ácido acetilsalicílico e consequentemente 
prejuízo ao controle da pressão arterial do paciente hipertenso. 
• Os Anti-inflamatórios Não Esteroidais estão em maior frequência nas 
associações, demostrando que o uso de AINES aumenta a pressão arterial por 
meio de diferentes mecanismos. 
• Os AINES seletivos da Cox-2 foram sintetizados com a possibilidade de reduzir 
os efeitos colaterais atribuídos à inibição da Cox-1, porém, frequentemente 
causam problemas mais graves em associação indiscriminada com anti-
hipertensivos, acarretando em complicações cardiovascular e renal. 
• Alguns estudos mostram que os empregos dessas duas classes podem ser 
benéficos diante do uso adequado. 
• A maior parte dos indivíduos hipertensos são pessoas idosas e que fazem uso de 
poli farmácia devido às numerosas enfermidades, mostrando a necessidade de 
um monitoramento constante, não só da administração dos medicamentos, como 
também dos problemas relacionados à farmacoterapia e possíveis reações 
adversas. 
• O farmacêutico destaca-se como o profissional no tratamento, responsável por 
reverter prejuízos causados por medicamentos, melhorando a qualidade de vida 
e promovendo a saúde.

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