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SISTEMATIZAÇÃO – Direito Internacional Privado Olá, estudante! A atividade Sistematização deve ser respondida neste arquivo, observando as seguintes orientações: • A resposta de cada questão deve ter, no máximo, 15 linhas; • Atente-se à norma padrão da língua portuguesa; • Este arquivo deve ser salvo no formato Word ou PDF e anexado à atividade, no espaço destinado a isso. Vamos às questões: Questão Discursiva 1- Valor máximo: 15 pontos “Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.” BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942.(com ementa dada pela Lei n.º 12.376/2010 e alterações pela Lei nº 13.655, de 2018)Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657compilado.htm. Acesso em: 21 julho 20. À luz do artigo citado, leia o acórdão do STJ exarado nos Embargos de Divergência do Recurso Especial nº 1.628.974/SP (www.stj.jus.br), em que se discutiu a pretensão da execução, em território brasileiro, de dívida de jogo contraída legalmente em território estrangeiro e se posicione, justificadamente, sobre a incidência ou não da “ordem pública” para a solução da controvérsia. Na sua opinião, a decisão do acórdão é ou não correta, conforme parâmetros legais? Resposta Questão Discursiva 1 1 O art. 814, caput e §2º do CC afirmam que as dívidas de jogos não obrigam o pagamento, exceto em casos de jogos legalmente autorizados. O STF já afirmou em decisões monocráticas que a cobrança de dívida de jogo atenta contra a ordem pública, sendo os jogos de azar considerados uma contravenção penal, conforme art. 50 da Lei de contravenções penais. O art. 17 da LINDB retira a eficácia dos atos e sentenças que ofendem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Com bases nesses dispositivos, há ofensa da ordem pública, sendo, portanto, incorreta a decisão, uma vez que muito embora o jogo de azar seja atividade lícita nos EUA, é uma atividade, ainda, ilícita no Brasil. Em trecho do voto da CR 10.416/STF, o Min. Marco Aurélio afirma que referendar o enriquecimento ilícito perpetrado pelo embargante representaria afronta muito mais significativa à ordem pública do ordenamento pátrio do que admitir a cobrança da dívida de jogo. Assim, com esse pensamento, ressalta-se uma ofensa de um conjunto de valores dispostos no ordenamento jurídico brasileiro. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%204.657-1942?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657compilado.htm Questão Discursiva 2 – Valor máximo: 15 pontos “A competência internacional da autoridade judiciária brasileira pode ser concorrente ou exclusiva. A competência é concorrente quando não exclui a possibilidade de o processo correr em foro estrangeiro. Também é conhecida como competência relativa, alternativa ou cumulativa. Não impede que a mesma demanda corra em tribunal estrangeiro nem que a sentença proferida por este seja homologada no Brasil. A competência é exclusiva, absoluta ou necessária, quando a ação só puder ser proposta perante o Judiciário brasileiro, impedindo a homologação, no Brasil, de sentença estrangeira que tenha versado sobre matéria de competência exclusiva do Judiciário brasileiro.” PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9.ed. Salvador: JusPodivm, 2017, p.696. Cite e explique uma das hipóteses legais de competência internacional exclusiva previstas no Código de Processo Civil vigente (Lei nº 13.105/2018). Se possível, enriqueça sua resposta com um exemplo fático. Resposta Questão Discursiva 2 1 O inciso II do art. 23 do Código de Processo Civil expõe uma hipótese de competência internacional exclusiva, na qual compete à autoridade judiciária brasileira, em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. A Sentença Estrangeira Contestada, SEC 0192483-44.2016.3.000.0000 EX 2016/0192483-0, tratou do caso de uma norte-americana, casada, residente nos EUA, que requeria a homologação de sentença proferida pela Corte de Sucessões do Condado de Nova Iorque, que teria reconhecido seu direito a 50% dos bens situados no Rio de Janeiro, deixados por brasileiro. Houve alegação de incompetência absoluta do judiciário estrangeiro em ofensa ao art. 23, II do CPC. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
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