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O espaço na arquitetura APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo! Você já parou para pensar como poderia ser conceituada a arquitetura em si? Seria a arquitetura a arte do espaço? Este conceito foi concebido por historiadores da área quando o espaço como conceito arquitetônico surgiu na Europa do final século XIX (SILVA, 1998; PIRES, 2011). O espaço tem uma importância fundamental na arquitetura, porque é nele onde serão realizadas as mais variadas atividades humanas. Portanto, é imprescindível entender que arquitetura, além da forma, é o espaço interior, o ambiente em que vivemos. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai estudar a definição de espaço e como ele pode ser utilizado como meio de criação na arquitetura. Você também vai identificar os principais elementos que dão forma ao espaço arquitetônico. Por fim, será explorada a abordagem quanto ao protagonismo do espaço na arquitetura e a importância de desenvolver um olhar para o espaço interno de uma construção. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o conceito de espaço na arquitetura.• Identificar o espaço como elemento de criação.• Reconhecer o espaço como o protagonista do projeto arquitetônico.• DESAFIO Faz parte do ofício de ser arquiteto saber identificar e compreender os elementos que fazem parte de um projeto de arquitetura, para que assim possa utilizá-lo (ou não) como referência para seus projetos futuros. Confira o arquivo abaixo e veja se você já sabe como identificá-los: INFOGRÁFICO Compreender de que maneira os elementos do espaço podem ser utilizados como ferramenta de criação é fundamental. A organização e composição dos planos de fechamento de uma edificação (piso, paredes e cobertura) fazem parte do processo de projeto em arquitetura. Cabe a você dominar esta linguagem arquitetônica através do uso acertado dos elementos para promover espaços adequados às necessidades das pessoas, levando em consideração tanto a aparência externa da edificação quanto a interna. Neste Infográfico são apresentados os tipos de elementos que compõem o espaço arquitetônico e exemplos de como arquitetos trabalharam essas formas para atingir o resultado desejado em seus projetos. CONTEÚDO DO LIVRO A associação entre arquitetura (forma) e espaço (vazio) pode parecer um tanto estranha à primeira vista. Porém, o espaço é a ferramenta através da qual o arquiteto trabalha a organização, a estrutura e o projeto de determinado espaço é o que constitui o espaço arquitetônico, o ambiente construído. A história da arquitetura corresponde à história das concepções espaciais produzidas pelo ser humano para promover espaços onde serão realizadas as atividades das pessoas. Compreender o espaço como meio de criação e protagonista na cena arquitetônica é um aspecto importante para o aprendizado de projetar. Para entender melhor sobre o conceito de espaço e sua importância para a arquitetura, leia o capítulo O Espaço na Arquitetura, do livro Introdução ao projeto arquitetônico, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Cássia Morais Mano O espaço na arquitetura Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir o conceito de espaço na arquitetura. Identificar o espaço como elemento de criação. Reconhecer o espaço como protagonista do projeto arquitetônico. Introdução Enquanto a ferramenta de um escritor é a linguagem, o arquiteto tra- balha com o espaço, utilizando as formas como meio para desenvolver o projeto de um lugar. A partir da escolha das características desejadas para o espaço (materiais, cores e volumes), a arquitetura se desenvolve projetando, organizando e transformando as propriedades físicas dos espaços. O que é espaço na arquitetura? Quais são os elementos que com- põem o espaço? Essas são algumas questões pertinentes para que você compreenda melhor a importância do espaço na arquitetura, e serão respondidas no decorrer da leitura. Neste capítulo, você vai compreender a definição de espaço na ar- quitetura a partir da exploração do conceito e com os principais autores da área, além de identificar o espaço como elemento de criação e pro- tagonista do projeto arquitetônico. O espaço na arquitetura O espaço como conceito arquitetônico surgiu na Europa no fi nal século XIX. Esse conceito foi concebido por historiadores da arte e da arquitetura que defi niram a arquitetura como a arte do espaço (SILVA, 1998; PIRES, 2011). O espaço é a essência da arquitetura e, diferentemente de outros campos disciplinares, o espaço arquitetônico pode ser percebido pelas formas que o limitam (geometria), ou seja, o espaço é decorrente de uma ação humana criadora, que é o ato de projetar (LEITÃO; LACERDA, 2016). Esse contraste entre espaço e ambiente construído pode ser observado no Panteon, em Roma (Figura 1). A forma do espaço – área interna do Panteon – é apreendida por meio da percepção dos elementos da massa que fazem parte da sua compo- sição, e é quando a arquitetura começa a surgir. Logo, um dos objetivos do projeto arquitetônico é criar layouts espaciais que proporcionem a realização adequada das atividades humanas (LANG et al., 1974). Então, o que é espaço na arquitetura? Segundo Leitão e Lacerda (2016, p. 811), é um espaço criado, originado – e não apenas modificado ou transformado – pela e para a ação humana, ante um ambiente natural que se dá como espaço para o homem, preexistente, portanto, a qualquer ação humana. Complementando essa definição, Lawson (2005) descreve o espaço arquite- tônico como “recipientes” criados para acomodar, separar, estruturar, organizar, facilitar, aumentar e, até mesmo, comemorar o comportamento humano. Sem a edificação, não existe o espaço na arquitetura (SILVA, 1998), então, devemos estudar o que dá a forma ao espaço para que possamos compreendê-lo como um elemento de criação. Figura 1. Panteon – o espaço arquitetônico (interno) e a forma da edificação (arquitetura). Fonte: Ching (2013, p. 95). O espaço na arquitetura2 O arquiteto e teórico Christian Norberg-Schulz, em seu livro Existência, espaço e arqui- tetura (1971), faz uma análise do espaço arquitetônico por meio de suas características morfológicas: elementos compositivos (descrição das características físico-espaciais); relação entre interior e exterior (análise do lugar e seu entorno); extensão (desníveis, características topográficas); delimitação do espaço (fechamentos horizontais, verticais, forma e volume do espaço); escala e proporção (visualização macro, média e micro do espaço); direções (sentido horizontal e vertical – eixos X e Y, orientação solar) e ritmo (percursos, aspectos temporais, centralidade e domínio). Espaço como elemento de criação O espaço na arquitetura é o resultado de uma ação de projeto que o limita pela forma. Essa relação entre forma e espaço pode ser investigada e percebida em diferentes escalas (CHING, 2013), como ocorre com a Praça São Marcos, em Veneza, por exemplo. Enquanto cada uma das edifi cações constitui um espaço arquitetônico por si só (campanário, basílica e palácio), o conjunto de edifi cações confi gura um espaço arquitetônico externo que é a própria Praça São Marcos. Nesse sentido, é importante considerar que a forma da edifi cação causará um impacto no espaço urbano. Logo, também é papel do arquiteto compor um pano de fundo com esse tecido urbano existente (CHING, 2013). Projetar edificações é preocupar-se com a forma e com a percepção do usuário, essencialmente por meio da visão. Assim, o espaço arquitetônico é planificado a partir de desenhos que representam a forma (HARTENTHAL; ONO, 2011): plantas baixas, cortes, fachadas e perspectivas. Em relação à forma da edificação, você vai estudar um pouco mais sobre os elementos que compõem o espaço arquitetônico, que são: plano base,plano de cobertura e planos verticais (Figura 2). 3O espaço na arquitetura Figura 2. Croqui Casa Cubo, Chile. O espaço arquitetônico: elementos horizontais e verticais Segundo Ching (2013), a forma tridimensional (3d – três dimensões) destaca o volume do espaço que a rodeia e defi ne um lugar a partir dos seus limites. O autor descreve os espaços arquitetônicos utilizando os elementos horizontais e verticais que os compõem, cuja organização confi gura tipos específi cos de espaço. Os elementos horizontais referem-se ao plano-base, e os elementos verticais são os que limitam as laterais do espaço arquitetônico. A criação do espaço arquitetônico vai depender da confi guração desses elementos e do propósito, ou seja, da intenção que o projetista pretende dar ao projeto. De nada adianta o aluno conhecer os elementos que compõem a criação do espaço se não souber utilizá-los como linguagem arquitetônica. Em outras palavras, se a linguagem projetual é limitada, as soluções possíveis para o problema arquitetônico também são limitadas. Por isso, você vai ver os prin- cípios essenciais dessa linguagem arquitetônica em exemplos que esclareçam as intenções propostas pelos arquitetos. O espaço na arquitetura4 Plano-base: plano horizontal disposto sobre um fundo contrastante que define um espaço simples. Para que ele possa ser claramente diferen- ciado do entorno, deverá apresentar uma cor ou uma textura diferente. Exemplo: a área gramada do Bryant Park, em Nova Iorque (Figura 3). O propósito de estabelecer um plano-base nesse exemplo é indicar para o usuário do parque que aquela área tem regras próprias. Na área gramada, não é permitido o uso de cadeiras; geralmente, as pessoas sentam sobre a grama utilizando, ou não, toalhas. Em eventos específicos, a área gramada funciona como uma plateia para concertos, apresentações de filmes ao ar livre ou peças de teatro. Figura 3. Bryant Park, em Nova Iorque – exemplo de plano-base gramado. Fonte: pisaphotography/Shutterstock.com. 5O espaço na arquitetura Plano-base elevado: plano horizontal deslocado acima do nível do solo, criando uma superfície elevada que interrompe o fluxo espacial, conferindo um espaço de destaque que mantém a continuidade visual. Exemplo: plano elevado em frente à Neue Nationalgalerie, em Berlim (Figura 4), funcionando como uma transição entre os espaços externo e interno do edifício. A elevação do plano cria uma espécie de plataforma que dá sustentação visual e estrutural ao edifício, além de realçar o edifício ao erguê-lo propositalmente do contexto imediato. Figura 4. Neue Nationalgalerie, em Berlin – exemplo de plano-base elevado. Fonte: mikolajn/Shutterstock.com. Plano-base rebaixado: plano horizontal abaixo do nível do solo, cujas superfícies verticais da depressão configuram o limite espacial. Exemplo: no Memorial 9/11, em Nova Iorque, dois planos horizontais rebaixados marcam o local onde ficavam as Torres Gêmeas (Figura 5). Esses vazios no espaço arquitetônico fazem uma analogia ao vazio sentido pelas famílias das vítimas, e a inexistência de escadas para acesso ao fundo dos planos reforça ainda mais essa ideia por conta da inacessibilidade. A profundidade da área rebaixada enfraquece a relação desses planos com o entorno, reforçando-os como espaços distintos no Memorial. O espaço na arquitetura6 Figura 5. Memorial 9/11, em Nova Iorque – exemplo de plano-base rebaixado. Fonte: Nick Starichenko/Shutterstock.com. Plano de cobertura: plano horizontal acima do solo que define um espaço arquitetônico entre o solo e o plano-base. O plano de cobertura tem a capacidade de configurar um volume no espaço. Exemplo: Mar- quise no Parque Ibirapuera, em São Paulo (Figura 6). Essa cobertura tem a função de definir um percurso no parque, conferindo acessos aos edifícios. A opção pela forma orgânica, com curvas em seus limites, faz com que a marquise penetre nos espaços verdes de forma fluida, como se fizesse parte do parque. Figura 6. Parque Ibirapuera, em São Paulo – exemplo de plano de cobertura marquise. Fonte: Diego Grandi/Shutterstock.com. 7O espaço na arquitetura Plano vertical: planos verticais, perpendiculares ou inclinados em relação ao solo que definem os limites visuais do campo espacial. Exem- plo: planos verticais paralelos em vidro do Memorial de los Detenidos Desaparecidos, no Uruguai (Figura 7). Os planos paralelos configuram um trajeto estreito, onde a circulação é interrompida, forçando o pedestre a retornar ao ponto de acesso. Isso faz uma alusão à interrupção das vidas dos desaparecidos de maneira brusca. Esses planos são de vidro, onde estão dispostos os nomes dos desaparecidos. Sua posição em diagonal em relação ao plano-base (que delimita o espaço do memorial) referencia a mudança de rota política do país, que passou por um regime de exceção (LAUANDE, 2016). Figura 7. Memorial Los Detenidos Desaparecidos, Uruguai – exemplo de plano vertical. Fonte: Juárez Becerra (2018). O espaço na arquitetura88 Para compreender melhor os elementos que compõem o espaço arquitetônico, recomenda-se a leitura do Capítulo 3 do livro Arquitetura: forma, espaço e ordem, de Francis D. K. Ching. O referido capítulo trata sobre a relação entre as formas construídas e o espaço, além de discutir os impactos das soluções formais no espaço circundante. Fonte: Ching (2013, p. 98-99). 9O espaço na arquitetura 9 Espaço: o protagonista do projeto arquitetônico Se você procurar em um dicionário o signifi cado do termo arquitetura, encon- trará a seguinte defi nição: “[Do lat. architectura.] 1. Substantivo feminino. Arte de criar espaços organizados e animados, por meio do agenciamento urbano e da edifi cação, para abrigar os diferentes tipos de atividades humanas.” (FERREIRA, 2004). Ao discutirem sobre o que é Arquitetura, estudiosos refl etiram sobre a importância e o papel desempenhado pelo espaço. Segundo Zevi (1996), as fachadas de uma edifi cação encerram a parte mais importante da arquitetura, que é o espaço, ou seja, o autor o coloca como protagonista da arquitetura. A arquitetura diz respeito ao projeto, organização e transformação das propriedades físicas do espaço (BLESSER; SALTER, 2007). Diferentemente de outras formas de arte, o caráter essencial da arquitetura está em seu vocabulário tridimensional, que inclui as pessoas (ZEVI, 1996). A Figura 8 apresenta exemplos de obras de arte, além de dois exemplares arquitetônicos: a pintura de Monet (representação em duas dimensões); a escultura de Rodin (atuando em três dimensões, porém as pessoas a observam externamente); a instalação de Kapoor (atua em três dimensões, as pessoas podem adentrar a obra, contudo seu propósito é a exploração das sensações, é efêmera, não são realizadas atividades permanentes pelas pessoas em seu interior); e, por fim, o Jardim Botânico de Curitiba e o Museu do Amanhã localizado na cidade do Rio de Janeiro, edificações que promovem espaços para as atividades cotidianas das pessoas. O aspecto central da arquitetura é o espaço. Para projetar é necessário conceber e pensar sobre o espaço arquitetônico que nos rodeia, traduzindo suas características por meio dos elementos revelados pela forma construída (DURSUN, 2009). O espaço arquitetônico é elemento primordial, os volumes são o resultado da organização do espaço, são meios para os fins, que são os vazios onde acontecem as atividades humanas. Segundo Holanda (2013, p. 24), pensar sobre o espaço como protagonista é curioso porque vai contra o senso comum “que vê, por exemplo, uma sala como resultado de paredes, piso e teto, não a composição destes últimos como decorrência do tipo de ambiente que se quer criar na sala; ou que vê o espaço de rua como resultado das casas lindeiras, não estas como meio para definir certa ambiência urbana”. O espaço na arquitetura10 Figura 8. Artes Plásticas vs. Arquitetura. a) Mulher com sombrinha, de Claude Monet (1875); b) Pensador, de Auguste Rodin(1902); c) exterior de Leviathan, de Anish Kapoor (2011); d) interior da imagem (c); e) Jardim Botânico de Curitiba, do arquiteto Abrão Assad (1991); f) Museu do Amanhã (Rio de Janeiro), do arquiteto Santiago Calatrava (5015). Fonte: Everett - Art (imagem a); Yuliia Fesyk (imabem b); Michel Piccaya (imagens c e d); Marcio Jose Bastos Silva (imagem e); R.M. Nunes (imagem f)/Shutterstock.com. a) b) c) d) e) f ) 11O espaço na arquitetura Sobre a importância do espaço na arquitetura, vale observar exemplos em sua cidade. Procure caminhar pelas ruas e observar os prédios públicos, onde você possa entrar para conhecer os espaços internos. Procure refletir sobre a época em que o prédio foi construído, tente imaginar o porquê daquele espaço ter sido concebido com aquelas características. Por exemplo: se você for à igreja mais antiga da sua cidade, vai reparar no pé-direito alto, que confere a sensação de pequenez às pessoas; o altar em plano elevado e a marcação no teto da área destinada ao altar, representando a importância daquele espaço para a cerimônia; possivelmente, a presença de aberturas na parte superior, iluminando o espaço de maneira que você tenha a sensação de estar em um local sublime. Faça esse exercício em sua cidade! 1. Marque a alternativa correta com relação ao conceito de espaço na arquitetura. a) Corresponde ao plano horizontal acima do nível do solo. b) Corresponde ao espaço transformado para acomodar as atividades humanas. c) A definição de espaço na arquitetura não é relevante. d) Espaço em arquitetura é tudo aquilo que não é delimitado. e) Corresponde ao espaço construído compreendido em duas dimensões. 2. Vamos imaginar que você foi solicitado para projetar um palco em uma praça na sua cidade. Considerando o projeto arquitetônico desse espaço e a necessidade de visualização, qual desses elementos seria a melhor solução para o problema? a) Elaboração de um plano- -base bem definido. b) Criação de um elemento vertical. c) Desenvolvimento de um plano de cobertura. d) Definição de um plano- -base elevado. e) Elaboração de um plano- -base rebaixado. 3. Segundo o autor Bruno Zevi, no livro Saber ver a arquitetura, a análise de espaço como protagonista da arquitetura corresponde à compreensão de que: a) a única importância na arquitetura deveria ser dada ao espaço. b) a aparência das edificações não tem relevância. c) os arquitetos sempre se preocuparam com o espaço interior do edifício. O espaço na arquitetura12 d) a história da arquitetura é a história das concepções formais. e) o reconhecimento da arquitetura se dá a partir do espaço. 4. Sobre a importância do espaço na arquitetura, marque a opção correta. a) Estudos que revelam a importância do espaço arquitetônico foram produzidos pelos teóricos da arquitetura somente no século XXI. b) Ao realizar um projeto, o arquiteto cria a forma da edificação a partir dos elementos que compõem o espaço arquitetônico. c) Configurar espaços arquitetônicos adequados é o objetivo principal da arquitetura. d) Configurar formas arquitetônicas é o objetivo principal da arquitetura. e) O espaço arquitetônico dispensa a preocupação com as atividades realizadas pelas pessoas porque sua importância reside nos acabamentos internos. 5. Um dos seus colegas de aula está com dificuldade em compreender a relação entre forma e espaço na arquitetura. Qual dessas alternativas contêm uma explicação sobre esse assunto? a) A forma da arquitetura se dá a partir da delimitação do espaço. b) O espaço urbano não é produto da relação forma e espaço. c) A relação entre forma e espaço é desigual, e a forma é o elemento mais relevante na arquitetura. d) A relação entre forma e espaço é desigual, e o espaço é o elemento mais relevante na arquitetura. e) A forma e o espaço na arquitetura são independentes. BLESSER, B.; SALTER, L. R. Spaces speak, are you listening? Experiencing aural architecture. Cambridge, MA: MIT Press, 2007. CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaç o e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. DURSUN, P. Architects are talking about space. In: Proceedings of the 7th International Space Syntax Symposium. Stockholm: KTH, 2009. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. HARTENTHAL, M. W.; ONO, M. M. O espaço percebido: em busca de uma definição conceitual. Arquitetura Revista, v. 7, n. 1, p. 2-8, jan./jun. 2011. HOLANDA, F. 10 mandamentos da arquitetura. Brasília: FRBH, 2013. 13O espaço na arquitetura JUÁREZ BECERRA, I. Memorial en recordación de los detenidos desaparecidos. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%22Memorial_en_recordaci%C3%B3n_ de_los_detenidos_desaparecidos%22,_Parque_Vaz_Ferreira,_Montevideo._Autores_ Arq._Martha_Kohen_y_Ruben_Otero._Inaugurado_el_10_de_diciembre_de_2001. jpg>. Acesso em: 9 abr. 2018. LANG, J. T. et al. Designing for human behavior: architecture and the behavioral sciences. Stroudsburg, PA: Dowden, Hutchinson & Ross, 1974. LAUANDE JUNIOR, F. Método de ensino para projeto de arquitetura: uma proposta. São Paulo: Cia do Ebook, 2016. LAWSON, B. How designers think: the design process demystified. 4nd ed. Amsterdam: Elsevier, 2005. LEITÃO, L.; LACERDA, N. O espaço na geografia e o espaço da arquitetura: reflexões epistemológicas. Cadernos Metropolitanos, v. 18, n. 37, p. 803-822, set./dez., 2016. NORBERG-SCHULZ, C. Existence, space and architecture. New York: Praeger Paperbacks, 1971. PIRES, S. N. O espaço existencial e a arquitetura: contribuições de Norberg-Schulz. 81 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura, Universidade da Beira Interior. Covilhã, 2011. Disponível em: <https:// ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2340/1/O espaço existêncial e a arquitectura. pdf>. Acesso em: 30 mar. 2018. SILVA, E. Uma introdução ao projeto arquitetônico. 2. ed. rev. e amp. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1998. ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1996. O espaço na arquitetura14 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Quando um arquiteto busca uma referência de edificação é muito comum procurar por imagens que mostrem a aparência externa do edifício. Claro que esse aspecto é importante porque a forma da edificação faz parte da arquitetura, porém cabe também explorar o que vai dentro desta forma, como o espaço interno é organizado. Refletir sobre o espaço na arquitetura é compreender sobre o cotidiano das pessoas, como elas se movimentam e como percebem o ambiente construído. Nesta Dica do Professor você verá a importância de pensar o espaço na arquitetura. Você vai ver uma dica de como explorar a sua cidade e utilizar os prédios existentes como referências para seus futuros projetos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Com base no que foi estudado nesta unidade, qual o conceito de espaço na arquitetura? A) Corresponde ao plano horizontal acima do nível do solo. B) Corresponde ao espaço transformado para acomodar as atividades humanas. C) A definição de espaço na arquitetura não é relevante. D) Espaço em arquitetura é tudo aquilo que não é delimitado. E) Corresponde ao espaço construído compreendido em duas dimensões. 2) Vamos imaginar que você foi solicitado para projetar um palco em uma praça na sua cidade. Considerando o projeto arquitetônico desse espaço e a necessidade de visualização, qual destes elementos seria a melhor solução ao problema? A) Elaboração de um plano-base bem definido. B) Criação de elemento vertical. C) Desenvolvimento de um plano de cobertura. D) Definição de um plano-base elevado. E) Elaboração de um plano-base rebaixado. 3) Segundo o autor Bruno Zevi, em seu livro Saber Ver a Arquitetura, a análise deespaço como protagonista da arquitetura corresponde à compreensão de que: A) A única importância dada, na arquitetura, deveria ser ao espaço. B) A aparência das edificações não tem relevância. C) Os arquitetos sempre se preocuparam com o espaço interior do edifício . D) A história da arquitetura é a história das concepções formais. E) O reconhecimento da arquitetura dá-se a partir do espaço. 4) Sobre a importância do espaço na arquitetura é possível afirmar que: A) Estudos que revelam a importância do espaço arquitetônico foram produzidos pelos teóricos da arquitetura somente no século XXI. B) Ao realizar um projeto, o arquiteto cria a forma da edificação a partir dos elementos que compõem o espaço arquitetônico. C) Configurar espaços arquitetônicos adequados é o objetivo principal da arquitetura. D) Configurar formas arquitetônicas é o objetivo principal da arquitetura. E) O espaço arquitetônico dispensa a preocupação com as atividades realizadas pelas pessoas, porque sua importância reside nos acabamentos internos. 5) Um dos seus colegas de aula está com dificuldade em compreender a relação entre forma e espaço na arquitetura. Qual destas alternativas contém uma explicação adequada sobre este assunto? A) A forma da arquitetura dá-se a partir da delimitação do espaço. B) O espaço urbano não é produto da relação forma e espaço. C) A relação entre forma e espaço é desigual, sendo a forma mais relevante na arquitetura. D) A relação entre forma e espaço é desigual, sendo o espaço mais relevante na arquitetura. E) A forma e o espaço na arquitetura são independentes. NA PRÁTICA Nos escritórios de arquitetura, mesmo que você entregue uma representação gráfica para o cliente, nem sempre haverá a compreensão completa do espaço arquitetônico que você está propondo. Uma das melhores formas de visualizar esta relação entre forma e espaço na arquitetura é através do uso de maquetes. Confira o arquivo a seguir que trata deste assunto! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Espaço Reflita sobre o conceito de “Espaço” através da leitura do artigo teórico intitulado Espaço Dentro e Fora da Arquitetura, de David Leatherbarrow, professor de arquitetura na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Disponível em: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Livros de arquitetura O site ARCH20 reuniu uma série de mais de 500 livros de arquitetura que estão disponíveis de forma gratuita na internet. É uma boa dica para quem quer explorar mais sobre livros teóricos importantes na área. Disponível em: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Referências arquitetônicas Para desenvolver melhor o conteúdo sobre espaço na arquitetura, uma sugestão de site sobre referências arquitetônicas é o Archdaily. A pesquisa de projetos é gratuita e os projetos são apresentados com imagens e desenhos. Disponível em: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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