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Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo! Para aprender a projetar, o arquiteto deve considerar as normativas que incidem sobre o tema. Desde uma casa até um hospital, existe uma série de legislações e normas que garantem a funcionalidade destes espaços, além de conferirem parâmetros de projeto que asseguram sua qualidade e adequação às necessidades dos usuários. Antes de iniciar o projeto, a legislação deve ser considerada, bem como o programa de necessidades do espaço, para possibilitar o lançamento correto sobre o terreno. Por esse motivo é muito importante que você acompanhe o passo a passo desde a coleta das informações legais até a composição arquitetônica, a fim de aprender parte do processo projetual em arquitetura. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá acompanhar a criação de uma pequena edificação desde a análise da legislação, passando pelo programa de necessidades, lançamento do partido e projeto arquitetônico. Dessa forma, você terá um panorama completo do exercício projetual e será capaz de elaborar suas próprias soluções arquitetônicas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as legislações que normatizam estas edificações e suas instalações.• Verificar o plano de necessidades básico.• Elaborar uma composição arquitetônica de alguma destas edificações.• DESAFIO Uma das melhores maneiras de aprender arquitetura é exercitar o cérebro através da criação de projetos. Para tanto, é necessário levar em consideração dois aspectos que devem ser explorados antes de iniciar a composição arquitetônica: - Dominar as legislações que normatizam o que se pretende projetar. - Elaborar o programa de necessidades. Seu desafio é: a) Verifique os critérios para a construção do quiosque no Código de Obras ou Edificações ou em normas técnicas. Por exemplo, equipamentos necessários, pé-direito mínimo, instalações para funcionamento (atendimento, depósito, sanitário, etc.). b) Elabore o programa de necessidades, ou seja, relacione os compartimentos que você acha necessários para esta edificação, como sanitário, sala, etc. INFOGRÁFICO A importância da legislação diz respeito a uma das condicionantes contextuais para compreender as diretrizes incidentes no terreno do projeto e os critérios construtivos estabelecidos pelo município. No Infográfico a seguir, você verá quais são as legislações pertinentes quanto à elaboração de projetos arquitetônicos na cidade, bem como suas definições. Por meio de exemplos dos principais parâmetros e leis, você ficará por dentro das regulamentações que envolvem a profissão do arquiteto. CONTEÚDO DO LIVRO A criação de pequenas edificações na cidade é orientada por normativas que estabelecem critérios para sua construção. Posto salva-vidas, ponto de ônibus e guarita fazem parte do mobiliário urbano — objetos, elementos ou pequenas construções que compõem a paisagem urbana— e são implantados sob autorização do poder público em áreas públicas ou privadas. Por isso a importância de se conhecer os aspectos referentes à legislação e outras normas que estabelecem parâmetros construtivos: o Código de Obras ou Edificações, o Plano Diretor, as Normas Técnicas e as Normas Regulamentadoras. Na obra Introdução ao projeto arquitetônico, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Criação de uma pequena composição arquitetônica e conheça mais sobre esse assunto. Boa leitura. INTRODUÇÃO AO PROJETO ARQUITETÔNICO Cássia Morais Mano Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer as legislações que normatizam essas edificações e suas instalações. � Verificar o plano básico de necessidades. � Elaborar uma pequena composição arquitetônica. Introdução A criação de pequenas edificações na cidade é orientada por normativas que estabelecem critérios para sua construção. Posto salva-vidas, ponto de ônibus e guarita fazem parte do mobiliário urbano, constituído por objetos, elementos ou pequenas construções que fazem parte da pai- sagem urbana, que são implantados sob autorização do poder público em áreas públicas ou privadas. Neste capítulo, você vai estudar aspectos referentes à legislação e outras normas que estabelecem parâmetros construtivos: o Código de Obras ou Edificações, o Plano Diretor, as Normas Técnicas e as Normas Regulamentadoras. Legislações pertinentes às edificações É preciso conhecer a legislação que normatiza os projetos que serão constru- ídos, bem como realizar um levantamento das instalações necessárias para o funcionamento das atividades a serem realizadas em determinado espaço. Quais são as normas que devemos atender para a construção de um posto salva-vidas, de um ponto de ônibus e de uma guarita? Edificações localiza- das em espaço público são consideradas mobiliário urbano, ou seja, objetos, elementos ou pequenas construções que fazem parte da paisagem urbana, implantados sob autorização do poder público em áreas públicas ou privadas. Essas edificações nem sempre são regulamentadas pelo Código de Obras ou Edificações do município; para tanto, existem normas específicas sobre os aspectos construtivos. As legislações acerca das guaritas, que costumam ser regulamentadas pelo Código de Obras, poderão sofrer modificações depen- dendo do município. O Código de Obras ou edificações estabelece critérios construtivos para a execução de projetos em determinado município, além de ser a maneira de o poder público supervisionar o que está sendo construído, garantindo as condições mínimas de habitabilidade. Alguns critérios presentes no Código de Obras ou Edificações dizem respeito às áreas mínimas dos ambientes: pé-direito, largura de circulações, dimensionamento de escadas e rampas, vãos de iluminação e ventilação, entre outros (Figura 1). Outra legislação importante é o Código Civil (Lei nº10.406/2002), que traz normas sobre o direito de construir garantindo a privacidade dos vizinhos (BRASIL, 2002). Por exemplo, o Código proíbe que sejam construídas janelas com visibilidade frontal a menos de 1,50 m da construção do vizinho, e estabelece o limite de 0,75 m de distância para janelas com visão lateral (Figura 2). Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)2 Figura 1. Organização dos itens conforme o Código de Obras. Fonte: adaptada de Porto Alegre (1992). Figura 2. Limite da janela do vizinho. Fonte: Alessio (2013). O Plano Diretor é o instrumento que propõe a ocupação do território mu- nicipal, estabelece parâmetros urbanísticos, delimita áreas urbanas e rurais, traça diretrizes viárias para futuras conexões na cidade, buscando assegurar a mobilidade, a sustentabilidade e o atendimento das demandas da população (Figura 3). Podemos citar como diretrizes urbanísticas: atividades permitidas em determinado zoneamento urbano, altura máxima das construções, recuos 3Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) (frontal, laterais e de fundos), taxa de ocupação, áreas permeáveis e livres de construção, índice de aproveitamento, entre outros. Figura 3. Estrutura do Plano Diretor. Fonte: adaptada de Porto Alegre (2010). As NBRs (Normas Técnicas Brasileiras) são regramentos, diretrizes, ca- racterísticas e orientações acerca de determinado objeto, projeto ou processo, emitidas e divulgadas pela entidade privada ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Embora não tenham, em geral, força de lei, suas diretrizes visam orientar os profissionais acerca dos materiais disponíveis, da compa- tibilização de etapas de projeto e da padronização de processos construtivos. As normas técnicas também poderãoser produzidas por outros órgãos oficiais com competência para essa tarefa como, por exemplo, o Corpo de Bombeiros, estabelecendo regras e diretrizes para a sinalização de emergência (GOIÁS, 2014a). No Brasil, também temos as NRs (Normas Regulamentadoras), que Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)4 discorrem sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e à ergonomia no trabalho. Por exemplo, a NR-6 trata do uso de equipamentos de proteção individual, garantindo a integridade física do trabalhador (BRASIL, 1978). Para a execução da obra, é fundamental que a construtora atenda às normas regulamentadoras para garantir a segurança dos empregados. O pro- jetista deverá buscar o máximo de informações possíveis sobre as legislações e normas que regulamentam os projetos. Vamos examinar cada caso a seguir. � Posto salva-vidas: consiste em uma pequena edificação próxima a áreas de lazer público, localizada junto a praias, cachoeiras, lagoas, entre outros (Figura 4). Sua função é abrigar profissionais de salva- mento e/ou técnicos em primeiros socorros e equipamentos utilizados para salvamento, além de permitir a maior visibilidade das áreas de banho utilizadas pelos usuários. A Norma Técnica 16/2014 estabelece que o posto salva-vidas deverá ter: ponto de observação elevada com espaço para o socorrista, cuja altura será definida pelas características de cada campo visual de cada área a ser atendida e proteção solar. É imprescindível que o socorrista possa visualizar toda área protegida (GOIÁS, 2014b). Figura 4. Exemplo de posto salva-vidas na cidade do Rio de Janeiro. Fonte: Garcia (2015). 5Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) � Ponto de ônibus: é um mobiliário urbano que, além de atender à sua função, deve estar bem inserido no sistema de transportes públicos de uma cidade e na paisagem urbana (Figura 5). Algumas prefeituras estabelecem faixas de serviços para a localização de mobiliário urbano e infraestrutura, de forma que não atrapalhe o fluxo de pedestres nas calçadas, permitindo maior acessibilidade. A NBR 14.022/2011 visa proporcionar acessibilidade e segurança à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura e condição física ou sensorial, bem como aos equipamentos e elementos que compõem o sistema de transporte coletivo de passageiros (ASSOCIAÇÃO BRASI- LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011). O ponto de ônibus, segundo a NBR 14.022/2011, é uma área específica localizada ao longo do trajeto do transporte público, que permite o embarque e desembarque de pas- sageiros (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011). A NBR 9.050/2015 trata da acessibilidade aos espaços urbanos e discorre sobre a necessidade de piso tátil em áreas de embarque e desembarque de passageiros do transporte público (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Figura 5. Exemplo de ponto de ônibus. Fonte: photodonato/Shutterstock.com. Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)6 � Guarita: são locais de vigilância capazes de controlar a acessibili- dade à determinada edificação (Figura 6). Geralmente, os Códigos de Obras e Edificações possuem critérios específicos para a construção de guaritas, cujos parâmetros poderão variar conforme o município. A implantação das guaritas deverá considerar a paisagem do local, e não poderá ser instalada quando desvalorizar as características locais ou sobrecarregar o espaço de localização. Por exemplo, em uma calçada estreita, não poderá ser construída uma guarita, pois atrapalhará o movimento dos pedestres. Figura 6. Exemplo de guarita. Fonte: Chagas (2016). 7Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) A NBR 9.050/2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, à construção, à instalação e à adaptação do meio urbano e rural e de edificações às condições de acessibilidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015). Para garantir o atendimento universal do mobiliário urbano, recomenda-se a leitura da norma disponível no link a seguir. https://goo.gl/kkv5ln Programa de necessidades: elaboração Quando consideramos uma pequena edificação, o programa de necessidades tende a ser composto pelas funções que deverão ser atendidas pelo objeto, por vezes, os materiais a serem utilizados e, principalmente, a quantidade de usu- ários que serão atendidos no espaço. Logo, cada caso deverá ser analisado em particular, considerando as condicionantes contextuais (características físico- -espaciais do local onde será implantada a edificação) e o espaço disponível para locação da construção. Vale ressaltar que os programas de necessidades a seguir servem como referência, podendo ser modificados de acordo com as necessidades levantadas. O posto salva-vidas deverá prever um espaço para o equipamento de sal- vamento para flutuação (boia circular, ou rescue tube, e nadadeira) e máscaras descartáveis para ressuscitação pulmonar (GOIÁS, 2014b). Segundo Saudino (2015), os bombeiros criticaram as modificações realizadas nos postos de salva- mento do Rio de Janeiro, pois as edificações não apresentam escada de frente para a areia, o que permitiria uma ação mais rápida em caso de afogamento. O projetista deve estar atento às particularidades e necessidades desse tipo de mobiliário urbano. Em levantamento realizado em postos de salva-vidas nas praias do Rio Grande do Sul, Verdi (2012) identificou vários defeitos nos projetos que atrapalharam sua funcionalidade, resultando na necessidade de reconstrução total de algumas dessas edificações. Assim, podemos elaborar os seguintes itens para o programa de um posto salva-vidas: Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)8 � espaço para equipamentos de socorro, como maca, oxigênio, boias; � área elevada que permita boa visibilidade da região de proteção; � mastro para bandeira de sinalização orientando sobre as condições de uso do mar e da praia; � sanitários feminino e masculino com o pé-direito mínimo de 2,20 m; � ducha externa e lava-pés; � reservatório de água. A Figura 7 traz um exemplo de guarita inutilizada. Figura 7. Posto salva-vidas sem condições de uso. Fonte: Yaslex/Shutterstock.com. No caso do ponto de ônibus, suas funções devem ser consideradas como mobiliário urbano: ponto de espera e proteção contra intempéries, evitando elementos que obstruam a visibilidade do usuário. O ponto de ônibus não pode atrapalhar a circulação de pedestres e deve ser concebido em relação ao espaço onde será implantado. Por exemplo, um ponto de ônibus localizado em uma calçada larga poderá apresentar maiores dimensões, enquanto um ponto em uma calçada estreita deverá consistir somente em uma placa indicativa. A NBR 9Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) 9.050/2015 prevê a instalação de pisos táteis ao longo do meio fio, demarcando o local de embarque e desembarque (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015), enquanto a NBR 14.022/2011 discorre especificamente sobre os locais de embarque e desembarque: o ponto de ônibus deve ser integrado ao entorno; deve respeitar faixa livre mínima de 1,20m em condições de segurança e conforto para a circulação de pedestres e pessoas com deficiência em cadeira de rodas (salvo casos especiais, admite-se faixa livre de 0,90m); deve disponibilizar espaço para assento e cadeira de rodas, além de cobertura para a proteção contra intempéries (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011). Assim, podemos elaborar os seguintes itens para o programa de um ponto de ônibus localizado em uma calçada ampla: � área de assento para, no mínimo, cinco pessoas,com espaço para cadeirante; � cobertura de proteção contra intempéries; � local para posicionamento de mapa com as linhas atendidas no ponto; � lixeira; � identificação do ponto de ônibus. A guarita corresponde ao local de controle de acesso de pedestres e veícu- los, realizado por medidas de segurança, e geralmente está localizada próximo ao alinhamento do terreno. Deverá ser construída de forma que não obstrua a paisagem, observando uma localização estratégica que permita a melhor visualização de quem passa pelo local. Quanto ao espaço interno, podemos estabelecer o seguinte programa: � considerar o número mínimo de um guarda para seu pré-dimensionamento; � por ser um espaço de permanência, considerar o pé-direito mínimo de 2,60 m; � circulação adequada mínima de 0,80 m, sem obstáculos físicos; � área para sanitário (pé-direito mínimo de 2,20 m) e copa (opcional); � área de bancada para monitores de vigilância; � elevar o piso em relação ao terreno para possibilitar maior visibilidade. Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)1010 O portal PROJETAR.ORG é uma ferramenta que visa conectar estudantes universitários por meio de concursos de projetos ligados a temas atuais, nos mesmos moldes de concursos profissionais de arquitetura. Vale a pena conferir os premiados do concurso 022 do Portal Projetar.org, Parada de Ônibus. https://goo.gl/jN6tYT Mãos à obra: elaborando um projeto de guarita Vamos elaborar uma composição arquitetônica para uma guarita, considerando o seguinte programa de necessidades: � considerar o número de dois guardas para o seu pré-dimensionamento; � considerar o pé-direito mínimo de 2,60 m; � circulação adequada mínima de 0,80 m, sem obstáculos físicos; � área para sanitário (pé-direito mínimo de 2,20 m) e copa (opcional); � área de bancada para monitores de vigilância; � elevar o piso em relação ao terreno para possibilitar maior visibilidade; � material a ser utilizado na construção: placas cimentícias de 1,20 m x 2,40 m. Supondo que não seja permitida a construção sobre o recuo frontal de 4m, a guarita deve estar localizada a partir do recuo. Considerando os parâmetros urbanísticos (afastamento frontal) e o programa de necessidades, o arquiteto poderá realizar o lançamento da composição arquitetônica, cujo resultado final será o projeto arquitetônico devidamente representado por gráficos (Figura 8). 11Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) 11 Figura 8. Projeto arquitetônico da guarita. Sala de vigilância A: 6 m2 Piso cerâmica 30 x 30 cm Pé-direito forro: 2,80 m Copa A: 1,35 m2 Piso cerâmica 30 x 30 cm Pé-direito forro: 2,80 m Sanitário A: 2,00 m2 Piso cerâmica 30 x 30 cm Pé-direito forro: 2,20 m Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)12 Antes de desenvolver qualquer projeto de pequena edificação, o arquiteto deverá se informar sobre as normativas que regimentam o uso do espaço público na cidade onde o projeto será implantado. Além disso, é importante a caracterização das condicionantes contextuais (localização, espaço disponível para o projeto, visuais) e do programa de necessidades do projeto. Sem esses elementos, o arquiteto não conseguirá produzir uma solução arquitetônica de qualidade. 1. O ofício do arquiteto depende do levantamento das informações acerca dos parâmetros urbanísticos que incidem sobre o terreno onde será implantado o projeto, pois essas questões fazem parte de uma legislação importante que determina como ocorrerá a expansão e o ordenamento urbano na cidade. Essa definição corresponde a qual tipo de legislação? a) Código de obras ou edificações. b) Plano diretor. c) Programa de necessidades. d) Norma técnica. e) Aprovação de projetos. 2. Entre os aspectos relacionados a seguir, qual deles constitui um critério construtivo regulamentado pelo Código de Obras ou Edificações de uma cidade? a) Recuo frontal. b) Atividade permitida no terreno. c) Necessidade de piso tátil para identificação de obstáculos. d) Índice de aproveitamento. e) Pé-direito. 3. Considere a seguinte afirmação de Neves (1989, p. 117): “[...] obtidas as informações básicas sobre os aspectos físicos, as relativas ao terreno e suas características: a planta, a forma e as dimensões, a conformação do relevo, as orientações quanto ao sol e aos ventos, do entorno, os acessos e as que concernem à legislação pertinente, está formado o quadro das informações físicas do tema arquitetônico”. Sobre as legislações e normas que incidem sobre o terreno e a construção, é possível afirmar que: a) o Plano Diretor regulamenta aspectos específicos quanto à posição da construção no terreno, dispensando diretrizes gerais como, por exemplo, o tipo de uso do solo e a ocupação do território. b) o Plano Diretor regulamenta aspectos construtivos das edificações a serem implantadas no município como, por exemplo, 1313Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) pé-direito, áreas mínimas e licenciamento dessas construções. c) o Código de Obras ou Edificações tem como objetivo estabelecer um padrão mínimo de condições necessárias para garantir a qualidade e adequação da construção às necessidades dos usuários. d) o Código de Obras ou Edificações é determinado por lei federal, portanto, as edificações construídas em território nacional deverão atendê-lo. e) as normas técnicas brasileiras (NBRs) são desenvolvidas pelo poder público e, por essse motivo, são obrigatórias, visto que possuem força de lei. 4. Para a elaboração do projeto de uma residência, o arquiteto recebeu as seguintes informações sobre os parâmetros urbanísticos: – recuo frontal: 4 m; – recuos laterais: isento; quando houver aberturas para as divisas, a distância mínima exigida entre divisa e construção será de 1,50 m; – recuo de fundos: divisa e construção será de 1,50 m. E a seguinte informação sobre os critérios construtivos: – ambientes mínimos exigidos: sala, dormitório, cozinha e banheiro. Então, o arquiteto realizou o esboço de cinco estudos preliminares. Escolha a alternativa que apresenta o atendimento integral de todas as informações legais obtidas. a) b) 14 Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)14 c) d) e) 5. Quando o arquiteto é solicitado para projetar um mobiliário urbano (ponto de ônibus, posto salva- vidas, quiosque de informações, entre outros), os critérios para a construção dessas pequenas edificações deverão constar: a) no Código de Obras ou Edificações. b) no Plano Diretor. c) nas normas técnicas. d) no repertório arquitetônico. e) não existem normas para mobiliário urbano. 1515Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) ALESSIO, G. Janela indiscreta. 2013. Disponível em: <http://grazialessio.blogspot.com. br/2013/10/janela-indiscreta.html>. Acesso em: 7 maio 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: acessibilidade a edifica- ções, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf>. Acesso em: 4 maio 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14022: acessibilidade em veículos de características urbanas para o transporte coletivo de passageiros. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Comissoes/ DireitosFundamentais/Acessibilidade/NBR_14022-2011_Onibus_Ed4.pdf>. Acesso em: 4 maio 2018. BRASIL. Câmara dos Deputados. Lei nº 10406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF, 2002. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/ prop_mostrarintegra?codteor=247357&filename=LegislacaoCitada+-PL+4330/2004>. Acesso em: 7 maio 2018. BRASIL.Ministério do Trabalho. NR 6: equipamentos de proteção individual - EPI. Brasília, DF, 1978. Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/ NR/NR6.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. CHAGAS, V. N. Guarita com banheiro. [2016]. Disponível em: <https://fotos.habitissimo. com.br/foto/guarita-com-banheiro_193292>. Acesso em: 7 maio 2018. GARCIA, M. Uma grande conquista para o mar: prefeitura do Rio prevê construção de 31 novos postos de salvamento. 2015. Disponível em: <http://www.sosbombeirosrj. com/2015/03/uma-grande-conquista-para-o-gmar.html>. Acesso em: 7 maio 2018. GOIÁS. Secretaria da Segurança Pública. Norma Técnica nº 16: segurança em áreas de piscinas e emprego de guarda-vidas. Goiás, 2014b. Disponível em: < http://www. bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2014/03/nt-16-2014-seguranca-em-areas- -de-piscinas-e-emprego-de-guarda-vidas-nova.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. GOIÁS. Secretaria da Segurança Pública. Norma Técnica nº 20: sinalização de emer- gência. Goiás, 2014a. Disponível em: <https://docslide.com.br/documents/nt-20- -2014-sinalizacao-de-emergencia-5680f9975beab.html>. Acesso em: 7 maio 2018. NEVES, L. P. Adoção do partido na arquitetura. Salvador: EDUFBA, 1989. PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. Secretaria de Obras e Viação. Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992. Institui o Código de Edificações de Porto Alegre e dá outras providências. Porto Alegre, 1992. PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. Secretaria de Obras e Viação. Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de 2010. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre. Porto Alegre, 2010. 16 Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita)16 SAUDINO, L. Bombeiros criticam reformas de postos de salvamento no Rio. O Globo, 8 out. 2015. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/bairros/bombeiros-criticam- -reformas-de-postos-de-salvamento-no-rio-17706909>. Acesso em: 7 maio 2018. VERDI, F. C. Redesenho de posto de observação e salvamento para salva-vidas. 84 f. Mono- grafia (Bacharelado em Design) – Faculdade de Design, Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre, 2012. Disponível em: < http://www.um.pro.br/prod/_pdf/000152. pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. 1717Criação de uma pequena composição arquitetônica (posto salva-vidas, ponto de ônibus ou guarita) Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR Boas práticas de gestão no escritório devem ser observadas para o bom funcionamento e entrega dos projetos arquitetônicos. Na Dica do Professor, você verá como é importante uma rotina organizada, principalmente para trabalhos em equipe e para evitar a necessidade de refazer alguma análise ou repensar algo que já havia sido solucionado. Confira. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O ofício do arquiteto depende do levantamento das informações acerca dos parâmetros urbanísticos que incidem sobre o terreno onde será implantado o projeto, pois estas questões fazem parte de uma legislação importante que determina como ocorrerá a expansão e o ordenamento urbano na cidade. Esta definição corresponde a qual tipo de legislação? A) Código de Obras ou Edificações. B) Plano Diretor. C) Programa de necessidades. D) Norma Técnica. E) Aprovação de projetos. 2) Dentre os aspectos relacionados abaixo, qual deles constitui um critério construtivo regulamentado pelo Código de Obras ou Edificações de uma cidade? A) Recuo frontal. B) Atividade permitida no terreno. C) Necessidade de piso tátil para identificação de obstáculos. D) Índice de aproveitamento. E) Pé-direito. 3) Considere a seguinte afirmação de Neves (1989, p.117): “Obtidas as informações básicas sobre os aspectos fisicos, as relativas ao terreno e suas características: a planta, a forma e as dimensões, a conformação do relevo, as orientações quanto ao sol e aos ventos, do entorno, os acessos e as que concernem à legislação pertinente, está formado o quadro das informações físicas do tema arquitetônico.” Sobre as legislações e normas que incidem sobre o terreno e construção, é possível afirmar que: A) o Plano Diretor regulamenta aspectos específicos quanto à posição da construção no terreno, dispensando diretrizes gerais, como, por exemplo, o tipo de uso do solo e a ocupação do território. B) o Plano Diretor regulamenta aspectos construtivos das edificações a serem implantadas no município, como, por exemplo, pé-direito, áreas mínimas, e como licenciar estas construções. o Código de Obras ou Edificações tem como objetivo estabelecer um padrão mínimo de condições necessárias para garantir a qualidade e adequação da construção às necessidades C) dos usuários. D) o Código de Obras ou Edificações é determinado por lei federal, portanto as edificações construídas em território nacional deverão atendê-lo. E) as normas técnicas brasileiras (NBRs) são desenvolvidas pelo poder público, por este motivo são obrigatórias visto que têm força de lei. 4) Para a elaboração do projeto de uma residência, o arquiteto recebeu as seguintes informações sobre os parâmetros urbanísticos: -Recuo frontal: 4,00m. -Recuos laterais: isento, quando houver aberturas para as divisas, a distância mínima exigida entre divisa e construção será de 1,50m. -Recuo de fundos: divisa e construção será de 1,50m. E as seguintes informações sobre os critérios construtivos para uma residência: -Ambientes mínimos exigidos: sala, dormitório, cozinha e banheiro. Após, o arquiteto realizou o esboço de cinco estudos preliminares. Escolha a alternativa que apresenta o atendimento integral de todas informações legais obtidas. A) B) C) D) E) 5) Quando o arquiteto é solicitado a projetar um mobiliário urbano, como um ponto de ônibus, posto salva-vidas, quiosque de informações, dentre outros, os critérios para construção destas pequenas edificações deverão ser buscados: A) no Código de Obras ou Edificações. B) no Plano Diretor. C) nas normas técnicas. D) no repertório arquitetônico. E) Não existem normas para mobiliário urbano. NA PRÁTICA Uma das situações recorrentes em escritórios de arquitetura é quando o cliente chega com um projeto que exige estudo de viabilidade. Conheça a história da Rafaela: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Avaliação de fatores determinantes no posicionamento de usuários em abrigos de ônibus a partir do método da grade de atributos Tese de doutorado da Profa.Vera Bins Ely. Neste link você encontrará informações e levantamentos detalhados sobre pontos de ônibus, ergonomia, programa e avaliação de usuários. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Avaliação estética do mobiliário urbano e do uso de abrigos de ônibus por cadeirantes A dissertação de mestrado Avaliação Estética do mobiliário urbano e do uso de abrigos de ônibus por cadeirantes, da Arq. Naiana John, aborda questões acerca do mobiliário urbano e a sua relação com a estética da paisagem e com o uso dos espaços abertos públicos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Site Sobrasa O site da Sobrasa – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, apresenta várias referências de postos salva-vidas, legislações sobre o tema e artigos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!