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DÉFICIT NEUROLÓGICO FOCAL ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO · Isquêmico (AVEi) – 80% · Hemorrágico (AVEh) – 20% Para diferenciar: NEUROIMAGEM Abordagem inicial: TC DE CRÂNIO SEM CONTRASTE Objetivo: afastar hemorragia · AVEi: normal no início – lesão hipodensa em 24-72h · AVEh: lesão hiperdensa RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Vantagens no AVEi: precoce/ lacunar/ fossa posterior Melhores técnicas: difusão (DWI)/ perfusão (PWI) Difusão: conseguimos ver bem a área infartada (que morreu). Perfusão: mostra não só a área que morreu mas também aquela que está mal perfundida (área de penumbra). Diante de um AVE isquêmico – não nos importamos com os neurônios que morreram (pois não há como regenerá-los), mas o que importa é a área de penumbra, que ainda é passível de recuperação. AVE ISQUÊMICO ABORDAGEM – FASE AGUDA (primeiros 3 dias) 1. Estabilização clínica: Controlar: temperatura, sódio, glicemia HAS permissiva Reduzir apenas se: · Outra emergência (edema agudo de pulmão, dissecção de aorta,..) · Ou > 220 x 120 mmHg Droga: Labetalol (escolha) ou nitroprussiato 2. Terapia antitrombótica Trombolítico (rTPA) · ⩟t = 4,5h · PA < 185 x 110 mmHg · Sem história de AVEh e TCE/AVE nos últimos 3 meses AAS/ HEPARINA PROFILÁTICA (TVP)* · Se não fez rTPA ou · Só depois de 24h (*) Não fazer heparina em dose plena ENDOVASCULAR: trombectomia mecânica · Até 6 horas · Oclusão de grande artéria Lesão obstrutiva os neurônios ao redor morrem uma área ao redor que continua sendo nutrida pela circulação colateral continua viva (área de penumbra) o objetivo é salvar a área de penumbra. Não podemos deixar o paciente ficar hipertérmico. A glicose também não pode estar alterada (pois é o combustível do neurônio). A osmolaridade também é importante (o sódio é o grande determinante da osmolaridade) – pois os neurônios ‘incham e desidratam’ muito facilmente. Todas essas medidas são importantes para ‘pouparem’ os neurônios.· Motricidade · Linguagem Fala: área de Broca · Olhar conjugado Desvia para a lesão · Comportamento · Vontade Se a PA for reduzida – as colaterais que ainda nutrem a área de penumbra, irão deixar de perfundir a área de penumbra e estes neurônios irão morrer. Porém, se a PA estiver muito alta – e se houver outra emergência ou risco de transformação hemorrágica – nesses casos, a PA deve ser reduzida. Após a estabilização, devemos lembrar que enquanto não resolvermos a obstrução, aquela área continuará mal perfundida. Assim, o próximo passo será a terapia antitrombótica – a base é muito semelhante à conduta no IAM – porém, sempre devemos ter mais medo das complicações (e logo, seremos mais conservadores). A preferência é sempre pelo trombolítico – rTPA – ele pode ser feito desde que o delta t permita (até 4,5h); com PA bem controlada e sem contraindicações. AAS/ heparina profilática (para profilaxia de TVP não se faz heparina em dose plena na fase aguda do AVC) – devem ser feitos caso não tenha sido feito rTPA ou só depois de 24 horas. Atualmente temos ainda a terapia endovascular – o delta t = até 6 horas, e em casos de oclusão de grande artéria. ABORDAGEM – PREVENÇAO SECUNDÁRIA Depende da causa ... para definir a causa – 3 exames: 1) ECG 2) ECO 3) Duplex scan (carótidas e vertebrais) ------------------------------------------------------------------------------ EMBÓLICO (45%)Cardioembólico (FA, IAM,..), arterioembólico, ** Súbito e máximo desde o início ** · Anticoagulação plena · Se extenso: aguardar 14 dias! (tudo depende da área isquemiada) ------------------------------------------------------------------------------ TROMBÓTICO (30%)Artérias perfurantes (lacunar < 2 cm), Artérias de médio e grande calibre ** Evolução mais gradual ** · AAS, estatina, anti-hipertensivo,... · Endarterectomia/ angioplastia –o método preferencial para a abertura do vaso é a endarterectomia benefício: pacientes com estenose a partir de 70% (nos homens, poderíamos oferecer com obstrução a partir de 50%) ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) Isquemia transitória sem infarto cerebral Obs.: na maioria dos casos tem duração de 10-15 min Objetivo: investigar causa e prevenir AVE isquêmico RISCO DE AVE: ABCD2 AGE: idade ≥ 60 anos BLOOD PRESSURE: PAS ≥ 140 ou PAD ≥ 90 CLÍNICA: distúrbio da fala/ paresia, plegia* DURAÇÃO: 10-59 min/ ≥ 60 min* DIABETES (*) Pontos em dobro Escore > 3 INTERNAR Localizando o Infarto Cerebral FRONTAL PARIETAL Pé, Perna Corpo Braço Mão Face · Sensibilidade OCCIPITAL · Visão TEMPORAL · Linguagem Compreensão (área de Wernicke) · Memória (hipocampo) · Audição e música TRONCO E CEREBELO · Pares cranianos (diplopia, disfagia, vertigem,..) · Coordenação (ataxia) VascularizaçãoCirculação Anterior (Carotídea) Circulação Posterior (Vértebro-basilar) CARÓTIDA INTERNA BASILAR VERTEBRAL *Cerebral anterior *Cerebral média · TroncoCARÓTIDA EXTERNA · Cerebelo · Cerebral posterior POLÍGONO DE WILLIS RAMOS PENETRANTES Artérias lentículo-estriadas (a. cerebral média) · Cápsula interna · Gânglios da base 1º. ACHAR O LADO DA LESÃO ... PLEGIA OU OLHAR CONJUGADO PLEGIA: é cruzada DESVIO DO OLHAR: é para o lado da lesão 2º. ACHAR O VASO CULPADO ... AVALIAR A SÍNDROME 1) MOTOR + SENSITIVO FACE-BRAÇO/ AFASIA/ DESVIO DO OLHAR CEREBRAL MÉDIA 2) MOTOR + SENSITIVO PÉ-PERNA/ ABULIA CEREBRAL ANTERIOR 3) MOTOR COMPLETO CÁPSULA INTERNA (lentículo/ estriadas) 4) DIPLOPIA, DISFAGIA, ATAXIA (tronco/ cerebelo) VÉRTEBRO-BASILAR 5) DÉFICIT VISUAL CEREBRAL POSTERIOR AVE HEMORRÁGICO HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA HEMORRAGIA SUBARACNOIDE Os neurônios ao redor da área hemorrágica são comprimidos Começa com DÉFICIT FOCAL O sangramento inicia-se por fora e vai adentrando em sulcos – imagem de permeio (não comprime neurônios) não se espera um déficit focal DÉFICIT FOCAL se complicar Hemorragia Subaracnoide (HSA) CAUSAS · Mais comum: ruptura de aneurisma sacular (artéria comunicante anterior) · Jovens (10-30ª): malformação artério-venosa (AV) QUADRO CLÍNICO · Cefaleia: intensa (“pior da vida”), pode ter “sentinela” · Rebaixamento de consciência · Rigidez de nuca (após 12-24h) HSA é um quadro gravíssimo, com mortalidade elevada. Uma boa parte desses pacientes (10%) morrem antes de chegar ao hospital; 25% morrem nas primeiras 24h. E apenas 1/3 deles se recuperam. É um quadro potencialmente muito grave. É importante estratificar o paciente. Dentro das escalas utilizadas, a mais importante é a escala de Hunt-Hess ESCALA DE HUNT-HESS GRAU 1 Lúcido, leve cefaleia GRAU 2 Cefaleia + rigidez GRAU 3 Sonolento GRAU 4 Torpor, déficit focal GRAU 5 Coma Pacientes com Hunt-Hess 4/5 – elevada mortalidade. DIAGNÓSTICO TC de CRÂNIO sem contraste (imagem de permeio – descrição como lesão em imagem de “Mickey”))/ Arteriografia (localização da lesão vascular) Às vezes, ao fazer a TC, o sangramento pode ter sido mais leve, e pode não ser visualizado, porém, devido à clínica do paciente, a suspeita ainda é forte. Nesses casos, antes de descartar o diagnóstico, pode-se fazer a punção lombar. Se TC normal ... PUNÇÃO LOMBAR: · >100. 000 hemácias/ mm³ · Mantém-se após coletas sucessivas (até o 4º. Tubo) · Xantocromia O sangue, particularmente a Hb(e o heme) são metabolizados a biliverdina e a bilirrubina, podendo dar origem a pigmentos amarelados, assim, paciente com HSA pode se apresentar com líquor amarelado (xantocrômico) para que haja líquor xantocrômico é necessário um período de pelo menos 2 horas (para que a metabolização possa ter ocorrido) – em casos de acidente de punção não iremos encontrar esse aspecto xantocrômico. ESCALA DE FISHER (TC) GRAU 1 Sem sangue GRAU 2 Lâmina de sangue fina (<1 mm) GRAU 3 Lâmina > 1mm GRAU 4 Hemorragia intracerebral/ ventricular Graus 3 a 4 (particularmente 4) – são pacientes de pior prognóstico. TRATAMENTO · INTERVENÇÃO PRECOCE Até 3º dia (ou só após 14º. dia): clipagem cirúrgica ou endovascular (coil) · CONTROLE DA PA Sem intervenção: PAS < 140-160 Com intervenção: PAS <200 (?) · NEUROPROTEÇÃO Nimodipina 60mg 4/4h por 21 dias (se paciente tolerar) · ESTATINA (previne espasmo, dano cerebral,..) COMPLICAÇOES 1) Ressangramento 2) Vasoespasmo 3) Hidrocefalia 4) Hiponatremia RESSANGRAMENTO 1ª. semana (1as. 24 horas) Prevenção: intervenção precoce VASOESPASMO 3-14º. dia (acompanha com Doppler Transcraniano) Tratamento: HAS, hemodiluição e hipervolemia (3H’s) Refratários: infusão intra-arterial de papaverina, angioplastia HIDROCEFALIA Coágulo: bloqueia drenagem do LCR Tratamento: derivação ventricular externa (aguda) ou peritoneal HIPONATREMIA Existem dois mecanismos que levam à hipoNa+ Hipovolemia: síndrome cerebral perdedora de sal -> repor volume Normovolemia: SIADH -> restringir volume Hemorragia Intraparenquimatosa CAUSAS · HAS (aneurisma de Charcot-Bouchard) · Angiopatia amiloide (idosos, Alzheimer) CLÍNICA · Cefaleia · Rebaixamento do nível de consciência · Compressão de alguns grupos neuronais = déficit neurológico focal DIAGNÓSTICO · TC de crânio sem contraste Principal local de AVE hemorrágico intraparenquimatoso = PUTAME (obs.: próximo ao putame, temos a cápsula interna – a localização mais comum da HIP leva a compressão dessa estrutura pode levar levar a uma hemiplegia controlateral tal como um AVEi da cápsula) TRATAMENTO · Suspender anti-hemostáticos · Controle da PA: · PA sistólica: 140 mmHg · Atentar para PIC (manter PPC 60-80) CIRURGIA SE HEMATOMA CEREBELAR > 3cm
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