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Micoplasma, clamídia, riquétsias e anaplasma Morfologia - Corpúsculos elementares em forma de cocos ou gotas alongadas com 0,1 micra de diâmetro; - Formas alongadas com apenas 0,075 micra; - São procariontes que se diferenciam das bactérias por não possuírem parede celular rígida; - Não possuem membrana nuclear e possuem no genoma DNA e RNA; - São gram negativos, mas coram-se melhor pelo Giensa. Características culturais - Necessitam de colesterol ou algum esterol incorporado ao meio para crescerem em aerobiose; - A adição de 10% de CO2 estimula o crescimento; - Meio basal: ágar PPLO: soro de quino a 20%, extrato de levedo a 10%, penicilina 10 UI/ml, acetato de tálio a 0,25 mg/ml, pH 7.8; - Após 3 a 4 dias de incubação a 37°C, formam colônias minúsculas em forma de ovo frito. - Cultivos líquidos podem ser obtidos em meio de PPLO sem ágar; - Ovos embrionados podem ser utilizados, ocasionando a morte do embrião com 2 dias após a inoculação; - Cultivos celulares de rim, coração de galinha, conjuntiva humana, membranas embrionárias. Distribuição e patogenia: - São denominados PPLO (Pleuropneumonia Like Organims), associados a doenças respiratórias em animais e no homem. · Mycoplasma mycoides/bovis: pleuropneumonia bovina; · Mycoplasma capry, M. hyorhinis: rinite atrófica; · M. hyopneumoniae: pneumonia crônica dos suínos; · M. gallisepticum: associado com a DCR das aves. - Alguns são saprófitas encontrados no trato respiratório das aves. Pleuropneumonia (Mycoplasma bovis). Mastite (M. bovis). Rinite atrófica suína (M. hyorhinis). Mycoplasma capri. Mycoplasma gallisepticum. Conjuntivite e DCR em galinhas. Patogenia - Produzem adesinas e hemoaglutininas; - São espécies específicas; - Causam vasculites, trombose vascular e morte de tecido pulmonar; - São transmitidos verticalmente pelos ovos; - Não possuem exotoxinas; - Depende da infiltração tecidual das células de defesa. Resistência a agentes físico-químicos - Morrem a 55°C por 15 minutos; - São susceptíveis ao fenol a 1%, formalina 0,5% e cloreto de mercúrio 0,01%. Antígenos e toxinas - Em gel difusão contata-se a presença de múltiplos antígenos; - M. mycoides possui 3 componentes antigênicos, mas apenas um tipo sorológico; - Algumas espécies possuem enzimas como superoxidodesmutase; - M. gallisepticum produz neurotoxinas, hemolisinas e fatores ciliostaticos; - Fatores mitogênicos estimulam reação inflamatória. Isolamento e diagnóstico - Material: fragmentos de pulmões ou traqueia; - Meio: ágar PPLO 37°C/72h. Ordem chlamydiales Família chlamydiaceae Relação com as bactérias - Presença de DNA e RNA; - Divisão por fissão binária; - Parede celular semelhante às gram negativas; - Ribossomos presentes; - Suscetibilidade aos antibióticos; - Visibilidade ao microscópio ótico. Relação com os vírus - Multiplicação intracitoplasmática; - Inibição da síntese de DNA do hospedeiro; - Não possuem metabolismo energético. Morfologia - São microrganismos que apresentam duas fases distintas no seu ciclo evolutivo: · Corpúsculo elementar: 30 nm de diâmetro; · Corpúsculo reticulado: 1000 nm de diâmetro; - São gram negativos e coram-se facilmente por corantes básicos (Giensa). Ciclo evolutivo - Fagocitose do corpúsculo elementar (partícula infectante); - 0-8h: diferenciação em corpúsculo reticulado; - 8-12h: multiplicação por divisão binária; - 12-13h: diferenciação retrógrada para corpúsculo elementar; - 36-48h: lise celular com liberação de partículas infectantes. - A multiplicação é intracelular e para-nuclear; - Formam corpúsculos de inclusão basofílicos. Diferenciação - As estirpes podem ser diferenciadas com base na: · Composição antigênica; · No hospedeiro susceptível; · Efeito patogênico. - Contudo, elas ainda podem ser divididas em dois grupos com base na sua susceptibilidade às sulfas e com o tipo de inclusão citoplásmica: · Clamydia trachomatis (grupo A); · Clamydia psittaci (grupo B) Antigenicidade - Há dois antígenos distintos de natureza proteica; - As clamídias possuem vários sorotipos, sendo ao A, B, “Ba” e C, responsáveis pelo tracoma; - Os D, E, F, G, H, I, J e K associados com a uretrite no homem, vaginite, salpingite e endometrite na mulher e a conjuntivite de inclusão e pneumonia do recém-nascido; - Os sorotipos L1, L2 e L3 produzem o linfogranuloma venéreo. Patogenia - A Clamydia trachomatis é altamente espécie específica afetando apenas o homem; - Tracoma, conjuntivite de inclusão, linfogranuloma venéreo. - A Clamydia psitaci afeta ampla gama de animais, incluindo 130 espécies de aves; - Ornitoses, meningopneumonites; - Sintomas: sonolência, falta de apetite, eriçamento das penas, diarreia, emagrecimento e paralisias que antecedem a morte. Psitacose (zoonose): Diagnóstico - Inoculação em ovos embrionados no saco vitelino ou levantamento sorológico por RFC/ELISA. Elisa teste. Família rickettsiaceae e anaplasmaceae - Bactérias parasitas de células intestinais dos artrópodes que transmite o agente à mamíferos; - O endotélio capilar é atacado, produzindo trombos que resultam em erupções hemorrágicas. Classificação: Rickettsiaceae: - Rickettsia; - Orientia. Anaplasmataceae: - Ehrlichia; - Anaplasma; - Wolbachia; - Neorickettsia. Morfologia - São cocobacilos gram negativos pequenos de 0,3 a 0,5 micra de diâmetro máximo; Distribuição e patogenia - Parasitam originalmente os artrópodes e são transmitidos aos mamíferos. · Ricketsia rickettsii: Febre "maculosa" ou "febre das montanhas rochosas (USA)”, transmissão por carrapatos ao homem e ao cão; · Ricketsia prowazekii: Tifo epidêmico no homem. Piolho; · Ehrlichia canis: Erliquiose ou pancitopenia tropical canina; · Ehrlichia ruminantium: "Heart water". Uma septicemia aguda com alta mortalidade (África e Caribe). Carrapatos. R. humans. R. canis. Família coxiellaceae - Coxiella burnetti: “febre Q”, uma pneumonite febril raramente fatal para pequenos animais, ovinos, caprinos e homem; - Vetor: carrapatos; - É uma zoonose. - As infecções iniciam-se no sistema vascular; - Os microrganismos proliferam-se nas células endoteliais e são disseminados pela corrente sanguínea; - As células endoteliais infectadas sofrem hiperplasia, obstruindo os pequenos vasos, devido a formação de trombos; - Há febre, erupções hemorrágicas e choque devido à produção de toxinas. Cultivo - Podem ser cultivadas no saco vitelino de ovos embrionados ou em cultura de células Diagnóstico - Esfregaços sanguíneos, corados pelo Giensa; - Imunofluorescência; - Fixação de complemento/ELISA. Família anaplasmataceae Anaplasma marginale Morfologia - Estes microrganismos parasitam eritrócitos de mamíferos, existindo um artrópode no meio do ciclo; - São esféricos e se multiplicam intracelularmente, possuindo apêndices em forma de sacos; - Não são observadas organelas, como nos protozoários; - A principal bactéria é a Anaplasma marginale; - A Anaplasmose é uma doença de ruminantes, que cursa na forma aguda, subaguda e crônica, caracterizada por febre e níveis variados de anemia e icterícia; - Se não tratada, a doença aguda é geralmente fatal; - Ocorre nos países tropicais. Vacinas - Uma premunição pode ser obtida por contato com cepas vivas avirulentas. Diagnóstico - A anaplasmose é diagnosticada pela evidenciação do agente em esfregaços de sangue corados pelo giensa; - A imunofluorescência direta ou indireta pode ser utilizada.
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