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SEMIOLOGIA - SISTEMA RESPIRATÓRIO Jordana Lopes de Lucena Ângulo de Louis: é uma proeminência na região superior do esterno. Está no nível da segunda articulação controesternal, e logo embaixo dele está o 2º espaço intercostal. (Isso é importante porque a 1ª costela é difícil de ser percebida, então começamos a contar os espaços a partir do 2º; além disso, a bifurcação traqueal e o arco da aorta está no nível desse ângulo). Ângulo de Charpy: formado pelas 2 rebordas costais, e usado pra caracterizar o biotipo. Vértebra proemiente: é a 7ª vértebra cervical, e está no nível em que os ápices pulmonares se projetam na parede torácica. ANAMNESE Identificação Queixa principal (QP) ou queixa principal e duração (QPD) HDA: escutar o paciente, prestando bastante atenção, pois isso fornece as pistas para o diagnóstico. Interrogatório sintomatológico (IS) ou interrogatório sintomatológico dos diversos aparelhos (ISDA). Idade: importa bastante, pois algumas doenças podem ser predominantes em certa idade. SINAIS E SINTOMAS Dor torácica Início, intensidade, duração (aguda ou crônica), localização, irradiação, fatores desencadeante, de melhora/piora, uso de medicações, periodicidade, fatores acompanhantes, evolução e como está no momento da consulta. Causas mais comuns: isquemia do miocárdio (causa angina no peito ou infarto do miocárdio), pleurites, alterações músculo- esqueléticas, disfunções do esôfago e afecções pericárdicas. Causas psicogênicas: tensão nervosa, neurose de ansiedade e/ou depressão, síndrome do pânico. Tosse frequência, intensidade, duração (aguda ou crônica -> mais que 3 semanas), tonalidade, presença ou não de expectoração, relações com o decúbito, período do dia em que é maior sua intensidade (diurno, noturno ou diuturno), fenômenos que acompanham (vômito, tonturas e síncopes) Dispneia Início, intensidade (leve, médio ou grandes esforços (ou ainda sentado, parado) -> coisas do dia a dia que ele não está conseguindo fazer.), duração (aguda ou crônica), fatores desencadeantes, de melhora/piora, periodicidade, fatores acompanhantes, evolução, momento de consulta. Grandes esforços (subir vários lances de escada/pegar peso/ato sexual), médios esforços (andar no plano/um lance de escada) e pequenos esforços (pentear cabelo/trocar de roupa). ex: embolia pulmonar -> dispnéia tem início súbito Dispnéia de repouso: comum na asma Ortopnéia: dispnéia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a sentar ou colocar-se em posição ortostática pra ficar aliviado. Trepopnéia: dispnéia que aparece em determinado decúbito lateral. ex: derrame pleural quando se deita sobre o lado saudável (o pulmão fica incapacitado) Platipnéia: melhora da dispnéia ao deitar (síndrome hepato-pulmonar) EXAME FÍSICO Exame físico geral Tabagistas: unhas e dentes amareladas pelo fumo Cianose/baqueteamento digital Paciente pneumopata: aumento do diâmetro AP do tórax (tórax em tonel), aumento do tempo expiratório (o normal é 1:2; alteração: 1:3, 1:4 mais ou menos), taquipnéia, tiragem ou dispneia, alterações da consciência (agitação ou sonolência). Inspeção O tórax deve ser observado com o paciente sentado e deitado. Primeiro deve-se analisar o estado de consciência do paciente (ex: pacientes com enfisema pulmonar podem estar em estado torporoso) -> torporoso: sem reação a estímulos. Pele: coloração, grau de hidratação e presença de lesões elementares sólidas (ex: há tubérculos em casos de tuberculose, e nódulos no eritema nodoso) ou líquidas (ex: vesículas, bolhas, pústulas e abscessos), além de cicatrizes. Cianose: nem sempre está presente, mesmo em estados graves. Cianose central: menor saturação arterial, porque há pouco transporte de O2 até o pulmão; cianose periférica: por causa de vasoconstrição (ex: frio, baixo débito cardíaco etc). Contratura da musculatura paravertebral torácica (sinal de Ramond): pista de comprometimento pleural inflamatório homolateral. Sinal de Lemos Torres: abaulamento dos espaços interpostas durante a expiração; sinal de derrame pleural. Inspeção estática Forma do tórax, anomalias congênitas ou adquiridas etc. O biótipo do paciente pode influenciar: Normolíneo (ângulo de Charpy = 90º): Longilíneo (ângulo de Charpy < 90º): mais sujeitos a tuberculose e asma, pneumotórax espontâneo benigno e enfisema panlobular. Brevilíneo (ângulo de Charpy > 90º): Tipos de tórax Plano: redução da convexidade anterior e do diâmetro A-P, e dos espaços intercostais. Esse tipo de tórax pode ser encontrado em alguns pacientes longilíneos ou com D.P.O.C. Globoso: aumento do diâmetro A-P com horizontalização dos arcos costais. Em pacientes com D.P.O.C. do tipo “soprador rosado” e em idosos. Infundibuliforme (“tórax de sapateiro”): há uma depressão na região inferior do esterno, que geralmente é congênita. Cariniforme: proeminência na região esternal, parecendo tórax de pombo. Essa proeminência pode ser congênita ou adquirida (se for adquirida, pode ser por raquitismo na infância) Cônico: a região inferior é mais larga; comum em pacientes com ascite. Cifótico: há uma curvatura na coluna dorsal, congênita ou adquirida por postura incorreta. Escoliótico: curvatura lateral da coluna (adquirida ou congênita) Deformidades na coluna Curvaturas normais: cervical -> lordose, torácica -> cifose, lombar -> lordose, sacro-cóccix -> cifose. Essas curvaturas podem se acentuar, surgindo as deformidades. Implantação dos mamilos, lesões elementares (vesícula, mancha etc), presença de cianose, abaulamentos e retrações, presença de ginecomastia etc. Inspeção dinâmica Movimentos respiratórios, suas características e alterações. *ex: assimetria torácica na hora da respiração. Tipo respiratório: se é mais torácica ou abdominal. Em pessoas sadias sentadas é mais torácica e deitadas é mais respiração diafragmática (a parte de baixo do tórax e a superior do abdome se mexem). Importante pro diagnóstico da fadiga e da paralisia diafragmática (a parede abdominal fica mais retraída) Frequência respiratória normal no adulto (eupnéia) = 12-20 rpm. Acima do normal = taquipnéia Abaixo do normal = bradipnéia. Apneia: parada respiratória Hiperpnéia: aumento da amplitude respiratória Ritmo respiratório: Na respiração normal, o tempo de inspiração é igual ao tempo de expiração. Se forem diferentes, a respiração está anormal: Cheyne-Stokes: apnéia -> crescente -> decrescente -> apneia; é causada por insuficiência cardíaca, hipertensão intracraniana, AVC e traumatismos cranioencefálicos. É melhor ouvida do que vista. Biot: apnéia -> respiração -> apneia variável. Ex: grave comprometimento encefálico, AVC, traumatismo cranioencefálico etc. -> não tem padrão. Kussmaul: inspirações profundas seguidas de pausas -> expirações curtas também seguidas de pausas. Ex: acidose (principalmente cetoacidose diabética) Suspirosa: respiração normal intercalada com respirações amplas “suspirosas”. Associada à tensão emocional/ansiedade. Dispnéia: movimentos rápidos e amplos Tiragem normal: na respiração normal, ocorre discreta retração dos espaços intercostais (isso é mais perceptível em pessoas mais magras) anormal: quando há sofrimento respiratório, há aumento do esforço respiratório, fazendo com que ocorra retração aumentada dos espaços intercostais, supraesternal e/ou subcostal. Isso deve ser pesquisado em pacientes com respiração espontânea (sem pedir pra respirar fundo). EXEMPLO: tórax com formato atípico e simétrico, sem retrações e abaulamentos, sem cicatrizes, sem lesões elementares, pilificação normal para sexo e idade, mamilos simétricos e atípicos, curvatura fisiológica, padrão respiratório (misto, torácico ou abdominal), ritmo eupneico, ausência de tiragem, ausência do uso da musculatura acessória. Palpação Avaliar sensibilidade da pele da caixa torácica (sensibilidade superficial e profunda). Avaliar temperatura - usando o dorso da mão Avaliarlesões de pele/subcutâneo Avaliar linfonodos regionais -> se houver linfonodos isolados e endurecidos nas regiões supraclaviculares pode-se suspeitar de doença maligna Em relação ao aparelho respiratório: Expansibilidade pulmonar: checar os ápices e as bases. ápice: O paciente fica sentado e o médico fica atrás, pedindo pra que ele respire profundamente. As mãos ficam espalmadas, e devem se movimentar de maneira simétrica. bases: O paciente fica sentado também, mas as mãos ficam diferentes: Frêmito toracovocal: o frêmito toracovocal é a sensação tátil que dá pra sentir na parede torácica quando o paciente fala. Deve- se usar a face palmar da mão direita ou esquerda (principalmente dos 1,2,3 dedos). Pede-se pro paciente falar trinta e três. Face posterior: Fica à esquerda do paciente e o paciente fica de costas, e deve-se pesquisar em cada lado do hemitórax. Face anterior: o médico fica à direita. Obs: a área cardíaca e mamas atenuam a percepção do frêmito, então não indicam nenhum indicativo negativo. Patologias do parênquima pulmonar -> aumentam o frêmito (exceto nas atelectasias) Patologias da pleura -> reduzem o frêmito (ex: derrame pleural, pneumotórax). EXEMPLO: ausência de crepitações, expansibilidade preservada, simétrica e bilateral (ápice, campo médio e base), frêmito toraco-vocal preservado bilateralmente e simétrico (positivo) Percussão Começar pela face posterior, de cima para baixo, ficando atrás e à esquerda do paciente. Percutir separadamente cada hemitórax. Delimitar: áreas de macicez e timpanismo, limites inferiores do pulmão hepatimetria e espaço de Traube. 4 tipos de sons: Som claro pulmonar: nas regiões de projeção do pulmão Som clarotimpânico: no hipocôndrio esquerdo (na região do espaço de Traube) -> por causa do fundo gástrico (ar) Som submaciço: na região inferior do esterno Som maciço: na região inframamária direita/hipocôndrio direito. (presença do fígado) A percussão capta sons de até 5cm de distância do dedo percussor, então as alterações na espessura da parede torácica podem alterar o som, deixando ele submaciço ou até mesmo maciço. (ex: obesidade, edema ou hipertrofia muscular) Na face posterior, o paciente deve ficar sentado e de costas para o examinador, e o médico percute cada hemitórax simetricamente. Na face anterior, o paciente fica de frente, o médico à direita. Se ficar mais fácil, ele pode se deitar (assim dá pra percutir com mais facilidade). Alterações: Maciço/submaciço no hipocôndrio esquerdo: esplenomegalia, massas/tumores, plenitude gástrica. Timpanismo nas regiões de projeção do pulmão/região esternal: hérnia diafragmática, pneumotórax, enfisema Derrame pleural: mesmo em pequenas quantidades de líquido podem ser detectadas (quando o paciente está sentado, o líquido escorre pras regiões inferiores, perto do diafragma) Macicez/submacicez em área de projeção dos pulmões: patologias que prejudicam a distribuição de ar (ex: pneumonias, atelectasias, neoplasias, infarto pulmonar) EXEMPLO: som claropulmonar audível bilateralmente e simetricamente. Ausculta Sempre comparar os 2 lados. Primeiro, o médico fica atrás do paciente (começar pela região posterior), que deve ficar sentado em posição confortável. Depois, pede pro paciente respirar fundo com a boca (não muito rápido). *obs: depois pode-se examinar o paciente em outras posições (em pé, deitado etc), pra complementar os achados semiológicos. Deve-se auscultar toda a parte de cima da região posterior, comparando um lado com o outro. Depois, passar pra parte lateral e depois pra região anterior. Sons pulmonares normais Esses tipos de sons são formados pela turbulência do ar nas vias aéreas, principalmente nas de maior calibre. Som traqueal: audível na região de projeção da traqueia no pescoço e na região do esterno. Som tubular intenso e soproso. Tempo de inspiração < tempo de expiração, com pausa entre eles. Som brônquico: região do esterno, na região do manúbrio. Semelhante ao som traqueal, porém menos intenso. Inspiração semelhante a expiração, com pausa entre eles. Murmúrio vesicular: nas regiões periféricas dos pulmões (nas regiões longe das vias aéreas centrais). É mais forte nas regiões antero-superiores, axilares e infraescapulares e quando a respiração é pela boca. O som é suave (parece barulho das ondas do mar) e a inspiração > expiração, sem pausa, entre eles. Som broncovesicular: é o som intermediário entre o som brônquico e o murmúrio vesicular, e na região entre o 1º e 2º espaços intercostais e na região intraescapular. Inspiração semelhante a expiração, sem pausa entre eles. Alteração dos sons pulmonares normais: Condições fisiológicas com redução difusa dos sons: obesidade, musculatura Condições patológicas: redução difusa (broncoespasmo grave, edema da parede torácica e enfisema pulmonar) ou redução localizada (atelectasias, obstrução por corpo estranho, ressecção pulmonar, pneumotórax e derrame pleural). Sopro brônquico: quando há som brônquico em região onde é esperado murmúrio vesicular. Isso ocorre quando há transmissão do som da região central para a periferia, devido a algum tecido mais denso no parênquima. exemplo: pneumonia (o parênquima fica condensado pela inflamação) e tumores. Sons pulmonares anormais (ruídos adventícios) Contínuos: ocorrem quando há uma obstrução na via aérea (secreção, espasmo local, corpo estranho etc). Roncos, sibilos e estridores. estridor: produzido pela semi-obstrução da laringe ou da traquéia (obstrução, laringite, edema de glote etc). Som bem intenso e agudo, geralmente auscultado sem estetoscópio, e pode aparecer tanto na inspiração quanto na expiração. Quando a respiração é calma, não dá pra perceber tanto, mas quando é forçada dá pra ver nitidamente. Roncos e sibilos: nas vias aéreas inferiores, como resultado da vibração das paredes brônquicas (quando elas estão estreitas, por causa da espasmo, edema de parede, presença de secreção etc) Os roncos possuem frequência mais baixa (<200Hz -> som mais grave e rude) e os sibilos frequências mais altas (>400Hz -> som mais agudo e musical). O ronco aparece mais na expiração, e os sibilos pode aparecer na inspiração e/ou expiração. -> sibilo é característica de asma!. Os sibilos podem ser disseminados por todo o tórax, quando há doenças que afetam toda a árvore brônquica (ex: asma e bronquite) -> quando os sibilos são localizados em determinada região, podem indicar corpo estranho ou neoplasia. grasnido: ocorre pela abertura súbita das vias aéreas de menor calibre, geralmente por causa de doenças intersticiais pulmonares e bronquiolites. Fica nas regiões periféricas dos pulmões. Descontínuos: estertores finos, estertores grossos ou origem pleural (atrito pleural) Estertores finos: abertura súbita das vias aéreas de menor calibre. Som semelhante ao se friccionar os fios de cabelo ou abrir/fechar velcro, e aparece do meio para o final da inspiração, geralmente nas regiões periféricas dos pulmões. Causas: edema pulmonar, pneumonia e fibrose pulmonar. Estertores grossos: abertura súbita de vias aéreas de maior calibre, quem podem ter secreção viscosa e espessa. Pode ser ouvido em todas as regiões do tórax. Semelhante ao som de líquido borbulhando, e pode ocorrer na inspiração e/ou expiração, mas são mais audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Causas: bronquite crônica, bronquioectasia, edema pulmonar etc. Atrito pleural: em condições normais, os dois folhetos pleurais deslizam um sobre o outro durante a respiração, mas quando eles estão doentes eles produzem ruídos. O som parece um rangido ou barulho de se friccionar couro, e pode aparecer na inspiração e/ou expiração, e melhor nas regiões inferiores e posteriores do tórax. Causas: inflamação, neoplasia ou derrame pleural extenso. Som vocal Ausculta da transmissão da voz no tórax (ressonância vocal) Pedimos para o paciente falar “trinta e três”, primeiro em voz nitidamente pronunciadae depois cochichada, e aí nós comparamos as regiões. Em condições normais, não conseguimos distinguir as palavras (o parênquima pulmonar normal absorve muitos componentes sonoros). Na transmissão anormal pode haver redução ou aumento do som vocal (ex: pneumonia, infarto pulmonar, em que o parênquima fica consolidado). Redução: aumento da eração no parênquima pulmonar (ex: enfisema) ou existência de barreira de ar (pneumotórax) Aumento: broncofonia (egofonia -> na região de transição dos derrames pleurais; a voz fica parecendo o balido de uma cabra) ou pectorilóquia (fônica -> aumento da voz falada e âfona -> aumento da voz cochichada). EXEMPLO: murmúrios vesiculares positivos, ausência de ruídos adventícios, ressonância toraco-vocal preservada (broncofonia - escutar falar 33). Se tiver alterações na ressonância toraco-vocal: pectorilóquia áfona -> escuta com nitidez quando a pessoa fala em murmúrio e pectorilóquia fônica -> escuta perfeitamente. SÍNDROMES PLEUROPULMONARES São as síndromes brônquicas, pulmonares e pleurais. Síndromes brônquicas São causadas por obstrução, infecção ou dilatação dos brônquios. Asma brônquica Ela obstrui os brônquios (estreitamento difuso deles) Manifestações clínicas: dispnéia (predominantemente expiratória), sensação de constrição ou aperto no tórax, dor torácica difusa, chieira e tosse (no início é seca e depois começa a produzir muco, ficando difícil de tossir) - Inspeção: dispnéia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem - Palpação: FTV normal ou diminuído - Percussão: normal ou hipersonoridade - Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos (predominantemente expiratórios) em ambos os campos pulmonares. Bronquites Bronquite aguda: é causada por vírus e compromete as vias respiratórias (desde a faringe). Manifestações clínicas: febre, cefaléia, desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca (depois com expectoração) etc. Bronquite crônica: condição que possui excessiva secreção de muco na árvore brônquica. Manifestação clínica: tosse com expectoração que persiste com meses, alternando períodos e melhora e piora. - Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída - Palpação: FTV normal ou diminuído - Percussão: normal ou diminuído - Ausculta: estertores grossos em ambos os hemitórax. Pode haver roncos e sibilos. Bronquioectasias É a dilatação irreversível dos brônquios (por causa de destruição de componentes da parede deles etc). Comprometem várias partes dos pulmões. Manifestação clínica: tosse com expectoração (principalmente pela manhã) e hemoptises. - Inspeção: normal ou expansibilidade diminuída - Palpação: FTV normal ou aumentado - Percussão: Normal ou submacicez - Ausculta: estertores grossos localizados. Síndromes pulmonares São causadas por consolidação, atelectasia ou hiperaeração. Consolidação Causas: pneumonia, tuberculose e infarto pulmonar. Manifestação clínica: dispnéia e tosse (seca ou com expectoração) -> quando há expectoração, geralmente há sangue com muco ou pus; dor localizada em um dos hemitórax. - Inspeção: expansibilidade diminuída - Palpação: FTV aumentado - Percussão: macicez ou submacicez - Ausculta: respiração brônquica ou broncovesicular, estertores finos, broncofonia, pectorilóquia Atelectasia Causas: corpos estranhos e neoplasia (obstruem a luz dos brônquios) Tem como característica o desaparecimento de ar dos alvéolos, sem que o espaço alveolar seja ocupado por células/exsudato. Manifestações clínicas: dispnéia, sensação de desconforto e tosse seca. - Inspeção: expansibilidade diminuída, retração dos espaços intercostais e tiragem - Palpação: FTV diminuído ou abolido - Percussão: macicez ou submacicez - Ausculta: respiração broncovesicular, murmúrio vesicular abolido e ressonância vocal diminuída Hiperaeração Causa: enfisema pulmonar É causada pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal e com modificações da estrutura das paredes alveolares. Manifestações clínicas: dispnéia (que vai se agravando) e na fase final há insuficiência respiratória. - Inspeção: expansibilidade diminuída, tórax em tonel - Palpação: expansibilidade e FTV diminuídos - Percussão: normal no início, e depois há hipersonoridade - Ausculta: murmúrio vesicular e ressonância vocal diminuídos Congestão passiva dos pulmões Causas: insuficiência ventricular esquerda e estenose mitral. -> o líquido se acumula no interstício, causando dispnéia de esforço, dispnéia de decúbito e paroxística noturna, tosse seca e as vezes sibilância - Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída - Palpação: FTV normal ou diminuído - Percussão: submacicez nas bases pulmonares - Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões; ressonância vocal normal Escavação pulmonar É causada pela eliminação de parênquima pulmonar -> neoplasias, tuberculose, abscessos. Para ser detectada, teve ter diâmetro de no mínimo 4cm e esteja na periferia do pulmão. - Inspeção: expansibilidade diminuída na região afetada - Palpação: expansibilidade diminuída e FTV aumentado (se houver secreções) - Percussão: sonoridade normal ou som timpânico - Ausculta: respiração broncovesicular ou brônquica no lugar de murmúrio vesicular, ressonância vocal aumentada ou pectorilóquia Síndromes pleurais São as pleurites, derrames pleurais e pneumotórax. Pleurite É a inflamação dos folhetos pleurais, causada por tuberculose, pneumonia, doença reumática, viroses e neoplasias. Pode ser aguda ou crônica, sem derrame (pleurite seca) ou com derrame. Pleurite aguda: dor localizada em um dos hemitórax, tosse, dispnéia, febre. - Inspeção: expansibilidade diminuída - Palpação: expansibilidade e FTV diminuídos - Percussão: sonoridade normal ou submacicez - Ausculta: atrito pleural -> principal dado Pleurite crônica: espessamento pleural; a dor não é tão acentuada quanto na aguda; dispnéia a grandes esforços. - Inspeção: retração torácica e expansibilidade diminuída - Palpação: expansibilidade e FTV diminuídos - Percussão: submacicez ou maciez - Ausculta: murmúrio vesicular e ressonância vocal diminuídos -> parece com a atelectasia do pulmão, então precisa de raio-x do tórax pra confirmar. Derrames pleurais É causado por pleurite, pneumonia, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca. Manifestações clínicas: dor pleurítica, tosse seca e dispnéia (depende do volume de líquido) - Inspeção: expansibilidade diminuída - Palpação: expansibilidade diminuída e FTV abolido na área do derrame e aumento na área do pulmão em contato com o líquido pleural - Percussão: maciez - Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do derrame, efogonia e estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural (na parte mais alta do derrame) Pneumotórax É o acúmulo de ar no espaço pleural (por penetração de lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, tuberculose, pneumoconiose, neoplasias etc). Manifestações clínicas: dor no hemitórax comprometido, tosse seca e dispnéia. - Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços intercostais (quando há mto ar) - Palpação: expansibilidade e FTV diminuídos - Percussão: hipersonoridade ou som timpânico -> principal dado - Ausculta: murmúrio vesicular e ressonância vocal diminuídos.
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