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(05/04/2021) – PATOLOGIA GERAL I – NECROSE 1) Introdução A célula normal só é assim por conta da homeostase. Ao sofrerem estresse/estímulo, as células sofrerão adaptação levando à lesão celular reversível. Contudo, se o estresse/estímulo for contínuo (ou seja, não cessar) poderá ocorrer a lesão celular irreversível. Portanto, a lesão celular depende do tipo, intensidade e duração do estímulo, bem como depende do tipo, estado e adaptabilidade da célula. Lesão reversível alterações citoplasmáticas, portanto, se a causa for retirada é possível reestabelecer morfologia e função. Lesão irreversível alterações nucleares, portanto, não há como reestabelecer morfologia e função. 2) Necrose É a soma de alterações morfológicas que se seguem à morte da célula no organismo vivo. Ex.: IAM placa de ateroma se rompe, levando à formação de trombo, que leva à isquemia seguida de necrose. 2.1) Etiologia Mais comum: distúrbios da circulação isquemia necrose IAM Agentes: físicos, químicos e biológicos (ex.: vírus, bactérias e fungos). I. Resultante de: Digestão enzimática da célula: Autólise: quando há um aspecto morfológico de necrose e decorre de digestão por enzimas que a própria célula produz; Heterólise: quando há um aspecto morfológico de necrose e decorre de digestão por enzimas derivadas dos leucócitos. Desnaturação de proteínas II. Aspectos morfológicos: Tumefação intensa: tendem a ficar mais eosinofílica (mais coradas); Autólise/heterólise dissolução tecidual; Desnaturação das proteínas; Degradação das organelas celulares. III. Imagens de lâmina de baço Alterações nucleares: Picnose (B) núcleo pequeno; Cariorrexe (D) núcleo fragmentado; Cariólise (C) núcleo partido; é o “apagamento” nuclear. Citoplasma: Eosinofilia do citoplasma o citoplasma fica mais corado do que o núcleo IV. Aspectos clínicos Putrefação; Mudança de coloração; Perda da inervação, levando à ausência de sensibilidade. 2.2) Tipos de necrose 2.2.1) Necrose de coagulação: Predomínio da desnaturação proteica; Manutenção do contorno celular, pois a alteração é nuclear; Consistência firme; Relacionada à interrupção da circulação arterial; Exemplo: rins, baço e coração. Foto infarto renal não é possível os núcleos das células que compõem a parede dos túbulos renais; Foto adenohipófise observa-se eosinofilia citoplasmática e cariólise nuclear. A necrose de coagulação apresentam a mesma característica em todos os órgãos, exceto no cérebro. No cérebro, quando há falta de suprimento sanguíneo ocorre necrose de liquefação. 2.2.2) Necrose de liquefação: Predomínio da autólise (digestão enzimática pelas próprias enzimas produzidas pela célula); Tecido massa viscosa líquida/mole; Relacionada à inflamação aguda purulenta – ex.: pulmão; O SNC é uma exceção da necrose de coagulação por isquemia, pois, no SNC ocorre uma necrose de liquefação (em razão do predomínio da autólise); Relacionada com infecções bacterianas locais, virais e fúngicas; Piócitos: são células que fazem parte das necroses que tem formação do exsudado purulento. 2.2.3) Necrose caseosa: Aparência macroscópica “massa de queijo fresco – tipo ricota”; Área de necrose esbranquiçada (queijo); Arquitetura tecidual completamente destruída; Relacionada com focos de infecção tuberculosa “é a necrose da tuberculose”. Foto de necrose caseosa do pulmão o centro é a área de necrose caseosa; aspecto de fundo de lagoa seca, ou seja, rachado ocorre principalmente no ápice do pulmão direito. 2.2.4) Gangrena: Subtipo de necrose de coagulação; Pode acometer tanto regiões externas (ex.: dedos) quanto internas (ex.: vesícula biliar; áreas intestinais); Cor e consistência são modificadas por agentes externos ao órgão, quando interna; Não há modificação na morfologia do órgão; Tipos: Seca morte celular associada a fator externo ao órgão, apenas (sem infecção associada) + coloração modificada; Úmida morte celular associada a fator externo ao órgão + infecção bacteriana + coloração modificada; Gasosa morte celular associada a fator externo ao órgão + infecção bacteriana + formação de bolhas, pois as bactérias que infectaram aquele tecido são produtoras de gás + coloração modificada. 2.3) Evolução das necroses Reparação: cicatrização; Fibrosamento: depósito de colágeno, formando uma cápsula fibrótica envolvendo a área da lesão. Calcificação: depósito anormal de cálcio em tecidos necróticos, ou seja, previamente lesados calcificação distrófica. (05/04/2021) – PATOLOGIA GERAL I – APOPTOSE: MORTE CELULAR PROGRAMADA 1) Apoptose A apoptose é tipo de morte celular programa pelo próprio organismo, ou seja, é um processo fisiológico de eliminação de células (autodestruição celular) que não estão mais sendo utilizadas, que estão em excesso ou que são defeituosas, sempre visando à homeostase. 1.1) Tipos de morte celular Autofagia: é o processo pelo qual a célula degrada a si mesma e sua morte ocorre pela atividade dos lisossomos, organelas citoplasmáticas que são responsáveis pela digestão dos elementos celulares autólise. Senescência: é o processo de envelhecimento celular, associado ao encurtamento dos telômeros, situados nas extremidades dos cromossomos; Necrose: ocorre, geralmente, em resposta a alguma lesão grave e, portanto, seria um processo desordenado e até lesivo de morte celular; Apoptose: ocorrente frequentemente em células que precisam ser renovadas e é muito importante durante a fase embrionário e a morfogênese. 1.2) Ocorrência do processo de apoptose Mecanismo homeostático para manter as populações celulares nos tecidos; Durante o desenvolvimento embrionário – ex.: desaparecimento das membranas interdigitais; se não ocorre sindactilia; Mecanismo de defesa para beneficiar o organismo e melhor seletividade; Células lesadas por doenças ou agentes nocivos; No envelhecimento. 1.3) Causas do processo de apoptose Durante a embriogênese; Involução de órgãos hormônio-dependentes – ex.: timo e atrofia do endométrio; Controle do crescimento celular; Morte celular de tumores; Morte das células imunes quando defeituosas; Atrofia patológica; Morte celular produzida por injúria – ex.: na necrose, as células que não morreram pela ação do agente agressor, mas ficaram avariadas, serão eliminadas por apoptose. 1.4) Etapas do processo de apoptose Retração celular; Condensação da cromatina; Formação de bolhas citoplasmáticas (prolongamentos da membrana celular – “enrugamento) e corpúsculos apoptóticos; Fagocitose dos corpúsculos apoptóticos – macrófagos, principalmente. 1.5) Características do processo de apoptose Morte pode ser fisiológica e patológica; Dependente de ATP; Não há autólise; Ativação de enzimas celulares como caspases e endonucleases. 1.5.1) Apoptose de carcinoma neuroendócrino metastático 1.5.2) Apoptose de hepatócitos 1.5.3) Apoptose de células neoplásicas – adenocarcinoma metastático 2) Apoptose desregulada Inibição do processo de apoptose e aumento da sobrevida celular: Câncer; Distúrbios autoimunes. Aumento do processo de apoptose e morte celular excessiva: Doenças neurodegenerativas; Lesão isquêmica; Depleção de linfócitos induzidas por vírus. 3) Apoptose e as doenças autoimunes Linfócitos T são originados na medula óssea, amadurecem na gl. timo; São células de defesa contra microrganismos, células cancerosas ou infectadas; Os linfócitos T defeituosos produzem receptores que se ligam a células sadias do próprio organismo e, se liberadas, podem provocar doenças autoimunes (ex.: linfomas, lúpus, esclerose múltipla) Portanto,a apoptose é induzida, eliminando-as. 4) Apoptose x necrose Apoptose Necrose Fisiológica (mecanismo) Patológica (mecanismo) Sem inflamação Inflamação Sem danos aos tecidos Lesão tecidual Remoção rápida Remoção lenta Controlável Incontrolável
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