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Ap Terceirização dos Serviços Publcos 349

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Núcleo de Educação a Distância
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
Terceirização dos Serviços Públicos
SEMESTRE 2
CUNHA, Maurício Ayres. 
Terceirização dos Serviços Públicos. Maurício Ayres Cunha. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2014. 72p. (Material didático. Curso de Tecnologia em Gestão Pública).
Modo de acesso: www.unimes.br
1. Ensino a distância. 2. Tecnologia em Gestão Pública. 3. Terceirização dos Serviços Públicos. 
CDD 350					
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, COMERCIAIS, CONTÁBEIS E ECONÔMICAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Tecnologia em Gestão Pública
ANO: 2019
COMPONENTE CURRICULAR: Terceirização dos Serviços Públicos*
PROFESSOR: Me. Renato Eliseu Costa
SEMESTRE: 2º
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas
 (*) Disciplina que contempla a transversalidade.
 
EMENTA:
Conceito de terceirização. As possibilidades de terceirização na Administração Pública. O processo decisório da terceirização. Garantia da qualidade dos serviços terceirizados.
 
OBJETIVO GERAL:
Dotar o aluno de ferramentas para a decisão de contratar serviços terceirizados no serviço público.
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
UNIDADE I: Conceitos iniciais
Objetivos: vantagens e desvantagens; atividades-meio e atividades-fim; custos.
UNIDADE II: Riscos da terceirização
Objetivos: legalidade; tipos de terceirização; contratação da terceirização na Administração Pública.
UNIDADE III: Contratação
Objetivos: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública; princípios constitucionais.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
· Vantagens e desvantagens da terceirização
· Atividades-meio e atividades-fim
· Custos na terceirização
· Terceirização lícita
· Terceirização ilícita
· Tipologia da terceirização
· Processo de contratação na Administração Pública – planejamento
· Processo de contratação na Administração Pública – licitação
· Processo de contratação na Administração Pública – contratação
· Processo de contratação na Administração Pública – fiscalização
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na administração pública. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788530976859. Acesso em: 19 fev. 2019.
FRANÇA, Maria Adelaide de Campos. Comentários à Lei de licitações e contratos da administração pública. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502201118. Acesso em: 19 fev. 2019.
SANTOS, Diogo Palau Flores dos. Terceirização de serviços pela administração pública: estudo da responsabilidade subsidiária. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502221352. Acesso em: 19 fev. 2019. 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AMATO NETO, João. Gestão estratégica de fornecedores e contratos: uma visão integrada. São Paulo: Saraiva, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502220638. Acesso em: 19 fev. 2019.
CASTRO, Ana Cristina de. Gestão Pública Contemporânea. Curitiba: Intersaberes, 2014. (Série Gestão Pública).  (Pearson-19-02-19)
FORTINI, Cristina. O Decreto Federal 9.507/18 e a terceirização na administração: primeiras impressões. 2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-set-27/interesse-publico-decreto-federal-950718-terceirizacao-administracao-publica. Acesso em: 19 fev. 2019.
GARCIA, F. A.; A relatividade da distinção atividade-fim e atividade-meio na terceirização aplicada à Administração Pública. Disponível em: https://docplayer.com.br/16708325-A-relatividade-da-distincao-atividade-fim-e-atividade-meio-na-terceirizacao-aplicada-a-administracao-publica.html. Acesso em: 19 fev. 2019.
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Administração Pública: Tomo I. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2014. (Pearson-19-02-19)
METODOLOGIA:
A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, videoaulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
Sumário
Aula 01 - Temática: Introdução	9
Aula 02 - Temática: Vantagens e Desvantagens da Terceirização	14
Aula 03 - Temática: Atividades-meio e Atividades-fim	18
Aula 04 - Temática: Custos de Transação	23
Aula 05 - Temática: Exercício	28
Aula 06 - Temática: Terceirização na Administração Pública	32
Aula 07 - Temática: Riscos da Terceirização	37
Aula 08 - Temática: Terceirização Lícita	42
Aula 09 - Temática: Terceirização Ilícita	46
Aula 10 - Temática: Tipos de terceirização	51
Aula 11 - Temática: Exercício	56
Aula 12 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública – Planejamento	59
Aula 13 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública- Licitação	63
Aula 14 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública- Contratação	67
Aula 15 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública- Fiscalização	71
Aula 16_Experiências Internacionais de Terceirização	77
Aula 17_Terceirização e a Reforma do Estado	80
Aula 18_Setor Público não Estatal - OS e OSCIPs	84
Aula 19_Fundações e Associações	88
Aula 20_Estudo de caso - OSCIP	92
Aula 21_Exercícios	98
Aula 22_Parceria público-privada: compreendendo o modelo brasileiro	101
Aula 23_Parceria público-privada: Experiências Internacionais	107
Aula 24_Outras formas de parcerias na administração pública: concessão, permissão, franquia	111
Aula 25_Evoluções da Terceirização na Administração Pública Brasileira	115
Aula 26_Exercícios	118
Aula 27_Da Administração Burocrática a Gerencial	121
Aula 28_Governança: Paradigma Agente x Principal	125
Aula 29_As Agências reguladoras e a terceirização do governo	128
Aula 30_Estudo de Caso - As Agências reguladoras	131
Aula 31_Exercícios	135
Aula 32_Revisão Geral	138
Aula 01 - Temática: Introdução
Nesta aula, veremos os aspectos introdutórios da Terceirização dos Serviços Públicos, seus objetivos e características.
A expressão “terceirização”, corresponde ao termo em inglês “outsourcing”, que significa, em sentido amplo, a transferência de serviços para terceiros. Significa que a organização utiliza de soluções de mercado ao invés de internas, visando atingir determinados fins, em regras e propostos econômicos.  No Brasil, a terceirização foi implantada por volta das décadas de 50 e 60, e impulsionada na década de 70 pela indústria automobilística, quando as multinacionais passaram a produzir o objeto fim do seu negócio,  repassando a terceiros todo o restante.
Os setores de limpeza e de conservação foram o foco inicial da terceirização, absorvendo todos os tipos de trabalho dentro da empresa.
Ciro Pereira da Silva (1997, apud RAMOS, 2001, p.50) define terceirização como:
[...] transferência de atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham esta atividade terceirizada como sua atividade-fim, liberando a tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e garantindo competitividade. (RAMOS, 2001, p.50)
Conceitos de Atividade-Meio e Atividade-Fim
 Atividade-fim é a atividade central da empresa, que se relaciona aos seus objetivos, podendo ser a produção de bens ou serviços.
Atividade-meio é a atividade que não éseu objeto central, mas de apoio ou complementar.
Porém, o que se observa é que o conceito de atividade-fim precisa ser constantemente revisto, pois as atividades essenciais hoje podem não ser mais as mesmas no futuro.
A legislação brasileira tem acompanhado esta evolução; exemplo disso é a Lei 9.472/97, a qual autoriza as concessionárias de serviços de telecomunicações a contratarem com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço, preceituados em seus artigos.
 Conheça um pouco mais da Lei 9.472/97 no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9472.htm
Terceirização no Serviço Público
A terceirização nos serviços públicos consiste da transferência da execução das atividades-meio da administração pública para uma empresa privada e apresentando características que a distinguem da terceirização privada.  A terceirização de serviços na Administração Pública tem crescido nos últimos anos. Este crescimento deve-se à necessidade da redução dos quadros de pessoal do Estado.
De acordo com Di Pietro (2008):
 A partir da década de 80, a Administração Pública Brasileira iniciou um processo de reforma, visando reduzir o tamanho do seu aparelhamento administrativo, tornando-a mais flexível, eficiente e voltada para o atendimento ao cidadão. Surge o instituto da privatização, em sentido amplo, o qual compreendia entre outros a quebra de monopólios de atividades exercidas exclusivamente pelo poder público, a delegação de serviços públicos aos particulares e a terceirização, na qual se buscava a colaboração de entidades privadas no desempenho de atividades acessórias da Administração (DI PIETRO, 2008, p.28).
Aspectos Legais da Terceirização no Serviço Público
A terceirização no setor público é um recurso legal e contratual de transferência da responsabilidade de alguns serviços a empresas privadas, nacionais ou multinacionais, cooperativas de trabalho, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), Organizações Sociais (OSs) e Organizações Não-Governamentais (ONGs) sendo, necessariamente, precedida por licitação disciplinada pela Lei 8.666/93 e pelas leis que posteriormente a alteraram, e também a Lei 10.520/02 que disciplina o Pregão.
 A terceirização no setor público teve início legal a partir do Decreto-Lei nº 200/67 (alínea c do § 1º do art. 10). Ela, porém, se desenvolveu mais rapidamente após o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado em 1995.
 Na Constituição Federal de 1988, o inciso XXI, do artigo 37 permitiu a contratação de serviços de terceiros pela Administração Pública, desde que houvesse lei específica prevendo licitação e regras para os contratos a serem realizados. O dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei 8.666/93, denominada Lei de Licitações e Contratos, dando-se início à terceirização das atividades da Administração Pública.
 Posteriormente, em 1997, foi editado o Decreto Federal 2.271 que veio para disciplinar a contratação de serviços na Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, estabelecendo um rol de atividades que devem ser preferencialmente executadas de forma indireta: conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações.
SAIBA MAIS
Decreto-Lei 200/67 – Lei da Reforma Administrativa, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm.
Lei 8.666/93 – Lei das Licitações, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666compilado.htm.
Lei 10.520/02 – Lei do Pregão, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm.
Nesta aula, vimos o conceito de: Terceirização, das atividades-meio e das atividades-fim e os seus aspectos legais. Todos esses assuntos serão abordados de forma mais abrangente nas próximas aulas. Na próxima aula, veremos as vantagens e desvantagens da terceirização no setor público.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DI PIETRO, M. S. Z.; Parcerias na administração pública: concessão, permissão, franquia, terceirização e outras formas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
RAMOS, D. M. O.; Terceirização na administração pública. São Paulo: LTr, 2001.
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.
Aula 02 - Temática: Vantagens e Desvantagens da Terceirização
Vimos, na aula passada, os conceitos de terceirização. Nesta aula veremos as vantagens e desvantagens de terceirizar no setor público.
Recordando o conceito de terceirização visto na aula passada, a terceirização nos serviços públicos acontece na transferência da execução das atividades-meio da administração pública para uma empresa privada, e apresentando características que a distinguem da terceirização privada.
Sabemos que toda decisão, por mais acertada que seja, pode ocasionar uma perda, isto é, para todo bônus temos um ônus. Entretanto, as decisões se tornam mais complexas no caso da gestão pública, pois  por se tratar de verbas públicas, decisões mal tomadas podem afetar o usuário final, isto é, a população. No setor público, devem ser analisadas exaustivamente as vantagens e desvantagens da terceirização antes de se terceirizar. Devemos considerar as relações que possam ser vantajosas a ambas as partes envolvidas, ou seja, a relação deve produzir ganhos ao contratante e contatado.
 De acordo com Santos (2010), as vantagens e desvantagens em terceirizar se apresentam da seguinte forma:
Ocorre em qualquer processo decisório, os aspectos positivos e negativos de uma diretriz a ser seguida devem ser considerados. Apesar de se propalar largamente no cenário nacional, as vantagens da terceirização, como se fosse a solução para as questões organizacionais, como qualquer processo decisório deve analisar com critérios externos de competitividade
Vantagens da Terceirização
Eliminação de postos de trabalho e simplificação da estrutura – Segundo Alves (2008), a terceirização soluciona parte do problema da falta de pessoal provocada pelo contingenciamento de verbas do governo federal.
Desburocratização – O tempo despendido para a realização de um processolicitatório acaba sendo um entrave para a desburocratização das contratações pela Administração Pública.
Na área privada, as contratações são efetuadas sem um rigor legal, entretanto, na pública, estas devem seguir os preceitos da lei.
Menor custo – A contratação de serviços de terceiros levará o ente público a obter vantagens com um menor custo da operação, em relação aos custos praticados quando os serviços eram executados internamente. Há necessidade de se ter claro o custo de cada atividade desenvolvida internamente, desta forma, este dado de custeio terá fundamental importância na comparação com o custo dos serviços terceirizados.
Desenvolvimento econômico – A terceirização é uma das principais responsáveis pela mão de obra empregada no País, gerando uma grande força de empregos diretos, contribuindo assim com recolhimento de imposto ao Estado.
Melhor qualidade na prestação de serviços – Contribuindo para a melhoria do produto final. A qualidade total será a chave de sustentação do prestador de serviços, sua filosofia de ação, sua meta constante de aprimoramento. 
Especialização dos serviços – A especialização leva a uma lapidação operacional, pois as organizações se tornam cada vez mais enquadrada nos critérios internos das atividades que garantem um aperfeiçoamento na gestão e na obtenção de lucros.
Agilidade das decisões - Com a revisão estrutural aprimoram-se as relaçõesinterdepartamentais, os sistemas de comunicação se aperfeiçoam e os processos fluem de forma mais adequada.
Competitividade – A terceirização faz com que os processos administrativos edecisórios aumentem a qualidade do serviço ou do produto, fazendo com que haja um aumento da sua competividade no mercado.
Controles adequados – Os controles exercidos pelaadministração nas atividades terceirizadas no gerenciamento da prestação de serviços ou na execução de uma obra.
 
Desvantagens da Terceirização
Dependência do Estado em relação aos serviços privados – O Estado tornar-se dependente dos serviços privados e a condição de subordinado não é confortável para o governo, que estaria sujeito à contestação sem possibilidade de réplica.
Legislação trabalhista e Cível – O planejamento inadequado da contratação dos serviços pela Administração Pública poderá acarretar para essa, processos tanto na área trabalhista como na cível.
Dificuldade de encontrar a parceria ideal – Os licitantes vencedores nem sempre tem as condições exigidas pela Administração Pública para atender com a qualidade e a produtividade exigidas. 
Custos – O tempo entre o início do certame licitatório e a efetiva contratação das empresas faz com que os preços sejam superiores aos iniciais propostos.
Nesta aula vimos as vantagens e desvantagens em terceirizar, os serviços prestados aos cidadãos pelos órgãos diretamente ou indiretamente controlados pela Administração Pública, em suas diversas esferas.
Na próxima aula veremos os custos de transação relacionados à terceirização.
 
REFERÊNCIAS
ALVES. O. N. Terceirização de serviços na administração pública. 2008, disponível em http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/769538.PDF
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.
Aula 03 - Temática: Atividades-meio e Atividades-fim
 
Na aula anterior vimos as vantagens e desvantagens das terceirizações.
Nesta aula veremos no que consiste as atividades-meio e as atividades-fim, as diferenças entre elas e como se caracterizam legalmente.
As expressões atividade-fim e atividade-meio foram concebidas no âmbito do Direito do Trabalho para distinguir as atividades diretamente relacionadas às finalidades institucionais da empresa, seu objeto social, daquelas que lhes fossem instrumentais, acessórias, auxiliares à sua persecução.
 
ATIVIDADES-FIM
 De acordo com Delgado (2009), atividades-fim podem ser conceituadas como as funções e tarefas empresariais e laborais que se ajustam ao núcleo da dinâmica empresarial do tomador dos serviços, compondo a essência dessa dinâmica e contribuindo para a definição de seu posicionamento e classificação no contexto empresarial e econômico. São atividades nucleares e que definem a essência do tomador de serviços.
ATIVIDADES-MEIO
Segundo Santos (2006), atividades-meio podem ser definidas como aquelas cuja finalidade é o apoio ao processo de produção de bens e serviços. São atividades que não coincidem com aquelas para os quais foram constituídas as empresas tomadoras de serviços. Dão mero suporte, não integram o núcleo, ou seja, a essência das atividades empresariais do tomador. 
 As atividades-meio classicamente terceirizadas são: A limpeza, a segurança e a manutenção patrimonial, exceto para as empresas que são criadas com esse objetivo comercial, de executar esse serviço.  
As terceirizações são admitidas apenas para as atividades-meio da Administração Pública. Toda e qualquer terceirização que alcance uma atividade-fim de órgão ou entidade da Administração pública é  consideradailícita.  
Esse parâmetro serve para que gestores como regra, observem as diferenciações entre atividades-meio e atividades-fim no momento de licitar objeto a ser terceirizado.
O Tribunal de Contas da União – TCU absorveu esse critério e orienta a Administração Pública no sentido de somente admitir terceirizadas no estrito limite das atividades-meio.
 A Constituição Federal de 1988 não trata do tema, não identificando em nenhum de seus dispositivos qualquer limitação para as terceirizações envolvendo as atividades-meio e as atividades-fim.
 A fixação dos critérios norteadores das terceirizadas foi feita pela Justiça do Trabalho, em sua sumula 331, onde descreve que, em vários segmentos econômicos, a terceirização se revela "como uma técnica cada vez mais utilizada e difundida", flexibilizando, assim, as terceirizações, não restringindo apenas ao trabalho temporário ou a serviços de vigilância.
O Tribunal Superior do Trabalho, em 17.12.93, editou o Enunciado nº 331 (http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_3 50.html#SUM-331), que abrange também relações de terceirização no âmbito da Administração Pública:
I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei n. 6.019, de 03.01.74, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6019.htm).
II – A contratação de trabalhador, através de empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional (art. 37, II da Constituição da República, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei n. 7.102, de 20.06.83, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7102.htm), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados a atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica na responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam  participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (artigo 71 da Lei n.8.666/93, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm).
  
Como diferenciar Atividades-meio de Atividades-fim
Para compreender melhor o que é atividade-fim, leia o contrato social da empresa e verifique qual o objetivo social, assim ficará mais fácil de perceber o que é fim e o que é meio. 
O procurador do trabalho, Maurício Correia de Melo explica que as atividades meio e fim podem ser comparadas com o corpo humano. Algumas partes do nosso corpo são mais essenciais do que outras. O cérebro, por exemplo, é imprescindível; não é possível “terceirizá-lo”, porém uma pessoa pode perfeitamente sobreviver sem um dedo ou uma parte da mão. Para o procurador, as empresas também possuem atividades que são essenciais, aquelas que definem a empresa e outras atividades que são de apoio, que então podem ser terceirizadas. (MELO, 2010, on line).
  
 Nesta aula vimos o conceito de Atividade-fim e Atividade-meio, suas aplicações e diferenças e seu contexto jurídico.
 Na próxima aula vermos os Custos de Transação.
Até lá.
  
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
DELGADO, M. G. Curso do Direito do Trabalho. 8ª ed. São Paulo: LTr, 2009 pg. 418. 
GARCIA, F. A.; A relatividade da distinção atividade-fim e atividade-meio na terceirização aplicada à Administração Pública. revista do Direito, volume 65. Disponível em http://www.rj.gov.br/web/pge/exibeConteudo?article-id=464993, acessado em 04/05/2014. 
MELO, M. C.; TV Justiça, exibido em 22 de março de 2010. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6eNf09c-Y9w> - acesso em: 04/05/2014. 
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.
SANTOS. R. C.; Relações terceirizadas do trabalho. Curitiba: Juruá, 2006. pg. 132-133. 
TCMRJ. Tribunal de contas do município do Rio de Janeiro. nº. 54, maio 2013, disponível em: www.tcm.rj.gov.br – acessado em 30/04/2014.
Aula 04 - Temática: Custos de Transação
Vimos na aula passada no que consistem as atividades-meio e atividades-fim. Vimos também em que tipo de atividade as terceirizações podem atuar.
 Nesta aula veremos os custos de transação, seus pressupostos e como se apresentamrelacionados à terceirização na Gestão Pública.
  
CUSTOS DE TRANSAÇÃO
Os custos de transação podem ser entendidos como os custos de trocas, em que as partes, visando atingir determinados objetivos, ou seja, suprimindo acordam com os custos. Esses custos de transação referem-se: custos de negociação, redação e cumprimento do acordado em contrato.
Segundo (MCIVOR, 2005), o setor privado enquanto firma para a qual grande parte das proposições teóricas de economia de custos de transação foram desenvolvidas, possui objetivos diferentes do setor público, ou seja, não se pode afirmar que os dois setores operam em ambientes similares. O conflito de interesses entre os agentes do setor privado (diretores, administradores e acionistas) envolve a parcela ganha por cada um, em um processo de mudança, ou seja, o setor privado está diretamente ligado ao processo pelo qual, uma firma transforma os fatores de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado, com o objetivo de aumentar a lucratividade. Já no setor público, os agentes objetivam melhorar o desempenho, reduzir os custos e obter altos níveis de serviços para melhor servir à população.
De acordo com COSTA e SANTOS (2008), os custos de transação são considerados como o dispêndio de recursos com planejamento, adaptação e fiscalização das relações entre os agentes econômicos e políticos, uma vez que o comportamento oportunista destes pode resultar no aparecimento de conflitos nas relações contratuais.
Os custos de transação podem ser divididos em custos ex ante e ex post. Os custos ex ante são relacionados aos custos de elaboração, negociação de um contrato, já que nem todas as contingências podem ser previstas, ou seja, são custos preventivos. Os custos ex post possuem diversas formas, como má adaptação contratual decorrentes de mudanças em seu escopo, custos relacionados ao contrato em si e fiscalização de que os termos do contrato serão cumpridos, isto é, custos de monitoramento e correção.
Diversos fatores podem afetar os custos de transação, como por exemplo, o tipo de serviços prestados: altos para serviços específicos e baixos para serviços padrão.
 
ECONOMIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO
A Economia dos Custos de Transação de Oliver Williamson (1985) aborda a eficiência das transações, vinculada às formas de estrutura de governança. A economia dos custos de transação possui como pressupostos comportamentais básicos a racionalidade limitada e o oportunismo e possui como atributos observáveis a frequência, incerteza e especificidade de ativos, que permitem avaliar os custos em diferentes transações.
 
PRESSUPOSTOS COMPORTAMENTAIS
Para Farina (1997, p. 71), preliminarmente, deve-se entender que os agentes econômicos são racionais, mas de maneira limitada, e quando submetidos a contingências contratuais tornam-se oportunistas. Ao configurar-se certa racionalidade limitada e um comportamento aético oportunista de uma das partes ou de ambas, presume-se a existência de custos de transação nos acordos, normalmente a provocar prejuízo a uma das partes. Esta, de modo informal, tenta restabelecer, na medida de suas oportunidades, o equilíbrio econômico do contrato ou parceria, mediante mecanismos estratégicos.
Racionalidade Limitada
Williamson (1985) distingue 03 (três) tipos de racionalidade a:
· Racionalidade forte ou maximização;
·   Racionalidade limitada ou semiforte; e
·   Racionalidade orgânica ou fraca.
  O primeiro conceito assume que os indivíduos são capazes de absorver e processar toda a informação disponível no ambiente do acordo.
No segundo conceito, a forma semiforte aduz que os indivíduos são racionalmente limitados. Nesse caso os agentes pretenderão sempre, a maximização dos objetivos, entretanto, devido aos limites cognitivos dos indivíduos e condições de processamento de informações, a solução a ser tomada nunca será correta em termos de otimização da transação.
 A racionalidade orgânica se refere à falta de capacidade dos indivíduos em escolher as formas organizacionais que reduzam eventuais problemas contratuais que podem ocorrer ex post. Assim, os contratos são incompletos e confeccionados de forma que seus elementos não são capazes de antecipar problemas ex post.
Oportunismo
O oportunismo se refere à constatação de que as partes de uma relação agem em busca de satisfação dos seus interesses pessoais, podendo prejudicar outras partes da mesma relação.
DIMENSÃO DAS TRANSAÇÕES
Na concepção de Farina (1997), são três as dimensões das transações:
· Frequência;
· Incerteza; e
· Especificidade dos ativos.
 Frequência
Os custos de transação serão atenuados à medida que as transações se verifiquem de forma recorrente. A recorrência de uma transação possibilita a obtenção de conhecimento entre as partes (troca de informações),  favorece a redução de incertezas ao ambiente, produz interação aos agentes pactuantes que resultará no fortalecimento da reputação e da credibilidade de ambos, os quais tenderão a promover esforços para uma continuidade da relação.
 Incerteza
A incerteza relaciona-se diretamente com a racionalidade limitada, tendo em vista que aquela acarreta maiores dificuldades por ocasião da celebração do contrato. A incerteza impõe condutas mais rígidas no que se refere à decisão de realizar investimentos de forma geral, em especial ativos específicos.
Especificidade de Ativos 
Ativos específicos podem ser entendidos como aqueles que, no término ou interrupção do contrato, não são facilmente reutilizáveis, a não ser com perdas de valor. Se os contratos são incompletos e há manifestação de condutas pelos agentes, inegavelmente o investimento em ativos específicos está sujeito a riscos.
Nesta aula, vimos os custos de transação, os fatores que influenciam os custo e vimos, também, a economia dos custos de transação.
Na próxima aula, iremos apresentar um Estudo de Caso para aprofundarmos os conhecimentos adquiridos nas aulas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, S. A.; SANTOS, E. M. (2008). Avaliação dos custos de transação para contratos de obras rodoviárias: um estudo de caso da readequação de capacidade da Br-101/RN. In: XXII Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes. ANPET. Fortaleza, Brasil, 2008.
FARINA, E. M. M. Q. Competitividade, Mercado, Estado e Organizações. São Paulo: Ed. Singular, 1997.
MCIVOR, Renan. The outsourcing process: strategies for evaluations and management. New York: Cambridge University Press. 2005.
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.;Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
WILLIAMSON, O. E. (1985). The economic institutions of capitalism: firms, markets, relational contracting. New York: The free press.
Aula 05 - Temática: Exercício
 Vimos nas aulas passadas, o que são as terceirizações, as vantagens e desvantagens em terceirizar, custos de transação e Terceirização na Administração Pública.
 Nesta aula iremos colocar em prática os conceitos vistos. Analisaremos um caso de terceirização da Petrobrás.
  
ESTUDO DE CASO
 Petrobras deve resguardar créditos trabalhistas em contratos terceirizados
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mossoró ingressou com ação civil pública para que a Petrobras passe a adotar medidas destinadas à formação de um fundo garantidor, nos contratos terceirizados, a fim de evitar o calote aos trabalhadores das empresas que prestam serviços à estatal, naquela localidade. “O objetivo é proporcionar uma maior segurança a esses trabalhadores e assegurar a efetiva prioridade dos créditos trabalhistas”, explicam os procuradores do Trabalho Gleydson Gadelha e Afonso Rocha, que assinam a ação.
 A ação teve como base o crescente volume de demandas judiciais e extrajudiciais na região, motivadas por irregularidades trabalhistas como atrasos e falta de pagamentos de salários, bem como outros direitos, tais como valoresde verbas rescisórias, em empresas contratadas pela Petrobras. De acordo com os procuradores, “o excesso de judicialização tem provocado uma corrida ao bloqueio de créditos para pagamento de dívidas das empresas terceirizadas, em que concorrem credores civis e trabalhistas”.
 Levantamento realizado pelo MPT dá conta de que 50 prestadoras de serviços terceirizados no setor de petróleo possuem ao menos cinco demandas cada, na Justiça do Trabalho com atuação em Mossoró, sendo que algumas delas respondem a centenas de processos. A pesquisa não contabilizou os números do sistema de Processo Judicial Eletrônico.
 Para o MPT em Mossoró, a origem do problema está na forma de contratação praticada pela companhia petrolífera, que precariza as garantias trabalhistas. Os procuradores do Trabalho explicam que tais contratos não são bons nem para a própria Petrobras, que acaba por pagar duas vezes: na contratação e quando responde às demandas judiciais. Destacam, ainda, que “há alguma falha fundamental na cadeia de contratações, que implica na sistemática violação dos direitos de milhares de trabalhadores, gerando um grave passivo social”.
 Dentre as falhas apontadas, foi constatado o desvio da destinação social e econômica das multas contratuais aplicadas em decorrência do descumprimento de direitos trabalhistas. Mas os procuradores alertam que “a multa não deve enriquecer, mas fazer acontecer conforme o direito”. Segundo sustenta a ação, atualmente a Petrobras utiliza o instituto da multa apenas como forma de constituição de culpa da empresa prestadora, a fim de documentar uma suposta fiscalização do contrato, e não com o objetivo de forçar o ofensor a cumprir a obrigação trabalhista violada.
Pedidos da ação - Diante dos problemas demonstrados, o MPT requer que a Justiça do Trabalho determine à Petrobras o bloqueio, ou depósito em conta própria, das multas contratuais provenientes do descumprimento de obrigações trabalhistas, para que tais valores somente sejam liberados: 1. proporcionalmente e em favor ao crédito de cada trabalhador, caso a empresa prestadora de serviços não tenha quitado as verbas trabalhistas e rescisórias tempestivamente; 2. para a Petrobras, após comprovação da quitação das verbas rescisórias dos trabalhadores pelas prestadoras de serviços ao final dos contratos.
 Além disso, a Petrobras deve ser obrigada a incluir nos contratos uma cláusula de seguro-garantia das verbas trabalhistas e rescisórias, com a efetiva cobrança da garantia e periódica revisão ao longo de todos os novos contratos, inclusive para os aditivos aos já existentes, conforme medida com finalidade semelhante prevista no acordo coletivo vigente (cláusula 179). Quando da celebração do acordo, tal medida foi inclusive acatada pela própria Petrobras, porém jamais colocada em prática, tendo sofrido alterações que limitavam a aplicabilidade apenas aos contratos celebrados com a estatal no valor de mais de R$ 5 milhões.
As medidas são destinadas à formação de um fundo garantidor e constam no pedido liminar feito na ação, para que sejam determinadas imediatamente, antes mesmo do julgamento final do processo, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento. Conforme defende a ação, há perigo da demora, devido à situação sistêmica de calotes e descumprimentos sobre verbas de natureza alimentar de milhares de trabalhadores, inclusive de empresas cujos trabalhadores estão em greve, exatamente pela falta de pagamentos de verbas salariais básicas. 
O Procurador do Trabalho Gleydson Gadelha informou que deve requerer idênticas medidas para formação do fundo garantidor, diretamente em cada uma das ações ajuizadas pelo MPT em Mossoró que envolverem irregularidades trabalhistas nos contratos de empresas terceirizadas da Petrobras.
 No pedido definitivo da ação, o MPT requer ainda que a Justiça do Trabalho obrigue a Petrobras a pagar indenização em valor não inferior a R$ 1 milhão, por dano moral coletivo já causado pela atual forma de contratação da estatal. A ação contra a Petrobras foi ajuizada na última terça-feira, 15 de abril, via Processo Judicial Eletrônico, cujo número para acompanhamento é o seguinte:
* ACP-0000356-58.2014.5.21.0013
Fonte: http://reporterbrasil.org.br/2014/04/petrobras-deve-resguardar-creditos-trabalhistas-em-contratos-terceirizados/
Dentro do caso acima apresentado, responda as questões a seguir:
 1)  Quais fatores devem ser analisados para que a terceirização seja bem feita, evitando assim problemas como o apontado no caso contra a Petrobras? 
2)   Os custos de transação estão relacionados ao caso apresentado contra a Petrobras, se existiram, são ex ante ou ex post? 
3)  A terceirização feita pela Petrobras, deve atender as atividades-meio ou fim? Justifique. 
4)     No caso apresentado, houve mais vantagens ou desvantagens em terceirizar? 
Lendo o caso proposto e surgindo dúvidas consultem o professor para saná-las.
Aula 06 - Temática: Terceirização na Administração Pública 
Na aula passada fizemos um exercício de fixação.
Nesta aula veremos como funciona a Terceirização na Administração Pública, suas normativas e proibições.
TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A terceirização pode ser considerada como a transferência de serviços para terceiros. Com o processo de desestatização, cada vez mais, os serviços públicos vêm passando para a iniciativa privada. A Administração Pública tem se utilizado de uma infinidade de atividades, como: fornecimento de refeições, limpeza e vigilância, impressão gráfica, transporte, entre outros.
 Segundo Martins (2009), poderíamos classificar as áreas de terceirização como:
· Atividades acessórias: limpeza, alimentação, transporte de funcionários, vigilância; 
· Atividades-meio: departamento de pessoal, manutenção de máquinas, contabilidade; 
· Atividades-fim: produção, vendas, transporte de produtos.
 
 De acordo com Ramos (2001):
[...] transferência de atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham esta atividade terceirizada como sua atividade-fim, liberando a tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e garantindo competitividade (RAMOS, 2001, p.50).
  
Segundo Alves (2008), a terceirização ocorre quando uma empresa contrata outra para executar parte ou um todo da sua atividade. É uma descentralização de serviços, mediante contrato, em que a empresa contratada oferece a mão de obra objeto do contrato pactuado entre as partes. A Terceirização surgiu no Brasil na década de 50, por iniciativa de empresas privadas que, buscando reduzir custos de seus produtos e aumentar a competitividade com as empresas estrangeiras, contratavam serviços ou produtos de outra empresa que se especializava exclusivamente nesta ou naquela atividade com o propósito de melhor servir os seus consumidores finais. 
 
No processo de contratação de terceirizadas pela Administração Pública, a mesma deve tomar alguns cuidados, pois sabemos que os recursos empregados pela Administração Pública são provenientes da sociedade, através dos tributos e taxas pagos pelos contribuintes. Ocorre que esses recursos são limitados. Portanto, quando a Administração decide terceirizar determinada atividade se dá em razão da necessidade, podendo ser por adequação, assim como a melhora da eficiência dos recursos públicos. Considerando a escassez dos recursos, é indispensável o uso do Princípio da Eficiência.
De acordo com Silva (2006) o princípio da eficiência consiste:
O princípio da eficiência orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que se dispõe e a menor custo. Rege-se, pois, pela regra da consecução do maior benefício com o menor custo possível. A eficiência se obtém pelo melhor emprego dos recursos e meios (humanos, materiais e institucionais) para melhor satisfazer as necessidades coletivas, num regime de igualdade de usuários (SILVA, 2006 pag. 377).
Limitações àterceirização  
 
Mas como todo processo, não sendo diferente também ou igualmente no caso das terceirizações, podem ocorrer limitadores.
O artigo 9º da Instrução Normativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão IN nº 05/2017, descreve quais as atividades que não podem ser contratadas via terceirização:
I - atividades que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle;
II - as atividades consideradas estratégicas para o órgão ou entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias;
III - as funções relacionadas ao poder de polícia, de regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação de sanção; e
IV - as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.
As atividades auxiliares, instrumentais ou acessórias às funções e atividades definidas nos tópicos acima podem ser executadas de forma indireta, sendo vedada a transferência de responsabilidade para realização de atos administrativos ou a tomada de decisão para o contratado.
SAIBA MAIS 
IN            nº           05/2017,            disponível          no            endereço
eletrônico:   http://www.comprasgovernamentais.gov.br/index.php/legislacao/instrucoes-normativas/760-instrucao-normativa-n-05-de-25-de-maio-de-2017
 
Aspectos legais da Terceirização na Administração Pública
A terceirização é um modelo de gestão adotado pelos órgãos da Administração Pública para dar apoio às atividades essenciais do seu objetivo primordial, que é o atendimento do bem estar social. 
De acordo com Silva (2011), a terceirização ou prestação de serviços, na Administração Pública, atualmente é disciplinada pela Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm). Constitui-se na forma legal pela qual o Estado busca parceria com o setor privado para a realização de suas atividades. Por meio dela, atividades de apoio ou meramente instrumentais à prestação do serviço público são repassadas para empresas privadas especializadas, a fim de que o ente público possa melhor desempenhar suas funções institucionais.
 
De acordo com a IN n. 05/2017, Art. 8º, poderá ser admitida a contratação de função de apoio administrativo, desde que todas as tarefas a serem executadas estejam previamente descritas no contrato de prestação de serviços para a função específica, admitindo-se pela administração, em relação a pessoa encarregada da função, a notificação direta para a execução das tarefas previamente definidas.
 
Nesta aula apresentamos como a terceirização de serviços na esfera pública auxilia no atendimento de suas funções básicas.
 
Na próxima aula veremos os riscos da terceirização na Administração Pública.
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES. O. N. Terceirização de serviços na administração pública. 2008 disponível em http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/769538.PDF 
MARTINS, S. P.; A terceirização e o direito do trabalho. 9ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2009. 
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.  
SILVA. J. A.;Comentário contextual à constituição. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006 pg. 377.  
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.;Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Aula 07 - Temática: Riscos da Terceirização
 
Vimos anteriormente que a terceirização na Administração Pública. Vimos também que as terceirizações se relacionam com os custos de transação.
 Nesta aula, discutiremos quais são as responsabilidades e as sanções aplicáveis ao prestador de serviços terceirizados à Administração Pública, quando do não seu comprimento.
  
RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO 
Como foi visto na aula passada, existem dois limitares para a terceirização que são: os constitucionais e os legais que delimitam a terceirização licita da ilícita.
Quando uma empresa terceirizada não cumpre com suas obrigações, o contratante fica "obrigado" a se responsabilizar por elas, o que podemos chamar de obrigação e responsabilidade.
A obrigação pode ser definida como uma relação jurídica especial, em que uma pessoa fica a satisfazer uma prestação em proveito de outra (FARIA E ROSENVALD, 2006 pág. 12). Assim, a obrigação é uma prestação positiva ou negativa, ou seja, uma ação ou omissão do devedor.
 A obrigação pode ser visualizada por dois enfoques: o débito e a responsabilidade. O débito se refere à espontaneidade do cumprimento da prestação (em vista ao vínculo que o une ao credor), possuindo exigência de cumprimento da obrigação, trata-se da simples expectativa de adimplemento por parte do devedor. Na responsabilidade, há a exigência do cumprimento da obrigação, tendo em vista a sujeição do patrimônio do devedor ao direito do credor.
 Para Cavalieri Filho (2007), obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever jurídico sucessivo consequente à violação do primeiro.
 Veremos a seguir os tipos de responsabilidades.
 Responsabilidade na relação de emprego
Entre os riscos da terceirização, está o de se contratar pela Administração Pública uma empresa que não tenha capacidade de arcar com os custos decorrentes dessa contratação, envolvendo mão de obra, implicando em problemas de natureza trabalhista. Entretanto, não existe o risco de vínculo empregatício, devido ao fato de todos os cargos públicos dependerem de concurso de acordo com o preceito constitucional estabelecido no art. 37, inc. II: 
A investidura em cargo ou emprego público, depende da aprovação prévia em concurso público de provas ou provas de títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo de comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração (EC nº 19, 1988)
Responsabilidade subsidiária
O não pagamento das obrigações trabalhistas por parte do empregador implica a responsabilidade subsidiária da Administração. Na prática, o que ocorre, é o pagamento duplicado por parte da Administração, pois paga a fatura dos serviços prestados, no qual contempla os encargos embutidos da prestação do serviço, pagando novamente no caso da responsabilidade subsidiária.
Segundo MARTINS (2011, p. 137), é uma espécie de ordem; não pagando o devedor principal (empresa prestadora de serviços), paga o devedor secundário (empresa tomadora dos serviços).
Exemplo comum das empresas que se utilizam de mão de obra terceirizada: não pagando os encargos trabalhistas a empresa terceirizada, responde por elas, subsidiariamente, à empresa tomadora do serviço, isto é, aquela que diretamente se beneficiou do trabalho.
 A responsabilidade subsidiária decorre de dois fatores:
· A prestação direta dos serviços do empregado é para empresa estatal, que se beneficia com a força de trabalho.
· Se a prestadora de serviços que forneceu a mão de obra não é idônea ou não paga os salários de seus empregados, a estatal que a contratou tem culpa "in eligendo" ou "in vigilando" com relação à empresa terceirizada.
  
Responsabilidade solidária
 Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas (parágrafo 2º do artigo 2º da Consolidação da Lei do Trabalho – CLT).
NOTAS
¨   Leia o preceito contido no parágrafo 2º do artigo da CLT, disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htme no art. 37 da Constituição Federal, disponível no nederço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Nesta aula vimos os riscos da terceirização, abrangendo suas obrigações e responsabilidades.
 
Na próxima aula veremos no que consistem terceirizações lícitas.
Até lá.
   
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALIERI FILHO, S. Programa de responsabilidade civil. 7ª ed. São Paulo: Atlas 2007.
FARIA, C. C.; ROSENVALD, N. Direito das obrigações. Rio de Janeiro: Lumen Juros, 2006.
MARTINS, Sérgio Pinto. A terceirização e o direito do trabalho. 11. ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2011. 
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010. 
SILVA. J. A.;Comentário contextual à constituição. 2ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006 pg. 377 
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.;Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Aula 08 - Temática: Terceirização Lícita
Na aula passada, vimos quais os tipos de riscos que estão implícitos na utilização de serviços terceirizados pela Administração Pública.
Nesta aula, veremos os diversos aspectos lícitos relacionados às terceirizações no âmbito da Administração Pública.
TERCEIRIZAÇÃO LÍCITA
A terceirização lícita é entendida como aquela que respeita os ditames legais, e também apresenta outro requisito: a qualidade na prestação dos serviços, sustentabilidade e especificidade. Segundo Salvino e Ferreira (2009), na terceirização lícita, propriamente dita, a atividade-meio da empresa tomadora de serviços constitui seu objeto. Esta restrição decorre do histórico dessa forma de gestão, ontologicamente ligada à contratação de outrem para a realização de tarefas não ligadas ao núcleo do empreendimento econômico da tomadora de serviços. São terceirizadas atividades periféricas em relação ao objeto social da empresa contratante.
 A Administração, para decidir de forma lícita a contratação da terceirização, deve observar os seguintes fatores:
 Saber qual é a missão institucional do órgão; 
· Separar quais são as atividades-fim e meio do órgão; 
· A Administração só poderá contratar serviços para as atividades da área-meio, visto que as atividades-fim devem ser necessariamente realizadas por servidores concursados; 
· Observar que a contratação é para cargos extintos, total ou parcialmente, do quadro de pessoal, nos termos do Decreto 2.271/97; 
· Observar que, ainda a contratação de terceiros não se refira a área-fim, e sim a área-meio, os terceirizados não podem desempenhar atividades que envolvam patrimônio, atividades relacionadas à execução orçamentária e financeira, ou até mesmo atividades relativas a controle de dados na área informática, por exemplo.
Para que a terceirização no Brasil seja lícita esta segue basicamente o disposto na Súmula 331, TST:
· Trabalho Temporário (Súmula 331, I, TST); 
· Serviços de Vigilância (Súmula 331, III, TST); 
· Serviços de conservação e limpeza (Súmula 331, I, TST); 
· Serviços especializados ligados a atividade-meio do tomador (Súmula 
· 331, I,TST).
  
A Lei nº 6.019/74, alterada pela Lei nº 13.429, de 31 de março de 2017, preceitua sobre a contratação de trabalho temporário. 
Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário, que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.   
 Os serviços de vigilância e de transporte de valores são regulamentados pela Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983. 
Vale lembrar que após a edição da Súmula 331, com interpretação ampliativa, o legislador efetuou alterações na Lei nº 7.102/83, através do diploma legal nº 8.863/94.
As atividades de conservação e limpeza foram uma das primeiras atividades a serem terceirizadas, no âmbito privado, no território nacional. As atividades de conservação e limpeza podem ser efetuadas, por exemplo, em repartições ou monumentos públicos abrangendo serviços como faxina, desinsetização, limpeza de vidros, serviços de copeira, jardinagem e outros. 
O último grupo de situações passíveis de terceirização lícita referem-se aos serviços especializados ligados as atividades-meio do contratante.
 Neste sentido, a terceirização lícita é a que observa os preceitos legais relativos aos direitos dos trabalhadores.  
Os órgãos da Administração Pública, para terem suas atividades terceirizadas com licitude deverão definir a atividade-meio e fim, conforme sua missão institucional, sendo assim os serviços para as atividades-meio só poderão ser contratados se o cargo estiver extinto ou em processo de extinção. 
 SITES – ENDEREÇOS ELETRÔNICOS
Acesse os endereços eletrônicos, a seguir, para conhecer um pouco mais sobre o assunto desta aula:
· http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301 _350.html#SUM-331 
· http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7102.htm 
· http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6019.htm 
Nesta aula vimos os aspectos elementares e legais que dão amparo para a terceirização lícita das atividades dos órgãos da Administração Pública.
Na próxima aula veremos os aspectos que norteiam e definem a terceirização ilícita, confrontando-a com os aspectos norteadores da terceirização lícita.
 Até lá.
    
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  
FILADELFO, G. C.;Terceirização ilícita e seus efeitos. Cabimento da isonomia salarial. Rio Grande, 2014. disponível em: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9225 &revista_caderno=25.
SALVINO, M. R.; FERREIRA, S. R.; Terceirização de serviços na Administração Pública e responsabilidade trabalhista. Revista Novatio Iuris, ano II, nº 3. Julho 2009 
SANTOS. D. P. F.; Terceirização de Serviços na Administração Pública: Estudo de responsabilidade subsidiária- São Paulo: Saraiva, 2010.  
TCMRJ. Tribunal de contas do município do Rio de Janeiro. nº 54, maio 2013. disponível em: www.tcm.rj.gov.br. acessado em 30/04/2014.  
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.;Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013
Aula 09 - Temática: Terceirização Ilícita
Vimos na aula anterior, os preceitos formais e legais que garantem a licitude na contratação, por parte dos órgãos da Administração Pública, no tocante a terceirização de suas atividades.
 Nesta aula iremos estudar o contraponto da terceirização lícita e terceirização ilícita nas atividades dos órgãos da Administração Pública.
  
Terceirização Ilícita
  De acordo com Filadelfo (2014),
 [...] a terceirização ilícita torna-se mais comum a cada dia no mercado de trabalho brasileiro. Os prestadores de serviço são subordinados à empresa tomadora e ainda existe pessoalidade nessa relação. Não deve-se discutir se as empresas são idôneas ou não, o vínculo empregatício do terceirizado deixa de ser com o seu 'empregador primário' e passa a ser com o tomador de mão de obra. Na terceirização ilícita o empregado é contratado para trabalhar em atividades ligadas diretamente às atividades principais da empresa tomadora de serviços, podendo dar ensejo a fraudes e a prejuízos aos trabalhadores.
O problema desse tipo de terceirização é que "busca" apenas obter vantagens, sem se preocupar com o trabalhador. Os problemas decorrentes desse tipo de terceirização são: diminuição dos benefícios sociais, salários mais baixos, ausência de equipamento de proteção/falta de segurança/insalubridade, trabalho menos qualificado, trabalho sem registro, perda da representação sindical e jornada mais extensa (Dieese, 1993).
Garcia (2008), em sua obra Curso do Direito do Trabalho, cita:
 [...] Se, com o fim de terceirizar certa atividade, for contratada empresa prestadora, mas o tomador exercer o poder diretivo perante o trabalhador, este, certamente,na realidade, passa a ter sua relação jurídica de emprego com o próprio tomador. Trata-se da consequência da terceirização ser considerada ilícita.
Nas hipóteses de terceirização ilícita, as empresas envolvidas são solidariamente responsáveis pelos créditos trabalhistas do empregado, por infringirem a legislação trabalhista, conforme dispõe artigo 942 do Código Civil, in verbis:
 
CONSEQUÊNCIAS DA TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA
  De acordo com Silva (2011),
Quando a terceirização for tida como ilícita, o contrato será nulo em função do princípio trabalhista da primazia da realidade e da incidência do art. 9º da CLT2. Desta forma, o vínculo jurídico empregatício será formado diretamente com o tomador dos serviços, que responderá diretamente pelo adimplemento das verbas trabalhistas, na forma da Súmula nº 331 do TST. Contudo, de acordo com o autor, o mesmo raciocínio não pode ser aplicado à Administração Pública. É que a Constituição de 88 adotou a aprovação em concurso público como condição para a investidura em cargos ou empregos públicos, sob pena de nulidade da contratação (art. 37, II e § 2º).
Apesar da Súmula 331 do TST não reconhecer o vínculo de emprego, vem prevalecendo o entendimento segundo o qual o ilícito não pode ensejar o enriquecimento ilícito do Estado, que já foi beneficiado pela prestação do serviço.
 Diante disso, Delgado (2008, p. 425) comenta que:
O afastamento desses efeitos antijurídicos da terceirização ilícita suporia assegurar-se ao trabalhador terceirizado todas as verbas trabalhistas legais e normativas aplicáveis ao empregado estatal direto que cumprisse a mesma função no ente estatal tomador dos serviços. Ou todas as verbas trabalhistas legais e normativas próprias à função específica exercida pelo trabalhador terceirizado junto ao ente estatal beneficiado pelo trabalho.
Nesse caso segundo Filadelfo (2014),
O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial.
Quando ocorre o inadimplemento, o trabalhador ingressa com reclamação trabalhista na Justiça do Trabalho, e na maioria dos casos, as empresas prestadoras de serviços não possuem patrimônio para garantir o pagamento de tais obrigações.
As empresas contratantes de serviço, por conseguinte, geralmente incorrem na culpa in eligendo ou in vigilando, e por isso respondem subsidiariamente quanto às obrigações trabalhistas.
No caso da terceirização ser ilícita existem 02 (duas) possibilidades:
I - Se for da esfera privada: pede-se o reconhecimento do vínculo empregatício.
II  - Quando se trata do Poder Público: pleiteia-se isonomia salarial, referente a todo o período laborado, incluindo-se todos os direitos e benefícios decorrentes da ação.
 
SITES – ENEDREÇOS ELETRÔNICOS
Acesse os endereços eletrônico, a seguir, para conhecer um pouco mais sobre o assunto desta aula:
http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301 _350.html#SUM-331 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7102.htm
 
Nesta aula foram abordados os aspectos legais e formais da terceirização ilícita das atividades contratadas pelos órgãos da Administração Pública.
 Na próxima aula iremos abordar os tipos de terceirizações na Administração Pública.
 
Até lá.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª. ed. São Paulo: LTr, 2008. 
DIEESE. Os Trabalhadores frente à terceirização. - São Paulo, nº. 7, 36 p., 1993 (Pesquisa DIEESE). 
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 2ª. ed. São Paulo: Método, 2008. p. 305.
FILADELFO, G. C.;Terceirização ilícita e seus efeitos. Cabimento da isonomia salarial. Rio Grande, 2014. disponível em: http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9225&revista_caderno=25
SILVA, P. P.; Terceirização nos serviços públicos. rev. TST vol. 77, Brasília. Jan/Mar 2011.
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.;Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Aula 10 - Temática: Tipos de terceirização
 
Na aula anterior foram abordados os aspectos legais e formais da terceirização ilícita das atividades contratadas pelos órgãos da Administração Pública.
 Veremos nessa aula os tipos de terceirização que ocorrem na Administração Pública. Vale ressaltar, que a terceirização visa atender as atividades-meio, caracterizando-se assim como terceirizações lícitas, como vimos nas aulas anteriores.
 
Vejamos o que Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 703) nos fala sobre prestação de serviços no âmbito público:
 
 [...] Nos simples contratos de prestação de serviço, o prestador do serviço é simples executor material para o Poder Público contratante. Daí que não lhe são transferidos poderes públicos. Persiste sempre o Poder Público como o sujeito diretamente relacionado com os usuários e, de conseguinte, como responsável direto pelos serviços. O usuário não entretém relação jurídica alguma com o contratado-executor material, mas com a entidade pública à qual o serviço está afeto. Por isto, quem cobra pelo serviço prestado – e o faz para si próprio  – é o Poder Público. O contratado não é remunerado por tarifas, mas pelo valor avençado com o contratante governamental. Em suma: o serviço continua a ser prestado diretamente pela entidade pública a que está afeto, a qual apenas se serve de um agente material. Já na concessão, tal como se passa igualmente na permissão – e em contraste com o que ocorre nos meros contratos administrativos de prestação de serviços, ainda que públicos –, o concedente se retira do encargo de prestar diretamente o serviço e transfere para o concessionário a qualidade, o título jurídico, de prestador do serviço ao usuário, isto é, o de pessoa interposta entre o Poder Público e a coletividade.
 
Devemos observar que apesar de haver vários setores onde as terceirizações podem ser inseridas no serviço público, a gestão sempre permanecerá com Poder Público. Essa tendência atual, em que o estado perde o monopólio de suas execuções administrativas, se reverte na concentração na direção, desempenho e monopólio das decisões administrativas.
Na interpretação da Lei das Licitações são definidos os serviços como um resultado a ser obtido por meio da atividade contratada – “atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração”, nos  termos da lei. Neste ponto, se revelam as nossas delimitações dos serviços passíveis de terceirização:
a)   Não se trata de descentralização de serviços por colaboração, já que nesta as empresas privadas assumem a prestação de serviços públicos como um todo, diretamente ao usuário;
b)   Tendo em vista que a contratação visa a um “resultado”, afasta-se a contratação de serviços de mero fornecimento de mão de obra.
 
 Por outro lado, o Decreto 2.271 (disponível no endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2271.htm) ratifica esse ponto classificando as atividades terceirizáveis como sendo meramente instrumentais e não burocráticas, dispondo em verbis:
  “Art. 1º No âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução indireta às atividades materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do órgão ou entidade.
  § 1º As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de execução indireta.
Sendo assim, vejamos quais atividades pode ser passíveisde terceirização:
a)    Serviços públicos administrativos: trata-se de atividades internas da administração pública, as suas atividades-meio. Abrange todas as atividades que beneficiam indiretamente a coletividade ao proporcionar um adequado funcionamento dos órgãos públicos e entidades administrativas, ainda que não representem uma prestação diretamente fruível pela população. São atividades preparatórias que visam a assegurar uma eficiente prestação dos serviços diretamente fruíveis pela população. Odete Medauar (2008, p. 313) exemplifica tais atividades-meio como: arrecadação de tributos, serviços de arquivo, limpeza de repartições, vigilância de repartições e etc. 
b)    Serviços públicos sociais: são todos os serviços que correspondam a atividades elencadas no art. 6º, e ao Título VIII da Constituição (v.g., educação, saúde, assistência social etc.). Sua prestação é obrigatória pelo Estado, que o fará como serviço público, sob regime de direito público. Observe-se que tais atividades não são de titularidade exclusiva do Estado, de tal forma que os particulares poderão prestá-los complementarmente, como serviços privados e independentemente de delegação.
c)    Serviços Públicos econômicos: comerciais ou industriais. São espécies de atividades econômicas em sentido amplo, o que enseja a possibilidade de serem explorados com intuito lucrativo (v.g. serviços de telefonia, de fornecimento de energia elétrica, de fornecimento domiciliar de gás canalizado etc.). Ocorre que o legislador entendeu por inseri-las entre as atividades de titularidade exclusiva do Estado, que poderá exercê-las diretamente ou mediante delegação a particulares – ou seja, sob regime de concessão ou permissão (art. 175 da CF/88).
  
Dentro do exposto, não podemos em nenhum momento, nos desviar do objetivo da terceirização, que restringe-se ao repasse a empresas privadas especializadas de determinadas atividades-meio ou atividades executivas e burocráticas de apoio (serviços administrativos), realizadas no âmbito interno da Administração Pública, a fim de que o ente ou órgão público possa se empenhar nas suas competências finalísticas dispostas em lei.
 Nesta aula foram abordados, o conceito e os tipos de terceirização nos setores da administração pública e a lei que regulamenta a sua aplicação. Na próxima aula estaremos apresentando um Estudo de Caso para aprofundarmos os conhecimentos adquiridos nas aulas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 12. ed. São Paulo: RT, 2008.
MELLO, B. M.; Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
SILVA, P. P.; Terceirização nos serviços públicos. Ver. TST. Brasília, vol.77. nº 1, Jan/Mar 2011.
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.; Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Aula 11 - Temática: Exercício
 
Vimos nas aulas passadas: a terceirização na Administração Pública, a licitude e a ilicitude e os seus tipos. A seguir, propomos a você ler e analisar o caso. Posteriormente, estão propostas algumas indagações para você avaliar os seus conhecimentos adquiridos na Unidade II. Vamos lá.
ESTUDO DE CASO
Governo de MG é condenado por terceirização ilícita em presídio privado de Ribeirão das Neves
 O Governo de Minas Gerais foi condenado por terceirização ilícita no Presídio Público Privado de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Justiça do Trabalho confirmou ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT-MG) e anulou diversas contratações feitas pelo GPA-Gestores Prisionais Associados S/A, que é o consórcio que administra a unidade prisional.
 A sentença, de autoria da juíza do Trabalho Jane Dias do Amaral, ainda dá prazo de um ano para que o governo promova concurso público e substitua os empregados irregulares por servidores. Caso o exame não seja feito, multa diária de R$ 10 mil poderá ser aplicada. O Estado também está impedido de assinar novos contratos com pessoas físicas ou jurídicas para atuar na administração das unidades prisionais, sob pena de multa de R$ 500 mil por contrato.
 Por meio de nota, a Advocacia-Geral do Estado de Minas Gerais informou que "a questão será examinada assim que for intimada sobre a decisão".
 
“Entre os postos de trabalho terceirizados estão atividades relacionadas com custódia, guarda, assistência material, jurídica e à saúde, uma afronta à Lei 11.078/04 que classifica como indelegável o poder de polícia e também a outros dispositivos legais. Além de ser uma medida extremamente onerosa para os cofres públicos, poderá dar azo a abusos sem precedentes”, disse o procurador do Trabalho que atuou no caso, Geraldo Emediato de Souza.
Emediato ainda classificou a privatização de prisões como inaceitável, tanto do ponto de vista ético, como moral. “Numa sociedade democrática, a privação da liberdade é a maior demonstração de poder do Estado sobre seus cidadãos. Licitar prisões é o mesmo que oferecer o controle da vida de homens e mulheres para quem der o menor preço, como se o Estado tivesse o direito de dispor dessas vidas como bem lhe aprouvesse”.
Para a juíza Jane Dias do Amaral, "trata-se de típico poder de polícia que limita o direito de ir e vir dos presos com os objetivos de preservação da paz social, da segurança pública, além dos objetivos pedagógicos em relação ao condenado. Assim a execução penal e todos os serviços a ela inerentes devem ser realizados por funcionários públicos concursados, nos termos do art. 37 da  CR/88”.
O contrato para o início da construção do complexo penitenciário de Ribeirão das Neves foi assinado pelo governador Aécio Neves, em junho de 2010 ,como consórcio Gestores Prisionais Associados S/A. O documento formaliza a concessão administrativa para a construção e gestão por 27 anos do complexo penal. O valor estimado do contrato em 2008 era de R$ 2,1 bilhões. (*Com informações do MPT-MG)condenado-por-terceirizac-o-ilicita-em-presidio-privado-de-ribeir-o-das-neves-1.231915, acessado em 04/05/2014.
  
Dentro do caso acima apresentado, responda as questões a seguir:
1)  Quais fatores devem no caso apontam para que seja uma terceirização ilícita?
2)  De acordo com o que vimos nas nossas aulas, quais fatores configuram ilícito?
3) No caso de ilícito, qual é a responsabilidade do Estado em relação aos encargos trabalhistas?
4) Faça um comparativo demonstrando as diferenças entre terceirizações lícitas e ilícitas.
Ao ler o caso proposto, caso surjam dúvidas, consulte o professor para saná-las.
Aula 12 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública – Planejamento
Nas aulas de 06 a 11, conhecemos os diversos aspectos da formalização, da legalidade e da operacionalidade da terceirização das atividades no âmbito da Administração Pública.
Veremos nessa aula como se dá o processo de contratação da terceirização das atividades no âmbito da Administração Pública. Conheceremos as etapas e os passos para o processo de contratação: as exigências legais e as características necessárias dos serviços a serem terceirizados.
 
 PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DA TERCEIRIZAÇÃO
Antes de vermos a fundo o processo de contratação das terceirizações no âmbito público, vamos relembrar quais serviços podem ser terceirizados pela Administração Pública.
Os serviços que podem ser terceirizados pela Administração Pública são: conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão de preferência, objeto de execução indireta.
Devemos lembrar que esses serviços devem apenas servir de apoio à realização das atividades essenciais ao cumprimento da missão institucional do órgão ou entidade da Administração Pública, realizando apenas as atividades-meio contratadas ou terceirizadas.
De acordo com a súmula 331 do TST (Tribunal superior do Trabalho)
 III – Não forma vínculo de emprego com o tomadora contratação de serviços de vigilância (...), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados, ligados à atividade-meio do empregador, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta”.
 
Respeitados os critérios citados anteriormente, as etapas para o processo de contratação são:
· Planejamento;
· Licitação dos serviços;
· Contratação;
· Fiscalização.
PLANEJAMENTO
A primeira etapa para o processo de contratação de terceirização pela Administração Pública é composta pelo processo de planejamento. 
No planejamento devemos avaliar e definir o que será contratado, seja uma compra, uma obra ou um serviço e devendo ser consultada a legislação vigente: a Lei 8.666/93, os decretos e as instruções normativas publicadas referentes à normatização das contratações e terceirizações.
 Com base na nova edição do Manual de Terceirização (2009), elaborado pela Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, na fase do planejamento, deve-se observar alguns passos fundamentais para a contratação das terceirizadas:
a)  Definir quais são os serviços que são passíveis de terceirização, certificando-se de que os mesmos não fazem parte de atividades-fim do órgão ou entidade;
b)  Realizar estudos de dimensionamento dos serviços a serem realizados, quantificando quantos funcionários seriam suficientes para o cumprimento das atividades com qualidade e qual a carga horária necessária, prevendo, no edital, quando possível, a unidade quantitativa de serviço prestado para avaliação;
c) Estabelecer quais os serviços que serão contratados, especificar os postos de trabalho (cargos) e locais onde serão prestados os serviços;
d)  Fazer previsão obrigatória de que as propostas sejam apresentadas em planilhas detalhadas, que demonstrem todos e quaisquer valores e incidências para a composição de preço, evitando planilhas genéricas, sem indicação dos custos da contratação;
e)  Especificar claramente quais os requisitos necessários que os funcionários alocados pela contratada devem ter para exercerem as atividades propostas (qualificações profissionais);
f) Definir exaustivamente as atividades (descrição dos serviços) de cada posto de trabalho (atividades diárias, semanais, mensais, semestrais, etc);
g) Inserir, no edital, que o salário dos profissionais da empresa contratada deve corresponder ao piso da respectiva categoria;
h)  Adotar critérios de avaliação da qualidade dos serviços prestados, fazendo constar, no edital e no contrato, a forma e periodicidade com que serão efetuadas as vistorias.
i) Definir o percentual, a nota de aceitação mínima para a qualidade dos serviços prestados;
j)  Definir quem será o gestor do contrato firmado por parte da Administração Pública, que terá a responsabilidade de fiscalizar os serviços da empresa contratada. Esta informação deverá constar expressamente na minuta do contrato;
k)  Realizar pesquisa de mercado com, no mínimo, 3 (três) empresas do ramo pertinente, a fim de estimar o valor da contratação, podendo, posteriormente, incluir nos editais de licitação que o valor médio estimado através da pesquisa realizada, será o valor máximo admitido pela contratante.
Deverá resultar desse estudo realizado para o planejamento, a elaboração de um projeto básico, conforme o disposto no art. 7º, § 2º, da Lei nº 8.666/93, onde cita que nenhum serviço ou obra de engenharia pode ser licitado sem ter projeto básico aprovado pela autoridade competente, juntamente com o orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os custos unitários.
Concluída a etapa de planejamento, inicia-se a próxima etapa: o processo licitatório, tema de nossa próxima aula.
Nesta aula, foram abordadas as etapas e os passos do processo de contratação da terceirização dos serviços pelos órgãos da Administração Pública e, também, iniciamos o estudo da etapa do planejamento.
 Na próxima aula, veremos todo o processo do certame licitatório.
 Até lá.
REFERÊNCIAS
Secretaria do Estado da Fazenda. Manual de Contratos de Prestação de Serviços Terceirizados, SC. 2009. Disponível em: http://www.sef.sc.gov.br/sites/default/files/manual_terceirizacao_ed_nova.pdf.
SILVA, P. P.; Terceirização nos serviços públicos. Ver. TST. Brasília, vol.77. nº 1, Jan/Mar 2011.
VIEIRA, A. P.; FURTADO. M. R.; VIEIRA, H. P.; FURTADO, M. R. R.; Gestão de contratos de terceirização na Administração Pública: teoria e prática. 5ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Aula 13 - Temática: Processo de contratação da terceirização na Administração Pública- Licitação
Na aula anterior, estudamos as etapas e os passos para o processo de terceirização na Administração Pública. Foram vistos e abordados os aspectos que norteiam a etapa do Planejamento.
Nesta aula, daremos continuidade ao processo,vendo o processo licitatório. Na próxima aula veremos todo processo da escolha da empresa vencedora do certame licitatório.
Processo licitatório na contratação de terceirização na Administração Pública
O passo inicial para se contratar terceirizadas para a prestação de serviços na Administração Pública é o planejamento. 
O processo licitatório é uma exigência legal para a contratação na Administração Pública.
O artigo 24 que trata da Dispensa de Licitação e o 25 que fala sobre a Inexigibilidade de Licitação da Lei de Licitação e Contratos (Lei 8.666/93) são situações onde a contração é efetuada sem a necessidade de um processo licitatório.
O certame licitatório é composto de duas fases: a interna ou preparatória e a externa ou executória. Na fase interna, são executadas as etapas antes da divulgação do processo ao público.
A fase externa tem o seu início com a publicação do Edital e finaliza com a contratação do objeto licitado.
A fase interna, do procedimento relativo a licitações públicas, observará a seguinte sequência de atos preparatórios: (pg. 140 da 4ª. edição – Licitações e Contratos Orientações e Jurisprudência do TCU). 
· solicitação expressa do setor requisitante interessado, com indicação de sua necessidade;
· elaboração do projeto básico e, quando for o caso, o executivo;
· aprovação da autoridade competente para início do processo licitatório, devidamente motivada e analisada sob a ótica da oportunidade, conveniência e relevância para o interesse público;
· autuação do processo correspondente, que deverá ser protocolizado enumerado;
· elaboração da especificação do objeto, de forma precisa, clara e sucinta, com base no projeto básico apresentado;
· estimativa do valor da contratação, mediante comprovada pesquisa de mercado;
· indicação dos recursos orçamentários para fazer face à despesa;
· verificação da adequação orçamentária e financeira, em conformidade com a
       Lei de Responsabilidade Fiscal, quando for o caso;
· elaboração de projeto básico, obrigatório em caso de obras e serviços;
· definição da modalidade e do tipo de licitação a serem adotados.
 Como podemos ver, pela descrição dos atos preparatórios da fase interna do processo, existe a possibilidade de acerto. Já na fase posterior a esta, a externa, isso já não poderá ocorrer, pois constatado o erro, o processo deverá ser anulado.
 A fase externa do processo licitatório terá seguinte sequencia de atos:
Fase de Divulgação: destinada a dar ciência aos terceiros sobre a existência da licitação (seja para que participem da licitação, seja para que fiscalizem sua regularidade);
 Fase de Proposição: destinada à formulação de propostas pelos interessados em participar da licitação;
Fase de Habilitação: destinada à Administração verificar se os interessados possuem condições de satisfazer as obrigações que pretendam assumir; 
Fase de Julgamento: destinada à seleção da proposta mais vantajosa;
Fase de Deliberação: destinada à revisão dos atos praticados e avaliação da conveniência e legalidade do resultado.
 O gestor público efetuando um bom processo licitatório, seja para a compra, obras e serviços de engenharia ou prestação de serviços, estará exercendo a sua função com eficiência e a eficácia esperada.
A contratação será benéfica para atender o bem estar

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