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LITERATURA NORTE-AMERICANA - 112019 - Unidade III

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Prévia do material em texto

Literatura 
Norte-Americana
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Adriana Torquete
Revisão Técnica:
Profa. Ms. Silvana Nogueira da Rocha
Revisão Textual:
Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira
Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman 
Melville, Mark Twain, Henry James)
5
• Introdução
• Contexto Histórico
• Walt Whitman (1819 – 1892)
• Emily Dickinson (1830 – 1886)
• Herman Melville (1819 – 1891)
• Mark Twain (1835 – 1910)
• Henry James (1843 – 1916)
• Considerações finais
 · Apresentar o cenário histórico e social da segunda metade do século XIX 
dos Estados Unidos, destacando os principais autores de sua literatura, que 
contribuíram para construir a verdadeira identidade americana, por muito tempo 
depreciada, mas que, finalmente, dava seus primeiros passos para se distanciar 
do modelo europeu.
Dear student!
Para obter um bom desempenho em seus estudos, explore cada seção da unidade.
No Conteúdo Teórico você encontrará o material principal de estudos na forma de texto escrito.
Na Atividade de Sistematização estão disponibilizados alguns exercícios de autocorreção que visam 
colocar em prática tudo o que aprendeu na disciplina, identificando os pontos em que precisa prestar 
mais atenção, ou pedir esclarecimentos a seu tutor. 
O Material Complementar traz informações adicionais para que você possa ampliar seus 
conhecimentos sobre os tópicos apresentados na unidade. 
Não se esqueça também de acessar a Apresentação Narrada, que faz um resumo dos principais 
tópicos do conteúdo teórico na forma de Power Point e áudio. A Videoaula também deve ser assistida 
como um reforço do que foi estudado. 
O Fórum de Discussão é outra ferramenta disponível, e deve ser utilizado para participar das 
discussões propostas. 
Lembre-se da importância de realizar todas as atividades propostas dentro do prazo estabelecido 
para cada unidade, para evitar acúmulo de conteúdo e problemas ao final do semestre.
Caso tenha alguma dificuldade no acesso de algum item da disciplina, não hesite em entrar em 
contato com seu professor tutor.
Bons estudos!
Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily 
Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, 
Henry James)
6
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Contextualização
Você já deve ter assistido aos filmes Dead Poets Society (“Sociedade dos Poetas Mortos”), 
Moby Dick ou The Innocents (“Os Inocentes”), não é mesmo? São filmes bastante famosos, e 
que marcam muito as nossas vidas. Mas você sabia que eles estão relacionados às obras de autores 
famosos que fizeram parte da segunda fase do Romantismo da Literatura norte-americana?
Vamos estudá-los (dentre outros, é claro!) com um pouco mais de detalhes? Está curioso 
para iniciar essa maravilhosa viagem?
Fonte: “Sociedade dos Poetas Mortos”, 
Peter Weir; Disney/Buena Vista, 1990
Fonte: “Moby dick”, 
John Huston; Warner Bros., 1956
Fonte: “Os Inocentes”, 
Jack Clayton; Fox Film , 1961
7
Introdução
Nesta unidade, estudaremos os principais autores norte-americanos da segunda metade do 
século XIX. Na poesia, conheceremos a obra de Walt Whitman e Emily Dickinson e, na prosa, 
abordaremos os romances de Herman Melville (Moby Dick), Mark Twain (The Adventures of 
Tom Sawyer), e Henry James (The Turn of the Screw).
Contexto Histórico
De modo geral, esse período foi marcado por grandes transformações. Em meados do século 
XIX, os Estados Unidos ainda eram um país agrícola. Porém, o comércio e a indústria estavam 
crescendo e, em 1870, a maioria dos americanos trabalhava em cargos não relacionados com 
a produção agrícola. A população triplicou: de 23 milhões, em 1850 para 76 milhões, em 
1900.
Outro fato que marcou o período foi a Proclamação de Emancipação, assinada pelo 
Presidente Abraham Lincoln, em 1862, abolindo a escravidão no país.
Guerra Civil Americana (1861 – 1865)
Nas décadas anteriores à guerra, o sistema político dos Estados Unidos vivia um delicado 
equilíbrio de forças entre os chamados estados do Norte e do Sul. Entre os vários pontos de 
tensão estavam os impostos, o controle do governo federal sobre os estados, a alfândega, e a 
infraestrutura. Porém, a escravidão negra ganhou notoriedade e foi transformada historicamente 
no principal centro da oposição Norte-Sul.
A escravidão é tida, então, como um divisor de águas e culturas nos Estados Unidos 
em meados do século XIX, porque os estados sulistas eram agroexportadores e utilizavam 
largamente a mão-de-obra escrava negra. Para parte dos políticos e produtores do Norte, a 
escravidão era uma concorrência desleal dos produtores do Sul contra os pequenos produtores 
brancos e livres do Norte. Com a corrida para o Oeste, a disputa se acirrou, pois, a permissão 
ou não da escravidão nos novos estados significava a ampliação da área de influência dos 
grupos políticos e produtores.
A imigração em massa e a intensa industrialização fizeram com que o poder da região Norte 
do país crescesse economicamente e ampliasse politicamente sua participação no governo. 
Portanto, grandes tensões políticas e sociais se desenvolveram entre as regiões Norte e Sul.
Em 1860, Abraham Lincoln, um republicano que se posicionava, como seu partido, contra 
a escravidão, venceu as eleições presidenciais americanas. Ao assumir seu posto de presidente, 
denominou os Estados Unidos como a “Casa Dividida”, pois a situação era de inflexão e 
intransigência no qual consensos e conciliações não eram mais possíveis.
8
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Declarada a guerra, em 1861, a União (estados do Norte) contava com 2.200.000 homens 
alistados, enquanto que a Confederação (estados do Sul) reunia 800.000. A superioridade 
econômica da União podia ser expressa por meio de seu contingente populacional; riqueza; 
malha ferroviária; produção de ferro; produção de carvão; e produção de armas de fogo.
 Saiba Mais
União (Norte): Nova Iorque, Nova Jersey, Massachusetts, Connecticut, New 
Hampshire, Maine, Pensilvânia, Rhode Island, Michigan, Wisconsin, Minnesota, 
Iowa, Illinois, Indiana, Ohio, Vermont, Maryland, Delaware, Missouri, West 
Virginia, Kentucky.
Confederação (Sul): Carolina do Sul, Carolina do Norte, Virginia, Geórgia, 
Flórida, Alabama, Mississipi, Louisiana, Texas, Arkansas, Tennessee.
A guerra, portanto, foi um conflito entre os 11 estados da Confederação (latifundiários, 
aristocratas e defensores da escravidão), contra os estados do Norte (industrializados).
Importante!
A guerra começou quando forças da Confederação atacaram o Fort 
Sumter, um posto militar americano na Carolina do Sul, em 12 de abril de 
1861, e terminou somente em 28 de junho de 1865, com a rendição das 
últimas tropas remanescentes da Confederação. Durante a Guerra Civil 
Americana, 620 mil soldados e inúmeros civis foram mortos.
Após a Guerra Civil, a nação entrou em um período de vasta expansão comercial. Ferrovias 
atravessavam o país e muitas fábricas foram construídas. Os americanos, nativos ou imigrantes, 
lucravam mais do que nunca, pois eles tinham mais oportunidades e mais liberdade. Um dos 
resultados desse crescimento foi um forte sentimento patriótico, que perdura até os dias atuais.
Diante desse novo cenário, vamos ver quais autores se destacaram na literatura e sobre o 
que eles escreviam, quais eram seus pensamentos e ambições.
9
Walt Whitman (1819 – 1892)
Walt Whitman foi um dos maiores inovadores da literatura americana. A maioria de seus poemas foi escrita em versos 
livres, ou seja, sem métrica fixa e rimas. Sua influência na técnica 
poética de autores modernos é evidente.
Nasceu em Nova Iorque e trabalhou como professor e editor em 
vários jornais. Sua obra “Leaves of Grass” (1855) é considerada 
a declaração de independência da poesia americana dos padrões 
europeus e um dos pontos mais altos da poesia ocidental.
Whitman passou a vida revisando e expandindo seu livro.Os 12 
poemas da primeira edição passariam a 383 na chamada “edição de 
leito de morte”.
Segundo o grande poeta americano Ezra Pound, “Whitman é para minha pátria o que 
Dante é para Itália”. Foi louvado como “o profeta da América”, porém também foi acusado 
de obsceno, louco e exibicionista. Durante a Guerra Civil, trabalhou como enfermeiro tanto 
no campo de batalha como nos hospitais militares de Washington.
Os temas recorrentes em sua poesia são: homem, natureza, democracia, individualismo, 
intolerância, conflitos, liberdade de expressão. Também escreveu sobre Nova Iorque, a cidade 
que o fascinava, e sobre a Guerra Civil. Ironicamente, um de seus poemas mais famosos é 
também o mais tradicional: O Captain! My Captain!.
O Captain! My Captain! (1865)
O Captain! My Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead. 
O Captain! My Captain! rise up and hear the bells;
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning; 
Here captain! dear father!
This arm beneath your head;
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen cold and dead.
Fonte: Wikimedia Commons
10
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won; 
Exult, O shores, and ring, O bells! 
But I, with mournful tread, 
Walk the deck my captain lies, 
Fallen cold and dead.
Disponível em: http://www.poetryfoundation.org/poem/174742 - Acesso em 13 de abr. 2015.
O poema foi escrito em homenagem ao presidente Abraham Lincoln, assassinado com um 
tiro na cabeça por um membro do exército dos Confederados, em 1865.
Foi primeiro publicado no panfleto Sequel to Drum – Taps, que reunia 18 poemas relacionados 
à Guerra Civil. Foi incluído na coleção abrangente de Whitman, chamada Leaves of Grass.
Vamos fazer uma breve análise do poema:
Pode-se dizer que a primeira linha estabelece o humor do poema, que é o alívio pelo fim 
da guerra. Na segunda, nota-se que o navio a que o poeta se refere é a nação americana 
já vitoriosa após a Guerra Civil, pois o final da escravidão foi conquistado. A terceira linha 
expressa o humor de júbilo da União vencendo a guerra (the people all exulting). Na quarta 
linha, no entanto, percebe-se uma sutil mudança de humor quando ele fala da severidade 
do navio, e do lado mais sombrio da guerra. Muitos perderam suas vidas na Guerra Civil e, 
embora o prêmio que se buscava tenha sido conquistado, os corações ainda doíam em meio 
à exultação das pessoas. A repetição da palavra heart na quinta linha chama a atenção para 
a vasta tristeza do poeta e a mágoa porque o capitão sangrava e ali ainda jazia frio, inerte e 
morto (linhas 6 a 8). Sem dúvida, isso se refere ao assassinato de Abraham Lincoln e à tristeza 
de Whitman por ter perdido seu ídolo.
Na segunda estrofe o narrador novamente brada o capitão para se levantar e ouvir os sinos 
(to rise up and hear the bells), para se juntar à comemoração pelo fim da guerra.
As próximas três linhas dizem para o capitão se levantar e se juntar aos devaneios, pois 
ele era a razão de todo aquele regozijo (for you the flag is flung; for you the bugle thrills; 
for you bouquets and ribbon’d wreaths; for you the shores a-crowding; for you they call, 
the swaying mass, their eager faces turning). Todos estavam comemorando o que Lincoln 
havia cumprido, não somente a abolição da escravidão, mas também a formação da União 
e a reunião das pessoas. O poeta, por sua vez, não quer reconhecer a morte do seu adorado 
capitão e até mesmo pergunta se é algum sonho (It is some dream that on the deck).
A terceira estrofe começa com um tom melancólico quando finalmente o poeta aceita que 
o capitão está morto. Nessa parte, há imagens vívidas e mais sombrias, tais como his lips are 
pale and still e o leitor pode imaginar o capitão morto, deitado ali, imóvel e sem pulso.
Na linha 17, o poeta brada My Captain, e na linha 18, refere-se ao capitão como My father. 
Isto quer dizer que considerava Lincoln o pai dos Estados Unidos.
http://www.poetryfoundation.org/poem/174742
11
Nas linhas 19 e 20 são declarações conclusivas que resumem o poema todo. Os Estados 
Unidos estão anchor’d safe and sound. Ou seja, estão sãos e salvos da temível guerra agora, 
com sua viagem finalizada e com seu objeto conquistado, conforme está escrito em: its voyage 
closed and done, from fearful trip, the victor ship, comes in with object won. 
É possível notar um esquema de rima distinto, que é incomum para Whitman. O esquema 
de rima é: AABCDEFE, GGHIJEKE, e LLMNOEPE para cada estrofe respectivamente. 
Há também exemplos de aliteração no poema, como flag is flung; safe and sound. 
Glossário
Aliteração: Consiste na repetição de consoantes como recurso 
para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro significativo. 
Exemplos: Três pratos de trigo para três tigres tristes (aliteração 
em “t”); O rato roeu a roupa do rei de Roma (aliteração em “r”); 
“Vozes veladas, veludosas vozes; Volúpias dos violões, vozes 
veladas; Vagam nos velhos vórtices velozes; Dos ventos, vivas, 
vãs, vulcanizadas.” (aliteração em “v”, Cruz e Souza). 
Disponível em: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil10.php
Acesso em 13 de abr. 2015.
Importante!
Embora Walt Whitman tenha feito o poema em homenagem a Abraham 
Lincoln, eles nunca se encontraram. Aliás, inicialmente, Whitman era 
indiferente a Lincoln, mas conforme a pressão da guerra aumentava, 
Whitman passou a adorar o presidente.
Dead Poets Society (“Sociedade dos Poetas Mortos”)
Esse filme, de 1989, do diretor Peter Weir, se tornou “cult” no 
final da década de 1980 e início de 1990. Conta a história de 
um professor de poesia nada ortodoxo, que incita seus alunos a 
serem “livres pensadores”. E o faz por meio da poesia. O filme 
é repleto de inúmeras citações de obras de grandes nomes da 
literatura inglesa e norte americana como Byron e Whitman.. 
O filme tem Robin Williams como personagem principal, 
interpretando o professor de literatura, que citava trechos de 
poemas de Whitman e que possuía um retrato do poeta na 
parede atrás de sua mesa de professor. 
Após a exibição desse filme, os poemas de Walt Whitman tornaram-
se mais conhecidos pelo público brasileiro. Vale à pena conferir!
Assista ao filme gratuitamente por meio do link: 
http://www.filmesiv.com/2012/10/sociedade-dos-poetas-mortos-legendado.html
Acesso em 13 de abr. 2015.
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil10.php
http://www.filmesiv.com/2012/10/sociedade-dos-poetas-mortos-legendado.html
12
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Songs of Myself 
Vejamos também um trecho de seu famoso poema Song of Myself, no qual características 
como o individualismo e a natureza são evidentes. Também podemos observar os versos livres, 
marca da poesia de Whitman:
I celebrate myself, and sing myself,
And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you.
I loaf and invite my soul,
I lean and loaf at my ease observing a spear of summer grass.
My tongue, every atom of my blood, formed from this soil, this air,
Born here of parents born here from parents the same, and their parents the same,
I, now thirty-seven years old in perfect health begin,
Hoping to cease not till death.
Creeds and schools in abeyance,
Retiring back awhile sufficed at what they are, but never forgotten,I harbor for good or bad, I permit to speak at every hazard,
Nature without check with original energy.
[…] 
 Importante!
Song of Myself é um poema de 52 estrofes ou partes. Como indica Allen (1972, p. 
150), é uma apologia a si mesmo. Porém, não é bem a ele. A apologia não é ao Whitman 
homem, mas ao poeta, ao estilo dos poetas do Romantismo inglês, esse ser ideal cuja 
visão vai além da do homem comum. 
É um poema de aceitação, que revela o espírito democrático whitmaniano ao incluir 
homens e mulheres de todas as classes, raças e profissões na formação da nação 
americana. 
O símbolo principal do poema, que representa esse espírito de democracia, é a grama: 
presente em todo o continente, acessível para todos, elemento unificador entre cultura 
e natureza, bandeira do espírito democrático da nação. A grama é, então, o símbolo da 
vida e também o elemento unificador que nasce entre todos os seres humanos.
Nessa época, a forma dos versos de Whitman (verso livre) foi revolucionária, bem assim 
como seu tema, encontrando tanto grande resistência por parte da estética estabelecida, 
quanto grande aceitação pelos transcendentalistas como Emerson, que viam no poeta 
a articulação das suas teorias. Na realidade, Whitman foi o poeta que Emerson exigia 
da sua época. Whitman também se opunha à expansão da escravatura aos territórios 
adquiridos após a Guerra com o México. 
É interessante notar que Whitman construiu um estilo para recriar e articular essa nação 
norte-americana, também em processo de formação e expansão territorial. 
Outra característica é o uso da linguagem: Whitman não utiliza linguagem formal como 
Emerson, mas emprega todo o vocabulário disponível de seu tempo: a linguagem das 
ruas, a dos discursos políticos, e o jargão da ciência. Da mesma maneira, utiliza-se de 
palavras de outras línguas: francês, italiano, espanhol etc.
Conheça mais poemas da obra “Leaves of Grass”, acessando o link:
http://www.gutenberg.org/files/1322/1322-h/1322-h.htm
Acesso em 20 de mar. 2015. 
13
Emily Dickinson (1830 – 1886)
Nasceu, viveu e morreu na pequena Amherst, perto de Boston. Filha de advogado e político influente, frequentou por dois anos 
um internato para moças. Passou seus últimos 25 anos sem sair de 
casa, evitando, até mesmo, ser vista pelas visitas. O único contato 
com o mundo exterior eram suas cartas que trocava com um grande 
número de amigos e familiares, às quais gostava de juntar alguns 
poemas.
Geralmente, vestia-se de branco e sempre tinha flores por perto, o 
que ajudou a criar o mito de “Noiva da Arte e da Desilusão”. Produziu 
algumas coletâneas poéticas manuscritas e encadernadas à mão 
conhecidas como “fascicles”.
Escreveu mais de 1.700 poemas curtos e, geralmente, baseados em uma única imagem ou 
símbolo. Seus temas preferidos eram: amor, morte, natureza e perda. O seu tom é irônico, 
sagaz e muitas vezes desrespeitoso com os valores de sua comunidade. Por meio deles, ela 
questiona as crenças da sua sociedade, mostra que as verdades não são nem permanentes, 
nem eternas, e reconceitualiza os valores, a partir de diferentes perspectivas. Deixou várias 
versões para um mesmo texto, anotações e cartas, o que tem gerado muitas pesquisas.
Em 1862, enviou alguns poemas a Thomas Higginson, poeta e crítico, que não os considerou 
apropriados para publicação por não terem apuro formal, correção gramatical e sobriedade, 
qualidades exigidas pelos padrões da época. 
É por isso que os críticos chamam sua poesia de heurística, no sentido de representar sua 
busca pelo conhecimento e seu desejo de melhor entender o mundo. Um exemplo desses 
questionamentos está em sua própria escrita, que, às vezes, apresenta determinada perspectiva 
sobre um tema, mas logo, em outro poema, discute a mesma temática sob uma ótica diferente. 
Com exceção de dez poemas publicados em vida, a poesia de Emily Dickinson só se tornou 
conhecida após sua morte. Seus poemas foram encontrados, após sua morte, espalhados por 
toda a casa da família. 
Nos poemas, ela centraliza o autoconhecimento e a individualidade. Além disso, não têm 
títulos, tendo sido então numerados na ocasião de sua publicação, no século XX, muitos anos 
após sua morte. São considerados elípticos e opacos, muitas vezes dificultando sua leitura. 
Essas características definem sua poesia como de “ruptura” e questionamento. Porém, isso não 
significa que ela era contra a sua publicação. O motivo pelo qual Dickinson publicou poucos 
poemas em vida foi por se negar a modificá-los para agradar os editores e o público da época. 
Emily Dickinson foi a grande poetisa do século XIX. Recusou-se ao papel convencional da 
mulher no século XIX: não se casou nem levou uma vida religiosa ativa. Não louvava o amor 
ou a família, mas se utilizava da poesia para problematizar os valores de sua sociedade. Na 
esfera social, e diferentemente de Whitman, não se interessou pelas grandes causas nacionais, 
como a Guerra Civil. 
Fonte: Wikimedia Commons
14
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Em 1850, deixou de frequentar a Igreja, mantendo uma atitude crítica em relação ao discurso 
religioso, o que mostrava a influência dos transcendentalistas e seu louvor à natureza em sua 
obra. Porém, diferentemente de Whitman, Dickinson nunca se converteu a essa doutrina ou a 
nenhuma outra. Assim, sua poesia é como um pivô a partir do qual ora considera os princípios 
do protestantismo, ora os do transcendentalismo, tomando elementos de ambos e não se 
convertendo a nenhum.
Diferentemente da poesia de Whitman, que é extrovertida e uma explosão de energia, a 
poesia de Dickinson é introspectiva e de reflexão. 
Veremos agora um de seus poemas cuja temática é a morte. Temos aqui um diálogo entre 
um ser que afirma ter morrido devido à “beleza” e outro, devido à “verdade”, chegando à 
conclusão de que “beleza” e “verdade” são irmãs. Na última estrofe, a poeta constrói uma 
imagem forte na qual, enquanto os dois mortos conversam em túmulos contíguos, o musgo 
alcança seus lábios e cobre seus nomes:
I Died for Beauty
I died for Beauty, but was scarce 
Adjusted in the tomb, 
When one who died for Truth was lain 
In an adjoining room.
He questioned softly why I failed? 
“For Beauty”, I replied.
“And I for Truth, - the two are one; 
We brethren, are”, he said.
And so, as kinsmen met a night,
We talked between the rooms,
Until the moss had reached our lips
And covered up our names. 
Para ler mais poemas de Emily Dickinson, acesse o link:
http://www.online-literature.com/dickinson
Acesso em 15 de mar. 2015.
Na seção “Material Complementar” você poderá ler este e mais seis poemas famosos de 
Emily Dickinson, traduzidos por Nuno Júdice. Não deixe de consultar! 
Importante!
Vale a pena relembrar que Ralph Waldo Emerson foi uma 
grande influência para os poetas americanos Walt Whitman 
(1819-1892) e Emily Dickinson (1830–1886). 
sala adjacente
parentes
musgo
15
Herman Melville (1819 – 1891)
Nasceu em família rica e tradicional, porém, com a morte do pai, passou a conviver com a pobreza aos 12 anos. Trabalhou como 
bancário, professor, agricultor e, aos vinte anos, embarcou como 
marujo em um navio mercante rumo a Liverpool. A primeira de 
muitas viagens.
A princípio, Melville não tinha intenções literárias. No entanto, 
foi encorajado a escrever tudo o que vira. Suas primeiras obras são 
histórias de viagens baseadas em suas próprias aventuras. Por exemplo, 
em Taipi (1846), o protagonista Tom desembarca numa ilha na 
Polinésia, abandona o baleeiro e passa a viver com canibais. Nesta 
obra, vemos a personagem em busca da verdade ao questionar-se por 
que os antropófagos pareciam felizes, moralmente puros e até melhores 
que os europeus. Melville demonstra uma visão simpática a culturas 
consideradas inferiores, menosprezando atitudes e práticas europeias.
Em 1850, a partir da amizade com Nathaniel Hawthorne e da leitura de filósofos, Melville 
inicia sua fase artisticamente mais ambiciosa.Sua obra-prima Moby Dick, dedicada a 
Hawthorne, possui enredo bastante complexo e apresenta vários símbolos.
Moby Dick (1851)
Moby Dick é considerado um romance excepcional do Romantismo norte-americano e, 
embora tenha fracassado na época da morte do autor (1891), sua reputação cresceu como o 
grande romance americano durante o século XX. 
William Faulkner confessou que desejaria tê-lo escrito ele mesmo, e D. H. Lawrence o 
chamou de “one of the strangest and most wonderful books in the world”, e “the greatest 
book of the sea ever written”. 
Produto de um ano e meio de escrita, o livro é dedicado a Nathaniel Hawthorne, e centraliza 
a experiência de Melville em alto-mar, sua leitura sobre baleias, e inspirações literárias, tais 
como Shakespeare e a Bíblia. 
As descrições realistas e detalhadas da caça às baleias e da extração de seu óleo, bem como 
da vida a bordo de um navio em meio à diversidade cultural da tripulação, são misturadas com 
a exploração de classe e status social, do bem e do mal, e da existência de Deus.
Além disso, Melville usa estilos e gêneros que variam desde canções, poesias e catálogos a 
direções Shakespearianas e solilóquios.
Glossário
Solilóquio: do latim solilóquium (solus = sozinho e loqui = falar). 
Conversa de alguém consigo mesmo. Distingue-se do monólogo (fala ou 
discurso por uma única pessoa em teatro ou oratória, etc.) porque, embora 
etimologicamente de igual significado, o solilóquio é uma espécie de diálogo 
do autor com sua alma, com sua consciência, um autodiálogo; ato de 
alguém conversar consigo próprio, fazer uma introspecção ao eu psíquico.
Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/solil%C3%B3quio/ (Acesso em 13 de abr. 2015).
Fonte: Wikimedia Commons
http://www.dicionarioinformal.com.br/solil%C3%B3quio/
16
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Havia algumas pequenas, mas importantes diferenças entre os textos das publicações do 
livro feitas em Londres e Nova Iorque. Em Londres, houve cortes ou mudanças de passagens, 
e Melville também fez algumas mudanças, incluindo uma feita no título no último minuto. A 
obra primeiramente apareceu como The Whale, em Londres, em outubro de 1851, e depois 
sob seu definitivo título Moby-Dick em Nova Iorque, em novembro. 
A baleia, no entanto, aparece nas duas edições como Moby Dick, sem hífen. A edição 
britânica não foi reimpressa, enquanto que a americana o foi três vezes, a última em 1871. 
Apenas 3.200 cópias foram vendidas durante a vida do autor.
O romance é narrado em primeira pessoa pela personagem Ishmael, que decide se 
aventurar no mar embarcando no baleeiro Pequod, nome da primeira tribo indígena 
exterminada pelos colonizadores brancos nos Estados Unidos. A escolha desse nome pode 
indicar uma crítica e uma tentativa de evidenciar a história não oficial dos Estados Unidos 
que inclui a exterminação de todas as tribos indígenas que habitavam o continente, antes da 
chegada do colonizador branco.
Depois de vários dias em alto-mar, o misterioso capitão Ahab revela à tripulação o propósito 
da viagem: matar a baleia branca conhecida como Moby Dick, responsável pela mutilação de 
uma de suas pernas. De forma eloquente, o capitão convence a tripulação, composta por 
exilados provenientes de várias regiões e etnias, formando um microcosmo da humanidade.
Ao final, Ahab consegue, enfim, matar a grande baleia branca. No entanto, todos os envolvidos, 
exceto o narrador, morrem no processo. Observe, a seguir, uma das falas finais do capitão Ahab 
e o desfecho da obra, quando o narrador afirma que tudo entrara em colapso, com exceção da 
natureza que, simbolizada pelo mar, permanecia a mesma de há cinco mil anos atrás:
‘Am I cut off from the last fond pride of meanest shipwrecked 
captains? Oh, lonely death on lonely life!’ [...] went down with 
his ship, which, like Satan, would not sink to hell till she had 
dragged a living part of heaven [...] then all collapsed, and the 
great shroud of the sea rolled on as it rolled 5,000 years ago.
Em relação aos símbolos, a baleia Moby Dick pode representar a natureza por ser complexa, 
desconhecida e perigosa. Porém, para o capitão Ahab, o animal simboliza apenas o Mal.
A narrativa mistura referências literárias e míticas com descrições extremamente realistas e, 
apesar da linguagem rebuscada, o enredo desperta a atenção do leitor do início ao fim.
Importante!
Sobre a obra, vale ressaltar a seguinte característica:
Consumido por uma raiva completamente insana, o Capitão Ahab tem 
apenas um objetivo na vida: vingar-se de Moby Dick, a grande baleia 
branca que o feriu e desfigurou. Portanto, o obcecado capitão usa seu 
poder de comando como uma desculpa para navegar pelos sete mares em 
uma busca sem fim pelo objeto de ódio. 
17
Para ler a obra Moby Dick, acesse o link:
http://www.online-literature.com/melville/mobydick/
(Acesso em 20 de mar. 2015).
É também possível fazer o download gratuito do filme pelo link:
http://www.armagedomfilmes.biz/?p=91354
(Acesso em 06 de abr. 2015).
Curiosidade! – Nota cultural
Moby Dick também foi um desenho animado dos estúdios 
Hanna-Barbera, exibido pelo canal estadunidense CBS 
entre (1967-1969). Seu nome original era Moby Dick and the 
Mighty Mightor. Nesse desenho, dois adolescentes (Tom e 
Tub) são resgatados pela grande baleia branca Moby Dick 
após um naufrágio. Juntamente com a mascote Scooby, eles 
enfrentam os perigos do fundo do mar.
Em um episódio do desenho de Tom & Jerry, os personagens 
se deparam com a embarcação The Pequod e encontram 
Dick Moe (paródia de Moby Dick) e o capitão.
18
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Mark Twain (1835 – 1910)
Mark Twain era o pseudônimo de Samuel Langhome Clemens, que adotou este nome por estar ligado à temática de sua obra. 
Na realidade, “mark twain” é a expressão que os barqueiros do rio 
Mississipi usavam para indicar “duas braças” de profundidade (cerca 
de 4 metros), o nível mínimo para que um barco passasse de forma 
segura. Para o autor, o rio representava a própria jornada humana.
Twain trabalhou como tipógrafo e escreveu vários textos 
humorísticos. De 1857 a 1861, trabalhou como navegador no rio 
Mississippi. Certamente, utilizou elementos dessa experiência para 
escrever Life on the Mississippi (1883). 
Em 1862, começa sua carreira de jornalista e, posteriormente, publica sua coletânea de 
contos e casos em The celebrated jumping frog of Calaveras county (1867). Com esta 
coletânea, Twain registra uma forte tradição do humor típico do Oeste: episódios em que 
pessoas simples e aparentemente tolas conseguem enganar supostos especialistas.
Com personalidade carismática, o autor começa a ser convidado para dar palestras e 
conferências. Em 1876, publica The Adventures of Tom Sawyer, obra em que Tom Sawyer 
e Huckleberry Finn, dois meninos que vivem às margens do Mississipi, como o autor, formam 
uma das duplas mais famosas da literatura mundial.
Planejado, a princípio, como continuação da obra anterior, Twain publica 
The Adventures of Huckleberry Finn (1884), que é considerada por muitos críticos a 
grande obra do autor, por apresentar uma dimensão moral mais ambiciosa, abordando a 
violência da escravidão.
The adventures of Tom Sawyer (1876)
Tom Sawyer é uma das personagens mais memoráveis da literatura americana: menino 
esperto, travesso e sempre pronto a usar as situações em seu favor. 
A obra é um dos grandes clássicos da literatura americana. Tom Sawyer, o imortal personagem 
de Mark Twain, mostra-se tão à vontade no mundo respeitável de sua tia Polly quanto no mundo 
aventureiro e desprotegido de seu amigo Huck Finn. Os dois vivem uma série de aventuras, 
podendo ser citado o evento em que presenciaram um assassinato e que, por fim, provaram a 
inocência do homem injustamente acusado; e a perseguição feita por Injun Joe (o verdadeiro 
assassino). Finalmente, após terem escapadodas garras de Joe, encontram o tesouro que Joe 
havia enterrado.
Twain, observando o mundo pelo ponto de vista infantil, relata a amizade entre Tom Sawyer 
e Huckleberry Finn, a descoberta do amor com a menina Becky e muitas travessuras.
Embora originalmente escrito como história de aventura para jovens, este livro é muito mais 
do que isto: é um mergulho na vida do interior dos Estados Unidos, especialmente na região 
do “imenso Mississippi”, na metade do século XIX.
Fonte: Wikimedia Commons
19
Numa das passagens mais famosas do romance, Tom recebe, como castigo por ter cabulado 
aulas, a tarefa de pintar a cerca de um jardim, mas finge que aquilo é um privilégio, “permitindo” 
a outros garotos que finalizem o trabalho, desde que lhe paguem uma determinada quantia:
The Adventures of Tom Sawyer – Chapter 2
“Say - I’m going in a-swimming, I am. Don’t you wish you 
could? But of course you’d druther work - wouldn’t you? 
Course you would!”
Tom contemplated the boy a bit, and said:
“What do you call work?”
“Why, ain’t that work?”
Tom resumed his whitewashing, and answered carelessly:
“Well, maybe it is, and maybe it ain’t. All I know, is, it suits 
Tom Sawyer.”
“Oh come, now, you don’t mean to let on that you like it?”
The brush continued to move.
“Like it? Well, I don’t see why I oughtn’t to like it. Does a boy 
get a chance to whitewash a fence every day?”
That put the thing in a new light. Ben stopped nibbling his 
apple. Tom swept his brush daintily back and forth - stepped 
back to note the effect – added a touch here and there – 
criticized the effect again – Ben watching every move and 
getting more and more interested, more and more absorbed. 
Presently he said:
“Say, Tom, let me whitewash a little.”
Leia a obra The Adventures of Tom Sawyer no link:
http://www.online-literature.com/twain/tomsawyer/
(Acesso em 20 de mar. 2015).
É possível também assistir ao filme completo, acessando o link:
https://www.youtube.com/watch?v=Nh5C6TKVyIE
(Acesso em 06 de mar. 2015).
20
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Henry James (1843 – 1916)
Proveniente de família rica, Henry James recebeu uma ótima educação durante sua adolescência, quando estudou na Suíça, 
França, Inglaterra e Itália. Viveu a maior parte da vida na Europa, 
porém nunca deixou de ser um legítimo representante do Novo Mundo. 
O autor conviveu com a elite do Realismo francês (Zola, 
Maupassant, Flaubert): “Fui lançado em pleno Olimpo”.
Em 1871, publica seu primeiro romance, Watch and Ward. 
Em três de seus romances iniciais, Roderick Hudson (1875), 
The Americans (1877) e The Europeans (1878), James 
retratou e contrapôs a cultura americana e a europeia. Escreveu 
vinte romances, mais de cem contos e doze peças teatrais, assim 
como também produziu crítica literária e autobiografias. Tornou-se 
cidadão inglês em 1915, um ano antes de sua morte em Londres.
Sua obra representa a transição do século XIX para o XX, principalmente devido aos seus 
últimos livros, considerados romances psicológicos, como The Turn of the Screw (A Volta 
do Parafuso).
The Turn of the Screw (1898)

Página do título da edição original (1898) 
de The Two Magics, no qual The Turn of 
the Screw foi primeiro publicado.
Imagem: Wikimedia Commons
Neste romance psicológico, James aborda o mal como parte inerente ao ser humano, 
relatando a história de uma jovem, filha de um pároco da aldeia, que se torna governanta 
dos sobrinhos de um rico capitalista. Ele a contrata sob a condição de que não o incomode. 
A jovem deve cuidar sozinha de Miles e Flora, numa imensa propriedade no interior da 
Inglaterra vitoriana. Misteriosamente, logo no início da narrativa, a jovem julga ver um 
desconhecido no alto da torre da residência.
Há um segredo no passado das crianças: elas teriam sido desencaminhadas por dois 
antigos empregados, Peter Quint e Miss Jessel, que eram amantes e morreram de forma 
misteriosa. A governante passa, então, a ver os fantasmas e decide proteger as crianças. 
Ela tem que utilizar toda sua convicção nos fatos que se desenrolam na residência para 
convencer ao leitor de que é uma narradora confiável.
Fonte: Wikimedia Commons
21
Uma das questões propostas pelo romance, que oscila entre fantasia e realidade, é se os 
pequenos estão, de fato, possuídos ou tudo é fruto da imaginação, puritana e reprimida, 
da narradora.
Várias análises desta obra centralizam a estranha relação entre a jovem e o tio das crianças, 
um suposto desejo reprimido pelo homem que deve evitar, e que poderia ser a fonte de suas 
estranhas visões.
 Importante!
Na obra, Henry James elimina o autor da narrativa e confere ao leitor a ilusão de estar presente na cena da ação, por meio de uma apresentação dos 
eventos e dos personagens diretamente sem comentários.
O modo de apresentar o romance muda, pelo deslocamento do centro da ação 
para aspectos psicológicos e fantásticos. As circunstâncias externas perdem 
significado diante dos acontecimentos internos que ocorrem na mente humana. 
O sobrenatural é determinante na história. Partindo do mundo estranho, a 
história toma sentido fantasmagórico. 
James teria provado do próprio veneno, pois sentiu “parte do horror que estava 
tentando evocar”. Ele brinca com a luz na escuridão (exemplo: as aparições do 
fantasma durante o crepúsculo e a morte da preceptora em pleno meio-dia).
Podemos classificar o romance como gótico, já que esse tipo de romance lida 
com uma experiência intensa, em um espaço isolado das condições do dia a dia. 
A narrativa é permeada por um ar de mistério e horror com grande sugestão de 
sexualidade e sadismo. O motivo de crianças serem encantadas por outro mundo 
– ou pelos mortos – sustenta o tom gótico do romance. 
Henry James não trabalha com questões sociais, mas sim psicológicas. Segundo 
Teodorov, o leitor tem que pairar entre a “desrazão” e a razão, não sabendo 
direito o que acontece, pois a história não tem solução. A fórmula de James 
sustenta-se entre a certeza e incerteza, ou seja, a fórmula da narrativa fantástica.
É uma história de loucura e neurose, por meio de uma busca de sentido 
psicológico para vivências incomuns pela preceptora.
Dessa obra nasceu o filme de grande sucesso The Innocents (“Os Inocentes”). 
Por meio da obra literária e cinematográfica pode ser feito um estudo comparado.
Disponível em: http://culturaesquizofrenica.blogspot.com.br/2010/07/volta-do-parafuso.html (Acesso em 06 de abr. 2015).
Para saber o fim deste misterioso romance psicológico, acesse o link: 
http://www.online-literature.com/henry_james/turn_screw/
(Acesso em 20 de mar. 2015).
A obra também está disponível para download no link:
http://www.goodreads.com/book/show/12948.The_Turn_of_the_Screw
(Acesso e 06 de abr. 2015).
Se preferir, assista ao filme completo The Innocents (“Os Inocentes”), 
disponível no Youtube: 
https://www.youtube.com/watch?v=ktvn-UFNJkM
(Acesso em 06 de abr. 2015).
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Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Considerações finais
Você conheceu, nessa unidade, os principais autores da segunda metade do século XIX. 
Começamos pela produção poética de Walt Whitman, “o poeta da América”, e sua obra 
Leaves of Grass. Estudamos também a poesia moderna e sublime de Emily Dickinson.
Na prosa, abordamos o romance Moby Dick, obra-prima de Herman Melville, que reflete 
sua fase mais madura e complexa. Também estudamos sobre Mark Twain e sua dupla 
inesquecível, Tom Sawyer e Huck Finn. E finalizamos com o grande Henry James e seu 
romance psicológico The Turn of the Screw.
Não se esqueça! Leia também as informações adicionais no Material Complementar desta 
unidade. Lá, você poderá aumentar seus conhecimentos sobre essa fase do Romantismo 
norte-americano. Não perca essa chance!
23
Material Complementar
Caso você queira conhecer um pouco mais a respeito dos assuntos tratados nesta unidade, 
seguem algumas sugestões de leiturase filmes.
Elas estão elencadas por autores, de acordo com a ordem em que aparecem no título da unidade.
Walt Whitman
Livro:
Leaves of Grass (“Folhas de Relva”) 
Walt Whitman (1819–1892) publicou a primeira edição de sua principal obra, Leaves of 
Grass, em 1855. Pelo restante de sua vida, produziu novas edições do livro, terminando 
com a nona edição, ou edição do “leito de morte”, em 1891–1892. O que começou 
como um livro fino de 12 poemas, tornou-se, no final de sua vida, um compêndio grosso 
de quase 400 poemas. 
Whitman considerava cada versão como um livro próprio e distinto e alterava o conteúdo 
de forma contínua. Adicionou novos poemas, deu nome ou renomeou antigos e, até 
1881, reagrupou-os várias vezes. Desenvolveu a tipografia, adicionou anexos, reescreveu 
as frases e alterou a pontuação tornando cada edição única. 
Ao clicar no link, você encontrará a primeira edição rara, que Whitman imprimiu sem o 
nome do autor na página de título. A publicação do livro foi anunciada por comentários 
anônimos impressos em jornais de Nova Iorque, os quais foram claramente escritos pelo 
próprio Whitman. Eles descreviam com precisão a natureza revolucionária de sua obra 
“transcendente e nova”: “Finalmente, um trovador americano!”. 
Whitman também recebeu um impulso generoso de publicidade da escritora best-seller 
Fanny Fern, que fez amizade com o poeta e defendeu o livro “Folhas de Relva” como 
ousado e novo em sua coluna popular no New York Ledger, em 10 de maio de 1856.
Leia a obra gratuitamente no link: 
http://www.wdl.org/pt/item/9683/
(Acesso em 9 de abr. 2015). 
Filme:
Dead Poets Society (“Sociedade dos Poetas Mortos”)
Após a exibição do filme, os poemas de Walt Whitman tornaram-se mais conhecidos 
pelo público brasileiro.
O filme tem Robin Williams como personagem principal, interpretando um professor de 
literatura, que citava trechos de poemas de Whitman e que possuía um retrato do poeta 
na parede atrás de sua mesa de professor.
Assista ao filme gratuitamente por meio do link:
http://www.filmesiv.com/2012/10/sociedade-dos-poetas-mortos-legendado.html
(Acesso em 13 de abr. 2015).
24
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Emily Dickinson
Livro:
Oitenta Poemas de Emily Dickinson
Em 1979, Jorge de Sena, indiscutivelmente um dos maiores poetas portugueses do 
seu século, traduziu a obra “80 Poemas de Emily Dickinson”, uma das maiores poetisas 
americanas de todos os tempos.
Poemas de Emily Dickinson traduzidos por Nuno Júdice1:
Os Instantes Superiores da Alma
Os instantes Superiores da Alma
Acontecem-lhe – na solidão –
Quando o amigo – e a ocasião Terrena
Se retiram para muito longe –
Ou quando – Ela Própria – subiu
A um plano tão alto
Para Reconhecer menos
Do que a sua Omnipotência –
Essa Abolição Mortal
É rara – mas tão bela
Como Aparição – sujeita
A um Ar Absoluto –
Revelação da Eternidade
Aos seus favoritos – bem poucos –
A Gigantesca substância
Da Imortalidade
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015.
Diz Toda a Verdade
Diz toda a Verdade mas di-la tendenciosamente –
O êxito está no Circuito
É demasiado brilhante para o nosso enfermo Prazer
A esplêndida surpresa da Verdade
Como o Relâmpago se torna mais fácil para as Crianças
Com uma amável explicação
A Verdade deve ofuscar gradualmente
Ou cada homem ficará cego –
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015.
1 Escritor, poeta, ensaísta português, natural de Mexilhoeira Grande, Portimão. Estudou Filologia Romântica na Universidade de Lisboa, vindo 
a ser professor do ensino secundário. Atualmente, é professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em 1989 com uma tese 
sobre Literatura Medieval. A partir de 1997, passou a desempenhar, em Paris, os cargos de conselheiro cultural da Embaixada Portuguesa e 
delegado do Instituto Camões. Tem livros traduzidos na Espanha, Itália, Venezuela, Inglaterra e França. Recebeu o prêmio de Poesia Pablo 
Neruda e o Prêmio da Fundação da Casa de Mateus. Disponível em: http://www.escritas.org/pt/biografia/nuno-judice. Acesso em 13 de abr. 2015.
http://www.escritas.org/pt/biografia/nuno-judice
25
A Dor Tem um Elemento de Vazio
A Dor – tem um Elemento de Vazio –
Não se consegue lembrar
De quando começou – ou se houve
Um tempo em que não existiu –
Não tem Futuro – para lá de si própria –
O seu Infinito contém
O seu Passado – iluminado para aperceber
Novas Épocas – de Dor.
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015.
Morri pela Beleza
Morri pela Beleza – mas mal me tinha
Acomodado à Campa
Quando Alguém que morreu pela Verdade,
Da Casa do lado –
Perguntou baixinho “Por que morreste?”
“Pela Beleza”, respondi –
“E eu – pela Verdade – Ambas são iguais –
E nós também, somos Irmãos”, disse Ele –
E assim, como parentes próximos, uma Noite –
Falamos de uma Casa para outra –
Até que o Musgo nos chegou aos lábios –
E cobriu – os nossos nomes –
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015.
Demasiada Loucura é o Mais Divino Juízo
Demasiada Loucura é o mais divino Juízo –
Para um Olhar criterioso –
Demasiado Juízo – a mais severa Loucura –
É a Maioria que
Nisto, como em Tudo, prevalece –
Consente – e és são –
Objeta – és perigoso de imediato –
E acorrentado –
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015.
A Ausência Desincorpora
A Ausência desincorpora – e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor –
A Ternura diminui à medida que a experimentamos –
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015. 
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Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
O Êxito Parece a Mais Doce das Coisas
O êxito parece a mais doce das coisas
A quem nunca venceu na vida.
Ter a compreensão de um néctar
Exige a mais dolorosa necessidade.
De entre o purpúreo Exército
Que hoje empunhou a Bandeira
Nenhum outro poderá dar uma tão clara
Definição da Vitória
Como o vencido – agonizante –
Em cujo ouvido interdito
A distante ária triunfal
Ressoa nítida e pungente!
Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/a/emily-dickinson. Acesso em 9 de abr. 2015
Filme:
I started early
Na realidade, não é exatamente um filme, mas trata-se de uma animação baseada na 
obra da autora.
Talvez você ache um pouco difícil de assistir porque é uma versão original em inglês, ou 
com legendas em inglês.
Disponível em:
http://garatujasfantasticas.com/15-animacoes/
(Acesso em 13 de abr. 2015).
Herman Merville
Livro:
Moby-Dick: The Whale
Disponível em: 
http://www.online-literature.com/melville/mobydick/
(Acesso em 20 de mar. 2015).
Filme:
Moby Dick
Filme de 1978, que narra o romance clássico de Herman Melville. Disponível em: 
http://www.armagedomfilmes.biz/?p=91354
(Acesso em 06 de abr. 2015).
27
Mark Twain
Livro:
The Adventures of Tom Sawyer (“As Aventuras de Tom Sawyer”) 
Tom Sawyer vive com sua tia Polly e o seu meio-irmão, Sid, na cidade de São Petersburgo, 
no estado do Missouri, junto ao rio Mississipi. Tom e Huckleberry Finn, o filho do bêbado 
da cidade, envolvem-se nas mais destemidas aventuras que fazem as delícias do leitor. 
A obra é um retrato dos Estados Unidos rural em meados do século XIX. Foi adaptada 
para o cinema e séries de animação diversas vezes. Uma das animações mais famosas foi, 
sem dúvida, uma adaptação japonesa, em 1980, que foi lançada também em Portugal.
Leia o livro gratuitamente no link: 
http://www.livros-digitais.com/mark-twain/as-aventuras-de-tom-sawyer/sinopse
(Acesso em 9 de abr. 2015).
Filme:
The Adventures of Tom Sawyer (“As Aventuras de Tom Sawyer”) 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=Nh5C6TKVyIE
(Acesso em 06 de abr. 2015).
Henry James
Livro:
The Turn of the Screw (“A Volta do Parafuso”)
Disponível para leitura em: 
http://www.online-literature.com/henry_james/turn_screw/(Acesso em 20 de mar. 2015).
Disponível para download em: 
http://www.goodreads.com/book/show/12948.The_Turn_of_the_Screw
(Acesso e 06 de abr. 2015).
Filme:
The Innocents (“Os Inocentes”) 
Cenário: Inglaterra, durante a Era Vitoriana.
Dois irmãos, Flora e Miles, moram com seu tio em uma antiga casa após ficarem 
órfãos. Os meninos são deixados aos cuidados da senhorita Giddens, uma governanta 
muito competente, que ganha total liberdade de criação dos meninos. Porém, as duas 
crianças começam a serem possuídas por espíritos que habitavam a casa. Cabe a 
Giddens salvá-las e exorcizar os espíritos que rondam a casa.
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=ktvn-UFNJkM
(Acesso em 06 de abr. 2015).
https://www.youtube.com/watch?v=ktvn-UFNJkM
28
Unidade: Século XIX: Romantismo (Walt Whitman, Emily Dickinson, Herman Melville, Mark Twain, Henry James)
Referências
CUNLIFFE, M. The Literature of the United States. 4.ed. Middlesex: Penguin, 1986.
HIGH, P. B. An Outline of American Literature. England: Longman, 2002.
NABUCO, C. Retrato dos Estados Unidos a Luz da sua Literatura. 2.ed. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
29
Anotações

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