A Solidariedade ao próximo - Sociólogo Norbert Elias

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O Sociólogo Norbert Elias estudava os
variados tipos de comportamentos da
sociedade, tomando como objeto de
análise os livros e manuais de
comportamentos, de bons modos, ele
percebe que, de um perspectiva
histórica, de um ponto de vista a longo
prazo, há um movimento de controle
cada vez maior dos instintos e no livro
“a sociedade dos indivíduos” busca
compreender a sociedade moderna.
Porém o processo de individualização ou
processo de civilização é o processo no
qual as estruturas emocionais
incorporam controles instituais cada vez
maiores e se modificam de acordo com
as transformações que acontecem na
própria sociedade.
No processo de afastamento, visamos o
Ego, Id e Superego de Freud que fazem
parte de uma estrutura que só poderia
ter nascido em tempo de autocontrole e
repressão.
Atualmente estamos vivendo em um
contexto de epidemia mundial, causado
pelo Coronavìrus. Em consequência,
decidiram decretar um processo de
isolamento social por conta do vírus,
para evitar mais contágios e mortes.
No Brasil já há vários casos de covid-19
e de mortes, segundo o Ministério da
Saúde. Enquanto isso o Presidente se
manifesta em rede nacional sua falta de
preocupação com a pandemia
diariamente, afirmando ser uma
“gripezinha”, "Todos nós vamos morrer
um dia", "histórico de atleta", a partir
disso visamos um pensamento
individualista, no qual ele tem interesse
no comércio, no lucro e não na vida da
sociedade, na solidariedade com o
próximo.
A situação é preocupante e ao mesmo
tempo serve para refletirmos sobre
quem somos, a que identidades servimos
e ao meio desse conflito descobrir a
solidariedade ao próximo, é perceptível
a falta do contato com o outro, porque
segundo Norbert Elias “nós, seres
humanos, nascemos e vivemos em
sociedade porque necessitamos uns dos
outros”, mas também visamos que a
sociedade é individualista através da
busca individual, por exemplo, nos
desejos, pensamentos, trabalho, pois
muitos indivíduos são autônomos, e
trabalham por conta, e essa pandemia,
esse isolamento está abrindo portas para
uma sociedade mais individualista, por
estarem se acomodando através da
mídia, das redes sociais, através da tela,
sem ter o contato físico, e a mídia
alimenta isso, por meio do instagram,
por exemplos, desafiando os
participantes a fazerem desafios na
internet, tendo consultas onlines,
profissionais de educação física dando
aula, aulas à distância, são trabalhos
que estão funcionando bem e podem ser
que alguns deles fiquem depois da
pandemia. Além de ser um meio de
trabalho, é um jeito de continuarmos
nos comunicando, socializando com o
mundo.
No livro “ A Sociedade dos Indivíduos”,
Elias cita o exemplo de Aristóteles da
relação das pedras e das casas, que para
criar uma casa era necessário um
conjunto de pedras. "Está realmente
nos proporciona um modelo simples
para mostrar como a junção de muitos
elementos individuais forma uma
unidade cuja estrutura não pode ser
inferida de seus componentes isolados.”
E segundo cita a teoria da Gestalt,
“Ensinou- nos, primeiramente, que o
todo é diferente da soma de suas partes,
que ele incorpora leis de um tipo
especial, as quais não podem ser
elucidadas pelo exame de seus elementos
isolados.”, ”como o exemplo da melodia,
que também não consiste em nada além
de notas individuais, mas é diferente de
sua soma, ou o exemplo da relação entre
a palavra e os sons, a frase e as palavras,
o livro e as frases.”, ou seja, sem os
indivíduos não se forma uma sociedade.
Portanto a sociedade se constitui através
das relações entre os indivíduos e isso só
existe porque há um grande número de
pessoas trabalhando isoladamente e
independente das intenções particulares
fazendo com que as grandes
transformações sejam vistas e
transformadas.
Bárbara Nunes - @horadapsico