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Estudo Dirigido de Microbiologia (Antimicrobianos) 01. Conceito de antimicrobiano. São drogas que têm a capacidade de inibir o crescimento de microrganismos, indicadas portando, apenas para o tratamento de infecções microbianas sensíveis. Podem ser produzidas por bactérias ou por fungos ou podem ser total ou parcialmente sintéticas. São usados para tratar infecções e incluem: antibióticos, antissépticos e desinfetantes. 02. Por que nem todo antimicrobiano pode ser chamado de antibiótico? Nem todo antimicrobiano pode ser chamado de antibiótico, porque antibiótico é apenas uma classe de antimicrobianos e serve para matar as bactérias, embora possa ser usados em seu sentido mais amplo para matar fungos. Os antibióticos podem ser bactericidas quando tem efeito letal sobre a bactéria ou bacteriostático, quando inibem seu metabolismo. 03. Como podemos denominar os antimicrobianos que não são obtidos a partir de seres humanos? Algumas drogas são sintetizadas em laboratório, chamadas assim de quimioterápicos e outras são sintetizadas a partir de seres vivos, chamadas de antibióticos. Os antibióticos são produzidos, na sua maioria, por microrganismos que fazem sua síntese total ou parcial da molécula, e nesse caso são concluídos em laboratório ( antibióticos semi-sintéticos). 04. Qual a diferença entre agente microbicida e microbiostático? Microbicida é uma substância que mata os microrganismo e microbiostático inibe o desenvolvimento de microrganismos, como bactérias, fungos, vírus ou protozoários. 05. Defina agente: bactericida, fungicida e virucida. ✔ Bactericida: nível de atividade antimicribiana que mata o microorganismo-teste. In vitro, é determinada pela exposição de uma certa concentração padronizada de microorganismos a uma série de diluições antimicrobianas. A menor concentração que mata 99,9% da população é referida como concentração mínima bactericida (CMB). ✔ Fungicida: um agente é consideredo fungicida quando tem habilidade para matar um organismo in vivo ou in vitro. A menor concentração da droga, que mata 99,9% do teste populacional, é denominada concentração fungicida mínima. Segundo a Fundação Osvaldo Cruz 🡪 Substância química fabricada para eliminar fungos e seus esporos. ✔ Viruscida: agente capaz de inativar vírus 06. Os antimicrobianos que são eficazes contra uma grande variedade de patógenos gram positivos e gram negativos são chamados de: AMPLO ESPECTRO 🡪 “ uma droga antibacteriana de amplo espectro pode inibir uma variedade de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas.” 07. Quais os mecanismos de ação das drogas antimicrobianas? Os mecanismos de ação dos antimicrobianos são cinco: 1) Inibição da síntese da parede celular; 2) alteração das membranas celulares; 3) Inibição da síntese proteica; 4) Inibição da síntese dos ácidos nucléicos; 5) atividade antimetabólica ou antagonismo competitivo. 08. Relacione os grupos de antimicrobianos que atuam inibindo a síntese da parede celular. Os principais grupos que inibem a síntese da parede celular são: os betalactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, carbapenêmicos e monobactâmicos); os glicopeptídeos (vancomicina e teicoplanina) e antifúngicos (caspofungina). 09. Quais as drogas denominadas beta-lactâmicos? As drogas consideradas beta-lactâmicos possuem esse nome em virtude de um anel lactâmico singular de quatro membros. As penicilinas, cefalosporina, monobactâmico, carbapenens são exemplos de drogas beta-lactâmicos. 10. De que forma os beta-lactâmicos inibem a síntese da parede celular? Os beta-latâmicos interferem na síntese peptideoglicana da parede celular bacteriana se ligando e inibindo às proteínas ligadoras da penicilina(PBP), enzima responsável por catalisar a reação de transpeptidase que remove a alanina terminal para formar ligação cruzada com um peptídeo adjacente, conferindo rigidez a parede celular. 11. Qual o espectro da penicilina G? Por que ela não pode ser utilizada via oral? A penicilina G é o fármaco de escolha para infecções causadas por estreptococos, meningococos, enterococos, pneumococos sensíveis a penicilina, estafilococos não produtores de beta-lactamase, Treponema pallidum e muitos outros espiroquetas, Bacilos anthracis, bastonetes gram-positivos e microrganismos anaeróbios gram-negativos não produtoras de beta-lactamase. A penicilina G não resiste a acidez gástrica, é considerada ácido-lábil 12. Qual o nome genérico da alfa aminobenzil penicilina? Aminopenicilina 13. Ampicilina, amoxicilina, carbenicilina, piperacilina, ticarcilina são todas penicilinas com característica comuns. Quais são estas características? Os medicamentos citados acima são todos antimicrobianos bactericidas, os quais atuarão inibindo a síntese de parede celular de bactérias, também possuirão um anel beta-lactâmico, substância responsável pelos mecanismos que impossibilitarão a síntese da parede celular das mesmas. 14. Qual a ação de uma enzima denominada beta-lactamase? As beta-lactamases são enzimas presentes em algumas bactérias, por exemplos a Staphylococcus aureus, que terão como ação fazer com que essas bactérias obtenham certa resistência a antimicrobianos do tipo dos beta-lactâmicos. 15. Qual o principal mecanismo de resistência das bacterias aos beta-lactâmicos? O principal mecanismo de resistência de bactérias aos antibióticos pertencentes ao grupo dos beta-lactâmicos é o fato de as bactérias resistentes a eles produzirem enzimas beta-lactamases. Essas enzimas terão a capacidade de hidrolisar o anel beta-lactâmico dos antimicrobianos transformando- os em grupos inativos. No caso das penicilinas estas darão origem ao ácido penicilinóico e as cefalosporinas ao ácido cefalosporóico. 16. Qual as penicilinas resistentes às beta-lactâmicos? Podem ser citadas a oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina. 17. Como ocorre a resistência das baterias às penicilinas resistentes às beta-lactâmicas? As penicilinases ou ß-lactamases são enzimas produzidas por algumas bactérias, essas enzimas rompem o anel ß-lactâmico tornando o produto inativo do ponto de vista antimicrobiano. 18. O que significa a sigla MRSA? A MRSA é a sigla inglesa para Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina, nome de uma bactéria da família da Staphylococcus Aureus 19. Por que ele deve ser considerado um micro-organismo problema que deve passar por vigilância epidemiológica nos hospitais? A MRSA é igual a qualquer outro tipo de estafilococo, a diferença é que essa cepa é particularmente virulenta, ou seja, difícil de matar e se alastra facilmente. Muitos pacientes em hospitais são portadores de HA-MRSA, mas não têm sintomas da doença. As infecções hospitalares são tão prevalentes, que foram identificadas como uma das duas fontes de infecção. O MRSA associado a hospitais (HA-MRSA) descreve um tipo de MRSA que evoluiu dentro do ambiente hospitalar. Quando se determina que um paciente no hospital está com infecção por MRSA (ou é colonizado pelas bactérias), entrará em quarentena e receberá uma bateria de antibióticos. Embora esses pacientes são a fonte mais comum das bactérias, a transmissão ocorre quando as mãos dos profissionais de saúde tocar outros pacientes que são portadores de HA-MRSA. Outras fontes de transmissão em serviços de saúde incluem feridas abertas, cateteres ou tubos respiratórios. 20. Que grupo formam os CEFENS? Cefaloporinas, cefamicinas e oxacefemas 21. Em quantas gerações são divididas as cefalosporinas? As cefaloporinas são divididas em quatro gerações. A primeira geração possui a cefalotina, cefaloridina, cefalexina, cefazolina, cefaloxina, cefradina e cefaclor. Essas são ativas contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, mas não possuem ação contra enterococos, pseudomonas, listeria, clamídias e estafilococos resistentes à oxacilina. São utilizadas para o tratamento de infecções estafilocócicas, respiratórias provocadas por Haemophilus influenzae e prevenção de infecçõescirúrgicas. A segunda geração possui a cefoxitina, cefonicida, cefomandol e cefuroxima. Essas são mais resistentes à ação das betalactamases das bactérias Gram-negativas. A cefoxitina é a cefalosporina de melhor atividade sobre bactérias anaeróbias estritas e possui boa atividade sobre enterobactérias. Mas não é indicada em infecções causadas por estafilococos. A terceira geração possui a cefotaxima, ceftriaxona, cefixima, cefetamet, cefoperazona e ceftazidima. Essas são ainda mais resistentes à inativação pelas betalactamases das bactérias Gram-negativas e apresentam elevada atividade contra estes agentes, principalmente a Haemophilus influenzae e a enterobactérias. São indicadas no tratamento das infecções por bactérias Gram-negativas resistentes a outros antimicrobianos, como nas infecções hospitalares. A quarta geração possui a cefepime. Essa é ativa contra bactérias Gram- negativas, mas são pouco ativas para as Gram-positivas. 22. Cite as cefalosporinas mais conhecidas e utilizadas de cada geração e para qual tipo de bacteria é mais utilizada. http://saude.hsw.uol.com.br/questao88.htm A cefalosporina mais conhecida da primeira geração é a cefalexina que tem boa atividade sobre as bactérias Gram-positivas e algumas Gram-negativas. A mais conhecida da segunda geração é a cefoxitina que atua sobre as bactérias anaeróbias estritas. A mais conhecida da terceira geração é a cefoperazona que são ativas contra a Pseudomonas aeruginosa. Por fim, a mais conhecida da quarta geração é a cefepime que é ativa contra bactérias Gram-negativas. 23. Quem são os carbapenêmicos? Os carbapenemas são betalactâmicos semi-sintéticos derivados da tienamicina. O mais conhecido é a imipenema que possui atividade contra todos os cocos Gram-positivos e negativos e contra todos os bacilos Gram-positivos e negativos, aeróbios e anaeróbios. 24. Por que os carbapenêmicos, embora de amplo espectro, não devem ser usados no tratamento de infecções por MRSA? As infecções causadas por MRSA não podem ser tratadas por carbapenêmicos, porque MRSA são resistentes aos betalactâmicos, já que produzem a enzima betalactamase que destrói os antimicrobianos formados com anel betalactâmico. 25. Qual o espectro de ação do aztreonam? O aztreonam é ativo contra a maioria das enterobactérias, como E.coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella e Providencia. Sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa é inferior à de cefalosporinas de terceira geração e carbapenêmicos, exigindo concentrações maiores para essa ação. Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis e N. gonorrhoeae também são sensíveis ao antimicrobiano. 26. Em quais beta-lactâmicos agem as beta-lactamases tipo as penicilases? Penicilina G, Penicilina V, Piperacilina, Ampicilina, Amoxicilina, Azlocilina, Ciclacilina, Ticarcilina, Mezlocilina. 27. O que denominamos AmpiC? AmpiC é um grupode beta-lactamases, que são uma das mais comuns. Seu mecanismo de resistência aos beta-lactâmicos envolve as cefalosporinases (efetivas contra bacilos gram-positivos), sendo induzível no grupo CESP. Não são inibidas por EDTA e ácido clavulânico. 28. Quais os beta-talâmicos que não são degradados pelas beta-lactamases de espectro ampliado (ESBL)? Carbapenênicos e cefamicinas 29. Alguma das beta-lactamases são denominadas carbapenemases, entre elas: metalobetalactamases (MBL), Kebsiella pneumoninae carbapenemase (KPC) e New Deli metaloenzima (NDM). Pesquise e diga por que o surgimento destas enzimas é tão preocupante no panorama da resistência. Essas enzimas têm significativa importância porque sua presença inativa a ação de antibióticos beta-lactâmicos, assim a síntese dessas enzimas pelas bactérias, as tornam resistentes à ação desses antibióticos. Além disso, as KPCs e NDMs (sendo essas ultimas principalmente do tipo 1) estão frequentemente associadas com o surgimento de superbactérias, altamente infecciosas e de difícil proteção contra. 30. Quais são as drogas denominadas “inibidores de beta-lactamases”? São sulbactam, ácido clavulânico e tazobactam. 31. Qual a ação dos mesmos? São drogas capazes de inativar as beta-lactamases (enzimas bacterianas) e, desse modo, impedir a destruição dos antibióticos beta-lactâmicos que são substratos dessas enzimas. Os inibidores de beta-lactamases ligam-se a essas enzimas sintetizadas pela bactéria, destruindo essas enzimas, ao mesmo tempo em que se deixam destruir pelas mesmas, por esse motivo, são chamados de suicidas. Eles não possuem atividade antimicrobiana e para terem uso terapêutico, devem estar associados a um antimicrobiano beta-lactâmico, essa associação faz com que as bactérias resistentes a esse antibiótico passem a ser sensíveis, pela presença do inibidor. 32. Os inibidores são encontrados associados com quais drogas? Exemplifique cada uma das associações encontradas disponíveis. São associados com antibióticos beta-lactâmicos, os principais inibidores são o ácido clavurônico, o tazobactam e o sulbactam sódico, as associações mais comuns são com amoxicilina (+ ácido clavurônico), piperacilina (+ tazobactam) e ampicilina (+sulbactam). 33. Quais os glicopeptideos? Os principais representantes deste grupo são: vancomicina, teicoplanina e ramoplanina. Diversos glicopeptídeos estão em fase de pesquisa clínica e não são disponíveis no mercado nacional. 34. Para infecção, de quais tipos de bactérias devem ser usados os glicopeptideos? São ativos sobre bactérias Gram-positivas, não apresenta atuação sobre bactérias Gram- negativas, micobactérias e fungos. Porém algumas cepas de Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus haemoliticus e Staphylococcus aureus sejam resistente a teicoplanina, entretanto sensíveis à vancomicina. 35. Qual o antimicrobiano que age na parede celular de fungos? Exemplo de antimicrobiano: os imidazois que agem inibindo a síntese do ergosterol. 36. Por que os beta-talâmicos não agem na parede celular de fungos? Os beta lactamicos não agem na parede fungica porque a parede dos fungos não tem constituição predominantemente por peptoglicanos e os beta lactâmicos agem principalmente inibindo a síntese da parede agindo no peptoglicano. Além disso, não atuam micobacterias (sem parede) ou arquibacterias ( com parede, sem peptideoglicano). 37. Que antimicrobiano inibem a função da membrana citoplasmática bacteriana? São as polixinas B ou E (colistina), que atuam contra bacilos gram-negativos multirresistentes. Os antibióticos que agem na membrana plasmática possuem grupamentos básicos (NH3+)e uma cadeia lateral de ácidos graxos. O ácido graxo, quando alcança a membrana plasmática, mergulha na sua parte lipídica e a porção básica permanece na superfície. Essa intercalação de moléculas provoca sua desorganização, resultando na saída dos componentes celulares e morte da bactéria. Vários antibióticos, como polipeptídeos, poliênicos e ionóforos, promovem alterações na permeabilidade da membrana plasmática. As polimixinas rompem os fosfolipídeos, destruindo a característica normal de permeabilidade da membrana, deixando escapar substâncias essenciais das células, causando morte celular. 38. Quais os antifúngicos que atuam na membrana? A maioria dos fármacos antifúngicos convencionais atua sobre a membrana plasmática do fungo, interferindo, em grande parte das vezes, no metabolismo do ergosterol. Na membrana celular, os antifúngicos podem agir por diferentes mecanismos: a membrana celular pode sofrer oxidação de seus lípides, com sua consequente destruição; o alvo pode ser a enzima citocromo P-450 esterol- dimetilase, com consequente distúrbio na biossíntese dos esteróides indispensáveis ao metabolismo da célula; o alvo pode ser a esqualeno-epoxidase, prejudicando igualmente a biossíntese de esteróis. 39. Relacione os grupos que inibem a síntese de proteínas, com um exemplo de cad um deles. Aminoglicosídeos - estreptomicina; Fenicois – cloranfenicol; Tetraciclinas - oxitetraciclinas; Macrolideos– eritromicinas; Lincosamidas – clindamicina; Estreptograminas – Synercid (dalfopristina);Oxazolidinonas – linezolida; 40. Qual o principal uso pratico da estreptomicina? É relacionado ao tratamento da tuberculose e hanseníase. Ele, assim como outros aminoglicosideos, liga-se a fração 30-S dos ribossomos, inibindo a síntese proteica ou produzindo proteínas defeituosas. 41. Principais grupos de que inibem a síntese dos ácidos nucleicos. ✔ Ansamicinas – rifampicinas e rifamicina ✔ Quinolonas: (1º geração: acido nalidixico e acido pipemidico / 2º geração: norfloxacim, ciprofloxacim, ofloxacim, levoflaxicim, lomefloxacim. ✔ Nitroimidazólicos: metronidazol 41.2 Quais as ações desses grupos que inibem a síntese dos ácidos nucleicos? ✔ As ansamincinas inibem o RNA polimerase e são de amplo espectro, usadas mais para profilaxia de N. meningitidis e terapia de tuberculose (TB). Elas induzem resistência. ✔ Já as quinolonas de primeira geração são usadas em infecções urinárias e diarreia, o mesmo ocorrendo com as quinolonas de segunda geração norfloxacim (infecções urinárias). ✔ Os nitroimidazólicos são provenientes de um radical nitro que atua no RNA, sendo o principal deles o metronidazol que atua como antiparasitário e antianaeróbico. 42. Para qual tipo de infecção é utilizado o metronidazol? INFECCOES POR BACTERIAS ANAEROBICAS, TAIS COMO, BACTEROIDES FRAGILIS E OUTROS TIPOS DE BACTEROIDES, FUSOBACTERIAS, EUBACTERIAS, CLOSTRIDIA, ESTREPTOCOCO ANAEROBICO. PROFILAXIA E TRATAMENTO DE INFECCOES CIRURGICAS. Está indicado no tratamento de giardíase, amebíase, tricomoníase, vaginites por Gardnerella vaginalis e infecções causadas por bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e outros bacteróides, Fusobacterium sp, Clostridium sp, Eubacterium sp e cocos anaeróbios. 43. A Rifampicina deve ser utilizada especialmente em quais situações? http://pt.wikipedia.org/wiki/Giard%C3%ADase http://pt.wikipedia.org/wiki/Ameb%C3%ADase http://pt.wikipedia.org/wiki/Tricomon%C3%ADase http://pt.wikipedia.org/wiki/Vaginite A Rifampicina está indicada para o tratamento das diversas formas de tuberculose e hanseníase, causadas por microrganismos sensíveis, mesmo que em associação com outros antibacterianos, na tentativa de diminuir a resistência. É também o fármaco de escolha no tratamento de portadores nasofaringeos de Neisseria meningitides de indivíduos que mantiveram contato com portadores de meningite miningocócica ou de crianças pequenas e sem imunização específica, que tiveram contato familiar com miningite pelo Hemófilo B. 44. Qual a principal diferença entre as primeiras quinolonas e as fluorquinolonas atuais? As primeiras quinolonas foram utilizadas no início dos anos 60, com a introdução do ácido nalidíxico na prática clínica. No início dos anos 80, com o acréscimo de um átomo de flúor na posição 6 do anel quinolônico, surgiram as fluorquinolonas (principal representante: ciprofloxacina), com aumento do espectro, para os bacilos gram-negativos e boa atividade contra alguns cocos gram- positivos, porém, pouca ou nenhuma ação sobre Streptococcus spp., Enterococus spp. e anaeróbios. 45. Explique o mecanismo de ação das sulfoaminas. As sulfonamidas são derivadas da sulfanilamida (para-aminossulfinamida) e têm estrutura semelhante à do ácido para-aminobenzóico, PABA, substância esta necessária à síntese do ácido fólico. Assim, as sulfonamidas têm efeito bacteriostático e inibem o metabolismo do ácido fólico, por mecanismo competitivo. As células humanas conseguem aproveitar o folato exógeno para o metabolismo, enquanto as bactérias dependem da produção endógena. 46. As sulfoaminas ou sulfas podem ser chamadas de antibióticos? Podem, devido à sulfonamidas atuarem sobre as bactérias impedindo o seu crescimento, ou seja, é um agente bacteriostático. 47. Qual a associação entre uma sulfoamina e um antibiótico que resultou em uma droga de excelente tratamento para muitas bactérias? O sulfametoxazol, que é uma sulfonamida, é comumente empregado em associação com o trimetoprim, uma diamino-pirimidina, associação mais conhecida como cotrimoxazol. O efeito das duas drogas é sinérgico, pois atuam em passos diferentes da síntese do ácido tetra-hidrofólico (folínico), necessária para a síntese dos ácidos nucléicos. O sulfametoxazol inibe um passo intermediário da reação e o trimetoprim a formação do metabólito ativo do ácido tetra-hidrofólico no final do processo. 48. Diga 3 antimicrobianos usados no tratamento da tuberculose, com seus respectivos mecanismos de ação. Hoje em dia, o tratamento da tuberculose é feito com uma combinação de medicamentos. O esquema mais utilizado é composto por três medicamentos, administrados por um período de seis meses: a isoniazida, a rifampicina e o pirazinamida. Embora o exato mecanismo de ação da isoniazida seja desconhecido, há alguns mecanismos propostos, entre eles o que propõe que a INH converte-se ao isocotinato, que funciona como antimetabólito do ácido isonicotínico. O isocotinato é incorporado ao NAD+ no lugar do ácido nicotínico. O falso NAD+ não é capaz de catalisar a reação de oxiredução normal. O mecanismo de ação da rifampicina é atuar inibindo a RNA-polimerase DNA-dependente de micobactérias e de outros microrganismos, através da formação de um complexo fármaco-enzima estável, resultando em supressão do início da formação da cadeia na síntese de RNA. Já o mecanismo de ação da pirazinamida (PZA) é aquela em que ela é considerada um pró‐fármaco, visto que a PZA converte‐se em POA pela enzima bacteriana dependente de ferro conhecida como pirazinamidase (PZAse). Em seguida, o POA é excretado pelo bacilo e, como o lisossomo tem pH ácido, é convertido no ácido conjugado (HPOA). O HPOA (ácido pirazinóico) retorna para o citoplasma micobacteriano promovendo a acidificação e a alteração do potencial de membrana, o que induz a morte do bacilo. 49. Explique por que o tratamento da tuberculose é bastante prolongado. O tratamento da tuberculose é feito com medicamentos via oral, que devem ser tomados diariamente durante seis meses. Este tempo de seis meses é o mínimo necessário para obter a cura. Se o paciente não faz o tratamento de forma correta, acaba permitindo que o bacilo adquira resistência aos medicamentos e, portanto, se torne mais forte. A falta de adesão ao tratamento (abandono) permite que ocorra o desenvolvimento de uma forma de Tuberculose bem mais grave, que é chamada de Tuberculose Multirresistente. 50. Cite 2 antimicrobianos usados apenas para tratar exclusivamente infecções do trato urinário. A norfloxacina tem menos biodisponibilidade e geralmente é preferida no tratamento de infecções urinárias. Possuem uma boa difusão tecidular e o seu perfil de reações adversas é, em geral, bastante favorável, sendo raras as reacções adversas graves. A fosfomicine é um fármaco particularmente útil no tratamento de cistites, uma vez que um só comprimido pode curar a doença, além de possuir alta especificidade e perfil de resistência bacteriana menor quando comparado com quinolonas. No caso de infecções urinárias freqüentes, o tempo de tratamento é normalmente maior. 51. Explique sucintamente o mecanismo pelo qual as bactérias ficam resistentes aos antibióticos. As bactérias podem adquirir resistência obtendo uma cópia da codificação de um gene de uma proteína modificada ou de uma enzima como a beta-lactamase de outra bactéria, mesmo daquelas de espécies diferentes. Se uma bactéria insere um gene resistente em seu DNA cromossômico ou o obtém em um plasmídeo, toda a sua descendência herdará o gene e a resistência que eles conferem. 52. Relacione duas observações que devem ser obedecidas por quem faz uso de antimicrobianos para que não contribua para o aumento da resistência bacteriana. Não ignorar as receitas e os alertas do médico para que se tome todo o medicamento, mesmo que comece a se sentir melhor. Não pode parar de tomar o medicamentomuito cedo, pois o sistema imunológico pode não ser capaz de matar as bactérias remanescentes, e qualquer bactéria resistente deixada ilesa será capaz de proliferar e se espalhar para outras pessoas. http://www.criasaude.com.br/N1885/doencas/cistite/tratamento-cistite.html
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