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Duda Luizeto – med98 Diabetes Mellitus: complicações crônicas • Microvasculares: retinopatia diabética, doença renal do diabetes e neuropatia diabética • Macrovasculares: doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial proliferativa Caso clínico D. Vania, 67 anos, sexo feminino, casada do lar, natural do Rio de Janeiro QP: “Ferroadas nos dedos dos pés, formigamento e dor nas pernas” HDA: Refere que há 6 meses iniciou quadro de pontadas nos dedos dos pés, formigamentos e dor nas pernas que pioram bastante a noite HPP: HAS em uso de Losartan potásio 50mg 2x dia e Indapamida sr 1,5mg/dia H. Fisiológica: gesta 3 para 2 e 1 aborto espontâneo H. familiar: pai hipertenso e diabético Exame físico: IMC: 34kg/m2, PA: 150x85mmHg Exame dos pés: onicomicose, pulsos simétricos e palpáveis, atrofia interóssea. Sensibilidade tátil e vibratória diminuída Qual o provável diagnóstico de D. Vania? R: Polineuropatia diabética (dor em repouso), deficiência de B12. Se claudicação intermitente --> vasculopatia 1. Patogênese das complicações crônicas • Hiperglicemia crônica • Fatores genéticos: pouco esclarecidos − Casos de pessoas que amputaram a perna na mesma família há maior risco de amputação do que a pessoa que não tem casos na família • Fatores potencializadores: dislipidemia, hipertensão arterial e fumo 2. Mecanismos fisiopatológicos das lesões microvasculares • Tudo começa com uma hiperglicemia plasmática • O endotélio da retina, do nefron e do vaso vasorum não tem permeabilidade para esse açúcar alto no interstício. Esse açúcar vai entrar ativamente para dentro das células causando uma hiperglicemia intracelular • A hiperglicemia intracelular vai diminuir a produção de óxido nítrico dentro da célula (potente vasodilator) e também vai aumentar a produção de angiotensina II e interleucina I (causam vasoconstricção do endotélio) − Todas as alterações acima são reversíveis, basta controlar a glicemia e aí vai parar de entrar açúcar nesse endotélio para que não progrida • A partir da diminuição do óxido nítrico e aumento da angiotensina II e interleucina I, começa a ter um extravasamento proteico do endotélio que começa a causar dano no tecido através de fibrose, deposito de matriz extracelular, fatores de crescimento e citocinas inflamatórias • Com tudo isso, ocorre um estreitamento da luz vaso levando a apoptose celular e redução do fluxo sanguíneo, ou seja, uma isquemia do local 3. Retinopatia diabética • Principal causa de cegueira nos países desenvolvidos • DM1: surge de 5-10 anos após o diagnóstico • No DM2, 20% dos pacientes já apresentam a retinopatia no momento do diagnóstico de diabetes • 7,9% dos pre diabéticos já podem ter alteração da retina • DM 1 e DM2 de duração semelhante --> prevalência de retinopatia é mais elevada no grupo de DM 1 que também apresentam maior chance de desenvolver retinopatia diabética proliferativa (RDP) − Após 20 anos de DM1, 100% dos pacientes vão apresentar algum grau de retinopatia diabética • Outros possíveis acometimentos oftalmológicos: − Mononeuropatia do II, IV ou VI par craniano − Edema e palidez papila − Glaucoma − Catarata − Lesão de córnea, queratite e úlcera de córnea − Descolamento de vítreo − Xantelasmas − Microaneurismas de conjuntiva bulbar − Mucormicose − Alterações refrativas transitórias • Rastreamento de acordo com a diretriz 2019-2020: − Toda criança e adolescente com DM1 devem iniciar avaliação pelo oftalmologista após a puberdade ou 5 anos após o diagnóstico − Adultos diagnosticados com DM1 devem ter uma avaliação pelo oftalmologista 5 anos após o diagnóstico − Pacientes com DM2 devem ter uma avaliação pelo oftalmologista ao diagnóstico ▫ O exame deve ser anual, podendo a periodicidade ser menor, dependendo do grau de retinopatia ou maculopatia encontrado − Durante a gravidez (maior risco de piora da retinopatia), os exames devem ser trimestrais ou a critério do oftalmologista − Mulheres com DM1 ou DM2 que estão planejando engravidar ou que estão grávidas devem ser aconselhadas sobre o risco de desenvolvimento ou progressão da retinopatia (ADA) − Pacientes mal controlados devem ser acompanhados de modo rigoroso por oftalmologista caso apresentem melhora rápida do controle glicêmico, como pós-transplante, troca de tratamento por bomba de insulina... • Monitoramento: − Caso não haja evidencia de retinopatia em 1 ou mais anos consecutivos, pode ser considerada a avaliação oftalmológica a cada 2 anos − Se a retinopatia estivar progredindo, as avaliações precisam ser realizadas em intervalos menores − Mulheres diabéticas gestante – seguimento é trimestral e até 1 ano após o parto • Classificação da retinopatia diabética • Fatores de risco para surgimento e progressão da retinopatia − Tempo da doença: por isso o rastreio do DM1 é após 5 anos do diagnóstico e na DM2 no momento do diagnóstico (no momento do diagnóstico o paciente já tem muito tempo da doença) − Mal controle glicêmico − Puberdade/gestação − HAS: já mostra doença de pequenos vasos − Doença renal: já mostra doença de pequenos vasos − Hiperlipidemia − Fatores genéticos 4. Doença renal diabética (DRD) • Causa mais comum de IRC terminal nos EUA • Acomete 20-40% dos pacientes com DM1 • 1/3 dos pacientes com DM2 • DRD implica maior risco para HAS e doenças cardiovasculares, elevando a mortalidade e reduzindo a expectativa de vida na população diabética • Fatores de risco para surgimento e/ou progressão (marcados com o *) da DRD: − Mal controle glicêmico − Duração de diabetes − HAS − Tabagismo − Hipercolesterolemia − Puberdade − Fatores genéticos − Obstrução urinária* − ITU crônica de repetição* − Uso de fármacos nefrotóxicos* • Evolução dos estágios da nefropatia diabética: − Quando tem uma lesão renal acontece uma vasoconstricção da arteríola eferente aumentando a pressão entro do glomérulo = aumento da filtração glomerular nos estágios iniciais ▫ Essa vasoconstricção ocorre pelo aumento da angiotensina e endotelina I e diminuição de óxido nítrico − Com o passar dos anos com esse aumento da pressão glomerular começa a ter um aumento da proteinúria e uma diminuição da filtração glomerular danificando esse rim − O acometimento glomerular inicia-se depois de 5-10 anos de DM − Maior incidência após os 15 anos • Rastreamento pela diretriz SBD 2019-2020 − Pesquisar albuminúria em amostra única (spot de urina albumina/creatinina ou apenas albumina) e estimar TFG em paciente com DM1 com mais de 5 anos de doença e em todos com DM2 ao diagnóstico e anualmente ▫ Não precisa mais pedir urina de 24 horas porque dá muito erro − Solicitar albumina plasmática − Pacientes com DM1 na puberdade ou com diabetes persistentemente descompensado precisam ser rastreados independente dessas indicações − Toda albuminuria anormal deve ser confirmada em duas ou tres amostras coletadas em um intervalo de 3-6 meses • Fatores que podem aumentar transitoriamente a excreção urinária de albumina − Diabetes mellitus descompensado − Exercícios − Infecções − Febre − Ingestão proteica excessiva − HAS não controlada − Insuficiência cardíaca − Litíase renal • Classificação da doença renal crônica considerando o valor da TFG e de excreção urinária de albumina − TFG < 15 = dialise − G4: alto risco de evoluir para dialise − G3b: moderado severo − A2: microalbuminuria (30-300) − G1A1: baixo risco de dialise − G1A2: moderado risco − G1A3: alto risco − O tratamento estabelecido depende da taxa de filtração glomerular ▫ Ex: metformina, inibidores de DDP4 --> precisam de ajuste renal ▫ A nilagliptina não precisa fazer ajuste renal • Tratamento pela diretriz 2019-2020 − Otimizar o controle da glicemia para diminuição do risco ou progressão da DRD − Otimizar o controle da PA (140/90mmHg)para diminuir o risco ou progressão da DRD e diminuição do risco cardiovascular. Em paciente com albuminuria considerar valores de 130/80mmHg − Pacientes com DRD não dialíticos - ingestão de proteínas não deve exceder 0,8g/kg/dia. Pacientes em dialise – considerar maior ingesta de proteínas ▫ O paciente dialítico tem muita chance de desenvolver sarcopenia por grande perda de proteína pela diálise, por isso, ele tem que ter uma maior ingesta proteica − Para pacientes com DM2 e DRD, considere o uso de um ISGLT-2 (atuam na bomba de sódio-glicose do nefron) ou um agonista GLP-1, para reduzir o risco de progressão da DRD, eventos cardiovasculares ou ambos − Pacientes com DM ou HAS (exceto as grávidas) com elevação modesta da excreção urinária de albumina (30- 299mg/dia = microalbuminuria) --> uso de IECA ou BRA está recomendado − Pacientes com DM com excreção urinária de albumina maior ou igual a 300mg/dia e/ou TFG < 60mL/min/1.73m2 --> uso de IECA ou BRA está fortemente recomendado − O uso de IECA ou BRA não é recomendado como prevenção primária Mudança de estilo de vida, perda de peso, dieta Metformina a partir de TFG menor que 45 --> reduzir a dose para no máximo 1.000mg/dia TFG < 30 ou paciente em dialise --> retirar a metformina e ISGLT2 Adjuvante ou pacientes com TFG<30: agonista do GLP1 (segurança cardiovascular), insulina, DPP4, sulfonilureia, glitazonas, inibidores de alfa-glicosidases Os IECA vão provocar vasodilatação da arteríola eferente O SGLT2 envia sódio para a macula densa, angiotensina II local aumenta causando vasoconstricção da arteríola aferente e aí há uma glicosúria com reabsorção de eletrólitos, hiperfiltração, inflamação e diminuição da fibrose local Então são medicações que diminuem o risco renal e hiperglicemia, matem o nível sérico de potássio e queda reversível da TFG Diminui o risco cardiovascular porque trabalho com peso corporal, ácido úrico sérico, PA sistólica, diminui TG e aumenta HDL Com isso, teremos diminuição da PA sistólica melhorando os eventos cardiovasculares e renoproteção Lembrando que é um paciente com TFG> 30 Canafglifozina, empaglifozina (até 30 ou 35 de TFG) e a dapaglifozina (DM até 45 de filtração e na presença de IC até 30 de TFG) • Controle do paciente real crônico − Severidade leve: HbA1c mais baixa − Mais grave: HbA1c um pouco mais alta para evitar hipoglicemia, perda óssea − Poucas comorbidades deixa a HbA1c mais alta − Muitas comorbidades deixa a HbA1c mais baixa − Episódios hipoglicemia de repetição geram eventos cardiovasculares porque o paciente perde os mecanismos de ação contra a hipoglicemia por dessensibilizarão de receptores Caso clínico Odilon, 61 anos, comerciante Paciente portador de diabetes tipo 2 de longa data, vinha em acompanhamento regular com glicazida e metformina Após sofrer queda da própria altura procurou ortopedista o qual prescreveu anti-inflamatório não hormonal Dois dias após começou a apresentar cefaleia e mal-estar procurando atendimento médico Ao chegar no hospital apresentava palidez, sudorese e PA 160x90mmHg O que pode estar ocorrendo com o sr. Odilon? R: é um diabético de longa data que já tem um processo de perda de função renal e o anti inflamatório pode ter piorado o quadro renal • Drogas que podem causar IRA − Antibióticos: aminoglicosídeos, aciclovir, cefalosporinas, anfotericnia B, quinolonas, vancomicina... − IECAs e BRAs − Antineoplásicos: cisplatina, carboplatina e metotrexate − Contraste − Heroína e metanfetamina − Antirretrovirais − Anti-inflamatório não hormonal (ibuprofeno) − Inibidores de bomba de prótons − A IRA pode acontecer em 198 a cada 100.000mil em pacientes diabéticos. Nos não diabéticos, 27 a cada 100.000 mil 5. Neuropatia diabética periférica • Definida como a presença de sintomas e/ou sinais de disfunção dos nervos periféricos em pessoas com DM, após exclusão de outras causas = diagnóstico de exclusão • Causas não diabéticas de polineuropatia: − Hipotireoideismo, porfiria − Álcool, def. de vitamina B − HIV, hanseníase − Síndromes paraneoplásicas − Iatrogênicas: isoniazida, vincristina, pós qt − Amiloidose familiar • Classificação: − Polineuropatias simétricas generalizadas: ▫ Sensitiva aguda ▫ Sensorimotora crônica - simétrica distal – dor em bota (mais comum). As vezes colocar o lençol machuca, dor noturna e ao repouso ▫ Autonômica: alterações de TGI (plenitude, lentificação do trânsito intestinal), faz hipotensão quando levanta, − Neuropatia focais e multifocais: ▫ Cranianas: pares cranianos em ordem decrescente de acometimento --> III (oculo-motor), VI (troclear), VI (abducente) e paralisia facial (VII) ▫ De membros (superiores e inferiores: nervo mediano, ulnar, peroneal, lateral da coxa) ▫ Compressíveis: túnel do carpo, do tarso ▫ Truncal: troncular, toracoabdomial ▫ Proximal motora (femoral, amiotrofia) • Rastreamento: − DM1: anualmente após 5 anos do diagnóstico − DM2 e pré diabético: ao diagnóstico e anualmente − Paciente com história de úlcera nos pés − História de amputações − Avaliação dos sintomas neuropáticos − Inspeção − Exame neurológico: ▫ Avaliação de fibra fina (temperatura ou dor) ▫ Avaliação de fibra grossa (vibratória com diapasão de 128htze monofilamento 10g). Paciente que já perdeu a sensibilidade não percebe que o diapasão parou de fibrar − Sinais e sintomas de neuropatia utonomica deve ser avaliada em pacientes com complicações microvasculares • Características da dor neuropática: − “dor queimando”, “pé pegando fogo” − Surge em repouso e melhora com o movimento − Exacerbação noturna − Choques, pontadas, agulhadas, queimação, formigamento, alodinia (extrema intolerância a estímulos simples e habitualmente indolores), hiperalgesia − Resfriamento e aquecimento (alteração funcional da microcirculação) − Redução dos sintomas --> maior deterioração da função nervosa (padrão não obrigatório) • Complicações da neuropatia − Rachaduras, calosidades, mal perfurante plantar − Ulceração nos pés/ amputações ▫ A alteração sanguínea local favorece a amputação − Artropatia neuropática − Não percebe que tem um calo plantar evoluindo para mal perfurante plantar − Desabamento dos ossos dos pés = neuroartropatia de Charcow • Tratamento da neuropatia diabética sensoriomotora − Duloxetina e venlafaxina ▫ Alguns pacientes são depressivos porque a doença é muito incapacitante − Opiode (Tapentadol) − Antidepressivos tricíclicos − Anticonvulsivantes (Pregabalina e Gabapentina) ▫ A pregabalina ajuda no sono, dando preferência para os pacientes que sentem muita dor a noite − Capsaicina − Anti oxidantes (ácido tióctico): para pacientes que referem dormência e parestesia • Neuropatia autonômica − Podem ser sintomáticas ou apenas subclínica − Cardiovascular: hipotensão postural, taquicardia em repouso, hipotensão ortostática, intolerância ao exercício − Gastrointestinais: gastroparesia e diarreia diabética − Geniturinária: bexiga neuropática e disfunção erétil (grau de comprometimento elevado) − Anidrose, hiperhidrose e sudorese gustatória 6. Complicações macrovasculares • Doença aterosclerótica cardiovascular (ASCVD): DAC e DCV --> principal causa de morbimortalidade nos pacientes diabéticos • Estudos recentes evidenciaram que as taxas de hospitalização por insuficiência cardíaca (ajustado para idade e sexo) são 2x maiores em pacientes com diabetes do que em pacientes sem diabetes • IC pode ocorrer com ou sem redução da fração de ejeção − Os inibidores do SLGT2 (empaglifozina, dapaglifozina) estão sendo aprovados para o tratamento de IC sem a presença de diabetes • Para prevenção e tratamento de ASCVD e insuficiência cardíaca: − Avaliar os fatores de risco cardiovasculares sistematicamente pelo menos anualmente e fatores modificáveis devem ser tratados(cessar tabagismo, perder peso) − Fatores de risco: obesidade/sobrepeso, HAS, dislipidemia, história familiar de DAC precoce, tabagismo, doença renal crônica e albuminuria − Os fatores de risco cardiovascular se tornam mais graves quando o indivíduo é diabético ▫ A proteção da doença vascular que mulheres normalmente possuem se perde em mulheres diabéticas igualando o risco com os homens − Cálculo de risco cardiovascular em 10 anos – auxiliar a guiar o tratamento • Hipertensão em pacientes diabéticos − DM1: ▫ Desenvolve vários anos após o diagnóstico ▫ Mais associada a nefropatia ▫ Afeta cerca de 30% − DM2: ▫ Em geral presente ao diagnóstico ▫ Associada a resistência insulínica ▫ Afeta pelo menos 60% dos pacientes − Pessoas com DM com baixo risco cardiovascular e HAS devem ser tratadas --> meta de sistolica <140mmHg e diastolica <90 − Pessoas DM com alto risco cardiovascular e HAS devem ser tratadas --> meta de sistolica <130mmHg e diastolica <80 − Recomendações da SBD 2020: ▫ O tratamento medicamentoso anti-hipertensivo é recomendado para diabéticos com DM quando a PA é de 140/90, apesar de medidas não farmacológicas (é aquele paciente que mudou de estilo de vida, mas a pressão continua alta) ▫ Recomenda-se que as pessoas sejam tratadas de maneira individualizada ▫ O objetivo da PA é atingir PAS de 139-130mmHg e <130, se tolerada, mas não <120 ▫ Para pessoas com nefropatia diabética, recomenda-se a meta de valores pressóricos de <130mmHg para PAS e <80 para PAD ▫ Em idosos, a meta da PAS é entre 130-139, se bem tolerado ▫ Um bloqueador do sistema renina-angiotensina-aldosterona (IECA ou BRA) é recomendado, particularmente na presença de microalbuminuria, proteinúria ou hve ▫ Recomenda-se que o tratamento seja iniciado com uma combinação de um bloqueador de SRAA com um bloqueador dos canais da Ca ou diurético tiazídico ▫ Em pessoas com intolerância a glicose ou glicemia de jejum alterada os bloqueadores do SRAA devem ser preferidos (o tiazídico pode apresentar leve alteração glicemia) • Avaliação de doença arterial periférica − História de diminuição na velocidade de caminhada, cansaço nas pernas e claudicação − Índice da pressão tornozelo-braquial: ▫ Verifica a pressão e pulso no tornozelo e depois faz na artéria braquial ▫ Se for menor que 0.9 está associado a maior risco CV independente de fatores de risco tradicionais • Uso de antiagregante plaquetário (SBD 2019-2020) − Considerar o uso de aspira (75-325mgdl) como estratégia de prevenção primária em paciente com DM1 ou DM2 que tenham risco cardiovascular aumentado (10 anos > 10%) após discussão com o paciente dos benefícios x risco de sangramento − Aspirina não deve ser recomendada para adultos com diabetes e baixo risco cardiovascular − Recomenda-se por pelo menos 1 ano a dupla terapia com AAS e inibidores de ado plaquetário em pacientes de alto risco após síndrome coronariana aguda A semaglutida , liraglutida, exanetide apresentam benefícios cardiovasculares Os inibidores de DDP4 são neutros e não mostram benefícios na hospitalização A empaglifozina e a canaglifozina também apresentam benefícios Os inibidores da SLGT2 mostram benefícios na prevenção da insuficiência cardíaca • Pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica estabelecida − No DM2, utiliza-se ISGLT2 ou agonista GLP1 (liragltudida, semaglutida) com benefício cardiovascular estabelecido como parte do regime anti-hiperglicemico destes pacientes − Cuidado com as hipoglicemias porque elas aumentam a ocorrência de eventos cardiovasculares 7. Conclusão • Todas as complicações são passíveis de prevenção com um bom controle glicêmico • Novas drogas para o tratamento da DM2 oferecem benefícios além do controle da glicemia − Perda de peso, melhora da pressão, tratamento da insuficiência cardíaca • A progressão da maioria das complicações pode ser evitada e detectada precocemente e instituída a terapia apropriada (importância da triagem) • Um indivíduo que tem um diabetes descontrolado pode perder de 5-7 anos de sua vida útil • Tratar outros fatores de risco, não apenas a glicemia