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PREPARATÓRIO PARA OAB Professora: Dra. Claudia Tristão DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 9 Aula 4 DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL E VÍNCULO MATRIMONIAL Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Dissolução da Sociedade Conjugal e Vínculo Matrimonial "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br A diferença entre TÉRMINO DA SOCIEDADE CONJUGAL e a DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO MATRIMONIAL: A extinção da sociedade conjugal não pressupõe o desfecho do vínculo matrimonial. Aquela põe termo às obrigações do casamento, impedindo os cônjuges de se casarem novamente, como acontece nos casos de separação judicial, mas mantém intacto o vínculo, que só se extingue com a morte real ou presumida de um dos cônjuges, invalidade do casamento ou o divórcio. Prevê expressamente o artigo 1.571, do Código Civil, que a sociedade conjugal cessa pela 1) morte de um dos cônjuges, 2) pela sentença anulatória do casamento, 3) pela separação judicial e 4) pelo divórcio. Por ser a morte um dos modos de dissolução da sociedade conjugal, destaca-se o § 1º, do artigo 1.571, do Código Civil, que resolveu o problema da ausência de um dos cônjuges, visto que no Código revogado a presunção do óbito do consorte ausente impedia que o outro convolasse núpcias. Dessa maneira, a declaração de ausência introduzida em nosso direito, passou a ser também uma das formas de dissolução do vínculo conjugal. Por isso, como esclarece Maria Helena Diniz, a morte real ou presumida de um dos cônjuges dissolve não só a sociedade conjugal como também o vínculo matrimonial, de maneira que o sobrevivente poderá convolar novas núpcias. Como já tratamos das questões da invalidade do matrimônio na aula sobre CASAMENTO, sem aprofundarmos às peculiaridades do assunto, podemos dizer que a decisão judicial que decreta a nulidade e a anulabilidade do casamento põe fim à sociedade conjugal e ao vínculo matrimonial que padecia de vício em sua constituição, de modo que os ex-consortes poderão contrair novas núpcias. A separação judicial dissolve a sociedade conjugal, mas conserva íntegro o vínculo entre os consortes, impedindo-os de contrair novo casamento. Enquanto a separação judicial, seja consensual ou litigiosa, não for convolada em divórcio, pode, a qualquer tempo, ser restabelecida, bastando as partes a requererem nos próprios autos da separação. O divórcio extingue o vínculo matrimonial que somente poderá ser restabelecido por novas núpcias. SEPARAÇÃO LITIGIOSA A separação judicial é ato de caráter personalíssimo e cabe somente aos cônjuges, mas, no caso de incapacidade do cônjuge, este pode ser representado por curador, ascendente ou irmão. Os artigos 1.572 e 1.573, incisos I a IV, do Código Civil, regulam a separação judicial a pedido de um dos cônjuges que imputar ao outro qualquer ato que importe em grave violação dos deveres matrimoniais e torne insuportável a vida em comum. Capítulo 4 02 É a chamada separação-sanção, visto que o grave descumprimento de dever conjugal ou conduta desonrosa, implica o fim da sociedade conjugal, na qual o juiz, diante dos fatos, ou causa real e concreta, realiza o seu devido enquadramento na causa legal, aplicando sanções ao culpado. Na separação-falência ou ruptura, prevista no § 1º, do artigo 1.572, do Código Civil, não importam os motivos que ensejaram a ruptura da vida em comum, tendo como requisito objetivo a separação de fato por um ano contínuo e subjetivo a impossibilidade de reconstituição. Trata-se de separação por circunstância, não por culpa, não importando as razões que levaram à separação de fato. Já a separação-remédio que tem suas origens na Lei do Divórcio, Lei nº 6.515/77, e no nosso Código está expressa no artigo 1.572, § 2º, do Código Civil, é fundada na doença mental de um dos cônjuges que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. Aqui também o que se procura é a solução de um problema de fato que existe de maneira gritante. A separação judicial importa a separação de corpos e a partilha dos bens. Isso não quer dizer que a divisão de bens na separação judicial seja obrigatória. O Código prevê a decretação do divórcio sem divisão prévia do patrimônio. Portanto, se o divórcio é possível sem partilha prévia de bens, à separação judicial cabe a mesma solução. Pelo novo Código, a atribuição da culpa pela separação litigiosa a um dos cônjuges não interfere na atribuição da guarda dos filhos, que será deferida a quem revelar melhores condições para exercê-la. A guarda dos filhos menores deve atender aos interesses destes e não dos pais. Também deve ser acordado o direito de visita, a pensão devida aos filhos e ao cônjuge, quando for o caso. Já o cônjuge que adotou o sobrenome do outro e foi o culpado pela separação, perde o direito a usá-lo e o vencedor opta pela sua conservação ou renúncia. SEPARAÇÃO DE CORPOS A separação litigiosa tem como primeira conseqüência a separação de corpos, que pode ser requerida pelos cônjuges e homologada pelo juiz ou ser determinada como medida cautelar. Embora não seja obrigatória, tem o condão de, a partir da decisão que a concedeu, iniciar o prazo de dois anos para que a separação seja convertida em divórcio, como permitido pelo artigo 226, § 6,º da Constituição Federal de 1988. SEPARAÇÃO CONSENSUAL Terminada a sociedade conjugal consensualmente, a separação judicial se fará pelo procedimento previsto nos artigo 1.120 a 1.124 do Código de Processo Civil, desde que atendidas as condições objetivas estabelecidas no artigo 1.574 do Código Civil, quais sejam: 1) mais de um ano de casamento e 2) manifestação conjunta e expressa dos cônjuges demonstrando interesse em se separar. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 Em razão de ambos os cônjuges buscarem a separação, é procedimento típico de jurisdição voluntária, representada por petição assinada pelos consortes e seus advogados ou advogado se assim convencionarem, endereçada ao juiz competente, comunicando a vontade de pôr termo à sociedade conjugal, sem necessidade de expor os motivos, convencionando as cláusulas e condições em que o fazem. Deverá a petição estar instruída: 1) pela certidão de casamento, para provar que estão casados há mais de um ano, como determina o artigo 1.574, do Código Civil, 2) pacto antenupcial, se houver, 3) descrição dos bens móveis e imóveis do casal e respectiva partilha, ou se assim convencionarem, sem prejuízo da homologação da separação judicial, poderá ser feita posteriormente por sentença, em inventário judicial, 4) acordo relativo à guarda e visita dos filhos menores e dos maiores incapazes, 5) valor da contribuição dos cônjuges para criar e educar os filhos, 6) pensão alimentícia ao cônjuge que não possuir meios suficientes para se manter, 7) declaração a respeito do nome do cônjuge, esclarecendo se voltará a usar o nome de solteiro ou continuará com o de casado. O juiz, se não se convencer da espontaneidade de umdos cônjuges de se separar, poderá recusar-se a homologar a separação judicial, determinando a realização de nova audiência para ratificação, importando a ausência de um ou ambos os consortes, ao arrependimento. Preenchidos todos os requisitos, o juiz, depois de ouvir as partes sobre as causas da dissolução e ouvido o Ministério Público, reduzirá a termo as declarações e homologará o acordo. Homologado o acordo, deverá ser a sentença averbada no Registro Civil e, havendo bens imóveis, haverá necessidade de expedição formal de partilha ou carta de adjudicação para encaminhamento ao cartório de Registro de Imóveis da circunscrição respectiva, como determina o artigo 1.124 do Código de Processo Civil. Importante esclarecer que a sentença de separação judicial importa na separação de corpos e, se o caso, na partilha de bens, não extinguindo o vínculo matrimonial. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 04 RECONCILIAÇÃO De acordo com o artigo 1.577, do Código Civil, os cônjuges podem restabelecer a qualquer tempo a sociedade conjugal por ato regular em juízo, não importando seja a causa da separação judicial litigiosa ou consensual. DIVÓRCIO A Emenda Constitucional nº 9 de 1.977 extinguiu o princípio da indissolubilidade do casamento e instituiu o divórcio no direito brasileiro. A Constituição Federal de 1.988 trouxe modificações na Emenda, reduzindo o prazo da separação de fato para um ano, no divórcio-conversão, e criou a modalidade de divórcio direto desde que comprovada a separação de fato por mais de dois anos. Assim, são duas as espécies de divórcio: por conversão da separação judicial, divórcio indireto, e pela separação de fato, divórcio direto. A nossa legislação não permite a discussão das causas que conduziram o casal ao divórcio, pois para obtê- lo basta a comprovação do lapso temporal. DIVÓRCIO CONVERSÃO Também denominado divórcio indireto, rompe o vínculo conjugal, cujo relaxamento já havia ocorrido pela separação judicial. É procedimento de jurisdição voluntária, em que os divorciandos podem manter as cláusulas estabelecidas na separação judicial, ou modificá-las. No caso de conversão da separação judicial em divórcio, por pedido de um dos cônjuges em face do outro, assume a forma litigiosa, sendo procedimento de jurisdição contenciosa. O novo Código Civil trouxe alteração ao permitir a concessão do divórcio sem que haja prévia partilha de bens, conforme estabelece o artigo 1.581, do Código Civil. Não há necessidade de fase conciliatória no processo de conversão. O Ministério Público será necessariamente ouvido, pois se trata de ação de estado, referente a casamento. No divórcio indireto litigioso, uma das partes oferece contestação e a ação segue o procedimento ordinário. DIVÓRCIO DIRETO Resulta de um estado de fato, autorizando a conversão direta da separação de fato por mais de dois anos consecutivos, desde que comprovada, em divórcio, sem que haja prévia separação judicial, havendo pedido de um, será litigioso, ou de ambos os consortes, será consensual. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 05 Efeitos do divórcio: a sentença depois de registrada no Registro Público competente, produz os seguintes efeitos: - dissolução do vínculo conjugal; - fim dos deveres recíprocos dos cônjuges; - extinção do regime de bens e do direito sucessório dos cônjuges; - possibilidade de novo casamento aos divorciados; - impossibilidade de reconciliação (se quiserem restabelecer a união, terão que contrair novo casamento); - subsistência da obrigação alimentícia ao ex- consorte que dela necessitar, que cessará se houver renúncia ou novo casamento do ex-cônjuge credor; - perda do direito de usar o nome do cônjuge, se assim estiver consignado na sentença de separação judicial. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br
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