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- RELATO DE CASO DE INFERTIILIDADE PRIMÁRIA EM PACIENTE DE 38 ANOS

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RELATO DE CASO DE INFERTIILIDADE PRIMÁRIA EM PACIENTE DE 38 
ANOS. 
 
Maria Clara Marangoni¹; Adriana Caixeta Brida Ávila²; Clareana Turcheti²; Raissa Novelli 
Ulhôa²; Sarah Machado Salvador Elias²; Victória Maria Silva Iatarola². 
 
1. Docente da Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME/FUNJOB) - MG. 
2. Discentes da Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME/FUNJOB) - MG; 
 
Resumo: 
 
Introdução: A infertilidade é a incapacidade de conseguir engravidar espontaneamente 
após relações sexuais frequentes sem o uso de métodos contraceptivos em um período de um 
ano. Acomete cerca de 50 a 80 milhões de pessoas no mundo. De todas as causas de 
infertilidade, cerca de 35% estão relacionadas à mulher, cerca de 35% estão relacionados ao 
homem e 20% a ambos. Objetivo: Esse artigo teve como objetivo apresentar um caso de 
infertilidade primária em uma paciente de 38 anos e abordar a importância de identificar e 
distinguir as diferentes etiologias, para uma conduta terapêutica correta e 
precoce. Discussão: A infertilidade tem múltiplas causas, como fatores anatômicos e 
hormonais, e elas podem ou não estar interligadas. Pode ter também a influência de fatores 
externos. Porém um dos fatores mais importantes é a idade da mulher. A paciente em questão 
possui dois pontos a serem levados em consideração: a presença de um mioma submucoso e 
a sua idade. A infertilidade foi diagnosticada aos 28 anos, quando iniciou investigação e 
tratamento, mas não deu continuidade, o que leva a pensar que a idade atual é um fator 
contribuinte para a dificuldade de engravidar, mas não a causa definitiva. O mioma de 
localização submucosa pode interferir no processo de fecundação por alterações da cavidade 
uterina, por isso ele deve ser retirado antes de propor qualquer tratamento para a 
infertilidade. Mesmo com suspeita de a infertilidade ser causada por fatores femininos, o 
parceiro não pode ser excluído da investigação. Conclusão: A infertilidade é um problema 
comum e que afeta muitos casais na atualidade, podendo ser causada por problemas de origem 
feminina e masculina ou de ambos. Portanto, a investigação do casal como um todo é 
necessária, e essa investigação deve ser feita no momento certo e o mais rápido possível, uma 
vez que a quantidade e qualidade dos óvulos é um fator decisivo para a gravidez. 
 
Palavras-chave: Infertilidade; Saúde da Mulher. 
Introdução: 
 
Define-se infertilidade como incapacidade de conseguir uma gravidez espontânea em um casal 
que mantenha relações sexuais frequentes e sem uso de métodos contraceptivos por pelo 
menos 12 meses consecutivos [1]. A infertilidade pode ser primária, quando o casal não teve 
nenhuma gestação anterior e secundária, quando já houve alguma gestação prévia [2]. Para 
mulheres acima de 35 anos de idade ou no caso de casais com algum fator conhecido que leve 
a dificuldade de engravidar, a investigação deve ser iniciada após 6 meses de tentativa. 
 
A infertilidade afeta milhões de pessoas em idade reprodutiva em todo o mundo e tem impacto 
sobre o bem estar do casal e de sua família. Em todo o mundo de 50 a 80 milhões de pessoas 
podem ser inférteis, sendo que no Brasil, esse número chega a cerca de 8 milhões. De todas 
as causas de infertilidade, cerca de 35% estão relacionadas à mulher, cerca de 35% estão 
relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% são provocados por causas desconhecidas 
(Infertilidade Sem Causa Aparente – ISCA) [3]. Apesar de, na maioria dos casos, a causa ser 
exclusivamente masculina ou feminina, a investigação deve ser realizada no contexto do casal 
infértil. 
 
A maior parte das causas de infertilidade é perfeitamente tratável, por isso conhecê-las e saber 
realizar a investigação básica de infertilidade é de grande importância mesmo ao médico não 
especialista. Sabendo-se que a fertilidade feminina decresce como o tempo, é fundamental 
encaminhar ao infertileuta os casais que necessitem de tratamento ou que possam se beneficiar 
das estratégias de reprodução assistida tão logo o clínico ou ginecologista geral não tenha 
proposta de uma conduta efetiva para o casal. 
 
O presente relato aborda um caso de infertilidade primária em paciente de 38 anos. 
 
Relato de caso: 
 
L.C.M., 38 anos de idade, leucoderma, solteira com parceiro fixo, assistente administrativa, 
natural e procedente de Barbacena – MG. Paciente refere desejo de engravidar há 1 ano e 6 
meses. Nesse período, manteve vida sexual ativa com seu parceiro sem métodos de 
anticoncepção. 
 
Ciclos menstruais regulares desde a menarca, caracterizados por intervalos de 26 dias, sendo 
que consegue perceber o período ovulatório. Nega dismenorreia. G0P0A0. Desenvolvimento 
sexual secundário ocorreu normalmente. Fez uso de anticoncepcional oral combinado por 8 
anos, mas está há 12 anos sem uso de nenhum método contraceptivo. Parceiro de 30 anos de 
idade, sem filhos, nega comorbidades, sem problemas urológicos e trabalha como acessor de 
vendas de peças automotivas. 
 
Paciente sem comorbidades, não faz uso de nenhuma medicação contínua. Miomectomia há 
12 anos. Iniciou tratamento de infertilidade em serviço especializado há 10 anos, mas não deu 
continuidade. Refere ter realizado na época exames laboratoriais e histerossalpingografia sem 
alterações. Alega ter utilizado Citratato de Clomifeno e medicação injetável que não soube 
relatar o nome. 
 
Exame Ginecológico: Mamas – ausência de retrações ou abaulamentos; parênquima normal; 
expressão papilar negativa bilateralmente; axilas e fossas supraclaviculares livres. Abdome – 
plano; ausência de cicatrizes, massas e visceromegalias; indolor; timpânico; ruído hidroaéreo 
presente. Genitoscopia – vulva trófica, sem lesões nem alterações anatômicas. Especular – 
mucosa vaginal com trofismo normal; colo uterino sem lesões; presença de muco cervical 
fisiológico. Toque vaginal – colo uterino regular, consistência fibroelástica, indolor à 
mobilização; útero em anteversão, de dimensões normais, contornos regulares; ligamentos 
uterossacros sem alterações; anexos não palpáveis; fundo de saco posterior livre. 
 
Como conduta, procedeu-se a investigação básica do casal infértil com os seguintes exames: 
histerossalpingografia, ultrassom transvaginal, espermograma do parceiro, sorologia do casal 
(HIV, Hepatite B e C, Sífilis), FSH, LH, Estradiol, Prolactina, além Toxoplasmose, Rubéola, 
Citomegalovírus e tipagem sanguínea. A paciente retornou ao ambulatório com os resultados 
dos exames laboratoriais, cujos resultados estão descritos nas tabelas abaixo. Ficou pendente 
a sorologia do parceiro e espermograma. 
 
Exame Resultado Valores de referência 
FSH (UI/L) 7,4 2,4 a 9,3 
LH (UI/L) 2,92 2,2 a 6,8 
E2 (pg/ml) 52 22 a 215 
Prolactina (ng/ml) 13,2 2 a 15 
 
 
 
 
Achados ultrassonográficos: aspecto sugestivo de mioma submucoso; e ovários com aspecto 
ecográfico dentro dos limites da normalidade, apresentando folículos. Devido a esse achado 
foi solicitado Histeroscopia. 
 
A paciente retornou após ter realizado histeroscopia cirúrgica com miomectomia, 
apresentando laudo anátomopatológico normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando questionada sobre o resultado dos outros exames solicitados a mesma respondeu que 
ainda não tinha realizado, pois decidiu aguardar a histeroscopia. 
 
Discussão: 
 
As causas de infertilidade são múltiplas e podem, ou não, estar interligadas a fatores 
anatômicos estruturais, fatores hormonais femininos e fatores masculinos. Além desses, a 
infertilidade pode sofrer outras influênciais, como obesidade, tabagismo, consumo excessivo 
de álcool e idade avançada da mulher [4]. A idade da mulher é o fator isolado não modificável 
mais importante na atualidade, levando-se em conta a tendência a adiar a maternidade. 
Tipagem Sanguínea 
Grupo A 
Fator RH + 
 
Sorologias Resultado 
Rubéola IgM – IgG + 
Citomegalovírus IgM – IgG + 
Toxoplasmose IgM – IgG+ 
Anti-Hbs Reagente 
HbsAg Não Reagente 
Anti-HCV Não Reagente 
Sifílis (VLDR) Não reagente 
 
Ginecologia de Williams. 2ª ed. 
Em análise da paciente em questão, foi diagnosticada uma alteração estrutural por meio da 
ultrassonografia transvaginal: um mioma submucoso. De acordo com MACHADO (2010), os 
leiomiomas em localização submucosa estão comprovadamente associados a menores taxas 
de gestação, desde a implantação à gravidez clínica, bem como a um maior índice de 
abortamento. Existem alguns fatores que sugerem a interferência dos miomas no processo de 
fecundação através da alteração da migração de espermatozóides, no transporte do óvulo e 
implantação do embrião graças à mudanças na contratilidade uterina, processo inflamatório 
local e aporte sanguíneo inadequado. Além disso, o mioma submucoso por si só provoca 
alteração da cavidade uterina [5]. O exame padrão-ouro para diagnóstico e tratamento dos 
miomas submucosos é a videohisteroscopia, exame que é de custo elevado e não 
disponibilizado em larga escala pelo Sistema Único de Saúde. 
 
Em relação à idade, certamente é um fator contribuinte para a dificuldade de engravidar. Sabe- 
se que a qualidade e a quantidade de óvulos diminui ao longo do tempo, marcadamente após 
os 35 anos. Com a tendência das mulheres de cada vez mais adiar a maternidade temos como 
consequência a idade como fator não modificável isolado que mais contribui para a 
infertilidade atualmente. A paciente tem atualmente 38 anos de idade, mas possui um histórico 
de dificuldade para engravidar com investigação e início de tratamento aos 28 anos, o que leva 
a pensar que nesse caso existe alguma outra causa de infertilidade. Contudo, mesmo com um 
tratamento adequado e auxílio de técnicas de reprodução assistida, a taxa de sucesso em 
engravidar é notadamente menor em idades mais avançadas [6, 7]. Por conta disso, a paciente 
foi encaminhada para o médico especialista na segunda consulta, mesmo ainda não tendo 
realizado todos os exames. 
 
Outro ponto importante no caso é a não realização dos exames solicitados para investigação 
do parceiro. Existe uma tendência geral em considerar a infertilidade como um problema da 
mulher e muitos homens manifestam resistência em realizar os exames. Segundo o estudo de 
Félis KC, et al. (2016), um em cada seis casais tem problemas de infertilidade e a infertilidade 
masculina como causa primária, ou associada, ocorre em 50% desses casos. Dessa forma, a 
avaliação do fator masculino é obrigatória e definida pela análise da história clínica, do exame 
físico, da avaliação do sêmen e do perfil hormonal [4]. Mesmo que a causa masculina seja 
descartada, o parceiro deve participar de forma ativa da investigação e tratamento para 
infertilidade, que é um processo sabidamente emocionalmente muito difícil e que impacta em 
vários aspectos da vida conjugal. 
Conclusão: 
 
Em suma, depreende-se que a infertilidade é um problema comum e que afeta muitos casais 
na atualidade, podendo ser causada por problemas de origem feminina e masculina, bem como 
problemas anatômicos e funcionais do organismo. No caso relatado, é possível fazer uma 
associação da dificuldade de concepção do casal com o histórico de miomas da paciente e com 
a idade avançada. Um fator que certamente contribui no adiamento da conclusão dos exames, 
é o custo elevado com o qual a paciente muitas vezes não consegue arcar. Contudo, é 
importante ressalta que 35% dos causas de infertilidade tem origem masculina e, por muitas 
vezes, essas causas não são investigadas por desconhecimento ou preconceito. Tanto a mulher 
quanto o homem, como um casal, podem contribuir de maneira total ou parcial com a falha 
no processo de concepção. 
 
Além disso, saber o momento ideal para encaminhar o casal para um centro especializado no 
tratamento de infertilidade pode ser um fator decisivo para o sucesso concepcional. Visto que 
quantidade e qualidade do óvulos é um fator decisivo para a gravidez, é de suma importância 
orientar as pacientes sobre concepção e planejamento familiar como parte da consulta 
ginecológica de rotina. 
 
Referências bibliográficas: 
 
1. Maia Bezerra N.K.,el al. Success of in vitro fertilization and its association with the levels 
of psychophysiological stress before and during the treatment. Health Care for Women 
International, 2020. Disponível em: 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208716000078#bib0220 
 
2. Ginecologia de Williams [recurso eletrônico] / Hoffman ... [et al.] ; tradução: Ademar Valadares 
Fonseca ... [et al.] ;[coordenação técnica: Suzana Arenhart Pessini ; revisão técnica: Ana Paula 
Moura Moreira ... et al.]. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2014. 
 
3. Matos, F. INFERTILIDADE: COMO ENFRENTAR O DIAGNÓSTICO E BUSCAR O 
TRATAMENTO ADEQUADO. Sociedade brasileira de reprodução assistida, [S. l.], p. 1- 
1, 20 maio 2019. Disponível em: https://sbra.com.br/noticias/infertilidade-como-enfrentar- 
o-diagnostico-e-buscar-o-tratamento-adequado/ . 
 
 
 
 
 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208716000078#bib0220
https://sbra.com.br/noticias/infertilidade-como-enfrentar-o-diagnostico-e-buscar-o-tratamento-adequado/
https://sbra.com.br/noticias/infertilidade-como-enfrentar-o-diagnostico-e-buscar-o-tratamento-adequado/
https://sbra.com.br/noticias/infertilidade-como-enfrentar-o-diagnostico-e-buscar-o-tratamento-adequado/
 
4. Félis KC, Almeida RJ. Perspectiva de casais em relação a fertilidade e reprodução 
assistida: uma revisão sistemática. Reprodução & Climatério - Volume 31, Issue 2, May– 
August 2016, Pages 105-111. Disponível em: 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208716000078#bib0220. 
 
5. Nascimento ACE, et al. Leiomioma associado a infertilidade: um relato de caso. Revista 
Educação em Saúde: V7, suplemento 1,2019. Disponível em: 
https://core.ac.uk/download/pdf/234552449.pdf. Acesso 13 Fev. 2021. 
 
6. Gomes, LMO, et al. A idade como fator prognóstico nos ciclos de fertilização in vitro. 
Revista Brasileira Ginecoligia e Obstetrícia. 2009; 31 (5): 230-4. 
 
7. Committee on Gynecologic Practice of American College of Obstetricians and 
Gynecologists; Practice Committee of American Society for Reproductive Medicine. Age- 
related fertility decline: a committee opinion. Fertil Steril. 2008;90(3):486-7. 
 
8. The Practice Committee of the ASRM Fertil Steril 2012. American Society for 
Reproductive Medicine. 
https://www.sciencedirect.com/science/journal/14132087/31/2
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208716000078#bib0220
https://core.ac.uk/download/pdf/234552449.pdf.%20Acesso%2013%20Fev.%202021

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