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ARTRITE PSORIÁSICA AULA 4 INTRODUÇÃO ARTRITE INFLAMATÓRIA CRÔNICA ASSOCIADA À PSORÍASE CUTÂNEA E UNGUEAL • Faz parte do grupo de espongilopatias • Prevalência similar entre os sexos, entre os 30-55 anos e na raça branca. • Fatores ambientais: infeccioso, reacional, emocional, trauma físico, B-block, IECA, lítio,etc • HLA-Cw6 foi fortemente associada a psoríase, principalmente na forma familiar de início juvenil (tipo I). • HLAs B38 e B27 foram associados com sacroileíte e envolvimento axial. • A etiologia da artrite psoriática é desconhecida, sendo importante a avaliação do histórico familiar do paciente. -> PSOSRS1-9 • Suspeita-se que tenha correlação com fatores infecciosos desencadeantes. • O vírus da imunodeficiência humana está fortemente associado ao desenvolvimento de psoríase e artrite psoriásica, apresentando incidência e prevalência substancialmente altas nesse grupo de indivíduos. • DD de psoríase: dermatite seborreíca (prurido local). Na pisoríase há o sinal do orvalho sangrento. FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIA MULTIFATORIAL • Acredita-se que há resposta inflamatória de autoantígenos comuns na pele, observada nas lesões psoriáticas da pele e na articulação. • Durante o processo, ocorre a formação de infiltrado de linfócitos TCD4 e CD8+ (predominância) e outras células inflamatórias, além de expressão aumentada de citocinas inflamatórias das mais diversas, sendo as mais importantes: TNF, IL-17, IL-12 e IL-23. • Difere de AR pela pela presença de entesite (inflamação dos locais onde o tendão se insere no músculo). • Regiões mais acometidas na entesite: costocondral, cervical, coluna lombar e tendão aquileu (calcâneo). 2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Na maioria dos pacientes, a artrite aparece após o aparecimento das lesões na pele. • Em cerca de 15% dos casos, a artrite pode presceder as lesões cutâneas, com um tempo médio entre o diagnóstico de cada doença de 3 anos. • 70% dos casos de AP. • Oligoartrite (até 4 articulações), sempre assimétrica envolvendo, sobretudo, joelhos, pequenas articulações dos pés e mãos. • Entesite e dactilite podem estar presentes, situação chamada de “dedos em salsicha”. -> diagnóstico diferencial com Artrite Reativa • Lembrar de Síndrome de Reiter!! • 15% dos casos de AP. • Poliartrite (5 ou mais articulações) simétrica de pequenas articulações das mãos (IFD – rígidas, inchadas e doloridas), punhos, joelhos, cotovelos e outras articulações. • Quandro indiferenciável da AR. • Geralmente há menos hipersensibilidade das articulações afetadas. • Poliartrite simétrica é mais comum em mulheres. • Cerca de 5% há acometimento na forma de sacroileíte e/ou espondilite. • Mais cacometimento no sexo masculino. • A associação da AP com espondilite costuma ser asimétrica e aleatória, esses casos apresentam associação com a presença do HLA-B27. • Maior tendência ao aparecimento de sindesmófitos em margens laterais dos discos intervertebrais e em qualquer nível. • Lembrar de Espondilite Anquilosante!! • 15% dos casos de AP. • Envolvimento das IFD das mãos e dos pés é quase sempre associado ao comprometimento da unha adjacentes. 3 • No comprometimento ungueal (80% dos casos) podemos encontrar: pittings ungueais (típico), depressão na unha, cristais horizontais, onicólise (afastar micose) , pigmentação amarelada das bordas das unhas, hiperceratose distrófica e associação desses padrões. • Manifestações extra-articulares: conjuntivite e uveíte e insuficiência aórtica (<4%). • Portadores de HIV: presença de entesopatia grave, dactilite, destruição articular rapidamente progressiva, mas o comprometimento axial é raro. • Grave poliartrite e deformante. • Os pcts podem apresentar anquilose das articulações, dissolução óssea e “encaixe dos dedos nas mãos”. • Envolvimento das mãos e pés por uma artrite deformante, resultando no encurtamento de um ou mais dedos, o que elva a “dobras” da pele periarticular. • Deformidade em Telescópio ou Binóculo de Teatro. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS E RADIOLÓGICAS • Solicitar: Hemograma, PCR e VHS, FR (negativo na AP), FAN (pode ser positivo entre 10-20% dos casos), HLA27 (acometimento axial, diferenciar de espongilite anquilosante), ácido úrico, anti-CCP, sorologias virais (Hep B, Hep C, HPV e sífilis). • VHS e proteína C nem sempre estarão elevadas. • Alguns pacientes podem ter baixos títulos de FR e FAN. 4 • Achados típico: erosões assimétricas das articulações das IFD e IFP, deformidade do “lápis no copo” (muita a cara de AP), anquilose de pequenas articulações, estreitamento do espaço articular (assimétrico), telescopagem (osteólise dos ossos das falanges e metacarpos - engavetamento dos dedos), periostite e neoformação óssea. • Análise da radiografia: Partes moles: não é vista alteração Alinhamento: desvio ulnar mais IFD Parte óssea: erosões e fulsões (anquilose) ósseas, deformidade do “lápis no corpo” • Na Artrite mutilante podemos ver alargamento dos espaços entre as articulações e desorganização total da arquitetura articular. • Artrocentese pode ser necessária a atrocentese para diagnóstico diferencial. • USG e RNM podem auxiliar na visualização de entensites, sinovites e erosoes subcondrais. DIAGNÓSTICO • Prestar atenção nos casos de artrite + lesões cutâneas ou ungueais típicas de psoríase. • Critérios classificatórios de Caspar - > O paciente pode ser classificado como tendo artrite psoriásica se um total de pelo menos três pontos for acumulado pela presença da seguinte lista de recursos. • Não há alterações laboratoriais diagnósticas específicas para a artrite psoriásica. • Podem ocorrer leucocitose e anemia de doença crônica nas fases de maior atividade da enfermidade, bem como aumento reagentes de fase aguda como VHS e PCR. Até 20% dos pacientes têm hiperuricemia. EXAMES DE IMAGEM 5 • As análises de líquido sinovial revelam características inflamatórias, em geral com contagens de leucócitos na faixa de 5.000 a 50.000/mm3. • Os anticorpos antinucleares podem ser observados em até 50% dos pacientes, usualmente em baixos títulos. • Em pacientes com psoríase que apresentam artrite e outros nos quais há suspeita de artrite psoriásica, o teste HLA-B27 pode ser útil, pois é um dos marcadores genéticos que identificam pacientes com probabilidade de desenvolver artrite psoriásica, porém, não tem papel diagnóstico. TRATAMENTO • Para controle das lesões cutâneas, recomenda-se a exposição à luz solar e/ou ultravioleta breve e produtos tópicos (tracolimus), MTX e biológicos. • Os glicocorticoides podem ter efeito rebote, portanto, devemos evitar. -> psoríase pustulosa • MEV, atendimentos com especialistas, fisioterapia e terapia ocupacional são racomendadas. • O tratamento da artrite psoriásica é feito com AINES (principalmente na fase aguda), DMARDS(tratamento articular e cutâneo – Metrotrexato, Sulfassalazina, Azatioprina e Ciclosporina) e agentes biológicos (anti-TNF, anti IL17 e antiIL12/IL23). • Ciclosportia A, ácidos retinoicos e PUVA (psoraleno + luz ultravioleta, utilizados no tt de psoríase, podem auxiliar. • Os biológicos são reocmendados nos casos de AP moderada a grave, refratárias, mesmo ao uso de DMARD por no mínimo 6 meses. Além disso, tem boa resposta nos 4 domínios (axial, periférico, entesite e dactilite) e na pele. • Anti TNF: etanercept, adalimumabe, certolizumabe, golimumabe e infliximabe. • Anti IL17: Seculinumabe • Anti IL12/IL23: Ustekinumabe DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS • AR, dermatite seborréica, infecção fúngica, espondilite anquilosante, artrite reativa. 6
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