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Doença� orificiai� Doença hemorroidária -Hemorroidas são coxins vasculares presentes nas extremidades interna e externa do canal anal com função de proteger o canal durante a defecação, tendo também papel importante na continência fecal -Doença hemorroidária é uma afecção degenerativa que causa alteração nas hemorroidas -Fatores associados: ● Degeneração dos tecidos de sustentação dos coxins (a hemorroida cai no canal anal)- predisposição hereditária, hábitos nutricionais e ocupacionais, envelhecimento, gravidez e constipação ● Hiperfluxo arterial ● Hipertonia do esfíncter interno do ânus causa ingurgitamento das hemorroidas -Classificação de acordo com a localização anatômica ● Externas- distalmente à linha pectínea, subcutânea. Os vasos que irrigam se originam das artérias hemorroidárias inferiores. Sensibilidade à dor (ectoderma) ● Mista ● Internas- acima da linha pectínea. Recebem ramos dos vasos hemorroidários superiores, médios e inferiores. Não tem sensibilidade à dor (endoderma). Possuem graduações (Goligher): ○ Grau 1→ sangramento sem prolapso ○ Grau 2→ prolapso hemorroidário com retorno espontâneo ○ Grau 3→ prolapso que só reduz manualmente ○ Grau 4→ prolapso constante e irredutível -Diagnóstico ● Quadro clínico: ○ Hemorroidas internas- sangramento indolor e prolapso ○ Hemorroidas externas- dor e abaulamento ○ Hematoquezia terminal- sangue vivo após a evacuação ○ Mucorreia, prurido, prolapso ○ Trombose das hemorroidas- prolapso, dor anal (incomum), crise intensa, quadro dura 1 semana e regride total em 1 mês. Pode permanecer um plicoma anal (prega de pele na borda anal) ● Toque retal: avaliação do tônus anal e para diagnóstico diferencial, principalmente de tumor ● Anuscopia: identificação de hemorroidas internas sem prolapso -Tratamento ● Conservador ○ Único tratamento das graduações 1 e 2 ○ Para todos os pacientes: correção da constipação com mudanças dietéticas e comportamentais (mais fibras e líquidos, não inibir o desejo evacuatório, atividade física). Hábitos higiênicos como diminuir o tempo no vaso sanitário e o esforço evacuatório, fazer banhos de assento morno ○ Uso de laxantes se as alterações dietéticas e exercícios não surtam efeito, até a correção da constipação- Psyllium, Metilcelulose, Lactulose ○ Pomadas e supositórios paliativos- ação de anestesia local ○ Hemorroidas 1 e 2 sem resposta- terapia ambulatorial como ligadura elástica, escleroterapia ou fotocoagulação ○ Trombose hemorroidária-banhos de assento mornos, analgesia oral, AINES, pomadas anestésicas, flebotônicos. Reavaliar depois da regressão da agudização. Cirurgia é eletiva ■ Trombectomia de urgência não é recomendado ● Cirúrgico ○ Indicações: hemorróidas internas 3 e 4, insucesso no tratamento clínico, trombose de repetição, hemorroidas externas de repetição ○ Hemorroidectomia: ressecção do tecido hemorroidário doente (Milligan-Morgan - aberta, Ferguson - fechada, Obando- semiaberta ou semifechada) ■ Sutura contínua com fio absorvível, cicatriza mais rápido, pouca secreção local, menor incidência de defeitos cicatriciais, melhor índice de cura ■ Não usar Fergunson em pacientes com muito plicoma, mais de uma hemorroida no canal anal, pois não consegue fechar, pode causar estenose ○ Técnicas não excisionais: anopexia mecânica/procedimento para prolapso e hemorróidas (PPH), desarterialização hemorroidária transanal guiada por Doppler (THD) → quando pouco ou nenhum conteúdo externo ■ Evita o surgimento de dor ○ Complicações: dor, sangramento, retenção urinária, infecção, estenose anal, incontinência fecal, fissura anal, impactação fecal e plicomas residuais Fissura anal -Localização: linha média posterior (abaixo da linha pectínea) -Associação com constipação, obesidade e hipotireoidismo -Trauma (papel higiênico, fezes endurecidas...) + hipertonia esfincteriana (cria uma circulação deficiente, o que dificulta a cicatrização local) → fissura -Quadro clínico: ● Dor ao evacuar + sangramento vivo ● Prurido eventual ● Agudas- superficiais, cicatrização espontânea em 6-8 semanas ● Crônicas- brancas, mais profundas, bordas elevadas, tríade fissuroide (fissura+papila hipertrófica+plicoma sentinela) -Tratamento: ● Agudo- cuidados locais, analgésicos, banhos de assento, dieta laxativa, correção da constipação e da hipertonia anal. ● Crônico- dieta laxativa, banhos de assento, cremes miorrelaxantes (Nitrato, bloqueadores dos canais de cálcio). ● Falha no tratamento clínico→ Esfincterotomia lateral interna parcial (secção do esfícter anal interno, preservando o externo) Fístula perianal -Comunicação anormal entre a pele da região perianal e o ânus -Ocorre geralmente por uma infecção nas glândulas das criptas -Classificação segundo a localização (Parks): ● Interesfincterianas: mais comuns ● Transesfincterianas ● Supraelevadoras ● Extraesfincterianas -Podem ser simples ou complexas ● Simples: interesfinceterianas ● Complexa: pega mais massa esfincteriana, tem mais de um trajeto -Quadro clínico: presença de orifício externo com saída de secreção fecal ou pus -Previsão do trajeto da fístula (Regra de Goodsall-Salmon) para fístula até 3 cm do orifício anal: -Tratamento: ● Objetiva eliminar a fístula e deixar o paciente continente ● Drenagem local, eliminar o trajeto, evitar recidiva e preservar função esfincteriana ● Fístulas simples/interesfincterianas- fistulotomia em tempo único (padrão-ouro, abre e deixa cicatrizar por 2ª intenção) ● Fístulas complexas/transesfincterianas- fistulotomia + uso de sedenho. Agentes de preenchimento, retalhos, LIFT, fistulectomia ● Sedenho- evita que o paciente fique incontinente. Quando tem muita musculatura envolvida, em vez de cortar o músculo, usa o sedenho por 2 meses e vai apertando. Isso fibrosa o músculo para poder cortar ele aos poucos. ● Lembrar que fistulotomia ≠ fistulectomia (não se faz de rotina, retira todo o trajeto da fístula Abscesso anorretal -Infeccção associada a doença das glandulas nas criptas de Morgagni -Localização: perianal, isquiorretal, interesfincteriana, supraelevadora -Quadro clínico: dor, rubor, calor, tumor ● Dor anal, pélvica ou abdominal ● Sinais de sepse ● Exsudação ou sangramento ● Tenesmo ou disquezia ● Disúria ou retenção ● Abaulamento anal ou perianal -Tratamento: DRENAGEM IMEDIATA próxima da borda anal, antibioticoterapia, fistulotomia caso se encontre um orifício interno
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