Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fabiana Bilmayer MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE - DIABETES NA ATENÇÃO BÁSICA DIABETES MELLITUS Dos casos de DM, 90 a 95% são do tipo 2 (DM2) e destes, 80% estão relacionados a sobrepeso ou obesidade. A busca ativa do diagnóstico do DM2 deve ser orientada pela presença de fatores de risco, uma vez que muitos indivíduos acometidos podem permanecer assintomáticos durante muito tempo. A recomendação terapêutica atual para o DM2 de diagnóstico recente inclui o uso de metformina. O DM2 é uma doença evolutiva e, independentemente da adesão adequada ao tratamento, com o tempo, muitas pessoas precisarão de terapia combinada com ou sem insulina. ● O tratamento do DM1 é sempre insulinoterapia intensiva. No plano terapêutico, deve-se enfatizar a diminuição do risco cardiovascular global por meio de mudanças no estilo de vida (MEV), incluindo alimentação, aconselhamento sobre o tabagismo, uso de álcool, outras drogas e atividade física. A abordagem centrada na pessoa e a participação em grupos de suporte, reflexão e educação em saúde permitem a livre expressão, pelos pacientes, de suas dúvidas, escolhas e desafios em relação ao seu próprio cuidado. PREVALÊNCIA DA DM Dados atuais (2019) já mostram que quase meio bilhão de pessoas (9,3% dos adultos entre 20 e 79 anos) estão vivendo com diabetes em todo o mundo. O número estimado de pessoas (20-79 anos) com diabetes aumentou 62% nos últimos 10 anos: de 285 milhões em 2009 para 463 milhões, nos dias de hoje. E, cerca de metade (50,1%) das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença. 16,8 milhões de pessoas com diabetes no Brasil. EPIDEMIOLOGIA – A previsão é que o número total de pessoas com diabetes aumente para 578 milhões em 2030 e para 700 milhões em 2045. – 374 milhões de adultos têm intolerância à glicose, colocando-os em alto risco de desenvolver diabetes tipo 2. – O diabetes foi responsável por cerca de US$ 760 bilhões em gastos com saúde em 2019. – O diabetes está entre as 10 principais causas de morte, com quase metade ocorrendo em pessoas com menos de 60 anos. O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de países com o maior número de casos de diabetes, ficando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, do total dos 16,8 milhões de brasileiros que sofrem com a doença, estima-se que: - 7% seja dependente de insulina; - 41% faça uso de medicamentos; - 29% apenas cuide da saúde por meio de dieta; - 23% não faça nenhum tipo de tratamento. POR QUE DEVEMOS NOS PREOCUPAR? Estes resultados são importantes para mostrar que muita coisa precisa ser feita para reduzir o impacto do diabetes. As evidências sugerem que o diabetes tipo 2, muitas vezes, pode ser prevenido, enquanto o diagnóstico precoce e o acesso a cuidados adequados para todos os tipos de diabetes podem evitar ou retardar complicações em pessoas que vivem com a doença. Fabiana Bilmayer PROBLEMAS DO DIABETES PARA O PACIENTE DIABETES COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA FATORES ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DO DM FATORES DE RISCO - Idade > 40 anos - História familiar (pais, irmãos, filhos) - Excesso de peso (IMC >25 ou <30 KG/M2) - Obesidade (IMC > 30KG/M2) - Sedentarismo - HDL-C baixo ou triglicérides elevados - Hipertensão arterial - DM gestacional prévio - Macrossomia ou história de abortos de repetição ou mortalidade perinatal - Uso de medicação hiperglicemiante (corticosteróides, tiazídicos, betabloqueadores) - Presença de doença coronariana (angina, infartos, antes dos 50 anos) - História prévia de hiperglicemia ou glicosúria - Raça ou etnia DEFINIÇÃO DE DIABETES MELLITUS É uma doença endócrina-metabólica de etiologia heterogênea, que envolve fatores genéticos, biológicos, imunológicos e ambientais. Caracterizada por hiperglicemia persistente, decorrente da deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos. Atinge proporções epidêmicas, com estimativa de 463 milhões de pessoas no mundo. FATORES GERADORES DE HIPERGLICEMIA - OCTETO DE DEFRONZO 1. diminuição da secreção de insulina; 2. diminuição do efeito incretínico; 3. aumento da secreção de glucagon; 4. aumento da produção hepática de glicose; 5. aumento da lipólise; 6. diminuição da captação muscular de glicose; 7. aumento da reabsorção renal de glicose e 8. disfunção de neurotransmissão cerebral resultando em resistência local à insulina PATOGÊNESE DA DM2 Resistência à insulina + insuficiência secretória das células beta. CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO - Pode ser assintomático vários anos antes - Pode ser manifestado em situações de emergência (cirurgia, infecções, estresse ou após gestações) Fabiana Bilmayer - Pode ser diagnosticado por meio de manifestações já de complicações da doença (IAM, arteriopatia periférica, alterações oculares, neuropatia, nefropatia, microangiopatia CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE ACORDO COM O EXAME SOLICITADO HEMOGLOBINA GLICADA ● Estima-se que, para a HbA1c de 6%, corresponderia a uma glicemia média de 126 mg/dL ● Para cada 1 ponto percentual a mais de HbA1c, haja uma elevação de 30 mg/dL na média das glicemias. INDICAÇÃO PARA TOTG METAS DE TRATAMENTO BENEFÍCIOS DO CONTROLE GLICÊMICO PILARES DO TRATAMENTO DA DIABETES Fabiana Bilmayer ESTRATÉGIAS DO TRATAMENTO CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA Na presença de sintomas sugestivos, uma glicemia casual acima de 200 mg/dL confirma o diagnóstico. SINTOMAS + GLICEMIA CASUAL >200 mg/dL Em indivíduos assintomáticos ou com sintomas leves, são necessárias duas GJ acima de 126 mg/dL. É importante orientar o usuário a não mudar sua alimentação antes da realização dos exames confirmatórios, a fim de evitar o mascaramento do diagnóstico. ASSINTOMÁTICOS + 2 GLICEMIAS > 126mg/dL BUSCA ATIVA A grande maioria das pessoas com diabetes permanece assintomática por um longo período, e, com certa frequência, a suspeita surge pela presença de uma complicação tardia da doença. Estima-se que 50% dos casos de diabetes não são diagnosticados; portanto, é importante a busca ativa do diagnóstico, a partir da compreensão de seus fatores de risco. A busca ativa do diagnóstico do DM2 deve ser orientada pela presença de fatores de risco, uma vez que muitos indivíduos acometidos podem permanecer assintomáticos durante muito tempo. CRITÉRIOS PARA O RASTREAMENTO DO DIABETES EM ADULTOS ASSINTOMÁTICOS QUESTIONÁRIO FINDRISC Uma estratégia para identificar as pessoas com risco para diabetes e realizar busca ativa, que tem ganhado força em nosso meio, é o uso do questionário FINDRISC. CLASSES DE DIABÉTICOS ORAIS CLASSE DOS MIMÉTICOS E ANÁLOGOS DO GLP1 Fabiana Bilmayer
Compartilhar