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Gestão do Terceiro Setor_unid_I

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Autor: Prof. Vanderlei da Silva
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Gestão do Terceiro Setor
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Professor conteudista: Vanderlei da Silva
Doutor e mestre em Educação (Uniso). Advogado (Uniso). Especialista em Direito do Terceiro Setor (FGV/
SP). Pós‑graduado em Ensino a Distância (UNIP). Professor do Curso de Graduação em Serviço Social (UNIP) e 
Pós‑Graduação em Gestão de Políticas Públicas (UNIP). Gerente administrativo e financeiro do Serviço de Obras Sociais 
(SOS). Vice‑Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e da Comissão de Direito do 3º Setor da 
OAB/Votorantim. Sócio do Escritório de Advogados Ranuzzi & Silva, Vieira. Autor dos livros: A Participação da Loja 
Maçônica Perseverança III na Educação Escolar em Sorocaba e O Terceiro Setor e a Escola. Participante convidado do 
Social Innovation and Global Ethics Forum – Sigef 2014 e 2015 realizado em Genebra, na Suíça.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Z13 Zacariotto, William Antonio
Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William 
Antonio Zacariotto ‑ São Paulo: Editora Sol.
il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑006/11, ISSN 1517‑9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Carla Moro
 Juliana Mendes
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Sumário
Gestão do Terceiro Setor
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O TERCEIRO SETOR ............................................................................................................................................9
1.1 As Pessoas Jurídicas no Código Civil brasileiro ........................................................................ 10
1.2 As associações sem fins lucrativos ................................................................................................ 11
1.3 As associações e a geração de receitas ....................................................................................... 12
1.4 Constituição das associações .......................................................................................................... 13
1.5 As fundações .......................................................................................................................................... 14
1.6 Lei nº 13.151 (BRASIL, 2015b). Alterou o § único do art. 62 do Código Civil .............. 15
1.7 O patrimônio das fundações ........................................................................................................... 17
1.8 Órgãos de gestão das fundações ................................................................................................... 18
1.9 Quais as principais diferenças entre fundações e associações? ........................................ 18
1.10 OS, Oscip, Utilidade Pública e Entidade Beneficente de Assistência Social ............... 20
1.10.1 Organização Social (OS) – Lei nº 9.637 (BRASIL, 1998b) ...................................................... 20
1.10.2 Contrato de Gestão ............................................................................................................................. 21
1.10.3 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip ........................................... 22
1.10.4 Termo de Parceria ................................................................................................................................. 23
1.10.5 Título de Entidade de Utilidade Pública Federal – Lei nº 91 (BRASIL, 1935) ................ 24
1.10.6 Convênios ................................................................................................................................................ 25
1.10.7 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – 
Lei nº 12.101 (BRASIL, 2009) ......................................................................................................................... 25
1.11 Benefícios Tributários e Incentivos Fiscais ............................................................................... 26
1.11.1 Incentivos fiscais em nível federal – Principais modalidades ............................................. 26
1.11.2 Entidades sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de 
Utilidade Pública ou Oscips ........................................................................................................................... 27
1.11.3 Incentivos fiscais para criança e adolescente ........................................................................... 28
1.11.4 Fundos da criança e do adolescente – Quem pode investir e benefícios ...................... 29
1.11.5 Incentivos fiscais para o idoso......................................................................................................... 30
1.11.6 Incentivos fiscais para o esporte .................................................................................................... 30
1.11.7 Incentivos fiscais de caráter cultural e artístico – Lei Rouanet ......................................... 31
1.11.8 Lei Rounaet – Modalidades com abatimento integral (100%) – 
Lei 9.784 (BRASIL, 1999a) ............................................................................................................................... 32
1.11.9 Incentivos fiscais: saúde (tratamento oncológico e de pessoa com deficiência) ....... 33
1.11.10 Sistema de Gestão de Convênios e Contratos – Siconv ..................................................... 34
1.11.11 Objetivos do Siconv ........................................................................................................................... 34
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1.12 Constituição de uma associação ................................................................................................. 35
1.12.1 Itens obrigatórios de um estatuto social – Código Civil brasileiro .................................. 36
1.12.2 Itens obrigatórios de um estatuto social – Lei nº 13.019 (BRASIL, 2014b) .................. 41
1.12.3 Remuneração de dirigentes ............................................................................................................. 42
1.12.4 Regimento Interno .............................................................................................................................. 43
Unidade II
2 TRABALHO VOLUNTÁRIO – LEI Nº 9.608 (BRASIL, 1998A).............................................................. 46
2.1 Regulamentação do trabalho voluntário – Lei nº 9.608 (BRASIL, 1998a) .................... 46
2.2 Marco Regulatório do Terceiro Setor – Lei nº 13.019/2014 ................................................ 47
2.2.1 Agenda do Marco Regulatório .......................................................................................................... 48
2.2.2 Diagnóstico da situação existente ................................................................................................... 48
2.2.3 Soluções apresentadas ......................................................................................................................... 49
2.2.4 Lei 13.204/2015 – Altera o texto da Lei nº 13.019/2014 ........................................................ 50
2.2.5 Conceito de Organização da Sociedade Civil – OSC ................................................................. 50
2.2.6 Termo de Colaboração .......................................................................................................................... 52
2.2.7 Termo de Fomento ................................................................................................................................. 53
2.2.8 Acordo de Cooperação ......................................................................................................................... 53
2.2.9 Parcerias que não se submeterão ao regime da Lei nº 13.019/2014 ................................. 54
2.2.10 Artigo 33, Inciso V – Escalonamento no tempo de existência da OSC .......................... 55
2.2.11 Processo de seleção da OSC ............................................................................................................. 56
2.2.12 Dispensa e inexigibilidade do procedimento de seleção ...................................................... 57
2.2.13 Planos de Trabalho – Elementos obrigatórios previstos no art. 22 ................................. 58
2.2.14 Despesas com a remuneração da equipe executora do projeto ....................................... 59
2.2.15 Regras de transição – Art. 83 .......................................................................................................... 60
2.2.16 Regulamentação da Lei nº 13.019/2014 ..................................................................................... 61
2.2.17 Revogação da Utilidade Pública Federal ..................................................................................... 62
2.2.18 Alteração da lei das Oscips ............................................................................................................... 63
2.2.19 Ampliação do incentivo fiscal a doações de empresas às OSC ......................................... 65
2.3 Responsabilidade Social Empresarial – RSE .............................................................................. 66
2.3.1 Investimento Social Privado ............................................................................................................... 67
2.3.2 RSE: Negócios Sustentáveis – Principais objetivos ................................................................... 68
2.3.3 O Pacto Global.......................................................................................................................................... 68
2.3.4 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS 2015/2030 ........................................... 69
2.4 Projeto Social ......................................................................................................................................... 71
2.4.1 Ciclo de vida de um projeto ............................................................................................................... 73
2.4.2 Características de um projeto ............................................................................................................ 73
2.4.3 Construindo um projeto ...................................................................................................................... 74
2.4.4 Objetivo geral: missão do projeto .................................................................................................... 75
2.4.5 Objetivos específicos: estratégias que serão utilizadas pelo projeto ................................. 75
2.4.6 Metas ........................................................................................................................................................... 76
2.4.7 Resultados versus impacto ................................................................................................................. 76
2.4.8 Por que avaliar e monitorar?.............................................................................................................. 77
2.4.9 Passos da avaliação ................................................................................................................................ 78
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INTRODUÇÃO
Este livro‑texto trata de temas relevantes e atuais do Terceiro Setor de forma didática e resumida. O 
objetivo é levantar questões para que o aluno possa se aprofundar naqueles temas que mais lhe interessam.
Para entender o Terceiro Setor e suas organizações é necessário perceber a sua relevância econômica 
e social e a forma como suas atividades são desenvolvidas. Assim, o livro‑texto trata de temas relacionados 
às pessoas jurídicas que formam o Terceiro Setor e como essas organizações se relacionam com o Estado.
Assim, o aluno terá condições de compreender como o Terceiro Setor consegue captar os seus 
recursos, seja por meio de parcerias diretas com a administração pública, seja de forma indireta, através 
das imunidades, isenções e incentivos fiscais.
Outro aspecto importante que será abordado é o Novo Marco Regulatório das Organizações da 
Sociedade Civil, a Lei nº 13.019/2014, que passa a regular as parcerias do Terceiro Setor com o Estado. A 
lei começou a ser aplicada a partir de janeiro de 2016.
Também não poderíamos deixar de lado a questão da Responsabilidade Social Empresarial, pois, num 
momento em que o Estado enfrenta uma grave crise financeira, a destinação de recursos públicos para o 
Terceiro Setor se torna mais escassa. Dessa forma, a busca de parcerias com as organizações do Segundo 
Setor é uma boa alternativa para novas parcerias. Entretanto, essas organizações estão cada vez mais 
preocupadas em atuar de forma responsável perante a sociedade. Assim, é fundamental que as pessoas 
que atuam no Terceiro Setor conheçam essa linguagem para que possam elaborar projetos sintonizados 
com a Responsabilidade Social Empresarial.
Vamos concluir o livro‑texto tratando dos Projetos Sociais para o Terceiro Setor, pois eles são a 
principal ferramenta para a captação de recursos públicos e privados. Uma organização do Terceiro 
Setor que possua profissionais com capacidade técnica para planejar e escrever projetos sociais terá 
muito mais facilidade de firmar suas parcerias.
Dessa forma, esperamos ter alcançado o objetivo de trazer informações relevantes sobre o Terceiro Setor 
para que, ao final da leitura, o aluno tenha uma visão geral do tema e possa ampliar seus conhecimentos.
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GESTÃO DO TERCEIRO SETOR
Unidade I
1 O TERCEIRO SETOR
As organizações que têm por objetivo ajudar o próximo existem desde os primórdios da humanidade. No 
Brasil, elas já estavam presentes logo após o descobrimento, por exemplo, as Santas Casas de Misericórdia.
Porém, a expressão Terceiro Setor para inserir essas organizações numa categoria específica é mais 
recente. No País, o Terceiro Setor começa a ganhar destaque a partir dos anos de 1970, quando várias 
organizações brasileiras passam a contar com o apoio de organizações internacionais.
A expressão Terceiro Setor indica a existência de outros dois setores na sociedade. Nessa linha,podemos utilizar o Terceiro Setor para classificar as organizações que, por suas características próprias, 
não fazem parte do Estado (Primeiro Setor) e também não pertencem ao Mercado (Segundo Setor).
Dessa forma, as pessoas jurídicas que integram o Terceiro Setor são entes privados, não vinculados 
à organização centralizada ou descentralizada da Administração Pública e não almejam, entre seus 
objetivos sociais, o lucro. Contudo, possuem um papel fundamental na sociedade, prestando serviços em 
áreas de relevante interesse social e público.
As organizações que formam o Terceiro Setor diferem das sociedades lucrativas do Segundo Setor, 
pois estas se constituem num agrupamento de indivíduos que se unem para desenvolver uma atividade 
econômica que gere lucros para o próprio grupo. Nesse caso, os resultados são partilhados entre as 
pessoas que fazem parte da sociedade, fato que, por disposição legal, não pode acontecer dentro das 
organizações do Terceiro Setor. Por esse motivo, é fundamental que os dirigentes dessas organizações 
estejam cientes de que, ao utilizarem as organizações do Terceiro Setor em benefício próprio, poderão 
ser responsabilizados e punidos pela justiça.
No Brasil, são utilizadas várias denominações que servem para classificar as organizações formadoras do 
Terceiro Setor. Dentre elas, as mais conhecidas são: Associações, Fundações, Entidades, Institutos, ONGs, Oscips, 
OS e, mais recentemente, OSC. É importante destacar que todas essas denominações se referem a entidades de 
natureza privada e que não possuem por finalidade o desenvolvimento de uma atividade lucrativa.
Apesar de termos várias denominações utilizadas para se referir a essas organizações, para quem 
tem o interesse de conhecer melhor o setor, é imprescindível saber que juridicamente o Terceiro Setor 
brasileiro comporta apenas as Associações e as Fundações, conforme está previsto no art. 44 do Código 
Civil (BRASIL, 2002), que trata das Pessoas Jurídicas de Direito Privado.
Ocorre que as Associações e as Fundações, que são organizações sem fins lucrativos, podem, conforme 
o caso, pleitear a obtenção de determinados títulos ou qualificações junto ao Poder Público, visando 
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Unidade I
ter acesso a benefícios fiscais e tributários que são disponibilizados para elas. Porém, na sua essência, 
apesar de receberem outras titulações e certificados, para o Código Civil brasileiro, tais organizações 
permanecem como Associações ou Fundações.
A denominação mais comum que vamos encontrar é a de Organização Não Governamental – ONG, 
que começa a ser utilizada a partir da década de 1970, referindo‑se a um tipo peculiar de organização, 
ou seja, aquele agrupamento de pessoas, estruturado sob a forma de uma instituição da sociedade civil, 
sem finalidades lucrativas, tendo como objetivo comum lutar por causas coletivas e/ou apoiá‑las. Apesar 
de ser um termo bastante utilizado, no Código Civil brasileiro não existe essa pessoa jurídica.
Outra definição que costumamos encontrar é a de instituição; uma palavra empregada para 
designar a própria corporação ou a organização instituída, não importando o fim a que se destine, ou 
seja, podendo ter um fim econômico, religioso, educativo, cultural etc. Além disso, as instituições podem 
ser públicas ou privadas, e as organizações do Terceiro Setor serão sempre privadas.
A expressão entidade, para se referir a uma organização do Terceiro Setor, serve para classificar uma 
organização que não precisa ser necessariamente uma Pessoa Jurídica devidamente formalizada. Do 
mesmo modo, ao falarmos de organização do Terceiro Setor, estamos utilizando um termo que possui 
um sentido mais técnico, ou seja, um conceito para definir o conjunto de regras que são adotadas para 
composição e funcionamento de instituições públicas e privadas.
O termo instituto, embora componha a razão social de algumas entidades, não corresponde a uma 
espécie de pessoa jurídica, podendo ser utilizado por entidade governamental ou privada. Um instituto 
pode ter uma finalidade lucrativa ou não. Outro problema é que tanto uma Associação como uma Fundação 
podem ser consideradas como um Instituto. Atualmente, as organizações voltadas a educação e pesquisa 
ou à produção científica é que costumam colocar a palavra instituto antes do seu nome oficial.
O que queremos destacar aqui é que, independentemente da denominação utilizada, as organizações 
que formam o Terceiro Setor possuem um papel fundamental no processo de construção da cidadania, 
atuando como agentes de fiscalização da sociedade civil sobre a sociedade política e no gerenciamento 
dos assuntos públicos.
1.1 As Pessoas Jurídicas no Código Civil brasileiro
O Código Civil brasileiro distingue as pessoas naturais, também chamadas de pessoas físicas, das 
pessoas jurídicas.
A pessoa jurídica é uma organização formada por pessoas físicas ou por um patrimônio, com um 
fim determinado.
Já as pessoas jurídicas são classificadas em dois grupos:
• de direito público; 
• de direito privado.
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GESTÃO DO TERCEIRO SETOR
As pessoas jurídicas do primeiro grupo podem ser de direito público interno, que são as chamadas 
entidade governamentais:
• a União;
• os Estados;
• o Distrito Federal;
• os territórios;
• os Municípios;
• as autarquias.
Temos, também, as pessoas jurídicas de direito público externo, ou seja, as organizações internacionais, como 
os Estados estrangeiros, as pessoas regidas pelo direito internacional público e os organismos internacionais.
Já as pessoas jurídicas de direito privado são instituídas por iniciativa de particulares e estão previstas 
no art. 44 do Código Civil brasileiro (BRASIL, 2002):
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações;
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada (Incluído pela Lei 
nº 12.441, de 2011).
Fizemos questão de ressaltar as Associações e as Fundações por entendermos que elas são as pessoas 
jurídicas do Terceiro Setor por excelência.
1.2 As associações sem fins lucrativos
As associações, da mesma forma que as sociedades, constituem um agrupamento de pessoas com 
uma finalidade comum. No entanto, as associações perseguem a defesa de determinados interesses sem 
ter o lucro como objetivo.
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Unidade I
O Código Civil (BRASIL, 2002) define associações como a “união de pessoas que se organizam para 
fins não econômicos” (art. 53). O direito à livre associação para fins lícitos também está previsto e 
assegurado pela Constituição Federal no artigo 5º, inciso XVIII (BRASIL, 1988).
Dessa forma, as associações nascem por meio da união de pessoas que se organizam para fins não 
econômicos, não havendo entre os associados direitos e obrigações recíprocas, apenas o comprometimento 
do funcionamento das associações.
A associação é uma pessoa jurídica de direito privado, tendo por objetivo a realização de atividades 
culturais, sociais, religiosas, recreativas etc., sem fins lucrativos, ou seja, não visa a lucros e é dotada de 
personalidade distinta daquela de seus componentes.
Com a aquisição da personalidade jurídica, a associação passará a ser sujeito de direitos e 
obrigações. Em decorrência disso, cada um dos associados constituirá uma individualidade, e a 
associação, uma outra, tendo cada um seus bens, direitos e obrigações. Há, entre os associados, 
direitos e obrigações recíprocas.
1.3 As associações e a geração de receitas
Embora os fins da associação não sejam de ordem econômica, ela não está proibida de realizar 
atividades geradoras de receita. Para tanto, precisa prever expressamenteem seu Estatuto a possibilidade 
de realizar essas atividades, bem como reverter integralmente o produto gerado na consecução do seu 
objetivo social. Sua finalidade pode ser altruística – que atende a uma comunidade sem restrições 
qualificadas – ou não altruística. Quando dizemos que uma associação tem uma finalidade altruística, 
estamos entendendo que ela foi criada para atender à coletividade e suas atividades não estão restritas 
a beneficiar um determinado grupo ou somente seus associados.
Quando se trata do Segundo Setor, o patrimônio das empresas lucrativas pertence aos acionistas, 
sócio e donos, que têm total autonomia para decidir sobre a destinação dos lucros. Já no Terceiro Setor, 
o patrimônio das organizações sem fins lucrativos não tem proprietário, pois é de interesse público e 
deve ser destinado à consecução de suas finalidades estatutárias.
Outra característica que diferencia o Terceiro Setor é que as receitas obtidas com o desenvolvimento 
de atividades lucrativas devem ser totalmente investidas na organização e no cumprimento dos objetivos 
sociais propostos em seu estatuto, não sendo permitida a sua distribuição aos associados ou diretores.
Outra questão que precisa ser observada é que a organização precisa fazer o alinhamento 
dos empreendimentos que serão desenvolvidos visando à geração de receitas com sua missão, 
seus princípios e seus valores. A partir do momento em que a organização passa a adotar valores 
diferentes e ter objetivos distintos da sua missão, ela pode perder a sua essência, e a sua existência 
passa a ser questionada.
Também é importante observar que a atividade que visa à obtenção de receitas, conhecida como 
atividade-meio, em nenhuma hipótese pode ser maior que a sua atividade social, chamada de 
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GESTÃO DO TERCEIRO SETOR
atividade-fim. Se essa situação vier a ocorrer, a associação deixará de ser sem fins lucrativos e passará 
a ser considerada como uma empresa lucrativa e que deve receber o mesmo tratamento tributário e 
jurídico que uma organização do Segundo Setor.
1.4 Constituição das associações
A existência legal de uma pessoa jurídica se inicia com a inscrição do seu ato constitutivo no 
respectivo Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Pode ser necessário também obter a autorização ou 
aprovação do Poder Executivo para o exercício de determinadas atividades.
Dessa forma, para que a associação adquira existência formal perante a lei (o que chamamos de 
personalidade jurídica), é necessário registrar o Estatuto Social e a Ata de Constituição, devidamente 
aprovados em Assembleia‑Geral convocada para essa finalidade.
Já para o exercício de suas atividades e para as movimentações bancárias, a associação deverá 
providenciar outros documentos com a ajuda de um contador, por exemplo, o Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica (CNPJ). Existem, ainda, outros cadastros municipais, estaduais e federal que possibilitam 
à associação buscar benefícios fiscais, como a isenção de alguns impostos.
A Assembleia de Constituição é uma etapa formal do processo de legalização. O ideal é que seja feita 
uma convocação por edital publicado em jornal para que as pessoas interessadas na causa tenham a 
oportunidade de participar da criação da organização.
Nessa Assembleia de Constituição serão escolhidos o nome da associação e o endereço da sua sede. 
Nela também será discutido, definido e aprovado o Estatuto Social, e serão eleitos os representantes dos 
órgãos de direção e fiscalização da associação.
Após a realização da Assembleia, deve‑se encaminhar a documentação para registro, que é feito no 
Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.
Os documentos que devem ser encaminhados ao cartório são:
• ofício solicitando o registro da ata, do estatuto e do termo de posse dos dirigentes;
• edital de convocação da Assembleia;
• lista de presença;
• ata com a aprovação do estatuto e com a eleição e posse dos dirigentes;
• estatuto social aprovado;
• termo de posse dos dirigentes.
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Após obter o registro dos documentos no cartório, é necessário procurar um contador para 
que seja providenciado o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal. Esse 
cadastro permitirá à associação realizar transações financeiras, contratos, convênios e contratação de 
empregados. Porém, para que o contador possa tomar essas providências, ele vai necessitar do Estatuto 
Social devidamente registrado em cartório.
1.5 As fundações
As fundações constituem‑se numa universalidade de bens ou direitos, dotados de personalidade e 
destinados a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu instituidor.
Segundo o Código Civil (BRASIL, 2002), art. 62, para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por 
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina e 
declarando, se quiser, a maneira de administrá‑la.
Como pessoa jurídica de direito privado prevista no art. 44 do Código Civil, a fundação consiste 
em um complexo de bens destinados à consecução de fins sociais e determinados, finalidade esta que 
depende da vontade do instituidor.
As principais características da fundação são:
• a finalidade ou os fins;
• a origem ou a forma de criação;
• o patrimônio;
• o modo de administração;
• o velamento do Ministério Público.
De acordo com a legislação brasileira, uma fundação é, em síntese, um determinado patrimônio 
que um indivíduo ou uma organização destina para uma determinada finalidade que seja de 
interesse público ou social. Seguindo os procedimentos legais, esse patrimônio vai adquirir uma 
personalidade jurídica, na forma da lei civil. Assim, as fundações são, segundo o Código Civil 
brasileiro, uma pessoa jurídica, assim como as sociedades civis e associações.
Entretanto, no processo de criação e também na sua estrutura administrativa, as fundações possuem 
características bem distintas das de outras entidades, como veremos a seguir.
 As chamadas sociedades civis são organizações que se constituem pela sociedade de pessoas físicas 
e possuem como objetivo principal a obtenção de lucros que serão partilhados entre os seus sócios. Nas 
sociedades, os sócios têm direito de livre disposição do patrimônio da sociedade.
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Já as associações também nascem pela reunião de pessoas. Porém, são pessoas que estão unidas por 
um fim não lucrativo. As associações, normalmente, possuem objetivos de caráter cultural ou assistencial.
Assim, apesar da semelhança com as associações, em razão de não possuírem uma finalidade lucrativa 
e também serem regidas por um estatuto social, as fundações apresentam traços inconfundíveis. As 
fundações não possuem na sua gênese a união de pessoas, pois elas nascem em virtude da dotação de 
um patrimônio inicial. O patrimônio inicial deverá dar o lastro suficiente para que a organização consiga 
desenvolver serviços sociais que sejam de interesse da coletividade.
Outra característica que a diferencia é que a instituição de uma fundação depende da autorização 
do Ministério Público. O Ministério Público é o órgão responsável por velar pelas fundações desde a sua 
criação, pois fará a aprovação da minuta do estatuto social e analisará se o patrimônio que foi destinado 
é suficiente para que a fundação possa cumprir a sua finalidade.
Dessa forma, as fundações estão sujeitas a um regulamento especial desde que são criadas até o 
momento em que porventura sejam extintas. Todos esses procedimentos são expressamente previstos 
no Código Civil, no Código de Processo Civil e na Lei de Registros Públicos.
 A forma de administração do patrimônio personificado que constitui a fundação deverá ser 
estabelecida por um estatuto, que pode ser elaborado pelo próprioinstituidor ou por quem ele indicar. 
A aprovação do estatuto de uma fundação deverá observar os seguintes requisitos:
• ser aprovado por Assembleia‑Geral;
• ser aprovado pelo Ministério Público;
• ser registrado em Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
 Se o instituidor não fizer o estatuto ou não nomear quem o faça, caberá ao Ministério Público a 
elaboração do estatuto. A mesma situação poderá ocorrer quando a pessoa encarregada não cumprir 
o encargo no prazo assinado pelo instituidor ou, não havendo prazo, não o fizer dentro de seis meses. 
Nessas situações, a Promotoria irá submeter o estatuto à aprovação judicial.
1.6 Lei nº 13.151 (BRASIL, 2015b). Alterou o § único do art. 62 do Código Civil
A Lei nº 13.151, de 28 de julho de 2015, alterou algumas disposições contidas no Código Civil 
Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), bem como nas Leis nº 9.532/97, nº 91/35 e nº 12.101/09, referentes ao 
funcionamento das fundações.
De acordo com as alterações promovidas no artigo 62, parágrafo único do Código Civil, a fundação 
somente poderá constituir‑se para fins de:
I – assistência social;
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
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Unidade I
III – educação;
IV – saúde;
V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações 
e conhecimentos técnicos e científicos;
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
IX – atividades religiosas (BRASIL, 2002).
Já o parágrafo 1º do artigo 66, do Código Civil, vem determinar que, para as fundações que possuírem 
suas sedes no Distrito Federal ou em Território, a sua fiscalização será de responsabilidade do Ministério 
Público do Distrito Federal e dos Territórios, e não mais do Ministério Público Federal.
No que tange ao estatuto das fundações, a nova redação do inciso III, do artigo 67 do mencionado 
Código Civil (BRASIL, 2002), informa em seu texto que a possibilidade de alteração ou reforma dos seus 
artigos deve ser aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 dias. Findo o prazo, 
ou no caso de denegação do Ministério Público, poderá o juiz supri‑la a requerimento do interessado.
A Lei nº 13.151 (BRASIL, 2015b) modificou, ainda, a alínea “a”, do parágrafo 2º, do artigo 12, da Lei nº 
9.532/97, para prever a possibilidade de serem pagos salários aos dirigentes de associações assistenciais ou 
fundações sem fins lucrativos, sem que, com isso, as mencionadas entidades percam a imunidade de impostos 
sobre patrimônio, renda ou serviços, concedida pelo artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal.
Entretanto, para que a remuneração cumpra os preceitos legais, os dirigentes das associações 
assistenciais ou fundações sem fins lucrativos, terão de exercer uma atuação efetiva na gestão 
executiva da organização. Além disso, é imprescindível observar como limites máximos, para cálculo da 
remuneração, os valores praticados por outras organizações que possuam atuação na mesma região.
Outro critério legal que a ser observado é que o valor fixado para a remuneração dos dirigentes 
deve ser aprovado pela Assembleia‑Geral da organização, com a sua decisão registrada em ata e com 
comunicação ao Ministério Público, no caso das fundações.
A Lei nº 13.151 (BRASIL, 2015b) também inovou ao estender a possibilidade de remuneração dos 
dirigentes ou conselheiros das fundações privadas declaradas como de Utilidade Pública quando 
alterou a alínea “c”, do artigo 1º, da Lei nº 91/35, mas desde que respeitados os mesmos parâmetros 
anteriormente indicado.
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Por fim, a nova redação dada pela Lei nº 13.151 (BRASIL, 2015b) ao inciso I, do artigo 29 da Lei 
nº 12.101/2009, prevê a hipótese de remuneração dos dirigentes das fundações que possuem o 
reconhecimento como Entidades Beneficentes. Porém, faz‑se necessário que os dirigentes prestem 
serviços diretamente à gestão executiva da organização.
Assim, desde que todas as regras legais sejam observadas, o fato de remunerar os dirigentes não 
afasta o direito à isenção das contribuições previdenciárias das associações assistenciais ou fundações 
sem fins lucrativos.
1.7 O patrimônio das fundações
Diferentemente das associações, nas quais o núcleo é o indivíduo, nas fundações o núcleo é o 
patrimônio, este precisa ser suficiente para garantir que a fundação cumpra suas finalidades.
Quando o patrimônio ou os bens destinados forem insuficientes para cumprir a finalidade da 
fundação, esta deverá ser incorporada a outra fundação. Essa nova fundação deverá, preferencialmente, 
ter uma finalidade que seja semelhante à daquela que deveria ser criada. Porém, existem situações em 
que o próprio instituidor já deixou disposição sobre a destinação do patrimônio, quando suficiente para 
cumprir a finalidade. Nesse caso, a vontade do instituidor deverá ser respeitada (art. 63 do Código Civil).
Dessa forma, ao contrário das associações, as fundações são formalizadas quando recebem a 
destinação do patrimônio, que é doado por meio de escritura pública ou testamento.
O patrimônio da fundação é constituído pela dotação e integralizado por seus instituidores. Também 
formada por bens e valores que a este patrimônio venham a ser adicionados por dotações feitas por 
organizações públicas, pessoas jurídicas de direito privado ou pessoas físicas, com o fim específico de 
incorporação ao patrimônio da fundação.
Por todos esses motivos, os bens e direitos da fundação somente poderão ser utilizados para que ela 
consiga executar as finalidades que constem em seu Estatuto Social. Existe a possibilidade da alienação, 
da cessão ou da substituição de qualquer um desses bens ou direitos, desde que isso ocorra para a 
consecução dos mesmos objetivos. Nesse caso, será de responsabilidade do Conselho de Curadores da 
Fundação, após consulta ao Ministério Público, aprovar a alienação dos bens imóveis incorporados ao 
patrimônio e, ainda, aprovar permuta vantajosa à fundação.
Após os procedimentos iniciais para a criação da fundação, também para obter o devido registro 
da nova organização, é necessário buscar uma autorização do Ministério Público. Esse procedimento é 
fundamental para conseguir a escritura definitiva em Tabelião de Notas e posterior registro no Cartório 
de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
O tempo de existência de uma fundação, de um modo geral, é indeterminado. Além disso, a 
mudança de suas finalidades também é muito difícil de se obter, sendo necessária a apresentação 
de uma justificativa muito convincente para explicar a necessidade de mudar os fins para os quais 
ela foi criada.
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É importante ressaltar mais uma vez que todas as atividades da fundação estarão sujeitas ao controle 
minucioso do Estado, por meio do Ministério Público.
1.8 Órgãos de gestão das fundações
As fundações são administradas pelos seguintes órgãos:
• Conselho Curador, que decide em linhas gerais quanto à forma de atuação da fundação;
• Conselho Administrativo, que também pode ser denominado de Diretoria Executiva, órgão 
executor e responsável pela gestão da Fundação;
• Conselho Fiscal, órgão responsável pelo acompanhamento das contas da fundação.
Assim, a administração da fundação será composta de, no mínimo, dois órgãos: deliberativo e executivo.
O órgão deliberativo é o responsável por deliberar as diretrizes da fundação para atingir os fins 
previstos no estatuto. Já a função do órgão executivo é executar as disposições estatutárias; cumprir 
as diretrizes estabelecidas pelo órgão deliberativo;praticar atos de gestão de recursos patrimoniais e 
humanos; propor ao órgão deliberativo a previsão orçamentária anual; prestar contas e apresentar 
relatórios de atividades ao órgão deliberativo, ao Ministério Público e a outros órgãos governamentais.
O Conselho Curador é responsável por eleger os membros do órgão executivo da fundação, aprovar 
a previsão orçamentária anual, deliberar acerca das prestações de contas e relatórios de atividades do 
órgão executivo, deliberar acerca da alienação de bens imóveis e aceitação de doações com encargos e 
alterar o estatuto.
O Conselho Fiscal zela pelo patrimônio da fundação e acompanha o uso de seus recursos. É, ainda, o 
órgão responsável por examinar as prestações de contas do órgão executivo.
Os integrantes do Conselho de Curadores, Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva não respondem 
subsidiariamente pelas obrigações da fundação exercidas com observância do estatuto e da lei.
Respeitado o disposto no Estatuto, a fundação terá sua estrutura organizacional e o funcionamento 
fixados em Regimento Interno, que estabelecerá as atividades e atribuições administrativas e técnicas, 
de modo a atender plenamente às finalidades da instituição.
1.9 Quais as principais diferenças entre fundações e associações?
Como estamos tratando das duas Pessoas Jurídicas que legalmente formam o Terceiro Setor brasileiro, 
é fundamental saber com muita propriedade quais são as diferenças existentes entre elas.
As associações caracterizam‑se pela união de pessoas, que se organizam para um determinado fim. 
Já as fundações caracterizam‑se pela organização de um patrimônio, ou seja, um conjunto de bens, 
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destinado a um objetivo determinado. Em decorrência disso, o patrimônio é uma exigência no momento 
de criação das fundações, fator que não é essencial para a criação das associações.
Porém, tanto no caso das fundações como no caso das associações, no momento de sua formação, 
é necessário indicar o fim a que se dedicarão. No caso das fundações, a finalidade é permanente e deve 
seguir o que foi determinado pelo fundador. Nas associações isso não ocorre, havendo a possibilidade de 
os associados alterarem a finalidade institucional a qualquer momento, bastando para isso a aprovação 
de uma Assembleia‑Geral.
O acompanhamento pelo MP das atividades da entidade está presente tanto nas fundações como 
nas associações. Porém, o controle se faz de forma muito mais acentuada no caso das fundações.
Podemos observar mais claramente no quadro a seguir as diferenças existentes entre uma associação 
e uma fundação:
Quadro 1 – Comparativo entre Associação e Fundação
Associação Fundação
Finalidades
Fins próprios, conforme definidos pelos associados e 
alteráveis, na forma prevista em seus estatutos.
Os associados podem alterar ou adaptar as finalidades 
segundo seus interesses.
Fins alheios, conforme desejo do instituidor, por isso não 
podem ser alterados.
É possível que algumas regras do estatuto sejam 
modificadas, desde que não afetem as finalidades. As 
alterações serão deliberadas pela maioria absoluta dos 
órgãos de administração e necessitam da aprovação do 
Ministério Público
Fins especificados pela legislação.
Patrimônio
Não há exigência de patrimônio inicial ou de recursos 
mínimos para constituição.
É um instrumento de gestão constituído ao longo da 
vida da associação.
É um componente essencial e alocado pelo instituidor.
O patrimônio inicial deve ser suficiente para o 
cumprimento dos objetivos sociais da fundação.
Fiscalização
A fiscalização das associações é realizada pelos próprios 
associados, beneficiários, financiadores e pela sociedade. Compete ao Ministério Público velar pelas fundações.
Dessa forma, as associações possuem uma maior facilidade de constituição, com procedimentos 
menos burocráticos. Não se exige a existência do patrimônio prévio e há maior flexibilidade para se 
organizar e, eventualmente, alterar seus estatutos e finalidades.
Já no caso das fundações, o recurso é destinado a um fundo permanente, possuindo uma maior 
segurança em relação à perenidade dos fins definidos pelo instituidor. É importante destacar também a 
presença de um Conselho Curador que tem independência para administrar os fundos com respeito ao 
desejo do instituidor.
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1.10 OS, Oscip, Utilidade Pública e Entidade Beneficente de Assistência Social
Uma organização que não tenha o intuito de lucro, nem tenha como objetivo a atividade 
político‑partidária, poderá formar‑se como uma fundação ou uma associação.
Após a aquisição da personalidade jurídica, respeitado o prazo exigido por cada órgão, a organização 
poderá entrar com o pedido de títulos ou certificados que atestem sua qualidade, como OS, Oscip, 
Utilidade Pública ou Entidade Beneficente de Assistência Social. São essas titulações que viabilizam às 
entidades obterem alguns benefícios legais que são concedidos pelo Estado.
Assim, além dos registros obrigatórios para a sua existência e funcionamento, as entidades poderão buscar 
registros facultativos perante o Poder Público, que são chamados de Títulos, Certificados ou Qualificações.
A obtenção desses registros facultativos é importante para diferenciar as entidades que os possuem, 
inserindo‑as num regime jurídico específico. Também são úteis para demonstrar à sociedade que a 
entidade possui credibilidade, facilitando com isso a captação de investimentos privados e a obtenção 
de financiamentos.
Já no que se refere às relações das organizações com o Estado, as titulações podem facilitar o acesso 
a benefícios fiscais e possibilitar o acesso a recursos públicos. Em algumas situações, essas titulações 
são requisitos para a celebração de convênios e parcerias com o Poder Público e para a utilização de 
incentivos fiscais pelos doadores.
1.10.1 Organização Social (OS) – Lei nº 9.637 (BRASIL, 1998b)
As Organizações Sociais se apresentam como alternativa à atuação do Estado, pois têm autonomia 
para desenvolver projetos sociais, desde que atuem em áreas que não sejam consideradas como 
exclusivas do Estado. Dessa forma, as OS podem atuar em projetos sociais, desde que a legislação 
permita a participação da iniciativa privada de forma complementar ao Estado.
Trata‑se de uma forma de parceria que passou a fazer parte do ordenamento jurídico brasileiro a 
partir da publicação da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998. Essa lei foi uma das iniciativas propostas 
pelas reformas administrativas do Estado, implementadas no Governo de Fernando Henrique Cardoso, 
por meio do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.
A proposta principal do Plano de Reforma consistiu em criar mecanismos que permitissem ao Poder 
Executivo transferir a gestão de bens e serviços públicos nas atividades ligadas a pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura, saúde e ensino e 
entidades privadas que seriam habilitadas como Organizações Sociais, após cumprirem os requisitos 
necessários (art. 1º da Lei nº 9.637/98).
Após a promulgação da lei que tratou das OS, algumas organizações entraram com ações no STF 
postulando a declaração de inconstitucionalidade da Lei nº 9.637 (BRASIL, 1998b). A alegação que 
embasava os pedidos era de que a criação das Organizações Sociais configuraria apenas uma tentativa 
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de escapar do regime jurídico de direito público. Segundo os juristas que defendiam essa tese, a Lei da 
Organizações Sociais transferia responsabilidade exclusiva do Estado para o Setor Privado. Além disso, 
o grupo não concordava com a dispensa de licitação no momento de se firmar Contratos de Gestão 
com as Organizações Sociais visando à prestação de serviços públicos de ensino,pesquisa científica, 
desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação ao meio ambiente, cultura e saúde.
Contudo, após vários anos de análise, a lei que instituiu o modelo das Organizações Sociais foi 
julgado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 15 de abril de 2015. Dessa forma, o 
entendimento legal passou a ser de que as organizações sociais podem, sob demanda, ampliar as ações 
do Estado em atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à 
proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Para tanto, é necessária a qualificação da 
entidade, bem como a pactuação do Contrato de Gestão.
1.10.2 Contrato de Gestão
O Contrato de Gestão é o ajuste celebrado pelo Poder Público com as Organizações Sociais para 
ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para prestar variados auxílios e fixar metas 
de desempenho na consecução de seus objetivos.
Nessa modalidade de parceria, o valor do repasse só pode contemplar o custo efetivo para 
atendimento das demandas e cumprimento das metas. Por esse motivo, o Poder Público deve calcular o 
custo per capita do atendimento e repassar verbas de acordo com o volume previsto de atendimentos.
 O Contrato de Gestão também estabelece metas a serem cumpridas pela entidade contratada, 
sendo, dessa forma, um instrumento baseado nos resultados propostos entre as partes contratantes. Por 
esses motivos, o Contrato de Gestão tornou‑se uma forma bastante utilizada pelo Poder Público para 
transferir a execução de serviços públicos a entidades privadas.
De uma forma geral, o contrato de gestão, instituído pela Lei n° 9.637 (BRASIL, 1998b), visa instituir 
parceria entre o poder público e uma organização não governamental qualificada pelo poder público, 
sob certas condições, para o desenvolvimento de serviços sociais de interesse público por meio de várias 
formas de fomento, viabilizadas pelo Estado e autorizadas por lei.
A partir do momento em que é celebrado o Contrato de Gestão, as Organizações Sociais se 
responsabilizam pela incumbência de prestar serviços de interesse social nas áreas de ensino, pesquisa 
científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde, em 
substituição à atuação estatal.
Além disso, as entidades possuem ilimitada autonomia gerencial, administrativa e financeira na 
gestão dos recursos e bens públicos recebidos para a execução do contrato, não obstante a Lei estabeleça 
o dever de prestação de contas e sujeição ao poder de fiscalização estatal.
Outra característica peculiar dessa modalidade de parceria é que, para o cumprimento do contrato 
de gestão, poderão ser repassados à organização social recursos orçamentários e bens públicos. Os bens 
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públicos, segundo o art. 11, § 3°, da Lei n°9.637 (BRASIL, 1998b), serão repassados à entidade qualificada 
por dispensa de licitação, mediante permissão de uso, conforme cláusula do contrato de gestão.
1.10.3 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip
A Oscip é uma qualificação regulada pela Lei nº 9.790/99 e que pode ser solicitada por organizações 
do Terceiro Setor. A obtenção desse título permite que a organização possa firmar o Termo de Parceria 
com o poder público. O Termo de Parceria é o instrumento que viabiliza uma aplicação menos rígida 
dos recursos estatais em termos burocráticos e, ao mesmo tempo, traz garantias de resultados por 
meio dos mecanismos de controle adicionais, sempre buscando assegurar que o valor destinado será 
efetivamente utilizado para os fins sociais a que se destinam.
Na época em que foi criada, a lei foi considerada extremamente inovadora, pois trouxe em seu texto 
a possibilidade de remuneração dos dirigentes das Oscips. Porém, na atualidade, isso já deixou de ser uma 
novidade, pois outras legislações também já trouxeram essa abertura, e a remuneração de dirigentes que 
atuam diretamente na gestão da organização passou a ser tratada com menos preconceito.
A Lei nº 9.790 (BRASIL, 1999b) informa que a atuação de uma Oscip deverá observar o princípio da 
universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações. Segundo o art. 3º da 
Lei, a organização deve ter como finalidade a promoção de pelo menos um dos seguintes segmentos:
• promoção da assistência social;
• promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
• promoção gratuita da educação, observando‑se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata esta Lei;
• promoção gratuita da saúde, observando‑se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata esta Lei;
• promoção da segurança alimentar e nutricional; 
• defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
• promoção do voluntariado;
• promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
• experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de 
produção, comércio, emprego e crédito;
• promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de 
interesse suplementar;
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GESTÃO DO TERCEIRO SETOR
• promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros 
valores universais;
• estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas 
neste artigo;
• estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias 
voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte (Incluído pela Lei nº 13.019, de 
2014) (BRASIL, 1999b).
Já no parágrafo único do mesmo artigo, consta que a dedicação às atividades previstas na lei 
configura‑se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da 
doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de 
apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
1.10.4 Termo de Parceria
O Termo de Parceria é um instrumento jurídico elaborado para o repasse de recursos públicos 
exclusivamente às organizações qualificadas como Oscips. O Poder Público poderá fazer um concurso 
de projetos a fim de escolher a Oscip para firmar o Termo de Parceria. Porém, a celebração do Termo de 
Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de 
atuação existentes nos respectivos níveis de governo.
Assim, o Termo de Parceria constitui uma alternativa ao Convênio, dispondo de procedimentos mais 
adequados do ponto de vista técnico e mais desejável do ponto de vista social.
Se a escolha da Oscip para a celebração de Termo de Parceria pelo órgão estatal for realizada mediante 
concurso de projetos, o edital de chamamento para participação do concurso deverá conter informações 
básicas sobre condições, forma de apresentação de propostas, prazos, julgamento, critérios de seleção 
e valores a serem desembolsados pelo Poder Público. O julgamento dos projetos inscritos será realizado 
por uma Comissão designada pelo órgão estatal, composta por um membro do Poder Executivo, um 
especialista no tema do concurso e um membro do conselho de políticas públicas. A Comissão deverá 
avaliar o conjunto das propostas, objetivando a escolha do projeto apresentado e contemplando um 
cronograma adequado para a efetiva realização das atividades sociais previstas no edital.
Após a análise dos projetos inscritos e a posterior escolha da organização que tenha uma proposta 
mais apropriada para o desenvolvimento da atividade social almejada, será iniciada a execução do 
repasse de verbas públicasà Oscip. Os recursos financeiros serão liberados conforme cronograma 
previsto no Termo de Parceria, e os valores serão depositados em conta bancária específica e liberados 
em várias parcelas, condicionadas à comprovação do cumprimento das metas pactuadas para o período 
anterior à última liberação.
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Todos os repasses dos valores de origem estatal serão acompanhados pelo Conselho de Políticas 
Públicas, que fiscalizará previamente a forma de aplicação desses recursos.
A última fase de todo esse processo ocorre logo em seguida ao término da execução da parceria, 
quando o Conselho analisará os resultados obtidos com base no desempenho do plano de trabalho 
estabelecido, elaborando o relatório conclusivo sobre o cumprimento das metas e o alcance dos resultados. 
O conselho emitirá o seu parecer final, avaliando a utilização dos recursos, o prazo de execução e os 
resultados alcançados, utilizando como parâmetros os compromissos previstos no Termo de Parceria.
Caso seja constatada a ocorrência de irregularidades na utilização dos recursos por parte da Oscip 
parceira, os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria deverão informar imediatamente ao 
Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.
É obrigação das Oscips publicar na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União o extrato 
do Termo de Parceria e o demonstrativo da sua execução física e financeira, contendo o comparativo 
específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos 
gastos e receitas efetivamente realizadas.
1.10.5 Título de Entidade de Utilidade Pública Federal – Lei nº 91 (BRASIL, 1935)
Essa é a titulação mais antiga do Brasil, constituindo um marco como forma do reconhecimento dos 
projetos desenvolvidos por Organização da Sociedade Civil, por parte do Estado brasileiro.
O título de Utilidade Pública, até o advento da Lei nº 13.019/2014, foi comumente exigido 
para o reconhecimento da imunidade de impostos estaduais e municipais, como ICMS, IPVA, IPTU 
e ISS. É importante observar que a entidade que optar por essa qualificação não poderá requerer 
o título de Oscip.
Quando surgiu, em 1935, a titulação de Utilidade Pública era concedida somente em nível federal, 
mas com o tempo passou a ser concedida também no âmbito estadual e no municipal. Assim, o título 
de Utilidade Pública passou a ser o reconhecimento da União, dos Estados e dos Municípios de que a 
organização presta relevantes serviços desinteressadamente à sociedade.
Somente as entidades legalmente constituídas no Brasil podem obter o título de Utilidade Pública. 
As organizações nacionais podem obter a titulação desde que sejam instituições sem fins lucrativos, ou 
seja, aquelas capazes de reverter em finalidades estatutárias ou em manutenção e expansão do próprio 
projeto todos os lucros obtidos em atividades desenvolvidas por ela.
A Lei nº 13.204 (BRASIL, 2015c) revogou o título de utilidade pública federal. Porém, ainda não foi 
estabelecida nenhuma regra de transição para as entidades que já possuem o título. Dessa forma, o 
entendimento geral é de que não haverá a necessidade de adoção de qualquer procedimento. Nesse 
sentido, o próprio Ministério da Justiça retirou do seu portal as informações relativas ao requerimento 
do título de Utilidade Pública Federal, sinalizando, portanto, a não obrigatoriedade de adoção, por 
parte das organizações, de nenhuma medida para prestar contas do exercício 2015. Contudo, a lei não 
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tratou dos títulos de utilidade pública em nível de Estados e de Municípios, cabendo a eles decidirem se 
manterão a titulação ou se também optarão por revogá‑la.
1.10.6 Convênios
Os convênios são instrumentos que disciplinam a transferência de recursos financeiros de dotações 
consignadas nos orçamentos públicos. Foram criados para a relação com o órgão do Poder Público, 
mas ao longo do tempo passaram a ser usados para estabelecer parcerias entre o Poder Público e as 
entidades privadas sem fins lucrativos.
Os convênios assinados pelo Poder Público preveem obrigações para ambos os parceiros. Deveres 
que geralmente incluem repasse de recursos, de um lado, e, do outro, aplicação dos recursos de acordo 
com o ajustado, bem como apresentação periódica de prestação de contas.
Com a vigência da Lei nº 13.019/2014 não serão mais utilizados os convênios para formalizar 
parcerias entre as entidades privadas sem fins lucrativos e o Poder Público. Agora, esses instrumentos 
serão aplicáveis apenas em relações firmadas entre instituições públicas. As parcerias entre o Estado e 
o Terceiro Setor serão regidas por termos de colaboração, termos de fomento e acordos de cooperação. 
O primeiro se aplica aos casos em que a própria Administração Pública definir o objeto da parceria, 
enquanto o segundo vale para ações propostas pelas Organizações da Sociedade Civil. Já o acordo de 
cooperação será utilizado quando a parceria não implicar transferência de recursos financeiros.
1.10.7 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – Lei nº 12.101 
(BRASIL, 2009)
O Cebas é um certificado concedido pelo Governo Federal, por intermédio dos Ministérios da Educação, 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Saúde, às pessoas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social que prestem serviços nas 
áreas de educação, assistência social ou saúde.
As entidades detentoras do Cebas, se preenchidos os demais requisitos exigidos pela legislação 
tributária, podem desfrutar de isenção do pagamento das contribuições sociais incidentes sobre a 
remuneração paga ou creditada aos seus empregados e trabalhadores avulsos. Tais organizações podem 
também receber transferências de recursos governamentais a título de subvenções sociais.
O certificado é um dos documentos exigidos pela Receita Federal para que as entidades privadas, 
sem fins lucrativos, gozem da isenção da cota patronal das contribuições.
A regulamentação do Cebas tem passado por constantes mudanças, por exemplo, a edição do 
Decreto nº 8.242 (BRASIL, 2014a), que estabeleceu algumas inovações no processo de certificação das 
entidades. Entretanto, de uma forma geral, apesar dessas alterações, a parte essencial do processo 
continua prevista nas disposições das Leis nº 12.101 (BRASIL, 2009) e nº 12.868 (BRASIL, 2013).
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1.11 Benefícios Tributários e Incentivos Fiscais
O Estado necessita dos projetos sociais desenvolvidos pelas Organizações do Terceiro Setor. Por esse 
motivo, atua de forma direta e indireta para dar sustentabilidade econômica a esses projetos. A atuação 
direta ocorre por meio das parcerias com destinação de recursos públicos. Já a atuação indireta pode 
ocorrer por meio das imunidades e isenções de taxas e impostos ou, ainda, por meio de incentivos fiscais 
para que as pessoas físicas e jurídicas destinem parte dos seus impostos a projetos sociais.
As imunidades estão relacionadas com a limitação constitucional, de competência. Já as isenções 
têm ligação com o direito de cobrar tributo não exercido. Por sua vez, os incentivos fiscais são dirigidos 
aos financiadores dos projetos. Trata‑se de estímulos concedidos pelo governo, na área fiscal, para que 
recursos sejam canalizados para segmentos específicos (econômico, cultural, social). Dessa forma, os 
incentivos funcionam como estratégia de captação de recursos e promovem a criação de uma cultura 
de participação cidadã.
O quadro a seguir exemplifica bem a diferença existente entre esses institutos jurídicos.
Quadro 2 – Diferenças básicas entre imunidade e isenção
Imunidade Isenção
Regida pela Constituição Federal.Regida por legislação infraconstitucional. 
Não pode ser revogada, nem mesmo por Emenda 
Constitucional. Pode ser revogada a qualquer tempo. 
Não há o nascimento da obrigação tributária. A obrigação tributária nasce, mas a entidade é dispensada de pagar o tributo. 
Não há o direito de cobrar o tributo. Há o direito de cobrar, mas ele não é exercido. 
1.11.1 Incentivos fiscais em nível federal – Principais modalidades
O incentivo fiscal é um instrumento usado pelo governo para estimular atividades específicas por 
prazo determinado e constitui‑se em uma forma de a empresa ou pessoa física escolher a destinação 
de uma parte dos impostos que já seriam pagos por ela, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de 
projetos pela sociedade.
Na prática, o Poder Público abre mão de uma parte dos recursos que receberia por meio da cobrança 
dos impostos e utiliza para incentivar a execução de iniciativas sociais, culturais, educacionais, de saúde 
e esportivas, em benefício de várias pessoas.
O investidor, por sua vez, apoia causas que pode acompanhar e potencializar. Na legislação vigente, 
existem várias formas que as pessoas físicas e jurídicas têm à disposição e podem utilizar como 
mecanismo de renúncia fiscal. Essa renúncia fiscal pode ocorrer em nível federal, estadual e municipal, 
mas com diferentes regras.
Em troca do aporte de recursos, as pessoas e as empresas obtêm contrapartidas dos apoiados, como 
a exposição da marca em materiais de divulgação, cotas de ingressos para espetáculos, selos públicos, 
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placas de reconhecimento, entre outras possibilidades. A isso é acrescido o ganho de imagem, por meio 
da associação da companhia a projetos positivos e transformadores executados no País.
Tais incentivos fiscais podem ser utilizados como forma de investimento social por empresas e pessoas 
físicas e estão devidamente regulamentados em diferentes âmbitos: federal, estadual e municipal.
Os principais incentivos promovidos pela União são as destinações para:
• fundos dos direitos da criança e do adolescente;
• fundo do idoso;
• operações de caráter cultural e artístico;
• entidades sem fins lucrativos, de utilidade pública ou qualificadas como Oscips;
• atividades desportivas e paradesportivas;
• saúde (câncer) – Pronom + deficiência.
No que se refere à destinação voltada para entidades sem fins lucrativos, de utilidade pública ou 
qualificadas como Oscips, a partir da Lei 13.019 (BRASIL, 2014b), as titulações deixaram de ser exigidas, 
podendo ser destinados, por parte das pessoas jurídicas, incentivos para todas as Organizações da 
Sociedade Civil, que sirvam desinteressadamente à sociedade, independentemente das titulações.
Entretanto, é necessário observar que somente empresas tributadas com base no lucro real podem se 
utilizar dos incentivos fiscais federais. Essa restrição limita consideravelmente o universo de potenciais 
investidores, uma vez que exclui as empresas tributadas em outros regimes, como o lucro presumido e 
o simples. Já no caso das pessoas físicas, os incentivos fiscais podem ser utilizados somente por aqueles 
que usam o modelo de declaração completa.
A lógica dos incentivos fiscais é fazer um investimento social hoje e abater esse valor no imposto a ser 
pago no futuro. A maior parte dos incentivos é viabilizada pela legislação do Imposto de Renda (IR).
A grande vantagem desses incentivos para o investidor é permitir que ele possa agregar valor à marca, 
como patrocinador de projetos sociais, e recuperar parte ou a totalidade, conforme a modalidade, dos 
recursos aportados. Em nível federal, os principais incentivos fiscais que beneficiam o Terceiro Setor são 
possibilidades de dedução do Imposto de Renda (IR), seja do imposto devido, seja de sua base de cálculo.
1.11.2 Entidades sem fins lucrativos que prestam serviços gratuitos de Utilidade Pública 
ou Oscips
Apesar de a atual legislação informar que para esse tipo de incentivo não será mais exigida a 
titulação, optamos por explicar como foi esse processo durante muitos anos.
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De acordo com o que está previsto na Lei nº 9.249 (BRASIL, 1995), as pessoas jurídicas podem fazer 
doações diretas a entidades civis, sem fins lucrativos, constituídas no Brasil, utilizando esse incentivo 
específico. Para isso, as entidades devem prestar serviços gratuitos em benefício da comunidade, e o 
limite da doação incentivada é de até 2% do lucro operacional. Porém, para que o valor destinado 
pudesse ser deduzido do Imposto de Renda, a organização deveria ter o título de Utilidade Pública 
Federal ou o de Oscip.
Atualmente, com a vigência da Lei nº 13.019 (BRASIL, 2014b), deixou‑se de exigir a titulação para 
o repasse desses recursos. Assim, todas as Organizações da Sociedade Civil, independentemente de 
certificação, farão jus a alguns benefícios, inclusive aqueles que outrora só eram conferidos às OscipS e 
UPFs, conforme o previsto no art. 84‑B da lei (BRASIL, 2014b):
Art. 84‑B. As Organizações da Sociedade Civil farão jus aos seguintes 
benefícios, independentemente de certificação:
I – receber doações de empresas, até o limite de 2% (dois por cento) de sua 
receita bruta;
II – receber bens móveis considerados irrecuperáveis, apreendidos, 
abandonados ou disponíveis, administrados pela Secretaria da Receita 
Federal do Brasil;
III – distribuir ou prometer distribuir prêmios, mediante sorteios, vale‑brindes, 
concursos ou operações assemelhadas, com o intuito de arrecadar recursos 
adicionais destinados à sua manutenção ou custeio.
É necessário observar que, de acordo com o texto da lei, para obter os referidos benefícios, a OSC 
deverá possuir pelo menos uma das finalidades elencadas no artigo 3° da Lei 9.790 (BRASIL, 1999b), que 
trata das Oscips, tais como a promoção da assistência social, cultura, defesa, conservação do patrimônio 
histórico e artístico, educação e saúde, dentre outras. Além dessa limitação, para ter o benefício da lei, 
a OSC não pode ter nenhuma participação em campanhas de interesse político‑partidário ou eleitorais.
1.11.3 Incentivos fiscais para criança e adolescente
A Lei nº 8.069 (BRASIL, 1990), que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente, permitiu aos 
contribuintes do Imposto de Renda, em seu art. 260, deduzir da renda bruta o total das doações 
efetuadas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente.
A doação e a dedução devem ocorrer sempre no mesmo ano‑calendário. Portanto, se a destinação 
foi feita em 2016, ela pode ser deduzida do imposto devido em 2016, que é a base da declaração a ser 
entregue em 2017.
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O investidor tem de escolher a instituição sem fins lucrativos com projetos em prol da infância e 
adolescência cadastrada no site do Fundo, gerar o boleto bancário e pagá‑lo até o último dia do ano. O 
dinheiro vai para a conta do Fundo, e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) 
o transfere posteriormente à instituição social que executará o projeto e também emite e repassa à Receita 
Federal um comprovante de doação, com os dados da empresa investidora e do projeto beneficiado.
Os Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente são os órgãos 
controladores dos fundos beneficiados pelas doações. Por esse motivo, deverão emitir comprovante em 
favor do doador, que deverá:
• ter número de ordem, nome, número de inscrição no CNPJ e endereço do emitente;
• especificar o nome, o CNPJ ou o CPF do doador, a data e o valor efetivamente recebido em dinheiro;
• ser firmado por pessoa competente para dar quitação da operação;
• no caso de doação em bens, conter a identificação desses bens,mediante sua descrição em 
campo próprio ou em relação anexa, que informe também se houver avaliação; em caso positivo, 
identificar os responsáveis pela avaliação com indicação do CPF (se pessoa física) ou do CNPJ (se 
pessoa jurídica).
1.11.4 Fundos da criança e do adolescente – Quem pode investir e benefícios
A proteção integral da população infantojuvenil é considerada prioridade pela Constituição Brasileira 
(art. 227 e parágrafos) e foi ratificada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
Visando ampliar os recursos destinados à proteção da criança e do adolescente, o Estatuto prevê 
(art. 88, IV) a criação e a manutenção de Fundos (nacional, distrital, estaduais e municipais) vinculados 
aos respectivos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o objetivo de financiar, 
prioritariamente, programas específicos destinados a crianças e adolescentes ameaçados ou violados 
em seus direitos (situação definida pelo art. 98 do Estatuto).
Tais fundos são instrumentos para captação de recursos que visam à promoção e à defesa da criança 
e do adolescente; podem ser municipais, estaduais ou federal. Os recursos dos fundos são movimentados 
pelos Conselhos, e apenas organizações credenciadas nos Conselhos podem ser beneficiadas com esses 
recursos. Cada Conselho define a aplicação dos recursos por meio de editais, e a aprovação de um 
projeto é obrigatória.
Os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente são compostos de recursos provenientes de 
várias fontes. As principais são:
• Poder Público, por meio do orçamento da respectiva esfera político‑administrativa;
• contribuições de governos estrangeiros e de organismos internacionais multilaterais;
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• multas decorrentes de condenação em ações cíveis e da aplicação de penalidade pecuniária 
(conforme previsto no próprio Estatuto);
• doações de Pessoas Jurídicas e Pessoas Físicas em dinheiro ou em bens, passíveis de dedução do 
Imposto de Renda devido nas situações e nos limites previstos na legislação (art. 260 do Estatuto).
Assim, podem destinar recursos para o Funcad as pessoas físicas e as jurídicas. No caso da pessoa 
física, a dedução de doações feitas aos fundos da criança e do adolescente é limitada a 6% do Imposto 
de Renda devido. Além disso, a declaração deve ser pelo modelo completo. Já a pessoa jurídica que 
destinar recursos poderá usufruir de uma dedução do Imposto de Renda, das doações feitas, até o limite 
de 1% do valor do Imposto de Renda devido. A Empresa deve declarar o IR pelo Lucro Real.
1.11.5 Incentivos fiscais para o idoso
O Estatuto do Idoso, instituído pela Lei nº 10.741 (BRASIL, 2003), permite aos contribuintes, em 
seu art. 115, e, também, em conformidade com a Lei nº 12.213, de 20 de janeiro de 2010, deduzir do 
imposto devido, na declaração do Imposto sobre a Renda, o total de doações feitas ao Fundo Nacional 
do Idoso – nacional, estaduais ou municipais –, devidamente comprovadas, obedecidos os limites 
estabelecidos em lei.
Para efeito de doação ao Fundo Nacional do Idoso, a legislação estabelece à pessoa jurídica o limite 
máximo de 1% para dedução do Imposto de Renda devido, já somada a dedução relativa às doações 
efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente. No caso do contribuinte pessoa física, o 
percentual máximo de dedução é de 6%.
Nos municípios onde o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso já regulamentou e criou o seu 
fundo próprio, as destinações são depositadas diretamente na conta do Fundo Municipal do Idoso e 
repassadas às entidades beneficentes indicadas pelos contribuintes doadores.
Os Conselhos dos Direitos do Idoso são órgãos deliberativos, constituídos de forma paritária por 
representantes do governo e da sociedade civil, com o objetivo de formular e acompanhar, na União, nos 
Estados e nos Municípios, a execução das políticas públicas de atendimento ao idoso.
Os Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Federal e seus respectivos Fundos devem ser 
instituídos por lei do ente federado ao qual eles estiverem vinculados, cabendo àqueles Conselhos 
formular, deliberar e controlar as ações de implementação da política dos direitos do idoso, assim como 
gerir os fundos e fixar critérios de utilização e o plano de aplicação dos seus recursos.
1.11.6 Incentivos fiscais para o esporte
A Lei de Incentivo ao Esporte estimula pessoas e empresas a patrocinar e fazer doações para projetos 
esportivos e paradesportivos, em troca de incentivos fiscais. Trata‑se da Lei Federal nº 11.438 (BRASIL, 
2006), regulamentada pelo Decreto 6.180 de 3 de agosto de 2007, que prevê o incentivo específico para 
projetos desportivos e paradesportivos. Os projetos devem ter as seguintes características:
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• devem promover a inclusão social por meio do esporte;
• dar preferência às comunidades de vulnerabilidade social;
• o proponente deve cadastrar‑se no Ministério do Esporte e ter o projeto aprovado por 
comissão técnica.
Para pessoa física, o desconto pode chegar a 6% no valor do Imposto de Renda devido. Caberá ao 
contribuinte decidir se quer usá‑lo em sua totalidade no incentivo ao esporte. Já para pessoa jurídica 
tributada com base no lucro real, multinacionais, conglomerados dos setores bancário, industrial, de 
transporte aéreo e empresas de telecomunicações, o desconto é de até 1% sobre o imposto devido.
Os interessados em participar devem apresentar os projetos à comissão técnica do programa, 
composta por representantes do Ministério do Esporte e do Conselho Nacional do Esporte. Os 
documentos e informações que devem ser encaminhados ao Ministério do Esporte na apresentação do 
projeto desportivo são:
• pedido de avaliação do projeto dirigido à Comissão Técnica, com a indicação da manifestação 
desportiva;
• descrição do projeto contendo justificativa, objetivos, cronograma de execução física e financeira, 
estratégias de ação, metas qualitativas e quantitativas e plano de aplicação dos recursos;
• orçamento analítico e comprovação de que os preços orçados são compatíveis com os praticados 
no mercado ou enquadrados nos parâmetros estabelecidos pelo Ministério do Esporte.
1.11.7 Incentivos fiscais de caráter cultural e artístico – Lei Rouanet
A Lei Federal de Incentivo à Cultura é a de nº 8.313 (BRASIL, 1991). Nela está prevista a dedução de 
investimentos feitos por pessoas físicas e jurídicas em projetos culturais. Tal dedução está relacionada 
com os tributos federais. Os projetos têm de ser previamente aprovados pelo MinC, que os avaliará por 
meio de critérios legais.
Podem propor projetos as pessoas físicas que tenham atuação na área cultural, pessoas jurídicas 
com ou sem fins lucrativos de natureza cultural e as fundações públicas.
O Incentivo Fiscal é um dos mecanismos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), 
instituído pela Lei Rouanet (Lei 8.313/1991), como uma forma de estimular o apoio da iniciativa 
privada ao setor cultural.
Para obter os benefícios da lei, o proponente deve apresentar um projeto cultural ao Ministério da 
Cultura (MinC) e, caso seja aprovado, é autorizado a captar recursos junto às pessoas físicas pagadoras 
de Imposto de Renda (IR) ou empresas tributadas com base no lucro real para a execução do projeto.
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Seguindo esses procedimentos, o apoio a um determinado projeto cultural pode ser revertido, no 
total ou em parte, para o investidor do valor desembolsado, em forma de dedução do imposto devido, 
dentro dos percentuais permitidos pela legislação tributária, ou seja, para empresas, até 4% do imposto 
devido; para pessoas físicas, até 6% do imposto devido.
Podem apresentar propostas pessoas físicas com atuação na área cultural, como, por exemplo, 
artistas, produtores