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Apostila de Introdução Bíblica

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1 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
I - A natureza da Bíblia 
A Bíblia é o livro mais singular e um dos mais antigos do Mundo, é o livro mais lido em todo 
o mundo. De origem do mundo oriental antigo que, no entanto tem moldado o ocidente. 
Tiranos a perseguiriam e a queimaram, pois os seus ensinos ameaçavam em muitos aspectos 
os seus governos egoístas e de interesses pessoais que na verdade subjugavam as pessoas. A 
bíblia é o livro mais traduzido, mais citado e publicado e o que mais influencias as pessoas. 
A palavra Bíblia vem do latim mas se originou do grego Biblos. Originariamente era o nome 
que se dava a casca de um papiro do século XI a.C. Foi por volta do século II d.C., que os 
cristãos passaram a usar a palavra para designar seus escritos sagrados. 
A bíblia compõe de duas partes: Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito 
pela comunidade judaica, e preservado por mais de um milênio antes de Jesus Cristo. O 
Novo Testamento foi composto pelos discípulos de Cristo ao longo do século I d.C. 
A palavra Testamento é traduzida por Aliança, que vem de uma tradução das palavras gregas 
e hebraicas que significam pacto ou acordo, celebrado em duas partes da Aliança. 
Os teólogos cristãos olham para os dois testamentos da bíblia sob o aspecto da Pessoa de 
Jesus Cristo. Agostinho dizia: o Novo Testamento acha-se velado no Antigo Testamento, o 
Antigo, revelado no Novo. 
As divisões da Bíblia 
De modo mais comum a Bíblia de divide em oito seções, quatro do Antigo e quatro do Novo. 
A septuaginta (LXX) que iniciou-se no século III a.C., dividiu o Antigo Testamento em tópicos 
na divisão dos livros, em quatro partes, que anteriormente se dividia em três partes. 
Os cinco livros de Moisés, que outorgou a Lei, aparecem em primeiro lugar. Segue-se os 
livros dos homens que desempenharam a função de profetas, e por fim a terceira parte 
contém livros escritos por homens que, conforme cria-se que tinham o dom da profecia, sem 
serem profetas oficiais. Esta divisão se encontra na história judaica. 
O Novo Testamento faz uma alusão a esta divisão em três partes, Jesus disse: ... era 
necessário que se cumprisse tudo que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e 
nos Salmos (Lucas 24:44). 
O judaísmo mantem esta divisão até o momento, a vulgata latina de Jerônimo e as bíblias 
posteriores a ela seguiram o modelo de tópicos em quatro partes em que se divide a 
septuaginta. 
 
 
2 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
 Divisão do Antigo Testamento hebraico 
 
A Lei – Tora Os Profetas - Nebhiim Os Escritos – Kethubhim 
Genesis 
Êxodo 
Levítico 
Números 
Deuteronômio 
Profetas Anteriores 
 Josué 
 Juízes 
 Samuel 
 Reis 
Profetas Posteriores 
 Isaías 
 Jeremias 
 Ezequiel 
 Os Doze 
Livros Poéticos 
 Salmos 
 Provérbios 
 Jó 
Cinco Rolos 
 O Cântico dos Cânticos 
 Rute 
 Lamentações 
 Ester 
 Eclesiastes 
Livros Históricos 
 Daniel 
 Esdras-Neemias 
 Crônicas 
 
 Divisão do Antigo Testamento – LXX 
A lei (Pentateuco) – 5 Livros Poesia – 5 Livros 
Genesis 
Êxodo 
Levítico 
Números 
Deuteronômio 
Jó 
Salmos 
Provérbios 
Eclesiastes 
O Cântico dos Cânticos 
História – 12 Livros Profetas – 17 Livros 
Josué 
Juízes 
Rute 
1Samuel 
2Samuel 
1Reis 
2Reis 
1Crônicas 
2Crônicas 
Esdras 
Neemias 
Ester 
Menores Maiores 
Isaías Oséias 
Jeremias Joel 
Lamentações Amós 
Ezequiel Obadias 
Daniel Jonas 
Miquéias 
Naum 
Habacuque 
Sofonias 
Ageu 
Zacarias 
Malaquias 
 
 
3 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
Apesar de não haver razões divinas para fazermos a divisão da bíblia em oito partes, no 
entanto facilita a nossa compreensão das Escrituras principalmente tendo Cristo como base 
central. O próprio Jesus fez afirmações de ser ele o tema do A.T. Diante as declarações de 
Jesus analisamos a divisão da bíblia em oito partes, sob o tema maior na pessoa de Jesus 
Cristo ( Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7) 
 
Livros do Novo Testamento 
Evangelhos História 
Mateus 
Marcos 
Lucas 
João 
Atos dos Apóstolos 
Epistolas 
Romanos 
1 Coríntios 
2 Coríntios 
Gálatas 
Efésios 
Filipenses 
Colossenses 
1 Tessalonicenses 
2 Tessalonicenses 
1 Timóteo 
2 Timóteo 
Tito 
Filemom 
Hebreus 
Tiago 
1 Pedro 
2 Pedro 
1 João 
2 João 
3 João 
Judas 
Profecia 
Apocalipse 
 
Antigo 
Testamento 
Lei 
História 
Poesia 
Profecia 
Fundamento da chegada de Cristo 
Preparação da chegada de Cristo 
Anelo pela chegada de Cristo 
Certeza da chegada de Cristo 
Novo 
Testamento 
Evangelhos 
Atos 
Epístolas 
Apocalipse 
Manifestação de Cristo 
Propagação de Cristo 
Interpretação e aplicação de Cristo 
Consumação em Cristo 
 
A bíblia não era dividida em capítulos e versículos, estas divisões foram feitas para facilitar a 
tarefa de citar as Escrituras. A característica mais importante da bíblia não é a sua divisão 
estrutural, mas sim o fato dela ser Inspirada por Deus, soprada por Deus. Este é o fato de 
 
4 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
compreendermos sua autoridade divina. (Jó 32:8; 1Co 2:13; 2Pe 1:21; 1Pe 1:11; Hb 1:1; 2Tm 
3:16). Quando o Novo Testamento aplica a palavra Inspiração, se aplica aos seus escritos e 
não aos seus escritores. É a Bíblia inspirada e não os seus autores. O processo de inspiração 
possui três elementos: 
 Causalidade divina – Deus é a fonte e causa principal da verdade Bíblica 
 Mediação Profética – Deus usou personalidades humanas para comunicar suas 
verdades, os profetas foram a causa imediata dos textos, mas Deus foi a causa 
principal. 
 Autoridade Escrita – Deus é a autoridade escrita que se reveste a Bíblia, as Escrituras 
receberam sua autoridade do próprio Deus, são os escritos e não os escritores que 
possuem ou retêm essa autoridade. 
A Revelação diz respeito à exposição da verdade, a iluminação, traz a compreensão da 
verdade revelada e a inspiração relaciona-se com a recepção e o registro da verdade. A 
revelação é o fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a iluminação, o dom de 
compreender essa comunicação. 
Considerações importantes acerca da inspiração – A inspiração é dos originais e não das 
cópias. Somente os originais são inspirados. Os erros e as mudanças efetuadas nas copias e 
nas traduções não podem ser atribuídos de inspiração original. No entanto a Bíblia nas 
línguas de nossa época, por transmissão exata dos originais, é a Palavra de Deus inspirada. 
Há manuscritos que foram copiados com precisão e por isso é representação suficiente da 
Palavra de Deus, cheia de autoridade. O ensino bíblico é inspirado e não representa erro. 
Nem tudo esta isento de erro. Os relatos de atos maus, pecaminosos não são elogiados na 
Bíblia ou os recomenda, antes os condena e nos adverte para não os cometer. São os 
ensinos inspirados que devem ser zelados. Os outros fatos históricos, por exemplo, contém a 
verdade histórica e nos dá noção de como Deus tratou tais fatos ou os advertiu. Os 
manuscritos originais foram concedidos por revelação de Deus e por isso detêm a sua 
autoridade, para formar o pensamento e conduta cristã, tudo o que a Bíblia ensina é 
infalível. 
CANONICIDADE 
A palavra Cânon deriva da palavra grega Kanõn (cana, régua), no hebraico deriva de Kaneh 
(vara ou cana de medir). Mesmo antes do período do Novo Testamento era usada essa 
palavra no sentido de padrão ou norma, além de cana ou unidade de medida. O Novo 
Testamento emprega a palavra no sentido figurado, ao padrão ou regra de conduta. 
Sinônimos de canonicidade – Escrituras Sagradas, Escritos Autorizados, Livros que 
conspurcaram as mãos, Livros Proféticos. 
 
5 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
Conceitos deficientes para a determinação da canonicidade – algumas teorias foram 
insatisfatórias quanto a determinar que um livro era Canônico. A ideia que a idade do escrito 
poderia determinar o livro como canônico era falha uma vez que outros escritos falsos 
poderiam ser de idade igual ou superior a um escrito inspirado. Uma outra idéia era o fato 
do escritoser em hebraico, como se fosse uma língua sagrada, também não prova, pois há 
documentos e livros apócrifos em hebraico. 
A concepção de que a concordância com a Tora, é uma visão errada quanto a Lei de Moisés, 
pois se um livro discorda da Lei já é de fato rejeitado, porque a crença em Deus não pode se 
contradizer. O fator que determinava a Tora como canônico era o mesmo que deveria se 
aplicar a outros escritos. 
A concepção de que o valor religioso determinava a canonicidade também não poderia ser 
aceito, uma vez que não é o valor religioso que determina a canonicidade, é a canonicidade 
que determina o valor religioso. É a autoridade divina que determina o valor do escrito. 
A canonicidade é determinada pela inspiração – Somente a inspiração divina determina a 
autoridade de um livro, se é ou não canônico, de natureza normativa para fé cristã. 
Princípios da descoberta da canonicidade: 
 A autoridade de um Livro 
 A autoria profética de um livro 
 A confiabilidade de um livro 
 A natureza dinâmica de um livro (A capacidade de um texto de transformar vidas) 
 Aceitação de um livro – Reconhecimento pelo povo de Deus 
Quando um livro era escrito por um profeta reconhecido, afirmava sua autoridade divina, 
devido sua confiabilidade. 
DESENVOLVIMENTO DO CANON DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO 
O que difere um livro canônico é que ele possui autoridade normativa. Os livros inspirados 
exercem autoridade sobre a vida dos crentes. Os não canônicos não possui autoridade 
embora possa ter algum valor para a vida devocional, mas nunca podem definir qualquer 
principio doutrinário. As evidencias mostram que o cânon do Antigo Testamento se 
completou por volta de 400 a.C. 
 
 
 
 
6 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
Extensão do Cânon do Antigo Testamento 
Nem sempre conscientes dos fatos a respeito dessa aceitação original, estudiosos 
levantaram questões concernentes a determinados livros. Estas discussões levantaram 
questões técnicas de terminologia, são elas: 
 Homologoumena – Livros bíblicos aceitos por todos e chamados como um, ou seja, 
reconhecidos por sua unicidade. 
 Antilegoumena – Os livros originalmente foram aceitos como canônicos, porém 
surgiram controvérsias entre os rabis, durante o processo de canonização. E que em 
certa ocasião foram questionados e foram assim classificados (Antilegomena – falar 
contra). Foram então questionados: 
 
 Estudiosos da Escola Rabínica de Shammai, duvidaram Cânticos dos Cânticos-
da pureza desse livro, considerando em sua essência sensual. No entanto o 
que se verificou é que a pureza e nobreza do casamento faça parte do 
propósito essencial do livro, não deve prevalecer nenhuma dúvida 
concernente à inspiração desse livro, desde que seja visto da perspectiva 
espiritual correta. 
 Questionado por parecer cético, mas verifica-se em sua Eclesiastes –
conclusão que leva ao temor a Deus (Ec 12:13). O problema básico é uma 
questão de interpretação. 
 Em vista da ausência do nome de Deus nesse livro, pensaram não ser Ester –
ele inspirado. A omissão parece ser proposital, afim de proteger o livro da 
possibilidade de plágio pagão. Alguns conseguem ver o nome (YHWH) num 
acróstico em quatro momentos cruciais na história. O Nome de Deus é 
compensado pela presença de Deus na preservação de seu povo. 
 Os primeiros capítulos foram questionados por parecer não estar Ezequiel –
em harmonia com a Lei mosaica, e que exibiam tendências ao gnosticismo. 
Mas não se evidencia contradição com a Torá, e o problema parece ser mera 
questão de interpretação. 
 A questão de aqui é de uma possível contradição entre os seus Provérbios -
ensinos, mas não ficou comprovada nenhuma contradição que impeça o 
reconhecimento de sua canonicidade. 
 
 Pseudepígrafos – livros que foram rejeitados considerados por falsos, grande parte 
destes escritos contem fantasia religiosa, o que trazia especulação espiritual. Embora 
possa conter certas verdades históricas, não se verifica em nenhuma autoridade 
 
7 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
divina nestes escritos. Alguns não apresentam problemas teológicos mas há outros 
com claras heresias. 
 Apócrifos – Escritos duvidosos, espúrios; aceitos por alguns mas rejeitados por 
outros. Trazem um desacordo no Cânon do Antigo Testamento entre os cristãos. Os 
católicos romanos aceitam alguns deles enquanto os protestantes e judeus os 
rejeitam. Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denominar os 
escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. Os 
apócrifos podem conter verdades históricas e assim como ensinamentos para a vida 
diária e até mesmo devocional, contudo não se verifica neles, autoridade divina, não 
são inspirados. 
 Extensão do Cânon do Novo Testamento – Como no Antigo Testamento, a maioria dos 27 
livros do Novo foram aceitos, sendo chamados pelos pais da Igreja homologoumena, pois se 
pronunciavam favoravelmente por sua canonicidade. 
Durante os séculos II e III, inúmeros livros espúrios e heréticos surgiram e receberam o nome 
de pseudepígrafos. À semelhança do Antigo Testamento tais livros revelam desmedida 
fantasia religiosa. Há uma relação de cerca de 280 obras pseudepígrafas. Há portanto uma 
discussão quanto a distinção entre apócrifos e pseudepígrafos do Novo Testamento, alguns 
foram aceitos por um dos pais ortodoxos, o que levanta o debate. 
Os livros que temos no Novo Testamento jamais sofreram polemicas quanto sua inspiração, 
mais tarde alguns foram alvos de questionamentos. Somente os 27 livros são tidos como 
aceitos como genuinamente apostólicos e encontram lugar permanente no cânon. 
Antilegomena do Novo Testamento (livros que foram alvos de questionamentos) 
 Hebreus – A ausência do nome do Autor suscitou a duvida, apesar disso o teor do 
livro é claramente confiável, nenhum obstáculo permaneceu para sua aceitação. 
 Tiago – Foi desafiada sua autoria, mas verificou-se que esse era o Tiago do circulo 
apostólico, o irmão de Jesus. Houve um aparente conflito entre o seu ensino com o 
de Paulo acerca da justificação pela fé. Mas a questão se baseia na compreensão e de 
uma interpretação correta. 
 Segunda Carta de Pedro – Foi questionada a autoria de Pedro, pois parece haver 
discordância quanto ao estilo entre as duas cartas de Pedro, não obstante aos 
problemas linguísticos e históricos, há mais razoes para sua aceitação como um livro 
Canônico. O conteúdo é confiável. 
 Primeira e Segunda Carta de João – As duas cartas foram questionadas quanto a sua 
autenticidade. O escritor se identifica como o presbítero; por sua anonimidade e de 
sua circulação limitada, não foram bem aceitas. Mas a semelhança em estilo 
 
8 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
mostram que vieram de João. A palavra presbítero foi usada devido a sua relação 
pessoal com aquela igreja. 
 Judas – Sua autenticidade foi questionada por fazer uma citação de um livro 
pseudepígrafo de Enoque vv 14 e 15, mas como a citação é um mero fragmento de 
verdade pertencentes aqueles livros. No entanto o livro demonstra confiabilidade e 
foi bem aceito pela comunidade cristã. 
 Apocalipse - A discussão em torno desse livro levou aproximadamente um século. 
Foi questionado o capitulo 20, sob a duvida da doutrina do quiliasmo (milenarismo). 
Alguns montanistas agregaram Apocalipse aos seus ensinos hereges, no século III, 
por isso sua aceitação durou mais tempo. Os pais primitivos aceitaram o livro, e o 
livro estava na verdade sendo mal usado pelos hereges, e o escrito vinha da pena de 
João e não dos hereges. Um dos pontos talvez seja pelo problemas de interpretação. 
Mas o livro foi definitivamente aceito. 
LINGUAS E MATERIAIS DA BÍBLIA 
A forma escrita foi o meio mais preciso, para a disseminação da verdade revelada, para que 
os homens compreendessem sua mensagem. A escrita tem vantagem sobre outros meios de 
comunicação devido sua precisão; assim o pensamento expresso pelo autor é mais bem 
compreendido.O pensamento humano tem sido melhor entendido e guardado por causa da 
escrita. Deus escolheu a escrita para conservação de sua comunicação. 
A permanência é outra vantagem da escrita, por preservar o pensamento e a expressão, sem 
perdas por lapsos de memória, ou por qualquer variação mental e interferências externas. 
Um registro escrito estimula a memória do leitor e instiga sua imaginação, permitindo o 
enriquecimento pessoal do leitor. 
Objetividade da escrita combate a má interpretação e má transmissão da mensagem; e 
apesar de que haja cuidado com que se processa em uma comunicação oral, sempre existe a 
possibilidade de maior corrupção e de alteração de palavras. A tradição oral tende a sofrer 
corrupção, em vez de preservar a mensagem. Para a disseminação de sua revelação a 
humanidade, de modo que gerações futuras possam recebe-la com fidelidade, Deus 
escolheu a escrita pra transmitir sua Palavra. 
As línguas Bíblicas 
 Para a registro das revelações de Deus, a Bíblia, veio de famílias de línguas semíticas e indo-
europeias. O Antigo Testamento, escrito em hebraico e aramaico, origina-se dos povos 
semíticos e siríaco. O Novo Testamento, origina-se dos indo europeus, latim e o grego. De 
forma direta os fenícios contribuíram de modo significativo, por terem criado o alfabeto. 
 
9 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
As línguas do Antigo Testamento – Aramaico era a língua dos sírios, tendo sido usada em 
todo o período do Antigo Testamento. Durante o século VI a.C., o aramaico era linga mais 
usada no Oriente Próximo. O hebraico é a principal língua do Antigo Testamento, o que 
marcou a ligação entre a biografia do povo de Deus e seu relacionamento com o Senhor com 
este povo. O hebraico tem uma particularidade, pois expressa por meio de metáforas e 
dramatiza a narrativa dos acontecimentos, apela diretamente ao coração e as emoções, não 
apenas para a razão. É uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente 
pensada. 
As línguas do Novo Testamento - As línguas semíticas também foram usadas no Novo 
Testamento. Jesus e seus discípulos falavam em aramaico (Mt 27:46). O hebraico também 
influenciou em expressões idiomáticas no grego. Expressões estas que traduzidas para o 
português de diversas maneiras, por exemplo: e sucedeu que; obra de vossa fé; do vosso 
trabalho de amor, e da vossa firmeza de esperança. (I Ts 1:3). As línguas indo-europeias 
também influenciaram ao emprestar palavras como: centurião; tributo e legião; tanto que na 
Cruz foi colocado uma transcrição em Latim, Grego e Hebraico. 
O Novo Testamento foi escrito em grego em sua maior parte. Até o fim do sec.XIX, cria-se 
que o grego era a língua do Espírito Santo, mas posteriormente verificou-se que o grego 
sofreu mudanças ou estágios, e que o grego coiné, que era a língua mais usada no sec. I, era 
bem mais conhecida em todo o mundo naquele período. O grego foi importante para o Novo 
Testamento afim de revelar a Cristo em linguagem teológica. Por possuir recursos 
linguísticos e técnicos. Uma linguagem mais intelectual. Era um idioma da mente, mais do 
que do coração, e os filósofos atestam isso. Uma linguagem mais técnica do que o hebraico. 
O desenvolvimento da Escrita 
A escrita teve seus estágios. 
Pictogramas Representações em figuras 
que representavam seres 
humanos e animais. 
Posteriormente ele perdeu 
sua posição dominante 
como meio de comunicação 
escrita 
O boi, o leão, a águia etc 
Ideogramas Figuras que representavam 
ideias, em vez de pessoas e 
objetos. 
O Sol – representava o calor 
O boi – a força 
O Leão – a realeza etc. 
Fonogramas Uma expansão dos 
pictogramas, onde os traços 
representavam sons, em vez 
Uma boca – representava o 
verbo falar. 
A perna – andar 
 
10 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
de objetos e ideias Cabeça de leão, poderia 
expressão um estrondo, a 
cabeça de um pássaro um 
som delicado. Uma harpa, a 
musica. 
 
A escrita deu um passo maior quando os fenícios desenvolveram a comunicação escrita 
criando o alfabeto. 
O desenvolvimento da escrita pelos fenícios parece ter sido por volta do século IV a.C. Bem 
antes da época de Moisés, que escreveu por volta de 1450 a.C. 
Quando Moisés e os outros autores bíblicos escreveram os textos sagrados a escrita já 
estava bem desenvolvida, a humanidade já estava alfabetizada, pelo menos pra já se poder 
desenvolver o pensamento escrito. 
Materiais de Escrita. 
Os materiais usados pelo mundo antigo eram: 
 Tabuinhas de Barro – usados na antiga suméria, já em 3500 a.C. como também por 
Jeremias (17:13) e por Ezequiel (4:1). 
 Pedras – usadas para fazer inscrições na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, 
Código de Hamurabi. Também por escritores bíblicos (Êx 24:12; 32:15,16; Dt 27:2,3). 
 Papiro – usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito por volta de 2.100 a.C. Folhas de 
uma planta, que se prensava e colavam para formar um rolo. Usado por João para 
escrever Apocalipse (5:1)e suas cartas (2Jo 12). 
 Velino, pergaminho ou couro – feito de peles de animais (Jr 36:23; 2 Tm 4:13) 
 Metal (Êx 28:36; Jó 19:24; Mt 22: 19,20) 
 Cera (Is 8:1; 30:8; Hb 2:2) 
 Pedras Preciosas (Êx 39: 6-14) 
 Cacos de Louça (Óstracos) Jó 2:8 
 Linho – usado no Egito, na Grécia e na Itália. Não há indícios de escritos bíblicos neste 
material 
Vários instrumentos foram usados para se escrever nos materiais acima referidos, o estilo, 
pontalete triangular, usado para entalhes em tabuinhas de barro ou de cera. Cinzel usado 
para inscrições em pedra, Jó o cita como pena de ferro, (19:24). A pena, usada para escrever 
no pergaminho ou papiro. O canivete também era usado, e geralmente para afiar a ponta da 
pena, utilizada com tinha, ou tinteiro. 
 
11 
INTRODUÇÃO BÍBLICA 
Preparação dos Manuscritos 
Por volta de 300 a.C. – 500 d.C. surgiram dois tipos de cópias: os rolos das sinagogas e as 
cópias particulares. 
Nas sinagogas eram usados para momentos de culto, reuniões públicas e festividades 
anuais. Em um rolo tinha a Lei, parte dos profetas e outro os Escritos; em outros dois 
estavam os Megilloth (Cinco Rolos), escritos separados para as festas anuais para usados 
para facilitar as leituras. 
Cópias particulares eram produzidas e vendidas e sua qualidade era determinada pelos 
compradores. Os autógrafos do Novo Testamento também se perderam devido o material 
ser perecível, mas as cópias provavelmente em rolos e livros de papiro foram reproduzidas. 
Durante o império romano muitos textos correram o risco de se perder por perseguição, 
somente na época de Constantino cópias sistemáticas do Novo Testamento foram feitas em 
velino ou pergaminho. Somente na Reforma é que houve as primeiras cópias impressas da 
Bíblia. 
Preservação dos manuscritos 
Sem processo de impressão na época que pudessem marcar a idade das cópias, os meios 
para a apuração dos manuscritos incluíam os materiais usados, o tamanho da letra, (estilo 
uncial – maiúsculo até o sec X; cursivo letras menores, ligadas entre si – minúsculos) seu 
formato e pontuação, as divisões do texto e outros fatores, como a cor da tinta, a 
ornamentação dos escritos.

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