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1 INTRODUÇÃO BÍBLICA I - A natureza da Bíblia A Bíblia é o livro mais singular e um dos mais antigos do Mundo, é o livro mais lido em todo o mundo. De origem do mundo oriental antigo que, no entanto tem moldado o ocidente. Tiranos a perseguiriam e a queimaram, pois os seus ensinos ameaçavam em muitos aspectos os seus governos egoístas e de interesses pessoais que na verdade subjugavam as pessoas. A bíblia é o livro mais traduzido, mais citado e publicado e o que mais influencias as pessoas. A palavra Bíblia vem do latim mas se originou do grego Biblos. Originariamente era o nome que se dava a casca de um papiro do século XI a.C. Foi por volta do século II d.C., que os cristãos passaram a usar a palavra para designar seus escritos sagrados. A bíblia compõe de duas partes: Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito pela comunidade judaica, e preservado por mais de um milênio antes de Jesus Cristo. O Novo Testamento foi composto pelos discípulos de Cristo ao longo do século I d.C. A palavra Testamento é traduzida por Aliança, que vem de uma tradução das palavras gregas e hebraicas que significam pacto ou acordo, celebrado em duas partes da Aliança. Os teólogos cristãos olham para os dois testamentos da bíblia sob o aspecto da Pessoa de Jesus Cristo. Agostinho dizia: o Novo Testamento acha-se velado no Antigo Testamento, o Antigo, revelado no Novo. As divisões da Bíblia De modo mais comum a Bíblia de divide em oito seções, quatro do Antigo e quatro do Novo. A septuaginta (LXX) que iniciou-se no século III a.C., dividiu o Antigo Testamento em tópicos na divisão dos livros, em quatro partes, que anteriormente se dividia em três partes. Os cinco livros de Moisés, que outorgou a Lei, aparecem em primeiro lugar. Segue-se os livros dos homens que desempenharam a função de profetas, e por fim a terceira parte contém livros escritos por homens que, conforme cria-se que tinham o dom da profecia, sem serem profetas oficiais. Esta divisão se encontra na história judaica. O Novo Testamento faz uma alusão a esta divisão em três partes, Jesus disse: ... era necessário que se cumprisse tudo que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos (Lucas 24:44). O judaísmo mantem esta divisão até o momento, a vulgata latina de Jerônimo e as bíblias posteriores a ela seguiram o modelo de tópicos em quatro partes em que se divide a septuaginta. 2 INTRODUÇÃO BÍBLICA Divisão do Antigo Testamento hebraico A Lei – Tora Os Profetas - Nebhiim Os Escritos – Kethubhim Genesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Profetas Anteriores Josué Juízes Samuel Reis Profetas Posteriores Isaías Jeremias Ezequiel Os Doze Livros Poéticos Salmos Provérbios Jó Cinco Rolos O Cântico dos Cânticos Rute Lamentações Ester Eclesiastes Livros Históricos Daniel Esdras-Neemias Crônicas Divisão do Antigo Testamento – LXX A lei (Pentateuco) – 5 Livros Poesia – 5 Livros Genesis Êxodo Levítico Números Deuteronômio Jó Salmos Provérbios Eclesiastes O Cântico dos Cânticos História – 12 Livros Profetas – 17 Livros Josué Juízes Rute 1Samuel 2Samuel 1Reis 2Reis 1Crônicas 2Crônicas Esdras Neemias Ester Menores Maiores Isaías Oséias Jeremias Joel Lamentações Amós Ezequiel Obadias Daniel Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias 3 INTRODUÇÃO BÍBLICA Apesar de não haver razões divinas para fazermos a divisão da bíblia em oito partes, no entanto facilita a nossa compreensão das Escrituras principalmente tendo Cristo como base central. O próprio Jesus fez afirmações de ser ele o tema do A.T. Diante as declarações de Jesus analisamos a divisão da bíblia em oito partes, sob o tema maior na pessoa de Jesus Cristo ( Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7) Livros do Novo Testamento Evangelhos História Mateus Marcos Lucas João Atos dos Apóstolos Epistolas Romanos 1 Coríntios 2 Coríntios Gálatas Efésios Filipenses Colossenses 1 Tessalonicenses 2 Tessalonicenses 1 Timóteo 2 Timóteo Tito Filemom Hebreus Tiago 1 Pedro 2 Pedro 1 João 2 João 3 João Judas Profecia Apocalipse Antigo Testamento Lei História Poesia Profecia Fundamento da chegada de Cristo Preparação da chegada de Cristo Anelo pela chegada de Cristo Certeza da chegada de Cristo Novo Testamento Evangelhos Atos Epístolas Apocalipse Manifestação de Cristo Propagação de Cristo Interpretação e aplicação de Cristo Consumação em Cristo A bíblia não era dividida em capítulos e versículos, estas divisões foram feitas para facilitar a tarefa de citar as Escrituras. A característica mais importante da bíblia não é a sua divisão estrutural, mas sim o fato dela ser Inspirada por Deus, soprada por Deus. Este é o fato de 4 INTRODUÇÃO BÍBLICA compreendermos sua autoridade divina. (Jó 32:8; 1Co 2:13; 2Pe 1:21; 1Pe 1:11; Hb 1:1; 2Tm 3:16). Quando o Novo Testamento aplica a palavra Inspiração, se aplica aos seus escritos e não aos seus escritores. É a Bíblia inspirada e não os seus autores. O processo de inspiração possui três elementos: Causalidade divina – Deus é a fonte e causa principal da verdade Bíblica Mediação Profética – Deus usou personalidades humanas para comunicar suas verdades, os profetas foram a causa imediata dos textos, mas Deus foi a causa principal. Autoridade Escrita – Deus é a autoridade escrita que se reveste a Bíblia, as Escrituras receberam sua autoridade do próprio Deus, são os escritos e não os escritores que possuem ou retêm essa autoridade. A Revelação diz respeito à exposição da verdade, a iluminação, traz a compreensão da verdade revelada e a inspiração relaciona-se com a recepção e o registro da verdade. A revelação é o fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a iluminação, o dom de compreender essa comunicação. Considerações importantes acerca da inspiração – A inspiração é dos originais e não das cópias. Somente os originais são inspirados. Os erros e as mudanças efetuadas nas copias e nas traduções não podem ser atribuídos de inspiração original. No entanto a Bíblia nas línguas de nossa época, por transmissão exata dos originais, é a Palavra de Deus inspirada. Há manuscritos que foram copiados com precisão e por isso é representação suficiente da Palavra de Deus, cheia de autoridade. O ensino bíblico é inspirado e não representa erro. Nem tudo esta isento de erro. Os relatos de atos maus, pecaminosos não são elogiados na Bíblia ou os recomenda, antes os condena e nos adverte para não os cometer. São os ensinos inspirados que devem ser zelados. Os outros fatos históricos, por exemplo, contém a verdade histórica e nos dá noção de como Deus tratou tais fatos ou os advertiu. Os manuscritos originais foram concedidos por revelação de Deus e por isso detêm a sua autoridade, para formar o pensamento e conduta cristã, tudo o que a Bíblia ensina é infalível. CANONICIDADE A palavra Cânon deriva da palavra grega Kanõn (cana, régua), no hebraico deriva de Kaneh (vara ou cana de medir). Mesmo antes do período do Novo Testamento era usada essa palavra no sentido de padrão ou norma, além de cana ou unidade de medida. O Novo Testamento emprega a palavra no sentido figurado, ao padrão ou regra de conduta. Sinônimos de canonicidade – Escrituras Sagradas, Escritos Autorizados, Livros que conspurcaram as mãos, Livros Proféticos. 5 INTRODUÇÃO BÍBLICA Conceitos deficientes para a determinação da canonicidade – algumas teorias foram insatisfatórias quanto a determinar que um livro era Canônico. A ideia que a idade do escrito poderia determinar o livro como canônico era falha uma vez que outros escritos falsos poderiam ser de idade igual ou superior a um escrito inspirado. Uma outra idéia era o fato do escritoser em hebraico, como se fosse uma língua sagrada, também não prova, pois há documentos e livros apócrifos em hebraico. A concepção de que a concordância com a Tora, é uma visão errada quanto a Lei de Moisés, pois se um livro discorda da Lei já é de fato rejeitado, porque a crença em Deus não pode se contradizer. O fator que determinava a Tora como canônico era o mesmo que deveria se aplicar a outros escritos. A concepção de que o valor religioso determinava a canonicidade também não poderia ser aceito, uma vez que não é o valor religioso que determina a canonicidade, é a canonicidade que determina o valor religioso. É a autoridade divina que determina o valor do escrito. A canonicidade é determinada pela inspiração – Somente a inspiração divina determina a autoridade de um livro, se é ou não canônico, de natureza normativa para fé cristã. Princípios da descoberta da canonicidade: A autoridade de um Livro A autoria profética de um livro A confiabilidade de um livro A natureza dinâmica de um livro (A capacidade de um texto de transformar vidas) Aceitação de um livro – Reconhecimento pelo povo de Deus Quando um livro era escrito por um profeta reconhecido, afirmava sua autoridade divina, devido sua confiabilidade. DESENVOLVIMENTO DO CANON DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO O que difere um livro canônico é que ele possui autoridade normativa. Os livros inspirados exercem autoridade sobre a vida dos crentes. Os não canônicos não possui autoridade embora possa ter algum valor para a vida devocional, mas nunca podem definir qualquer principio doutrinário. As evidencias mostram que o cânon do Antigo Testamento se completou por volta de 400 a.C. 6 INTRODUÇÃO BÍBLICA Extensão do Cânon do Antigo Testamento Nem sempre conscientes dos fatos a respeito dessa aceitação original, estudiosos levantaram questões concernentes a determinados livros. Estas discussões levantaram questões técnicas de terminologia, são elas: Homologoumena – Livros bíblicos aceitos por todos e chamados como um, ou seja, reconhecidos por sua unicidade. Antilegoumena – Os livros originalmente foram aceitos como canônicos, porém surgiram controvérsias entre os rabis, durante o processo de canonização. E que em certa ocasião foram questionados e foram assim classificados (Antilegomena – falar contra). Foram então questionados: Estudiosos da Escola Rabínica de Shammai, duvidaram Cânticos dos Cânticos- da pureza desse livro, considerando em sua essência sensual. No entanto o que se verificou é que a pureza e nobreza do casamento faça parte do propósito essencial do livro, não deve prevalecer nenhuma dúvida concernente à inspiração desse livro, desde que seja visto da perspectiva espiritual correta. Questionado por parecer cético, mas verifica-se em sua Eclesiastes – conclusão que leva ao temor a Deus (Ec 12:13). O problema básico é uma questão de interpretação. Em vista da ausência do nome de Deus nesse livro, pensaram não ser Ester – ele inspirado. A omissão parece ser proposital, afim de proteger o livro da possibilidade de plágio pagão. Alguns conseguem ver o nome (YHWH) num acróstico em quatro momentos cruciais na história. O Nome de Deus é compensado pela presença de Deus na preservação de seu povo. Os primeiros capítulos foram questionados por parecer não estar Ezequiel – em harmonia com a Lei mosaica, e que exibiam tendências ao gnosticismo. Mas não se evidencia contradição com a Torá, e o problema parece ser mera questão de interpretação. A questão de aqui é de uma possível contradição entre os seus Provérbios - ensinos, mas não ficou comprovada nenhuma contradição que impeça o reconhecimento de sua canonicidade. Pseudepígrafos – livros que foram rejeitados considerados por falsos, grande parte destes escritos contem fantasia religiosa, o que trazia especulação espiritual. Embora possa conter certas verdades históricas, não se verifica em nenhuma autoridade 7 INTRODUÇÃO BÍBLICA divina nestes escritos. Alguns não apresentam problemas teológicos mas há outros com claras heresias. Apócrifos – Escritos duvidosos, espúrios; aceitos por alguns mas rejeitados por outros. Trazem um desacordo no Cânon do Antigo Testamento entre os cristãos. Os católicos romanos aceitam alguns deles enquanto os protestantes e judeus os rejeitam. Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denominar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. Os apócrifos podem conter verdades históricas e assim como ensinamentos para a vida diária e até mesmo devocional, contudo não se verifica neles, autoridade divina, não são inspirados. Extensão do Cânon do Novo Testamento – Como no Antigo Testamento, a maioria dos 27 livros do Novo foram aceitos, sendo chamados pelos pais da Igreja homologoumena, pois se pronunciavam favoravelmente por sua canonicidade. Durante os séculos II e III, inúmeros livros espúrios e heréticos surgiram e receberam o nome de pseudepígrafos. À semelhança do Antigo Testamento tais livros revelam desmedida fantasia religiosa. Há uma relação de cerca de 280 obras pseudepígrafas. Há portanto uma discussão quanto a distinção entre apócrifos e pseudepígrafos do Novo Testamento, alguns foram aceitos por um dos pais ortodoxos, o que levanta o debate. Os livros que temos no Novo Testamento jamais sofreram polemicas quanto sua inspiração, mais tarde alguns foram alvos de questionamentos. Somente os 27 livros são tidos como aceitos como genuinamente apostólicos e encontram lugar permanente no cânon. Antilegomena do Novo Testamento (livros que foram alvos de questionamentos) Hebreus – A ausência do nome do Autor suscitou a duvida, apesar disso o teor do livro é claramente confiável, nenhum obstáculo permaneceu para sua aceitação. Tiago – Foi desafiada sua autoria, mas verificou-se que esse era o Tiago do circulo apostólico, o irmão de Jesus. Houve um aparente conflito entre o seu ensino com o de Paulo acerca da justificação pela fé. Mas a questão se baseia na compreensão e de uma interpretação correta. Segunda Carta de Pedro – Foi questionada a autoria de Pedro, pois parece haver discordância quanto ao estilo entre as duas cartas de Pedro, não obstante aos problemas linguísticos e históricos, há mais razoes para sua aceitação como um livro Canônico. O conteúdo é confiável. Primeira e Segunda Carta de João – As duas cartas foram questionadas quanto a sua autenticidade. O escritor se identifica como o presbítero; por sua anonimidade e de sua circulação limitada, não foram bem aceitas. Mas a semelhança em estilo 8 INTRODUÇÃO BÍBLICA mostram que vieram de João. A palavra presbítero foi usada devido a sua relação pessoal com aquela igreja. Judas – Sua autenticidade foi questionada por fazer uma citação de um livro pseudepígrafo de Enoque vv 14 e 15, mas como a citação é um mero fragmento de verdade pertencentes aqueles livros. No entanto o livro demonstra confiabilidade e foi bem aceito pela comunidade cristã. Apocalipse - A discussão em torno desse livro levou aproximadamente um século. Foi questionado o capitulo 20, sob a duvida da doutrina do quiliasmo (milenarismo). Alguns montanistas agregaram Apocalipse aos seus ensinos hereges, no século III, por isso sua aceitação durou mais tempo. Os pais primitivos aceitaram o livro, e o livro estava na verdade sendo mal usado pelos hereges, e o escrito vinha da pena de João e não dos hereges. Um dos pontos talvez seja pelo problemas de interpretação. Mas o livro foi definitivamente aceito. LINGUAS E MATERIAIS DA BÍBLIA A forma escrita foi o meio mais preciso, para a disseminação da verdade revelada, para que os homens compreendessem sua mensagem. A escrita tem vantagem sobre outros meios de comunicação devido sua precisão; assim o pensamento expresso pelo autor é mais bem compreendido.O pensamento humano tem sido melhor entendido e guardado por causa da escrita. Deus escolheu a escrita para conservação de sua comunicação. A permanência é outra vantagem da escrita, por preservar o pensamento e a expressão, sem perdas por lapsos de memória, ou por qualquer variação mental e interferências externas. Um registro escrito estimula a memória do leitor e instiga sua imaginação, permitindo o enriquecimento pessoal do leitor. Objetividade da escrita combate a má interpretação e má transmissão da mensagem; e apesar de que haja cuidado com que se processa em uma comunicação oral, sempre existe a possibilidade de maior corrupção e de alteração de palavras. A tradição oral tende a sofrer corrupção, em vez de preservar a mensagem. Para a disseminação de sua revelação a humanidade, de modo que gerações futuras possam recebe-la com fidelidade, Deus escolheu a escrita pra transmitir sua Palavra. As línguas Bíblicas Para a registro das revelações de Deus, a Bíblia, veio de famílias de línguas semíticas e indo- europeias. O Antigo Testamento, escrito em hebraico e aramaico, origina-se dos povos semíticos e siríaco. O Novo Testamento, origina-se dos indo europeus, latim e o grego. De forma direta os fenícios contribuíram de modo significativo, por terem criado o alfabeto. 9 INTRODUÇÃO BÍBLICA As línguas do Antigo Testamento – Aramaico era a língua dos sírios, tendo sido usada em todo o período do Antigo Testamento. Durante o século VI a.C., o aramaico era linga mais usada no Oriente Próximo. O hebraico é a principal língua do Antigo Testamento, o que marcou a ligação entre a biografia do povo de Deus e seu relacionamento com o Senhor com este povo. O hebraico tem uma particularidade, pois expressa por meio de metáforas e dramatiza a narrativa dos acontecimentos, apela diretamente ao coração e as emoções, não apenas para a razão. É uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada. As línguas do Novo Testamento - As línguas semíticas também foram usadas no Novo Testamento. Jesus e seus discípulos falavam em aramaico (Mt 27:46). O hebraico também influenciou em expressões idiomáticas no grego. Expressões estas que traduzidas para o português de diversas maneiras, por exemplo: e sucedeu que; obra de vossa fé; do vosso trabalho de amor, e da vossa firmeza de esperança. (I Ts 1:3). As línguas indo-europeias também influenciaram ao emprestar palavras como: centurião; tributo e legião; tanto que na Cruz foi colocado uma transcrição em Latim, Grego e Hebraico. O Novo Testamento foi escrito em grego em sua maior parte. Até o fim do sec.XIX, cria-se que o grego era a língua do Espírito Santo, mas posteriormente verificou-se que o grego sofreu mudanças ou estágios, e que o grego coiné, que era a língua mais usada no sec. I, era bem mais conhecida em todo o mundo naquele período. O grego foi importante para o Novo Testamento afim de revelar a Cristo em linguagem teológica. Por possuir recursos linguísticos e técnicos. Uma linguagem mais intelectual. Era um idioma da mente, mais do que do coração, e os filósofos atestam isso. Uma linguagem mais técnica do que o hebraico. O desenvolvimento da Escrita A escrita teve seus estágios. Pictogramas Representações em figuras que representavam seres humanos e animais. Posteriormente ele perdeu sua posição dominante como meio de comunicação escrita O boi, o leão, a águia etc Ideogramas Figuras que representavam ideias, em vez de pessoas e objetos. O Sol – representava o calor O boi – a força O Leão – a realeza etc. Fonogramas Uma expansão dos pictogramas, onde os traços representavam sons, em vez Uma boca – representava o verbo falar. A perna – andar 10 INTRODUÇÃO BÍBLICA de objetos e ideias Cabeça de leão, poderia expressão um estrondo, a cabeça de um pássaro um som delicado. Uma harpa, a musica. A escrita deu um passo maior quando os fenícios desenvolveram a comunicação escrita criando o alfabeto. O desenvolvimento da escrita pelos fenícios parece ter sido por volta do século IV a.C. Bem antes da época de Moisés, que escreveu por volta de 1450 a.C. Quando Moisés e os outros autores bíblicos escreveram os textos sagrados a escrita já estava bem desenvolvida, a humanidade já estava alfabetizada, pelo menos pra já se poder desenvolver o pensamento escrito. Materiais de Escrita. Os materiais usados pelo mundo antigo eram: Tabuinhas de Barro – usados na antiga suméria, já em 3500 a.C. como também por Jeremias (17:13) e por Ezequiel (4:1). Pedras – usadas para fazer inscrições na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, Código de Hamurabi. Também por escritores bíblicos (Êx 24:12; 32:15,16; Dt 27:2,3). Papiro – usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito por volta de 2.100 a.C. Folhas de uma planta, que se prensava e colavam para formar um rolo. Usado por João para escrever Apocalipse (5:1)e suas cartas (2Jo 12). Velino, pergaminho ou couro – feito de peles de animais (Jr 36:23; 2 Tm 4:13) Metal (Êx 28:36; Jó 19:24; Mt 22: 19,20) Cera (Is 8:1; 30:8; Hb 2:2) Pedras Preciosas (Êx 39: 6-14) Cacos de Louça (Óstracos) Jó 2:8 Linho – usado no Egito, na Grécia e na Itália. Não há indícios de escritos bíblicos neste material Vários instrumentos foram usados para se escrever nos materiais acima referidos, o estilo, pontalete triangular, usado para entalhes em tabuinhas de barro ou de cera. Cinzel usado para inscrições em pedra, Jó o cita como pena de ferro, (19:24). A pena, usada para escrever no pergaminho ou papiro. O canivete também era usado, e geralmente para afiar a ponta da pena, utilizada com tinha, ou tinteiro. 11 INTRODUÇÃO BÍBLICA Preparação dos Manuscritos Por volta de 300 a.C. – 500 d.C. surgiram dois tipos de cópias: os rolos das sinagogas e as cópias particulares. Nas sinagogas eram usados para momentos de culto, reuniões públicas e festividades anuais. Em um rolo tinha a Lei, parte dos profetas e outro os Escritos; em outros dois estavam os Megilloth (Cinco Rolos), escritos separados para as festas anuais para usados para facilitar as leituras. Cópias particulares eram produzidas e vendidas e sua qualidade era determinada pelos compradores. Os autógrafos do Novo Testamento também se perderam devido o material ser perecível, mas as cópias provavelmente em rolos e livros de papiro foram reproduzidas. Durante o império romano muitos textos correram o risco de se perder por perseguição, somente na época de Constantino cópias sistemáticas do Novo Testamento foram feitas em velino ou pergaminho. Somente na Reforma é que houve as primeiras cópias impressas da Bíblia. Preservação dos manuscritos Sem processo de impressão na época que pudessem marcar a idade das cópias, os meios para a apuração dos manuscritos incluíam os materiais usados, o tamanho da letra, (estilo uncial – maiúsculo até o sec X; cursivo letras menores, ligadas entre si – minúsculos) seu formato e pontuação, as divisões do texto e outros fatores, como a cor da tinta, a ornamentação dos escritos.