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Nutrição-UFGD É definida como a figura que temos em nossas mentes do tamanho e forma dos nossos corpos, mas não é apenas como o indivíduo se vê; o conceito envolve ainda os sentimentos associados a tais características e às partes que constituem nosso corpo – ou seja, o que uma pessoa sente, pensa e faz pelo seu corpo. Pode-se dividir a imagem corporal em dois componentes: • Perceptivo: refere-se à imagem que é construída na mente. • Atitudinal: sentimentos e ações em relação à imagem do corpo. PERCEPTIVO Imagem construída na mente. Forma pela qual o indivíduo vê ou percebe seu corpo. Um indivíduo que sub ou superestima seu tamanho corporal possui uma distorção perceptual. ATITUDINAL Sentimentos, pensamentos e ações. A) Pensamentos e crenças que um indivíduo tem sobre sua aparência (denominado componente avaliativo); B) Experiências corporais emocionais (componente chamado de afeto); C) Importância da aparência para o indivíduo e comportamentos adotados para mantê-la ou melhorá-la (componente denominado de investimento). Insatisfação corporal: mais frequente, “normativo” nas mulheres. Todas parecem insatisfeitas em algum grau. Depreciação corporal: expressões de ódio, aversão e repulsa dirigidas ao próprio corpo. Evitação corporal: quando o indivíduo deixa de fazer alguma atividade ou ir a algum lugar para evitar mostrar o seu corpo. Preocupação extrema do corpo: quando a preocupação em “cuidar” do corpo limita o cotidiano de uma pessoa (exemplo: deixar de viajar para não faltar à academia). Medo mórbido de engordar: pessoas que expressam medo exagerado de ganhar peso, m=como se fossem um “vírus” sem que a pessoa possa exercer qualquer tipo de controle. Valorização extrema do corpo: pessoas que afirmam que “preferem morrer a ganhar alguns quilos”. Investimento extremo no corpo: pessoas que gastam muito dinheiro com cuidados corporais, chegando a se endividar e deixando de cumprir compromissos financeiros básicos, como aluguel, luz, internet, entre outros. Checagem repetitiva do corpo: ato de chegar o corpo repetidamente com atitudes de aferição constante de peso, estudar a si mesmo no espelho, experimentar roupas para avaliar se estão adequadas ou não, beliscar o corpo, comparar seu corpo com o de outras pessoas. Instrumentos para avaliação da imagem corporal envolvem questionários, escalas ou testes para realizar mensurações. Normalmente utilizados e pesquisas cientificas, em estudos de rastreamento, mas também na avaliação do tratamento de distúrbios da imagem corporal de um indivíduo. Recomenda-se a aplicação do questionário no início do tratamento nutricional. Assim, o profissional compreenderá melhor a auto percepção do paciente e os motivos pelos quais procurou o nutricionista. Como a satisfação corporal é influenciada por fatores ambientais e sociais, sugere-se também que ela seja continuadamente avaliada ao longo do tratamento. Apresentam uma sequência de desenhos de corpos variando de pessoas de baixo peso até pessoas com obesidade. Nutrição-UFGD A avaliação tradicionalmente orienta o indivíduo a apontar como percebe seu corpo atual e qual figura representa o corpo que ele gostaria de ter, sendo que a diferença entre as medidas fornece o índice de insatisfação corporal. Pode-se perguntar também que figura a pessoa considera saudável, que figura que o sexo oposto desejaria, ou que os outros achariam ideal. ESCALA DE SILHUETAS DE STUNKARD Uma das primeiras desenvolvidas (1983); 9 figuras de silhuetas; O grau de insatisfação corporal é determinado pela diferença entre as figuras atual e ideal: insatisfação = número da figura “eu” – número da figura “ideal”. Os valores variam entre -8 e 8: valores positivos expressam o desejo de ser mais magro e valores negativos o desejo de ser mais gordo. O valor “zero” corresponde à satisfação com o tamanho corporal atual. ESCALAS DE SILHUETAS DE KAKESHITA Escalas de silhuetas brasileiras para adultos e crianças. As escalas de adultos são compostas por 15 silhuetas que variam do IMC média de 12,5 a 47,5 kg/m². Na escala de crianças são 11 figuras que variam do IMC médio 12 a 29 kg/m². Para ambas há incremento constante de 1,7 kg/m² cada figura. Mulheres adultas 18-59 anos: Homens adultos 18-59 anos: O paciente de responder às questões: • “Dentre as figuras, qual imagem você acredita assemelhar-se ao seu corpo atual?” • “Com qual delas você gostaria de se parecer?” Com base nessa informação, é possível verificar o grau de satisfação ou insatisfação do paciente em relação ao seu corpo quando se compara a figura escolhida com os valores de IMC estimado com o real. Meninas de 7 a 12 anos: Nutrição-UFGD Meninos de 7 a 12 anos: BSQ Instrumento auto aplicado que avalia a preocupação com peso e formas corporais e a sensação de “sentir-se gordo”. 34 perguntas para serem respondidas com as opções de resposta: • “Nunca” (1 ponto); • “Raramente” (2 pontos); • “Á vezes” (3 pontos); • “Frequentemente” (4 pontos); • “Muito frequentemente” (5 pontos); • “Sempre“ (6 pontos); O somatório das repostas dá uma classificação do grau de insatisfação corporal: • < 80: sem insatisfação; • 80 a 110: insatisfação lenta; • 111 a 140: insatisfação moderada; • > 140: insatisfação grave. Questionário voltado exclusivamente para mulheres, 44 questões e 6 subescalas: • Atração física (questões 1, 3, 7, 9, 40); • Depreciação (questões 2, 6, 15, 18, 21, 24, 33, 34); • Sentir-se gorda (questões 4, 5, 8, 10, 14, 17, 19, 25, 28, 35, 38, 42, 44); • Saliência das formas e do corpo (questões 11, 12, 20, 30, 31, 32, 36, 41); • Gordura dos membros inferiores (questões 12, 23, 27, 39); • Força e aptidão física (questões 16, 22, 26, 29, 37, 43). As questões são respondidas com as opções: • Concordo fortemente (5 pontos); • Concordo (4 pontos); • Sou neutra (3 pontos); • Discordo (2 pontos); • Discordo fortemente (1 ponto); As questões 3, 10, 11, 12, 16, 17, 20, 41, 43 são pontuadas de modo inverso. Nutrição-UFGD MALE CODY CHEKING QUESTIONNAIRE (MBCQ) Desenvolvido para avaliação e o acompanhamento de checagem corporal em homens. 19 questões. Cinco opções de respostas que varia do “nunca” a “muito frequente”. O escore varia de 19 a 95 pontos. Protocolo para atendimento nutricional Percebendo a necessidade de haver um protocolo que pudesse avaliar a percepção corporal dentre os nutricionistas, foi desenvolvido um modela adaptado, elaborado por Almeida e Muzilli (2012). Dividido em 3 partes: • Avaliação da silhueta corpórea desenvolvida por Kakeshita et al. (2009); • Questionário de satisfação corporal adaptado a partir do questionário traduzido por Cordàs e Castilho (1994) e utilizado por Russo (2005, apud. Cordàs e Castilho, 1994); • Anamnese. Nutrição-UFGD Fatores sociais, interpessoais e biológicos, como internalização dos ideais da mídia, respostas e comentários verbais negativos Maturação sexual precoce. Abuso sexual. Baixa autoestima. Tendência à comparação muito grande entre a aparência das pessoas. Padrão de beleza Beleza plural ALVARENGA, M. S. Avaliação da imagem corporal. In: ROSSI, L.; CARUSO, L.; GALANTE, A. P. Avaliação antropométrica: novas perspectivas. 2ª ed. São Paulo: Roca/Centro Universitário São Camilo, 2014. CONTI, M. A.; CORDÁS, T. A.; LATORRE, M. R. D. O. Estudo de validade e confiabilidade da versão brasileira do Body Shape Questionnaire (BSQ) para adolescentes. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 9, n. 3, p. 331-338, 2009. KAKESHITA, I. S. et al. Construção e Fidedignidade Teste- Reteste de Escalas de Silhuetas Brasileiras para Adultos e Crianças. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 25, n. 2, p. 263-270, 2009.
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