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Luana Soares Módulo I – P4 Exame da Genitál ia Externa Masculina Órgãos Genitais Externos • Pênis o Raiz proximal o Corpo tubular alongado o Corpos cavernosos e esponjosos o Glande • Bolsa Escrotal o Responsável por sustentar e proteger os testículos e controlar suas posições relativas na região pélvica do corpo. o Tem a função de manter a regulação da temperatura da bolsa escrotal em relação ao ambiente − A temperatura dos testículos se mantém aproximadamente em 35°C, ou aproximadamente 1,5°C abaixo da temperatura normal do corpo, através da contração ou relaxamento dos músculos escrotais. • Testículos o Os testículos produzem espermatozoides e o hormônio sexual masculino, a testosterona. o túbulos seminíferos, células de Leydig “células intersticial” (produzir e secretar os hormônios sexuais masculinos) e de Sertoli “células de sustentação” (produzem e secretam nutrientes para os espermatozoides em desenvolvimento situados entre elas) • Epidídimos • Cordões espermáticos Luana Soares Módulo I – P4 o Canais deferentes o Veias e artérias Órgãos Genitais Internos • Próstata o Glândula acessória da reprodução que surge durante a 12° semana de vida embrionária como uma saliência da uretra prostática; o Fase pré-puberal: adormecida, tamanho reduzido; o Puberdade: crescimento pelo estímulo dos hormônios gonadotróficos; o Peso do adulto: 20 a 30 gramas. o Anatomia: − Tamanho: 4 x 3 cm; − Diâmetro: 2 cm; − Atravessada pela porção prostática da uretra. o Função: criar um meio de transporte líquido adequado para o espermatozóide o Dividida em 6 lobos − Anterior, Posterior, Lateral direito, Lateral esquerdo, Mediano comissural e Mediano cervical; o Divisão Glandular − Zona Periférica: 70% do volume ▪ 70% da incidência de Neoplasia Prostática. − Zona de Transição: 5 a 10% do volume ▪ Hiperplasia Prostática Benigna. − Zona Central: 20 a 25% do volume. o A parede posterior da próstata é acessada através da parede anterior do ânus no toque retal • Vesículas Seminais • Bexiga* Exame Clínico Anamnese • Idade o Recém-nascido: ambiguidade sexual, hidrocele, edema escrotal (hérnias), criptorquias e distrofias penianas; o Infância: quadros infecciosos (balanopostites - infecções da glande e do prepúcio) e obstrução do fluxo sanguíneo testicular (torção do cordão espermático); o Puberdade e adulto jovem: processos infecciosos (ISTs) e tumores testiculares; Luana Soares Módulo I – P4 o Após 40 anos: priapismo, hidrocele secundária, prostatovesiculite, câncer peniano e doença de Peyronie; o Após 60 anos: hiperplasia nodular benigna; o Aos 70-80 anos: carcinoma de próstata e bexiga. • Profissão: o Carcinoma escrotal: exposição a piche e alcatrão; o Distúrbios espermatogênicos: exposição a radiações ionizantes e ambientes com temperaturas elevadas. Sinais e Sintomas • Distúrbios miccionais e sexuais, isoladamente ou de maneira combinada; • Principais: o Dor; − Dor referida; − Disúria; − Dor testicular e/ou dor em bolsa escrotal (litíase renal); − Dor na região perineal ou sacral (prostatite); − Dor em região inguinal (epididimite aguda) − Dor lombossacra (câncer de próstata com metástase e prostatites). o Hematúria; − Causas mais comuns: litíase e as infecções do trato urinário; − Micro-hematúria − Macro-hematúria ▪ Hematúria inicial tem origem na próstata ou uretral (estenoses); ▪ Hematúria terminal dolorosa (hiperplasia prostática benigna, processo neoplásico da bexiga); ▪ Hematúria total: lesão acima da bexiga. o Alterações miccionais; − Ardência (prostatite); − Incontinência urinária (perda contínua) − Jato urinário fraco, lento e fino em crianças -> fimose, estenose de meato uretral ou válvula da uretra posterior; − Hesitação, esforço para urinar e diminuição da força e do calibre do jato urinário -> uropatias obstrutivas infravesicais; − Disfunções vesicoesfincterianas (bexiga neurogênica); o Retenção urinária; − Incapacidade de esvaziar, parcialmente ou completamente, a bexiga; − Completa: incapaz de eliminar quantidades mínimas; − Globo vesical na palpação abdominal. Luana Soares Módulo I – P4 o Priapismo; − Ereção persistente, prolongada e dolorosa o Hemospermia; − Presença de sangue no esperma; o Corrimento uretral; − Presença de secreção que sai pelo meato da uretra; − Uretrite e Prostatite − Gonocócio: abundante, espesso, e amarelo ou cinza-acastanhado − Não gonorréicos podem ter aspecto similar, mas frequentemente são ralos, mucóides e escassos. o Distúrbios Sexuais − Disfunção erétil; − Ejaculação precoce; − Ausência de ejaculação; − Anorgasmia; − Dispareunia o Infertilidade EXAME FÍSICO • ÓRGÃO EXTERNOS E REGIÃO INGUINAL o Inspeção o Palpação • ÓRGÃOS INTERNOS o Toque retal Exame do Pênis • Inspeção o Avaliar a questão anatômica (calibre, tamanho, exposição da glande...) • Palpação o Retrair completamente o prepúcio para visualização completa da glande e do sulco balanoprepucial; o Localização, diâmetro e aspecto do meato uretral externo. o Superfície dorsal do corpo peniano • Pápulas perláceas do pênis o Encontrada em mais de 30% de adultos jovens pós-púberes o Mais comuns em homens não circundados e negros o Podem ser confundidas com condiloma acuminados o Não é necessário nenhum tratamento, apenas acompanhamento Exame da Bolsa • Inspeção: o Formato Luana Soares Módulo I – P4 o Tamanho o Características da pele o Aspectos vasculares; • Palpação: • Massas escrotais Exame dos Testículos • Em condições normais, o testículo esquerdo situa-se mais baixo que o direito; • Palpação: o Comparando com o lado oposto; o Consistência (elástica) o Formato (ovóide) o Contornos (regulares) o Tamanhos. • Autoexame dos testículos Luana Soares Módulo I – P4 Exame dos epidídimos • Cabeça, corpo e cauda. • Cordão espermático até o anel inguinal externo • Endurecimento implica em infecção (tumores primários são raros) • Avaliação de hérnia inguinal o Manobra de Valsalva Toque Retal • Exploração digital do reto; • Posicionamento do paciente: o Posição de Sims ou lateral esquerda; o Posição genupeitoral; o Posição de decúbito supino. • Lubrificação abundante, introdução digital suave • Inspeção anoperineal; • Palpação: o Expõe-se o ânus com dedo indicador direito sobre a margem anal e faz-se uma compressão continuada e firme para baixo, com o intuito de relaxar o esfíncter externo; • Faz-se movimentos rotatórios, lenta e suavemente; • Parede anterior: o Próstata o Vesículas seminais o Fundo de saco vesicorretal; • Parede lateral esquerda; • Parede lateral direita; • Parede posterior: o Sacro e Cóccix. • Para cima: até onde alcançar o dedo. • Tamanho: o 1 polpa digital / 1 cm-> 10 g aproximadamente. • Formato: o Coração o Pirâmide invertida o Maçã, pera. • Consistência o Elástica, comparável à da superfície da região tenar quando a mão está aberta • Superfície; • Contorno; • Sulco mediano; • Mobilidade. Luana Soares Módulo I – P4 ACOMETIMENTOS E CONDUTAS Hidrocele • Acúmulo de líquido peritesticular • Pode ocorrer no recém-nascido e crianças devido a comunicação da bolsa escrotal com a cavidade abdominal, por defeito de fechamento do chamado conduto peritônio vaginal. • Tipos o Hidroceles comunicantes: um conduto peritoniovaginal patente conecta o peritônio com a túnica vaginal, o que permite que o líquido peritoneal flua livremente entre ambas as estruturas. o Hidrocele simples ou não comunicante: ocorre quando o conduto peritoniovaginal está fechado e uma quantidade maior de fluido está sendo produzida pela túnica vaginalis em relação à que está sendo absorvida. • Pode ser de início agudo ou de evolução crônica. • Quadro clinicoo Costuma ser indolor, porém sintomas como sensação de peso e dor acompanham massas de maior volume. • Principais causas o Desequilíbrio na secreção e na absorção de fluido na túnica vaginal escrotal o Dano iatrogênico aos vasos linfáticos durante cirurgia inguinal ou de varicocele o Epididimite o Torção o Neoplasias o Trauma testicular ou abdominal • Diagnóstico o Presença de fatores de risco o Massa escrotal o Transiluminação o Aumento da massa escrotal após atividade o A ecografia de bolsa escrotal deve ser solicitada, caso o exame clínico seja inconclusivo, sempre que não for possível palpar adequadamente o testículo, na hidrocele de início súbito (para excluir neoplasia ou condições inflamatórias agudas) e nos casos em que se considera indicação cirúrgica. Luana Soares Módulo I – P4 • Tratamento o Cirúrgico Varicocele • Alargamento das veias escrotais • Ocorre devido ao refluxo venoso, comprometendo quase sempre o lado esquerdo (80-90%), mas pode ser bilateral. • A localização unilateral à direita é rara e geralmente é secundária a outras patologias. • Complicações o Oligospermia o Infertilidade o Atrofia testicular. • Ao exame, é possível palpar as veias varicosas com paciente em posição ortostática e em manobra de Valsalva e apresenta textura característica conhecida como "bolsa de vermes". • Classificação o Grau 1 (palpável somente em Valsalva) o Grau 2 (palpável, mas não visível) e o Grau 3 (facilmente visível). • Alguns pacientes apresentam dor ou sensação de peso escrotal, principalmente ao final do dia, sendo manejados conservadoramente e, quando necessário, com analgésicos e antiinflamatórios não esteroides • Varicocele pode ser descoberta em investigação de homens com infertilidade, porém não existe evidência clara se o procedimento cirúrgico melhora a qualidade do esperma ou da fertilidade, especialmente se varicocele é subclínica. A hiperplasia Prostática Benigna (HPB) Luana Soares Módulo I – P4 • Homens > 50 anos; • Quando não tratada, pode levar à retenção urinária, hidronefrose e insuficiência renal; • No toque retal: próstata aumentada, consistência elástica, não dolorosa e, em vários casos, o sulco mediano está ausente (apagado). • Sintomas de Armazenamento o Aumento da frequência urinária (polaciúria), noctúria, urgência/incontinência urinária e enurese noturna. • Sintomas de Esvaziamento: o Jato fraco, bífido ou intermitente, hesitação, esforço miccional e gotejamento terminal. • Sintomas Pós-miccionais: o Tenesmo vesical (sensação de esvaziamento incompleto) e gotejamento pós-miccional Luana Soares Módulo I – P4 Câncer de Próstata • 95% são adenocarcinomas; • Fatores de risco: idade, raça negra e história familiar, ISTs, dieta rica em gorduras e baixos níveis de testosterona; • Complicações mais comuns: metástases ósseas, linfonodos, pulmão e hepáticas, sintomas obstrutivos, hematúria, insuficiência renal, paraplegia e manifestações neurológicas; Luana Soares Módulo I – P4 • Exame físico: o Linfonodos palpáveis; • Toque Retal: o Próstata endurecida; o Nódulo palpável* • Rastreamento de Câncer de Próstata o Através da dosagem do Antígenos Específico da Próstata (PSA); o INCA (MS) não recomenda o rastreamento (não há evidência científica de que o rastreamento do Câncer de Próstata traga mais benefícios que riscos); • Diagnóstico precoce o Alteração na frequência e padrões urinários; o Hematúria visível; o Disfunção erétil. • Sociedade Brasileira de Urologia o Homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. o Pacientes de raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. o Rastreamento após discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente; o Após 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.
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