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CONCEITOS FUNDAMENTAIS E HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA

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LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 1
A importância da história 
“A historia é êmula do tempo, repositório dos fatos, 
testemunha do passado, exemplo do presente, 
advertência do futuro.” 
- Miguel de Cervantes 
• Como contar a historia da psiquiatria? 
- História dos termos psiquiátricos (melancolia, mania, 
neurose, psicose); 
- Conceitos fundamentais (endógeno, exógeno, 
psicose); 
- Biográfica; 
- Em termos de tratamentos, psicofarmacologia, 
descobertas, etc. 
- Assírios, babilônios: doença mental com caráter divino/
mágico e punitivo; as pessoas que tinham alguma 
doença mental eram vistas como bruxas, como 
deuses. 
- Velho Testamento: em algumas passagens afirma-se 
que as pessoas falavam com espíritos, deuses, etc. 
- 2000 a.C: Egito: papiros de Kahun e os primeiros 
relatos de histeria como ectopia uterina. Era relatado 
que a mulher teria várias partes do útero no corpo, 
inclusive na mente. 
- Mudança de perspectiva apenas a partir da civilização 
grega: busca por base fisico ou biológica a partir de 
Hipócrates (ele começou a fazer textos sobre 
epilepsia e visão do cérebro como centro das 
funções mentais - e não com o útero). 
HIPÓCRATES: 
1. “Sobre a doença sagrada” - textos sobre epilepsia; 
2.Teor i a 
dos quatro humores/humoral - quatro constituintes 
do corpo humano: o sangue, a bilis negra, a bilis 
amarela e a floema que mantinham o equilíbrio do 
corpo humano; seu desbalanço provocaria, portanto, 
as doenças orgânicas e mentais; 
3. Histeria como afecção feminina com ligação a vida 
sexual; 
4. Escola hipocrática: descrições de delirium, psicoses 
puerperais, métodos de tratamentos com indução 
de sono, etc. 
- Nome da especialidade: psykhè = alma; iatrós = 
médico, ou seja, psiquiatria é a medicina da alma. 
- Asclepius (120 a.C - 30 a.C), Galeno (128 a.C - 201 d.C), 
desenvolvimento das teorias humorais, descrições de 
quadros melancólicos, etc. 
- Retorno a ideia de doença mental como punição; 
- Visão católica de determinação divina (essa pessoa 
nasceu assim porque foi a vontade de Deus, que seus 
pais ou antepassados fizeram algo ruim, etc.); 
- Bulas papais e Maleus Maleficarum: identificação e 
punição dos que não seguiam a norma (que eram 
bruxas, etc); 
- Psiquiatria oriental: Rhazes e Avicenna - primeiros 
hospitais psiquiátricos; 
- Sécs. XIV e XVI: movimento renascentista deixa de 
punir para invisibilizar a doença mental; 
- Narrenschiff: nau dos loucos e marginalização. 
- A nau dos insensatos 
ou o navio dos loucos 
é uma antiga alegoria 
m u i t o u s a d a n a 
cultura ocidental, na 
literatura e nas artes 
visuais. Imbuída de 
ANTIGUIDADE
PSIQUIATRIA NA GRÉCIA E ROMA ANTIGA
Conceitos fundamentais e 
a história da psiquiatria
PSIQUIATRIA NA IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO
NAU DOS INSENSATOS
LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 1
um senso de autocrítica, ela descreve o mundo e 
seus habitantes humanos como uma nau, cujos 
passageiros perturbados não sabem e nem se 
importam em saber para onde estão indo. 
- Iluminismo e Revolução Francesa 1789: liberdade, 
igualdade e fraternidade e visão empirista e 
racionalista; 
- Nova visão sobre a doença mental e direitos 
humanos: o “alienado” é reconhecido como paciente, 
merecedor de cuidados médicos e de respeito; 
- Pinel (1745-1826): criação de instituições de 
“tratamento moral”; 
- Lasègue (1816-1883): primeiro a citar o termo delírio e 
folie a deux; 
- Bayle (1799-1858): sífilis; 
- More l ( 1 809 - 1 873 ) e Magnam ( 1 835- 1 9 1 2 ) : 
degenerescência; 
- Jean Marie Charcot (1825-1893): histeria. 
- Grande importância nosográfica e surgimento da 
psicopatologia; 
- Griesinger (1817-1868): teoria da “psicose única” 
(atualmente sabemos que não); 
- Emil Kraepelin (1856-1926): 
1. Fundou a dicotomia kraepeliniana separando a 
“psicose endógena” em demência precoce 
(dementia praecox) (esquizofrenia) e psicose 
maníaco-depressiva (transtorno bipolar); 
2. Apontou para a importância da longitudinalidade 
na observação psiquiátrica (usado até hoje); 
- Eugen Bleuler ( 1857-1939): cunha o termo 
esquizofrenia; 
- Karl Jaspers (1883-1969): Psicopatologia Geral (1913): 
forma versus conteúdo e fenômenos explicativos 
versus compreensivos (também é importante 
perceber a forma com que o paciente conta o que 
tem); 
- Kurt Schneider (1867-1967): Personalidades Psicopáticas 
(1923) e sintomas de primeira ordem. 
- Sigmund Freud (1856-1939) 
1. Contato com Charcot e a histeria o leva a pensar 
sobre o tratamento da doença mental; 
2. Novo olhar sobre a neurose e a psicose, com 
especial atenção e definição do “neuroticismo”; 
3. A Interpretação dos Sonhos (1899); 
4. Teoria do inconsciente; 
5. Lança as bases da psicoterapia. 
- Klein, Lacan, Jung.. 
- 1920-1950: insatisfação com a psicanálise e novos 
métodos de psicoterapia (Paviov, Eysenck, Watson, 
Skinner) 
- 1950: terapias cognitivas (Beck, Mahoney). 
- 1930-1940: descrição científica de uso de métodos 
indutores de convulsões; 
- 1940-1950: psicocirurgia (lobotomia, houve casos em 
que a pessoa ficava em estado vegetativo); 
- Cade em 1949: uso de lítio como tratamento 
(estabilizador de humor padrão ouro); 
- Delay e Denilker 1952: clorpromazina; 
- Kuhn 1957: Tricíclicos e IMAO; 
- 1961: Haloperidol e antipsicóticos de primeira geração; 
- Década de 60: benzodiazepínicos (Diazepam, Lexotan, 
Alprazolam, etc); 
- Década de 80: antipsicóticos de segunda geração e 
uso de estimulantes em TDAH; 
- 1988: ISRS (Inibidores Seletivos de Recaptação de 
Serotonina, classe mais usada de antidepressivos, 
como por exemplo a fluoxetina); 
- Década de 1990: duais e outros AD. 
- Décadas de 50-60: pós-guerra (DSM I), movimento de 
contracultura, emancipação feminina, etc. 
- Visão biologicista começa a ser questionada; 
- Laing, Cooper (1967), Esterson: a antipsiquiatria e a 
importância da sociedade na determinação do que é 
doença; 
- Michael Foucault (1926-1984): A História da Loucura 
(1961); 
- Franco Basaglia e o movimento antimanicomial. 
- Meados do séculos XIX: pacientes psiquiátricos como 
“objeto” da justiça: os violentos em prisões e pacíficos 
pelas ruas; 
- 1852: primeira lei regulamentando a assistência aos 
doentes mentais e fundação do Hospício Dom Pedro II 
no RJ - primeiro hospital psiquiátrico do Brasil, 
apelidado de “Palácio dos Loucos” que oferecia 
atividades ocupacionais e laborterapia; 
- 1898: Hospital do Juqueri em SP - Francisco Franco da 
Rocha assumiu a diretoria e propôs terapias 
ocupacionais até ser convidado por Arnaldo Vieira de 
Carvalho a assumir a cátedra de Psiquiatria da recém-
A FRANÇA E A PRIMEIRA REVOLUÇÃO PSIQUIÁTRICA
ESCOLA ALEMÃ
FREUD, A PSICANÁLISE E A PSICOTERAPIA
PSICOFARMACOLOGIA E AVANÇOS NO TRATAMENTO
ANTIPSIQUIATRIA E REFORMA PSIQUIÁTRICA
PSIQUIATRIA NO BRASIL
LAURA ARAUJO - MED 102 SAÚDE MENTAL - AULA 1
inaugurada Faculdade de Medicina e Cirurgia de São 
Paulo em 1918 (futura Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo FMUSP); 
- 1903: primeira lei de proteção aos alienados e Hospício 
Nacional dos Alienados sob direção de Juliano Moreira 
(1872-1933) que lutou pela modernização nosocomial. 
- 1925: Afrânio Peixoto cria serviços abertos para o 
tratamento dos doentes mentais; 
- 1926: Liga Paulista de Higiene Mental - eugenização 
social; 
- 1935: Antônio Carlos Pacheco e Silva - primeiro 
professor titular de Psiquiatria da FMUSP, defendia 
conceitos de higienização mental. Estendeu o ensino 
de psiquiatria a todos os alunos de medicina e 
capitaneou a construção do Instituto de Psiquiatria do 
Hospital das Clínicas (1952); 
- A partir de 1950: uso de psicofármacos e mudança 
estrutural no tratamento psiquiátrico tornando-se 
predominantemente ambulatorial; 
- Movimentos antimanicomiais e desmonte dos grandes 
hospitais psiquiátricos ganha força a partir da década 
de 1980. 
- George W. Bush 1990: “to enhance public awareness 
of the benefits do to be derived from brain research”; 
- Avanços tecnológicos e deneuroimagem; 
- Ambição de compreender todos os fenômenos 
psiquiátricos; 
- Avanço da psiquiatria neurobiológica; 
- Limitações da neurociência. 
PARA ONDE IR? 
- Ciência humana e biológica; 
- Fatores biopsicossocias; 
- Uso da tecnologia sem perder de vista o indivíduo; 
- Neurociência aliada à clínica; 
- Humanização. 
“Se a história testemunha o passado e adverte o futuro, 
o desejo é que o último aprenda com o primeiro e 
possa, enfim, trazes novas proposições e soluções.”
1990: A DÉCADA DO CÉREBRO
PSIQUIATRIA HOJE

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