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Terapia Ocupacional em unidades de terapia intensiva neonatal e pediátrica

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Camila Catherine 
 
 
 A unidade neonatal é composta por: Unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), 
unidade de cuidados intermediários neonatais convencional (UCINco) e Canguru (UCINca). 
 UTIN – atendimento a recém-nascidos graves com risco de morte, pré termos com menos 
de 30 semanas de IG ou peso inferior a 1000g, ou que necessitem de ventilação mecânica, 
cirurgia ou pós-operatório e nutrição parental. 
 O nascimento prematuro geralmente está associado a problemas no desenvolvimento em 
longo prazo da criança nas áreas motora, cognitiva, comportamento e desempenho escolar. 
 O TO integra a equipe de assistência ao bebe na UTIN – para promover a adequação entre 
as capacidades do bebe e o ambiente físico e social. 
O cuidado na UTIN 
 Os cuidados mostram-se centrados apenas na dimensão biológica - apresenta 
dificuldades, pois não foca os aspectos emocionais/sociais e a individualidade de cada pré-termo. 
Necessidade de aliar a tecnologia de saberes e procedimentos e equipamentos ao acolhimento e 
respeito das singularidades do bebe e de sua família. 
 Trabalho do TO junto à equipe multiprofissional – visa à autonomia do sujeito após a 
alta hospitalar 
 O cuidado em neonatologia não pode ser limitado apenas à necessidade de crescimento e 
desenvolvimento do bebe pré-termo ou doente. Deve comtemplar a família, contexto da unidade 
neonatal e o preparo da família para a continuidade dos cuidados. Necessidade de um olhar mais 
atento ao bebe e a sua família para que sejam reconhecidos em suas singularidades e sejam 
construídos projetos terapêuticos que façam sentido para suas vidas. 
Pratica da TO 
 Tem como objeto de atenção a ocupação dos bebes e seus pais e os componentes de 
desempenho do bebe. 
 As ocupações do bebe: tarefas e atividades relacionadas à cultura da família ou da UTIN, 
os quais se esperam a participação do bebe. 
- Responder a estímulos do ambiente 
- Manter a homeostase 
- Brincar 
- Estabelecer interações sociais com os pais 
- Alimentar-se 
 Essa participação do bebe vai depender de fatores intrínsecos a ele, do ambiente e do 
contexto. 
Autores: Erika da Silva Dittz e Ludimila Laranjeiras Barros Rocha – 
Cap. 12 do livro terapia ocupacional em contextos hospitalares e cuidados 
paliativos 
 
Camila Catherine 
 Papel do TO = apoiar e facilitar o envolvimento do bebe nas tarefas e nas atividades que 
promovam sua saúde, seu crescimento e desenvolvimento, considerando as capacidades do bebe 
em consonância com as necessidades da família e o contexto da UTIN. 
 A intervenção inclui – a avaliação dos pontos fortes e das vulnerabilidades individuais 
do bebe, recomendação para os profissionais e a família sobre mudanças no ambiente e na 
rotina de cuidados, fornecer apoio conforme a necessidade do bebe. 
 Envolvimento dos pais – co-ocupação (interagir, oferecer conforto, identificar-se e atender 
as necessidades do bebe (cuidado)). 
 A TO neste contexto requer conhecimento e habilidades que incluem: 
o Realizar comunicação efetiva com a equipe da UTIN e com a família 
o Conhecer os equipamentos da UTIN – compreensão básica de sua finalidade, funcionamento 
etc. 
o Determinar o momento apropriado para avaliar os bebes 
o Selecionar e aplicar avaliações que são apropriadas para a IG corrigida e condições clínicas 
(identificar habilidades e vulnerabilidades relacionadas ao desenvolvimento) 
o Avaliar o efeito do ambiente, a pratica dos cuidadores, o posicionamento, a organização 
neurocomportamental e a condição clínica do bebe. 
o Elaborar plano individualizado de intervenções terapêuticas 
o Participar com o bebe e os cuidadores de intervenções que reforcem o papel da família e 
promovam a melhoria da condição de saúde do bebe. 
o Observar e analisar, continuamente, as respostas do bebe, mesmo que sutis, para a 
intervenção terapêutica e modificar sempre que necessário. 
o Colaborar com a família, a equipe da UTIN e outras pessoas que potencialmente podem 
contribuir com o bem-estar do bebe. 
o Realizar o registro das avaliações e intervenções de forma objetiva, interpretativa, completa 
e concisa. 
o Elaborar plano de alta e acompanhamento em conjunto com a equipe multiprofissional para 
o atendimento as necessidades do bebe e de sua família, considerados, para isso, a rede de 
serviços e os recursos existentes na comunidade. 
 Organização neurocomportamental do recém-nascido pré-termo = olhar o 
comportamento do bebe ao estimula-lo, pois os bebes pré-termos apresentam maior dificuldade 
em se adaptar ao ambiente, moldar e alternar os estados comportamentais. 
 Quando o bebe nasce prematuro – o bebe não está preparado para enfrentar os estímulos 
de natureza intrusiva. 
 Teoria síncrono-ativa = interação entre bebe, cuidador e ambiente. Alterações dos 
subsistemas do bebe para a manutenção de padrões de organização. 
 Subsistemas 
 Autônomo (funções neurovegetativas observadas pela respiração, coloração da pele 
e nos sinais viscerais). 
 Motor (postura, tônus e movimentação). 
 De organização dos estados (estados de consciência - sono profundo, sono leve, 
sonolento, alerta inativo, alerta ativo e choro). 
 Da atenção e interação social (manter o alerta e usa-lo para aprender as 
informações do ambiente e se comunicar). 
Camila Catherine 
 Regulador (estratégias do bebe de manter ou recuperar o estado de equilíbrio dos 
subsistemas/ inclui também as mudanças no ambiente para manter esse estado). 
 Se a estimulação do bebe for adequada, o bebe manterá o equilíbrio entre os subsistemas, 
emitindo sinais conhecidos como comportamentos de aproximação. 
 Na estimulação inadequada o bebe respondera com sinais de estresse, neste momento é 
preciso fazer uma pausa para o bebe se reorganizar ou intervir para que favoreça o estado de 
equilíbrio. 
 A intervenção através da teoria síncrono-ativa visa o envolvimento do bebe e da família 
em tarefas ou ocupações esperadas. A TO pode aplicar estes princípios para interpretar os sinais 
fisiológicos e comportamentais do bebe e apoiar o seu desempenho ocupacional. 
 Algumas intervenções favorecem o desenvolvimento do bebe no contexto da UTIN, como 
a redução de ruídos e luminosidade do ambiente, posicionamento terapêutico, toque adequado, 
preservação do sono, modificações no processo de cuidado e participação da família. 
 Há a importância de realizar o manejo e posicionamento adequado do bebe no leito, pois 
são estas ações/posicionamentos que vão ajudar a estimular seu desenvolvimento. 
 Posição supina – facilita a exploração visual e a interação social. 
 Posição prona – melhora do padrão respiratório, sono e a redução de gasto energético. 
Facilita a flexão de extremidade, previne distúrbios de marcha e favorece a estabilidade 
postural. Contribui para diminuir reações reflexas, promover o estado de alerta 
tranquilo e facilitar que o bebe leve a mão á boca. Auto-organização do bebe. 
 Posição lateral – favorece a flexão dos MMSS e MMII, orientação de cabeça e 
extremidade a linha media e a realização de movimentos antigravitacionais, como levar 
a mão a boca. Favorece também a autorregulação, o controle motor, a interação social e 
exploração tátil e oral. 
 Posição canguru – favorece vinculo mãe-filho, o aleitamento materno, a manutenção 
da temperatura corporal do bebe e a estimulação sensorial adequada. Contribui para a 
homeostase, alcance ou mantenha o estado de sono e possibilite a participação dos pais 
no cuidado durante a internação na UTIN. 
 Toque – favorecem o crescimento e o desenvolvimento do bebe e variam de acordo com a 
intensidade, a duração, o local estimulado e a frequência do contato. Passa sensação de segurança 
e conforto ao bebe. Contribui para a manutenção da estabilidade fisiológica e comportamental do 
bebe. 
 Orientações sobre o toque: comunicar o que será tocado, aquecer as mãos antes, 
friccionando uma na outra, e não utilizando outro estimulo concomitantemente. O ambientetambém pode ser preparado e favorável, reduzindo a iluminação e os níveis de ruído e ao garantir 
calor e conforto. (OBS: a finalização do toque deve ser feita lentamente) 
 Brincar exploratório – formas de aprendizado do bebe, desenvolvimento de habilidades 
importantes para a vida adulta. 
 - Desenvolvimento de habilidades de integração sensorial do bebe (tátil, auditiva, visual e 
vestibular). 
 - O TO deve estar atento ao estado comportamental do bebe antes da intervenção. Para 
favorecer o envolvimento em atividades adequadas para a idade gestacional. Oferecer um 
estímulo por vez. 
Camila Catherine 
Em síntese: 
 A TO traz contribuições significativas para ampliar a forma de cuidado de bebes pré-
termos no contexto da UTIN, proporcionando a possibilidade de ir além do cuidado limitado a 
aspectos biológicos do bebe. 
 O corpo do bebe e o cuidado com ele deve envolver também os aspectos emocionais e 
sociais, que quando estimulados favorecem a interação e participação do bebe junto aos 
profissionais e aos pais. 
Apoio á família 
 Além disso, o TO deve realizar intervenções que favoreçam a aproximação dos pais com 
o bebe nesta situação de vulnerabilidade, tanto para o bebe por estar na situação de internação, 
medicalização e distante do contato e cuidado materno, quanto para os pais de ver o filho nesta 
condição e não poder cuidar da forma que gostariam. 
 Entender a situação vivenciada pelos pais, em ver o filho em uma situação de fragilidade 
(sentimento de culpa e impotência, principalmente a mãe por vivenciar uma situação atípica de 
não poder estar perto do filho e cuida-lo), para poder contribuir na sensibilização destes pais, 
mostrando uma visão mais ampla e positiva das capacidades e habilidades daquele bebe, 
apresentar as possibilidades de cuidado, para que possam enxergar além daquela condição atual 
do bebe e daqueles equipamentos, enxergar o bebezinho forte, lindo e único que eles têm ali 
(olhar para outros aspectos daquele bebe, além da fragilidade de estar doente). 
 Criar condições para que os pais se tornem próximos e vivenciem o cuidado com seu 
bebe, como toque, método canguru, participação no aleitamento mesmo que com sonda a mãe 
pode acariciar o bebe ou segura-lo no colo, essas pequenas ações favorecem o vinculo entre pais e 
filho, e ainda estimula a parte emocional, cognitiva e social do bebe. Essa relação valoriza o 
envolvimento do bebe e sua família em atividades a eles significativas, da forma que for 
possível dentro deste contexto. 
 Fortalecer a rede de apoio e acolhimento aos demais membros da família diante do 
nascimento de um bebe pré-termo. Que possibilita, assim como para os pais, o vinculo e 
proximidade de outros membros da família (avós, irmãos etc) por meio de visitas, para que o bebe 
também crie esse vinculo familiar. 
 Na avaliação a observação do bebe e dos seus pais na rotina e cuidado são fundamentais 
para que o TO entenda a relação daqueles pais com o bebe e as respostas do bebe, e possa 
analisar a participação dos mesmos, essa observação possibilita identificar fatores que possam 
estar limitando ou favorecendo o envolvimento de ambos.

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