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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Caderno Digitado Direitos Fundamentais - Fábio Periandro Direitos Fundamentais (Universidade Federal da Bahia) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Caderno Digitado Direitos Fundamentais - Fábio Periandro Direitos Fundamentais (Universidade Federal da Bahia) Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-da-bahia/direitos-fundamentais/resumos/caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro/5587087/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-da-bahia/direitos-fundamentais/3419992?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-da-bahia/direitos-fundamentais/resumos/caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro/5587087/view?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-da-bahia/direitos-fundamentais/3419992?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA RODRIGO BERNARDO SOARES CADERNO DIGITADO DIREITOS FUNDAMENTAIS - DIR007 Docente: Fábio Periandro Período 2016.2 Salvador, 2017 Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com O que são direitos fundamentais? São instrumentos de proteção do indivíduo frente a atuação [o arbítrio] do Estado. Direito fundamental é direito protetivo da pessoa frente a atuação estatal. São os direitos que garantem o mínimo necessário para que o indivíduo exista de forma digna dentro do estado. “Segundo Canotilho, o termo “direitos fundamentais” se aplica àqueles direitos (em geral atribuídos à pessoa humana), também chamados de posições jurídicas, reconhecidos e protegidos na perspectiva do direito constitucional interno dos Estados”. • Dignidade da Pessoa Humana Art. 1º “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. ” I. Histórico do Conceito: “Na antiguidade, a desigualdade era natural para os seres humanos. Em Roma, surge a palavra dignidade que se assemelha ao termo status (posição que cada indivíduo ocupava na sociedade), sendo assim havia pessoas com dignidades diferentes dos outros, não sendo comum a todos. A Era Medieval, apesar da influência do cristianismo, não concebe dignidade atribuível a todos os seres humanos. Inobstante, a posteriori, conforme Leão Magno, a dignidade começou a ser compreendida como uma concessão divina, destarte, todos os seres oriundos da mesma fonte criadora deveriam ser respeitados. A primeira formulação racional é efetuada por Pufendorf que defendia serem todos os seres humanos dotados de razão, devendo autodeterminarem-se, conduzindo as suas próprias vidas. De acordo com Kant, todo ser humano é um fim em si mesmo, não devendo ser degradado, reduzido à condição de objeto da ação de outro ser humano, enunciando que as coisas que possuem valor poderiam ser trocadas por outra, mas podem também não ter valor quando não podem ser trocadas por coisa alguma. Sendo assim, os valores podem ser individuais ou intersubjetivos, porém quando são protegidos pelo Estado, estes se tornam obrigatórios. A noção filosófica de Kant atualmente é predominante, mas não foi imune a críticas como as de Schopenhauer e Heggel, o último afirmou que a dignidade era a participação do indivíduo no Estado, afirmando que é algo que se constrói. Entretanto, a concepção adotada é que a Dignidade Humana é inerente a todos os indivíduos e deve ser protegida. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com A Constituição Federal de 1988 fala de dignidade da pessoa humana, a Alemanha e a Itália falam da dignidade humana. O termo utilizado pelo Brasil enfatiza a proteção das pessoas, não refletindo individualismo (doutrina minoritária), porém a doutrina majoritária vê as duas expressões como semelhantes. II. Conceito: A dignidade da pessoa humana, em seu aspecto negativo, impede, paralisa, sendo teorizada inicialmente por Dürig que enunciou haver violação da dignidade da pessoa humana quando o homem não for tratado como um fim em si mesmo, mas tratado como objeto da ação de outro, sendo, portanto, degradado. Sendo assim, o autor supracitado apresenta a mesma concepção de Kant, sendo neo- kantiano. A dignidade da pessoa humana também existe sob o aspecto positivo (normogênico), visto que apenas o aspecto negativo não é suficiente. A principal função da dignidade da pessoa humana é a legitimação do sistema político que será legítimo se conseguir ou tentar atingir a dignidade da pessoa humana. Não é, pois, a dignidade da pessoa humana que deve seguir o Estado e sim o contrário. Os adoradores do Estado consideram este como um fim em si mesmo. E uma da frases mais utilizadas é “o interesse público”. Inobstante, Batista Neves não acha que exista interesse público que não se fundamente na dignidade da pessoa humana, tendo em vista a vinculação dos poderes públicos que tem a obrigação de atuarem o máximo possível em respeito á dignidade da pessoa humana. A dignidade da pessoa humana funciona também como fonte de reconhecimento, não existindo apenas naquele que a reivindica, mas no outro que também é merecedor de dignidade, trata-se, portanto, da inclusão do outro de Habermas. O conceito de dignidade da pessoa humana é feito para ser indeterminado, tendo em vista a impossibilidade de abarcar todos os seus sentidos. Sendo assim, para não permitir uma manipulação semântica, é possível se apoiar na jurisprudência que preenche o espaço deixado para este conceito. Segundo Aristóteles, o campo do direito é do aceito ou do não aceito, do certo ou errado, distinguindo-se das ciências naturais. Berrman remota essa ideia afirmando que o auditório é modelado pelo discurso. Sendo assim, o princípio da dignidade da pessoa humana é definido pelo que é acatado ou não pelos destinatários da norma, mudando à medida que estes deixam de aceitar certas condutas e sendo aberto para adequar-se ao tempo.” Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com • Noção e objetivo fundamentalidade: material e formal O que torna um direito fundamental? *Ser reconhecido pela comunidade como fundamental; ** O que torna um direito fundamental é a constituição, de acordo com osvalores de cada sociedade. I. Direitos Fundamentais em Sentido Material: Seriam as normas que não estão nos locais dos direitos fundamentais, mas tem como objetivo direto a garantia aos direitos fundamentais do indivíduo. Ou seja, é aquele direito que em seu conteúdo é considerado um direito fundamental. Uma norma infraconstitucional que traga em sua redação protetividade ao indivíduo frente ao arbítrio do estado, poderá ser considerada uma norma de fundamentalidade material. O professor Dirley vai dizer que: “Da mesma forma que há uma constituição formal e uma material, pode-se conceber, igualmente, a existência de direitos fundamentais em sentido formal e direitos fundamentais em sentido material”. II. Direitos Fundamentais em Sentido Formal: São aqueles direitos que são fundamentais por serem assim determinados expressamente pelo bloco de constitucionalidade. Em outras palavras, se encontra ligado ao direito constitucional positivo no sentido de um regime jurídico expresso, escrito, definido a partir da própria constituição. Desse modo, direitos fundamentais em sentido formal, são aqueles direitos que estão formalizados na constituição federal [formal], ou seja, os dispostos no art. 5º Título II, da CF + direitos dispersos na constituição. (!) O Panda adverte: Direitos fundamentais é encontrado em todo o texto constitucional, não somente no artigo 5º título II da CF88 • O que Diferencia Direito Fundamental de Direito Humano? Não existe diferença no que tange o conteúdo, ambos têm o objetivo de proteger todos os indivíduos. A diferença, in stricto sensu, é que os direitos fundamentais provêm, em regra, da própria constituição – se tratando da fundamentalidade formal - e direitos humanos provêm de normas de caráter internacional. No caso do Brasil, a nomenclatura Direitos Fundamentais é utilizada ao invés de Direitos Humanos com o propósito de demarcar aquilo que será tratado. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Desse modo, direito humanos são: Todos os direitos reconhecidos que protege o indivíduo ou a pessoa humana de um limite que viole a sua dignidade e sua existência como um ser. Ou seja, proporcionar o mínimo para que o indivíduo exista de forma digna independentemente de onde ele se encontre. (!) O Panda adverte: Vale frisar que os dois termos não são excludentes. Como afirma Sarlet: “Reconhecer a diferença, contudo, não significa desconsiderar a íntima relação entre os direitos humanos e os direitos fundamentais, uma vez que a maior parte das Constituições do segundo pós-guerra se inspirou tanto na Declaração Universal de 1948, quanto nos diversos documentos internacionais e regionais que as sucederam, de tal sorte que – no que diz com conteúdo das declarações internacionais e dos textos constitucionais – está ocorrendo um processo de aproximação e harmonização, rumo ao que já está sendo denominado (e não exclusivamente – embora principalmente – no campo dos direitos humanos e fundamentais) de um direito constitucional internacional.” Diz ainda que deva ser reconhecido que “não se cuida de termos reciprocamente excludentes ou incompatíveis, mas, sim, de dimensões íntimas e cada vez mais inter- relacionadas, o que não afasta a circunstância de se cuidar de expressões reportadas a esferas distintas de positivação, cujas conseqüências práticas não podem ser desconsideradas”. • DIREITOS E GARANTIAS As garantias servem para asegurar o cumprimento de determinados direitos. O que diferencia direitos de garantias fundamentais? O direito é de ordem declaratória, sendo ele uma prerrogativa oferecida para a pessoa pelo estado. A garantia assegura a realização de direitos previstos pelo sistema jurídico. As garantias defendem os direitos consagrados pelo Estado, mas que não estão sendo em toda sua parte respeitado pelo poder público. Garantia é disposição assecuratória e direito é disposição declaratória. A garantia viabiliza a concretização do direito. I. Individuais e coletivos gerais [art. 5] Art. 5º Caput “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ”. A partir disso é compreendido 78 incisos onde trazem redação acerca dos direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com II. Sociais [art. 6] Art. 6º “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. ” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015) O objetivo deste artigo é que as pessoas tenham de volta aquilo que elas dispuseram por meio de pagamento de tributos [os impostos]. São os chamados serviços públicos ofertados pelo estado; alimentação, moradia, lazer, segurança, saúde, educação, etc. III. Individuais e coletivos dos trabalhadores [art. 7 ao 11] Art. 7º Caput “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; ” [...] *Os Direitos e Garantias Individuais e Coletivos dos Trabalhadores compreende 34 incisos ao artigo 7º da CF88 Art. 8º “É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; ” *O artigo 8º compreende 8 incisos. Art. 9º “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei” Art. 10. “É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.” Art. 11. “Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.” Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com IV. Nacionalidade [art. 12 e 13] Aborda sobre quem é efetivamente brasileiro nato e sobre o idioma e símbolos do Brasil Art. 12. “São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; ” [...] Art. 13. “A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. ” V. Participações políticas [art. 14 ao 17] Art. 14. “A soberania popular será exercida pelo sufrágiouniversal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. ” [...] Art. 15. “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. ” Art. 16. “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) Art. 17. “É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. ” [...] • Direitos Fundamentais Dispersos 1. Internos na Constituição Federal 1988 Os Direitos Fundamentais podem estar formalmente expressos na constituição, como é o caso dos previstos do rol no artigo 5º, ou dispersos pela própria constituição em outros artigos que não o 5º; 2. Externos a Constituição Federal 1988 [art. 5 § 2-3] Art. 5º “§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)” Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com PONTO 4 - DIREITOS FUNDAMENTAIS – 12/12 ● Historicidade Criado/reconhecido Aplicado [contexto] Os direitos fundamentais são frutos da evolução histórica, mudando conforme à época. Uma coisa é o direito feito, outra coisa é o direito aplicado. Muitas vezes o reajuste é necessário. Desse modo, tem de ser observado o contexto da aplicação do direito. A norma ela não fica petrificada no tempo, mas dialoga com o contexto social ao qual ela é efetivamente aplicada. ● Acumulabilidade O direito fundamental deve ser sempre ampliado e não diminuído, então a lógica dos direitos fundamentais deve ser de ampliação. A perspectiva dos direitos fundamentais sempre é a de aumento e acumulo. Essa perspectiva encontra referência na teoria da vedação do retrocesso. Em regra, Direitos Fundamentais nunca devem sofrer redução, mas na pratica, existe sim, possibilidade de redução de direitos fundamentais, na Grécia e Portugal por exemplo, por conta da crise financeira, a redução de salários e garantias fundamentais em vários planos sofreram essa redução. Em Portugal, por exemplo, chegou até 20% a redução de salários para todos os níveis e categorias. ● Relatividade* O princípio da relatividade diz que os direitos fundamentais devem ser pesados sempre e de acordo com cada caso concreto, os direitos fundamentais são todos iguais e tem o mesmo peso e relevância, na teoria. Mas, na hora da resolução de um caso prático isso muda. [Os direitos fundamentais foram pesados na franca na rev. francesa, como direitos absolutos, para não dar vazão ao estado para mexer nestes direitos]. A antinomia jurídica, aplicada aos direitos fundamentais será resolvido pelo julgador. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Os direitos fundamentais têm pesos iguais em tese, mas no caso concreto ele não será visto como absoluto e estanque, cabe ao julgador decidir qual direito fundamental tem o maior valor naquele contexto especifico. Desse modo, a decisão do juiz pode ser diferente para casos que evoquem os mesmos direitos fundamentais, pois cada caso terá uma particularidade e cada julgador terá uma forca de convicção diferente. O ponto que decide entre uma norma fundamental e outra é o lastro da fundamentação teórica. Desse modo, ao decidir entre a relatividade de duas normas, a necessidade da fundamentação e de extrema importância, sob vista de nulidade caso não ocorra, como previsto no Art. 93, inc. IX da CF88 ● Proteção diferenciado Os direitos e garantias fundamentais não podem ser piorados nem mesmo por meio de emenda constitucional. Se for para lastrear o direito fundamental ou criar um outro que aumente a proteção, o projeto de emenda constitucional é valido. Mas se for para redução, essa previsão é impossível, tendo em vista que direitos fundamentais são cláusulas pétreas, sob vista do Art. 60, parágrafo 4 da CF88. ● Indisponibilidade relativa Indisponibilidade é a impossibilidade de abrir mão de algo. Disponível é aquilo que você pode manter com você ou abdicar. Em regra, os direitos fundamentais são indisponíveis, pois não se pode abrir mão dele. Mas isso é relativo. Essa relatividade é aplicada quando um sujeito por desespero ou força maior abre mão do seu direito fundamental. Por exemplo, um sujeito que se dispõe a trabalho análogo a escravidão por necessidade; mesmo tendo essa liberdade ele não pode abrir mão e a intervenção estatal deve existir nesses casos, para que seja garantida o direito fundamental do sujeito, isso é indisponibilidade relativa. ● Alienabilidade relativa Alienar é transferir propriedade, pode ser de maneira gratuita ou onerosa, por meio de doação ou venda [dinheiro não é a única forma de onerosidade, a doação com encargos é por exemplo onerosa. Onerosidade faz relação com contrapartida] Pode-se vender direitos fundamentais? Sim, é possível vender, por exemplo vender sua foto, vender seus direitos autorais. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com ● Imprescritibilidade relativa A qualidade daquilo que é prescritivo, perda de algo que se pretenda pela junção de dois fatores a passagem do tempo ou inércia do titular do direito. Preclusão, prescrição de uma previsão dentro de um processo. Tem dias para contesta o caso, passou e não contestou, perdeu. Em regra: direitos fundamentais não se perdem pelo seu não uso. Mas nem todo direito fundamental é imprescritível, alguns tem tempo para ser usados, o dano material, por exemplo, necessita de um tempo certo para se cobrar. ● Princípio da concorrência Em litígios, geralmente vários direitos fundamentais estão em jogo, mas nesta mesma situação é necessário escolher qual prevalecerá para entrar com pedido de proteção pois eles por serem tantos são concorrentes entre si. ● Princípio da não taxatividade Possibilidade de criação de novos direitos fundamentais além dos previstosno texto constitucional. Geralmente a doutrina elabora novos direitos fundamentais e a jurisprudência adota. Isso por que de um direito já existente pode surgir e um novo, por exemplo a razoabilidade e a proporcionalidade. Um novo direito fundamental que vem surgindo é o direito ao esquecimento, onde a pessoa tem o direito de ter seu nome retirado de qualquer meio de comunicação e ferramenta de busca. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com PONTO 5 – TITULARIDADE DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E NACIONALIDADE • Noção de Titularidade Pode ser entendido em dois núcleos, os brasileiros e os estrangeiros residentes no pais. Segundo Sarlet: “titular do direito é o sujeito do direito, ou seja, é quem figura como sujeito ativo da relação de direito subjetivo. (Enquanto destinatário do direito é a pessoa [física ou mesmo jurídica ou ente despersonalizado] em face da qual o titular pode exigir o respeito, proteção ou promoção do seu direito).” Afirma a constituição, no art. 5º, caput, que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”. • Estrangeiros residentes no Pais A constituição diz que só estrangeiros residentes teriam seus direitos fundamentais reconhecidos e garantidos pelo estado Brasileiro, mas a doutrina criticou duramente dizendo que não era razoável um turista ou um transeunte de um cruzeiro, ou avião, estar no Brasil e não ter seus direitos fundamentais reconhecidos. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”. • Compreensão do STF quanto a abrangência De tanto a doutrina tratar sobre o assunto, o STF decidiu por jurisprudência que a expressão “estrangeiro residente” deveria ser ignorada, onde não só o estrangeiro residente, mas todos os outros que se encontrem no território brasileiro terão a titularidade de seus direitos fundamentais garantidos. “Uma primeira leitura dá a impressão que os direitos fundamentais remetem apenas aos brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, com exclusão dos estrangeiros e das pessoas jurídicas. Essa interpretação literal (decorrente desta falha de redação) levaria ao entendimento (absurdo) de que não se garante aos estrangeiros não residentes no Brasil, mas que estejam aqui de passagem (ex.: turista) os direitos e garantias fundamentais; como também não se garante às Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com pessoas jurídicas o direito de propriedade, dentre outros compatíveis com a sua natureza. “De acordo com o princípio da universalidade, todas as pessoas, pelo fato de serem pessoas, são titulares de direitos e deveres fundamentais, o que, por sua vez, não significa que não possa haver diferenças a serem consideradas, inclusive, em alguns casos, por força do próprio princípio da igualdade, além de exceções expressamente definidas pela Constituição, como dá conta a distinção entre brasileiro nato e naturalizado, algumas distinções relativas aos estrangeiros, entre outras. É preciso ressaltar, inclusive, que o princípio da universalidade não é incompatível com o fato de que nem mesmo os brasileiros e os estrangeiros residentes no País são titulares de todos os direitos sem qualquer distinção, já que há direitos que são atribuídos apenas a determinadas categorias de pessoas. Assim ocorre, por exemplo, com os direitos dos cônjuges, dos pais, dos filhos, dos trabalhadores, dos apenados, dos consumidores, tudo a demonstrar que há diversos fatores, permanentes ou vinculados a determinadas situações ou circunstâncias (como é o caso da situação familiar, da condição econômica, das condições físicas ou mentais, da idade etc.) que determinam a definição de cada uma dessas categorias. Em suma, o que importa para efeitos de aplicação do princípio da universalidade é que toda e qualquer pessoa que se encontre inserida em cada uma dessas categorias, seja a princípio titular dos respectivos direitos.” (trecho retirado de “Curso de Direito Constitucional”, parte referente à Sarlet) Canotilho: “A universalidade será alargada ou restringida de acordo com a postura do legislador constituinte, sempre respeitando o núcleo essencial de direitos fundamentais, que é intangível por qualquer discricionariedade, núcleo que pode ser alargado pela atuação e concretização judicial dos direitos”. (!) O Panda adverte: A Constituição Federal, orientada pelo princípio da dignidade da pessoa humana e pelos conexos princípios da isonomia e da universalidade, reconhece que TODAS as pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, com residência ou não no Brasil, são titulares dos direitos fundamentais previstos na Constituição, salvo quando a própria Constituição exclui algumas delas. Casos de exclusão: os direitos políticos foram limitados aos brasileiros, com exclusão dos estrangeiros (exceto o português com residência permanente no Brasil, que, havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, pode gozar dos direitos políticos no país. Art. 12, parágrafo 1º). E até mesmo entre os brasileiros alguns direitos só podem ser exercidos pelos brasileiros natos, com a exclusão dos brasileiros naturalizados, como o direito de ocupar determinados cargos (art. 12, parágrafo 3º). Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Art.12, § 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) Art.12, § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Art.12, § 3º - São privativos do brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) (!) O Panda adverte: - Mesmo que sejam poucas as normas que expressamente atribuam direitos as pessoas jurídicas, estas têm direitos fundamentais desde que sejam compatíveis com a natureza da pessoa jurídica, ex.: direito a propriedade. Convém não esquecer, no entanto, nesta perspectiva, que a extensão da titularidade de direitos fundamentais às pessoas jurídicas tem por finalidade maior a de proteger os direitos das pessoas físicas. - O estrangeiro pode ter direitos civis restritos no Brasil, desde que baseados na Constituição. - Até mesmo o estrangeiro que nunca veio ao país, pode ter direitos assegurados aqui. Ex.: propriedade. ” • Regra Geral (art. 5, caput) Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”• Brasileiros a) Identificação I. Pessoa física/natural ou jurídica/artificial Os direitos fundamentais não são exclusivamente das pessoas físicas, existem direitos fundamentais voltados para pessoas jurídicas, por exemplo o dano moral a uma empresa, nesse caso é garantido, em regra, a indenização por violar um princípio fundamental; II. Brasileiros Natos ou Naturalizados (art. 12) i. O artigo XII traz que são brasileiros natos: Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Art. 12. “São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira ; c ) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)” O brasileiro nato é aquele que por conta do seu nascimento gera um vínculo jurídico originário com o estado brasileiro. Então aquele que nasce no brasil é brasileiro nato. (!) O Panda adverte: Apátrida/apátrida é aquele que não tem nacionalidade nata definida, por que os critérios de definição de nacionalidade se chocam. ii. No caso dos naturalizados: Naturalização é um processo de aquisição da naturalidade. Brasileiros naturalizados são aqueles que na forma da lei adquiriram nacionalidade brasileira. Existe uma lei ampla e uma especifica, a especifica diz que os falantes de língua portuguesa podem pedir naturalização tendo pré- requisito, 1 ano de moradia fixa interrupta e idoneidade moral. E para os demais estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, também cabe o pedido de naturalização I - Naturalizados: Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) Portugueses Português é estrangeiro, sem discussão. O que ele tem são concessões mais favoráveis para tornar um brasileiro naturalizado. Art. 12 “§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) ” c) Cargos Privativos [exclusivos] Não poderá haver distinção entre brasileiros natos ou naturalizados, salvo as previsões dadas pela Constituição Federal Art. 12º § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) d) Perda da Nacionalidade do Brasileiro Pode-se perder a condição de brasileiro nato ou naturalizado. O naturalizado que mentiu para conseguir sua naturalização; neste caso pode sofrer como sansão a perda de sua naturalização. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Pode-se perder a naturalidade nata se caso requerer outra nacionalidade. Quando se abre mão da nacionalidade nata, aquele que adquiriu outra de maneira voluntaria, perderá a sua nacionalidade brasileira. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária. II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) (!) O Panda adverte: Imposição de naturalização significa que ou o indivíduo se naturaliza por pressão estatal. e) Reaquisição No caso de um brasileiro nato, perder sua nacionalidade, ele poderá pedir para ser naturalizado, mas não poderá mais ser nato, outra vez. III. Animais (?) Animais podem ser titulares de direitos fundamentais. Por que a lógica dos direitos fundamentais vem sempre pensando que os direitos fundamentais são para os seres vivos, e não só para humanos. IV. Robôs (?) Tese do Min. Marco Aurélio, poderá os robôs terem direitos fundamentais um dia. A doutrina já vem discutindo o tema pensando nesta previsão. V. Entes não personalizados (?) Entes não personalizados ou despersonalizados são: a massa falida, o espólio, a herança jacente, a herança vacante, a sociedade irregular e o condomínio edilício. Exemplo de direitos fundamentais para entes não personalizados: No caso de pessoas que não podem requerer ação por elas mesma, quem irá requer será seu espolio e já se discute a garantia de direitos fundamentais para este. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Ponto 6 - EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E INTERPRETAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • Noção O que é considerado eficaz no direito fundamental? Eficácia e efetividade são coisas distintas. Eficáciaé a potencialidade de mudança da norma sobre o caso concreto, ela não muda em concreto, mas tem o potencial de mudança. Já a Efetividade, é a norma concretizada, ou seja, é norma que muda a realidade em concreto, efetivamente falando. • Regra Geral Todo direito fundamental deve ser tratado como norma de eficácia plena. Alguns são de eficácia contida, como o art. 5 inciso 13. Art. 5º XIII – “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Pode se falar que existe direitos fundamentais com base em eficácia limitada? Existe, como a restrição ao sigilo de dados, salvo o sigilo telefone. Em regra, o que este artigo traz é uma proteção que é o sigilo, mas uma limitação que é o caso do telefone. Art. 5º XII – É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) Relembrando: Direito fundamental serve para limitar o arbítrio do estado. • Eficácia Jurídica: As normas constitucionais podem ser auto executáveis, ou seja, normas obrigatórias que detém eficácia plena, não precisando de atividade legislativa para que possam ter integral operatividade ou não auto executáveis, ou seja, normas constitucionais que não dispunham de força suficiente para se impor após a sua promulgação necessitando de legislação complementar a fim de complementar a sua operatividade, sendo, portanto, meros conselhos e recomendações. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com O advento das normas programáticas promove o reconhecimento de que não existem normas constitucionais apenas conceituais, estas necessitam ter o mínimo de eficácia. José Afonso da Silva realiza uma divisão, fixando dois períodos de concretização da norma: Aplicação e Eficácia, atribuindo três tipos de norma: I. Norma de Eficácia Plena: Normas que dispõem de aplicabilidade direta, imediata e integral, ou seja, não dependem de outras leis, correspondem aos preceitos constitucionais completos, contendo todos os requisitos e elementos para sua incidência direta. II. Norma de Eficácia Contida: Normas que dispõem de aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não integral, visto que admite restrição por lei, podendo ter sua amplitude reduzida por iniciativa do poder legislativo, porém enquanto não sobrevier legislação restritiva, as cláusulas constitucionais vigoram plenamente, como se fossem preceitos de eficácia plena. Ex: A ausência de lei neste caso não compromete a proteção em face da automação. Art. 7º XXVII – “proteção em face da automação, na forma da lei; ” III. Norma de Eficácia Limitada: Normas que dispõem de aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, visto que dependem da lei futura para que haja total aplicabilidade, necessitam, portanto, de interposição legislativa para integrar eficácia ao preceito constitucional. A crítica a essa classificação é oriunda de Virgílio Afonso da Silva [seu filho], este enuncia que o propósito de José Afonso da Silva ao conceber tal classificação era chamar atenção para as partes da Constituição Federal que não eram aplicadas por falta de ação do Poder Legislativo, inobstante esse propósito não foi alcançado, já que a classificação foi adotada pelos setores mais conservadores da doutrina, servindo à manutenção da desigualdade. Sendo assim, a primeira crítica tecida é que a classificação atenta para o texto da norma, exegese literal (forma como é escrita), mas não atenta para o conteúdo. Além disso, Virgílio defende que toda norma constitucional tem eficácia positiva ou negativa. A negativa nunca depende da lei, as normas são sempre de eficácia plena, porém não existe uma norma realmente limitada, mas uma norma positiva. Dessa forma, a classificação de José Afonso da Silva oferece mais prejuízos do que benefícios, esquecendo-se da eficácia negativa, supondo existirem normas e eficácia plena, enquanto toda norma é plena. Conclui-se, portanto, através da concepção apresentada por Virgílio Afonso da Silva, que ao reconhecer o direito como fundamental, ele ganha aplicabilidade imediata ainda que não haja lei. Logo, todos os direitos Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com fundamentais detêm aplicabilidade imediata, inclusive os direitos sociais e econômicos. Art. 5º § 1º - “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. ” Para alguns doutrinadores a norma limitada deveria ser excluída quando se tratado de normas de direitos fundamentais • Eficácia Horizontal Parte-se aqui da premissa que dois indivíduos estão no mesmo patamar de direitos. A eficácia horizontal ou contra terceiros ou eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas ocorre quando se têm direitos fundamentais usados nas relações contra particulares que agem como tal. Discute-se se os direitos fundamentais são ou não aplicáveis no âmbito das relações entre pessoas físicas e ou políticas. Com a complexidade das relações sociais, agravada pela crescente desigualdade entre os homens, a doutrina dos direitos humanos começou a perceber que a opressão das liberdades não decorria apenas do Estado, mas também do próprio homem em sua relação com o seu semelhante. Na medida em que se tem uma concentração econômica transnacional, grandes corporações, empresas e associações pressionando os Estados e questionando sua soberania, é necessário que se faça existir proteção jurídica no âmbito das relações privadas, com o fim de proteger o homem da prepotência do próprio homem, em especial de pessoas, grupos e organizações privadas poderosas. Daí se falar em Eficácia Horizontal (entre indivíduos e indivíduos ou entre indivíduos e empresas, havendo igualdade entre ambos os polos da relação, também referida como “eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas” ou “eficácia privada dos direitos fundamentais”). Exemplo de Corporações transnacionais ferindo direitos fundamentais: FIFA – copa das confederações e copa do mundo, questão da venda de bebidas nos estádios. (!) O Panda adverte: Benedita M. diz que não deveria se chamar eficácia horizontal, pois a relação é assimétrica, alguns indivíduos têm mais direitos do que outros. • Eficácia Vertical A eficácia vertical é o uso dos direitos fundamentais nas relações contra o Estado. A doutrina veio chamar de eficácia vertical a tentativa de compensação do estado frente ao indivíduo. Com isso, a eficácia vertical vem impor ao estado a restrição daquilo que ele quer impor ao indivíduo, caso seja inadequado. O direito fundamental vem, na contramão, para segurar os mandos e desmandos do estado que se chocam os direitos fundamentais. A imagem é a mão do estado Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com de cima para baixo querendo por meio do seu arbítrio esmagar os indivíduos, em baixo, estão os indivíduos com os direitos fundamentais a eficácia vertical vem ao meio para impedir o arbítrio do estado salvaguardando os indivíduos [impedindo que a mão do estado os esmague] • Eficácia Irradiante A não taxatividade, é a possibilidade de que os direitos fundamentais possam gerar novos direitos fundamentais em função deles próprios. A noção de eficácia irradiante é a ideia que os direitos fundamentais são a base para que surjam novos direitos, irradiando outros novos, pormeio e partindo desta base de direitos fundamentais já existente. Em outras palavras: partindo do pressuposto de que as normas de direito fundamental são princípios, se são princípios eles têm eficácia irradiante, ou seja, o valor deles se espalha pelo ordenamento. • Eficácia Imediata (Art. 5 p.1) No artigo V diz que os direitos e garantias fundamentais tem aplicabilidade imediata. Mesmo que se crie um direito fundamental subordinado a aparente norma de eficácia limitada, deveria ser convertida em eficácia plena ou pelo menos contida. Art. 5 § 1º “As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.” • Interpretação x Hermenêutica A eficácia é importante sob a luz da interpretação. Hermenêutica é a ciência que estuda a interpretação, a comunicação. Quando se fala de interpretação se fala de reconhecimento, de mostrar um outro universo a outra pessoa I. Significado A interpretação serve para se obter significado. II. Ampliativo x Restritivo Existirá dois modos de interpretação, o modo ampliativo e restritivo; Em regra, os direitos fundamentais devem ser interpretados sempre com a perspectiva de ampliação [método ampliativo], mas isso nem sempre será possível, vide caso de Portugal e Grécia. Deve-se buscar sempre interpretações ampliativas aos direitos fundamentais. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com O método restritivo, poderá e deverá ser usado quando os direitos fundamentais são concorrentes entre si, desse modo, para melhor protetividade ao caso concreto uma interpretação restritiva poderá ser adotada, mas que gere como resultado final uma grande abrangência de garantias fundamentais. III. Princípio da Máxima efetividade A interpretação deve buscar os melhores resultados possíveis, buscar a melhor forma de interpretação benéfica, para que ao fim se amplie os direitos fundamentais. Por exemplo, o conceito de filho para constituição no caso de brasileiro nato é interpretado pela doutrina majoritária como, filho adotado, filho de outro pai, filho de barriga de aluguel, por que essa interpretação busca ampliar a garantia aos direitos fundamentais. A norma não traz isso detalhado, mas sim a interpretação dada que busca uma máxima efetividade aos direitos fundamentais. IV. Princípio da ponderação dos bens Como os direitos fundamentais são concorrentes e por serem tantos acabam se chocam, deve-se ao máximo tentar fazer com que eles se entendam por meio do princípio da ponderação, ou seja, chegar ao equilíbrio que proporciona a maior proteção possível ao sujeito. V. Princípio da proporcionalidade A ideia de proporcional em direito possui três subdivisões. Proporcional poderá ser aquilo que é adequado, necessário e proporcionalidade em sentido estrito a Adequado; Aquilo que vai se decidir precisa ser adequado a realidade concreta, ou seja. Os meios e os fins devem estar proporcionais para que haja uma regulação final proporcionalmente adequada. Por exemplo, um processo que se gasta muito por tão pouco, não é proporcionalmente adequado. b Necessidade; Aquilo que pode ser excluído ou trocado por outra coisa deixa de ser proporcional. Dito de outro modo; para que seja proporcionalmente necessário o que se é discutido ou a lide em questão deverá ser insubstituível. c Proporcionalidade em sentido estrito; É a análise do que é proporcional, mediante a percepção do caso concreto. Ex: um sujeito trabalha a 40 anos de forma honesta e ilibada em uma repartição pública, nunca faltou, nunca deu motivos para críticas, é um funcionário exemplar. Mas, um dia ele faz algo ruim que acaba gerando um processo administrativo contra ele. Ao dar a sansão a esse sujeito, uma punição de demissão seria proporcional? Não se Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com pode afirmar, pois isso vai depender do caso concreto, ou seja, ao sentido estrito. RESTRIÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • É possível limitar Direitos fundamentais? Limitar direitos fundamentais não necessariamente significa impedir a sua eficácia. Mas os direitos fundamentais não podem ser piorados? Sim, mas a expressão do artigo 60 p.4 diz que não pode haver emenda à constituição TENDENTE a abolir cláusula pétrea. Outro argumento é que os direitos fundamentais não são absolutos, e é passível de relativização • Restrições Constitucionais Âmbito de proteção é diferente de Bem Jurídico Pensar num âmbito de proteção é pensar porque o direito existe e o que ele protege. Ex: A pessoa tem o direito de determinar o que ocorre na sua casa, nela ninguém pode entrar sem o consentimento do morador, se relacionando com o direito à privacidade. “Art. 5º XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; ” O direito fundamental pode ser restringido na Constituição, est apresenta mesma hierarquia normativa que o próprio direito fundamental, devendo ser respeitada. “Art. 5º XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; No momento em que concede o direito de inviolabilidade do domicílio, o restringe também.” Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com ▪ É evidente que a inviolabilidade domiciliar não pode ser invocada se o delito está em curso ou acabou de ser cometido (estado de flagrância), em caso de desastre ou delito; para prestar socorro; com o consentimento do morador; durante o dia (não é sinônimo de expediente profissional, mas se refere à iluminação inerente), por determinação judicial para que haja respeito ao descanso noturno e garantir maior fiscalização dos agentes que cumprem essa ordem. Se houver crime ou estado de flagrância, a decisão judicial é dispensável, podendo ocorrer a penetração em quaisquer períodos do dia. ▪ O STF estende o conceito de casa para abranger também o domicílio profissional dos indivíduos. Outro exemplo de restrições aos direitos fundamentais previstas constitucionalmente são as determinadas nos artigos 136, 139 e 220 §4 da constituição, onde diz: “Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; [...]” “Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; II - detenção em edifício não destinadoa acusados ou condenados por crimes comuns; III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; IV - suspensão da liberdade de reunião; V - busca e apreensão em domicílio; VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com VII - requisição de bens.” Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.” “Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição . § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.” • Restrições Legais Para Os Direitos Fundamentais o Limites trazidos na regulamentação legal dos Direitos Fundamentais. • Restrições materiais Os direitos sociais são os direitos fundamentais menos cumprido. Quando não se dá garantia de cumprimento para o direito, ele se torna vazio ou nem se torna. Não adianta garantir saúde e não dar hospitais, educação e não dar escolar, lazer e não dar condições para isso. Desse modo, a ideia de restrições materiais voltados aos direitos fundamentais diz respeito a concretude do que é previsto como um direito fundamento. Quando essa previsão dada por um direito fundamental não é efetivamente cumprida, a restrição material ocorre, pois não houve concretização do idealizado em norma. • Restrições Jurisprudenciais Essas restrições dizem respeito as decisões dadas pelos tribunais. Estas variam sobre um mesmo tema frequentemente. O supremo tribunal federal por exemplo, hora, decide em prol da sociedade, hora decide em prol da indivídulidade. Um termo usado por Fábio Periandro é esquizofrenia constitucional, segundo ele, isso o ocorre quando os tribunais têm a incapacidade de manter jurisprudências consolidadas sobre determinado tema. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com ISONOMIA • Ideia inicial: desigualdade inata A preocupação primeira do constituinte Brasileiro foi dar a todos tratamento igual, tendo em vista que a ideia de isonomia vem como expressão primeira na constituição. É preciso se preocupar com isonomia por que de forma inata todos são desiguais [tendo em vista as suas características singulares/próprias de cada um], por isso, o tratamento desigual é nato, também, por um comportamento social. A preocupação é que essa desigualdade inata não progrida a tal ponto que venha gera a injustiça. • Equalização e justiça Tenha em mente que equalizar não necessariamente é dar justiça. Lembre dos exemplos de equity and law. O direito necessariamente precisa ser objetivo e impessoal. Nem toda decisão jurídica será moralmente uma decisão acertada, e em alguns momentos decisões morais serão não jurídicas [tendo em vista o direito positivo], mas serão decisões que em sentido material promovem a real e necessária equalização que o caso necessita. • Igualdade = Isonomia o Isonomia formal Quando se dá um tratamento essencialmente proporcional a todos, se tem expresso uma isonomia formal. Ela trata os iguais de forma igual. Na isonomia formal o tratamento não é diferenciado entre as partes, todos os sujeitos estão sob um mesmo manto de igualdade. o Isonomia material Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Na isonomia material, os iguais são tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual, no limite da sua desigualdade. Com isso, se busca a equidade. A isonomia material não busca dar privilégios, mas sim, dar condições ao diferente para que estejam na mesma proporção de condições que os demais. Um exemplo de isonomia material são as cotas. • Previsões Constitucionais Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; • Súmula Vinculante 37 STF Esta súmula, trata sobre o aumento de remuneração de servidor público, por meio judicial. Ela diz respeito para casos com a seguinte situação: João, é servidor na secretaria de educação e recebe um salário de 2.000,00. Maria, é servidora na secretaria de desenvolvimento, e exerce a mesma função que João, mas recebe 1.500,00. Sabendo disso, Maria entra com ação pedindo correção deste salário, já que ela exerce a mesma função do seu colega João, porém recebendo menos. O que o STF decidiu é que modificar o salário de Maria, tendo o argumento do princípio da isonomia não seria válido, pois o judiciário estaria exercendo o dever do legislativo, e que ainda, violaria o princípio da reserva legal, previsto no art.37, X, da C/88 segundo o qual a remuneração dos servidores públicos somente pode ser fixada por lei específica: Art. 37 (...) X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; A súmula vinculante 37 do STF diz que: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.” • Sistema de Compensações: “discriminação positiva” Discriminação positiva é um tipo de discriminação que tem como finalidade selecionar pessoas que estejam em situação de desvantagem tratando-as desigualmente e favorecendo-as com alguma medida que as tornem menos desiguais. Neste sistema que entra as cotas. Por que separa, discrimina, o diferente e o equipara dando condições (positivas) para que a igualdade seja alcançada, frente ao seu diferente. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com SEGUNDA PARTE DO CURSO: DIREITO CONSTITUCIONAL EM ESPÉCIE DIREITO A VIDA • Noção Para Fabio Periandro: vida é um milagre juridicizado. A vida se enquadra nos direitos básicos, trazidos pela constituição juntamente a outros. Só é falado de vida no caput do artigo 5, mas não existe na constituição norma que trate especificamente sobre vida. Para o professor André Batista Tavares, o direito à vida é uma pré-condição para o exercício dos outrosdireitos, sem vida não há nenhum outro direito fundamental possível. Apesar da importância deste, o direito supracitado não aparece na história com tanta frequência nos direitos constitucionais. Apareceu na Declaração de direitos do povo da Virgínia 1776, nas emendas da Constituição Americana (V Emenda), porém posteriormente não é mencionado em nenhum texto constitucional Atenta-se aqui que o conceito de vida não é um fenômeno estritamente jurídico. Mas para efeito de entendimento, e abordagem do campo jurídico, vida aqui será tratado de forma jurídica. • É Uma Matéria Constitucional A constituição prevê a inviolabilidade do direito à vida. Isso significa que a vida de outrem não pode ser atentada. Dois princípios ao falar de vida se atendo a um significado jurídico, é a objetividade, o bom senso e a relatividade. A vida ganhou preocupação constitucional, a partir da Constituição Federal de 1934 que propunha um direito à vida de forma indireta. Sendo assim, no Brasil, até 1946, o Direito à Vida era um direito fundamental implícito. O histórico Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com desapreço à vida se reflete na própria história constitucional brasileira. A consagração tardia é um sintoma de como se trata a vida como bem jurídico- constitucional no Brasil. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Tradicionalmente, o direito à vida requer uma proteção contra a proibição arbitrária da vida, ou seja, o direito de permanecer existindo. Sendo assim, o conceito de vida é um enunciado dirigido ao Estado para que respeite o direito de viver de todos os indivíduos. Uma das ocorrências mais intensas dessa proteção é a vedação à pena de morte, que na Constituição, assumiu caráter expresso (art. 5º, XLVII), apresentando como exceção o caso de guerra declarada (art. 4, XIX). Ao enunciar que o direito à vida é inviolável, quer dizer que este não poderá ser ofendido por outros que não sejam os seus titulares, por esta razão, apresenta eficácia horizontal e vertical. José Afonso da Silva afirma que o direito à vida abrange 4 direitos essenciais: o direito à existência, direito à integridade física, direito à integridade moral e direito ao mínimo existencial. O direito à vida como direito à existência é tratado constitucionalmente como Irrenunciável, por esta razão, o suicídio não é juridicamente aceitável. A irrenunciabilidade tem a ver com a impossibilidade de renunciar, esta pode se relacionar à titularidade do direito ou com relação ao exercício do direito. À medida em que a moral da sociedade se altera, mais e mais pessoas admitem a possibilidade de renúncia ao direito à vida. Segundo Batista Neves, não há um dever à vida, mas um direito à vida. Além disso, é inviolável, a Constituição só abre uma exceção: em caso de guerra declarada, é possível que haja pena de morte e essa declaração de guerra deve ser proclamada como tal pelo chefe do Poder Executivo, tem que ser referendada pelo Congresso Nacional. A guerra Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com declarada pressupõe a existência de um inimigo externo, porém quando se constata uma luta contra um inimigo interno, tecnicamente não é uma situação passível de aplicação da pena de morte. XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; O panda adverte: O direito à vida é relativo, e o direito à vida será colocado de lado em relação a outros princípios, por exemplo a segurança pública, a pena de morte em caso de guerra aclarada por exemplo. A legislação infraconstitucional diz, ainda, a eximentes de culpabilidade retira a culpa quando se atua; pela legitima defesa, exercício legal da profissão, etc. • Início da vida A constituição não aborda sobre quando se inicia a vida, quem traz conceituação sobre é norma infraconstitucional. O código civil diz que a vida se inicia quando a pessoa nasce com vida. Essa é uma conceituação oriunda da teoria natalista. “C.C Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. ” Existem três concepções quanto ao início da vida: a teoria natalista, a teoria concepcionista e a teoria da nidação. I. A teoria natalista: A vida somente é protegida a partir do nascimento; II. A teoria concepcionista Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com A vida é protegida a partir do momento da concepção (espermatozoide e o óvulos se encontram gerando a fecundação); III. A teoria da nidação: A vida se inicia quando o óvulo fecundado é nidado [fixado] na parede uterina. A Constituição não enuncia quando começa a vida o Aborto O aborto desde a década de 1940 é criminalizado no Brasil. No entanto há resoluções que permitem, como o caso de estupro, de risco de vida da mãe por conta da gravidez e mais recentemente a anencefalia. o Nascituro Nascituro é quando o feto já nasce morto. Isso gera inúmeras consequências judiciais, como certidão de nascimento e óbito, herança e sucessão, etc. • Término da vida O findar da vida tem inúmeras relevâncias jurídicas, como sucessão o Eutanásia A principal questão a respeito da eutanásia é em que condições e como isso irá acontecer. Ou seja, em que estado emocional, principalmente, a pessoa que requer eutanásia está? Tendo em vista que a dor é um catalizador de decisões bruscas. Um meio de remediar isso é o testamento vital, no testamento vital é possível se fazer uma manifestação de vontade clara, onde se projeta o que quer que se faça com o indivíduo quando este não tem mais condições para isso. O testamento vital serve por exemplo para que se expresse e se confirme que o sujeito não mais vivo tinha sua vontade de doar órgãos, mesmo a família não querendo. A Eutanásia é a abreviação da vida de alguém antes do momento em que ela normalmente se expiraria. Com a medicalização do morrer liga-se a ideia da eutanásia com a morte hospitalar, porém esta pode ocorrer em qualquer ambiente, bastando que uma pessoa queira finalizar a vida de outra pessoa, imbuído de um sentimento de piedade. A eutanásia pode ocorrer por comissão (eutanásia ativa), quando há comportamento positivo, concreto que antecipa a Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com vida de alguém, a exemplo do tiro de misericórdia ou a injeção letal. Podendo ocorrer também por omissão, quando se elimina o suporte à vida de alguém por motivo de piedade, nesse caso é mais comum se associar à morte hospitalar. O sentimento de piedade é importante para que se caracterize a eutanásia. No caso da médica que antecipava a morte dos pacientes que não poderiam pagar para ceder lugar àqueles que poderiam não é considerado eutanásia, visto que não se constata um sentimento de piedade. A eutanásia no Brasil é homicídio com atenuante, visto que é possível haver atenuação, mesmo em homicídio qualificado.Ainda assim, se tem a eutanásia com uma atenuante, caso se prove que foi esse o motivo. Entretanto, é crime, em razão da irrenunciabilidade da vida. o Distanásia [Prolongamento artificial] Hoje, com o avanço da tecnologia, o prolongamento artificial da vida ou sobrevida existe, como por exemplo o congelamento de um corpo e o prolongamento de uma vida por meio de maquinas, como o estado vegetativo. Desse modo, a distanásia é o prolongamento da vida custe o que custar, não importando o quanto o indivíduo sofra. É induzir tratamentos desnecessários, que não apresentam respostas terapêuticas significativas, sendo utilizados apenas para manter aquela vida. A distanásia desrespeita da dignidade humana do paciente (só é possível dentro de um ambiente hospitalar). O panda adverte: A distanásia é tão anti-jurídica e punida quanto a eutanásia, apesar de não existir crime específico, trata-se de uma atitude antijurídica. Aquele que o faz pode ser obrigado a indenizar o paciente. • Vida Dos Animais Os animais também vêm se tornando sujeitos possuidores de direito. A ideia é a busca do reconhecimento do valor intrínseco de todos os seres. Desse modo, TODO ser é um fim, não um meio. A vida dos animais sendo protegida sob vista do direito fundamental vai encontrar alicerce inicial nas redações de Peter Singer em 1975, este escreve Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com um livro em defesa dos animais utilizando dois princípios básicos sendo; o utilitarismo e o da igual consideração de interesses. A questão se faz em torno da vida X alimentação. Seria o direito a satisfação maior que o direito à vida? É partindo dessa questão que Peter Singer desenvolve sua abordagem. • Vida Das Pessoas Jurídicas Diz respeito a continuidade de empresas, titularidade de direito para empresas. A visão é que quando se mata uma empresa, existem pessoas que em sentido metafórico também morrem, tendo em vista a necessidade daquela empresa para subsistência delas. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE PROPRIEDADE • Bem, Posse e Propriedade O conceito de Bem é “coisa valorada”. Os bens são objetos de direito e correspondem a tudo que pode ser pecuniariamente estimado, ou seja, avaliado em dinheiro. São bens: os animais em geral, energia elétrica, fotografias, dinheiro, joias e outras coisas como informação, tecnologia, segredos empresariais, cadastros e outros dados de pesquisa. (LEITE, Gisele. Considerações sobre bens na Teoria Geral do Direito. In Âmbito Jurídico. >http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=1274&n_link=revista_artigos_leitura<. Acesso em: jan 2017) No entanto, Cezar Fiúza expõe que “bem é tudo aquilo que é útil às pessoas sendo suscetível de apropriação” (FIÚZA, 2004, p. 171). Posse: é o estado de fato que corresponde ao direito de propriedade. A posse é uma exteriorização da propriedade, na teoria de Savigny a posse seria um fato e a propriedade um direito (GONÇALVES, 2010, p.14-15). A posse tem um ânimo transitório, enquanto a propriedade tem um ânimo permanente (GONÇALVES, 2010, p.76). Propriedade é o “direito que permite a um titular usar, gozar e dispor de certos bens, desde que ele o faça de modo a realizar a dignidade de pessoa humana.”. KATAOKA, Eduardo Takemi. Declínio do Individualismo e Propriedade. In: Problemas de Direito Civil-Constitucional, 2000, p. 465. O direito de propriedade não se restringe somente a bens imóveis como casas, terrenos, pois não se refere somente a bens materiais. Existem também os bens imateriais, assim considerados quando seu valor pode ser expresso em termos monetários, como por exemplo, os direitos autorais de um escritor. Existe a possibilidade de sermos proprietários de algo com base na má fé. Para se adquirir propriedade existem diversos meios, a aquisição é uma delas e o usucapião é uma outra forma. Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=caderno-digitado-direitos-fundamentais-fabio-periandro RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com Na teoria, pode-se tomar posse de coisa alheia, o usucapião viabiliza isso, quando um sujeito se porta em um terreno de outrem e se mantém por anos, o direito viabiliza a sua posse, nos termos da lei. Art. 1238 do Código Civil - Lei 10406/02 Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. E ainda, a previsão constitucional que diz: Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento) § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Quase sempre quem é dono tem a posse, mas pode ser que o dono possua apenas a posse indireta, onde aluga um imóvel a uma pessoa, este vai ter a posse e o dono vai ter a propriedade. • Previsões na Constituição: art. 5 XXII ao XXXI A constituição garante o direito à propriedade, ela não diz tacitamente, mas indiretamente com esse artigo que o Brasil é um país capitalista. As disposições expressas no artigo V da constituição vão no seguinte sentido: Art. 5; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Baixado por Laura Braga (laurabrag4@hotmail.com) lOMoARcPSD|8366048 RODRIGO BERNARDO rodrigobernardo.jus@gmail.com • Tipos de Propriedades o Material x imaterial Propriedade material, é aquela que é tangível, material, pesável. Esta pode ser tocada, aferida, analisada taticamente. Já as propriedades imateriais são um conjunto de direitos relativos a ideações criadoras ou entidades ideias consideradas em si mesmas ou abstraídas da matéria, na qual se exteriorizam. Muito se discute acerca da natureza dos direitos sobre bens imateriais, mas a opinião dominante é no sentido de identificar-se neles um direito de propriedade, embora sui generis. Desse modo, propriedade imaterial são bens tangíveis, não se pode pegar, são basicamente os conhecimentos e ideias. Os direitos autorais são por exemplo, bens imateriais. o Privada x publica Propriedade privada é aquela que você tem o direito constitucional de manter como sua e que pode e que você tem a possibilidade de como gerir ela da forma que quiser, desde que não afete o direito de outrem. As limitações da propriedade privada ficam pelo
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