Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Trauma abdominal Introdução Avaliação da circulação durante a pesquisa primária inclui avaliação precoce p/ possível hemorragia intra-abdominal e / ou pélvica em pctes que sofreram traumatismo contuso Ferimentos penetrantes no tronco entre o mamilo e o períneo devem ser considerados causas potenciais de lesão intraperitoneal Lesões abdominais e pélvicas não reconhecidas continuam a causar morte evitável após traumatismo troncular Perda de sangue significativa pode estar presente na cavidade abdominal s/ uma mudança dramática na aparência externa ou nas dimensões do abdome e s/ sinais óbvios de irritação peritoneal Qualquer pcte que sofreu uma lesão no tronco devido a um golpe direto, desaceleração, explosão ou lesão penetrante deve ser considerado como tendo uma lesão abdominal, vascular ou pélvica abdominal até que se prove o contrário Anatomia do abdome Abdome anterior é definido como a área entre as margens costais superiormente, os ligamentos inguinais e a sínfise púbica inferiormente, e as linhas axilares anteriores lateralmente Região toracoabdominal é a área inferior à linha do mamilo anteriormente e a linha interescapular posterior e superior às margens costais; engloba o diafragma, fígado, baço e estômago, e é um pouco protegida pelo tórax ósseo Flanco é a área entre as linhas axilares anterior e posterior do 6º espaço intercostal à crista ilíaca Flanco e costas contêm o espaço retroperitoneal; contém a aorta abdominal; veia cava inferior; a maior parte do duodeno, pâncreas, rins e ureteres; Lesões das estruturas viscerais retroperitoneais são difíceis de reconhecer porque ocorrem profundamente no abdome e podem não apresentar inicialmente sinais ou sintomas de peritonite Cavidade pélvica é a área cercada pelos ossos pélvicos Contém o reto, a bexiga, os vasos ilíacos e os órgãos reprodutivos internos femininos Perda de sangue significativa pode ocorrer devido a lesões em órgãos dentro da pelve e/ou diretamente da pelve óssea Mecanismos de lesões Conhecê-los facilita a identificação precoce de lesões potenciais, direciona quais estudos dx podem ser necessários p/ a avaliação e identifica a necessidade potencial de transferência do pcte Contusos/Contundente 60% dos casos Golpe direto, como contato c/ a borda inferior de um volante, guidón de bicicleta ou motocicleta, ou uma porta intrusa em um acidente de veículo, pode causar lesões de compressão e esmagamento nas vísceras abdominopélvicas e nos ossos pélvicos Podem causar ruptura c/ hemorragia secundária e contaminação p/ conteúdo visceral, levando à peritonite associada Lacerações do fígado e baço, ambos órgãos móveis que são fixados nos locais de seus ligamentos de suporte Lesões do alça do balde no intestino delgado também são exemplos de lesões p/ desaceleração Em trauma fechado, os órgãos mais frequentemente lesados são o baço (40%-55%), fígado (35%-45%) e intestino delgado (5%-10%) Além disso, há uma incidência de 15% de hematoma retroperitoneal em pctes submetidos à laparotomia p/ traumatismo contuso Penetrantes Penetração em cavidade peritoneal = laparotomia Ferimentos p/ arma de fogo e ferimentos p/ armas de baixa energia causam danos nos tecidos ao dilacerar e rasgar Feridas de tiro de alta energia transferem mais energia cinética, causando maior dano ao redor do rastro do projétil devido à cavitação temporária Facadas atravessam estruturas abdominais adjacentes e envolvem mais comumente o fígado (30%-40%), intestino delgado (30%-50%), diafragma (20%) e cólon (15%) Feridas p/ arma de fogo mais comumente lesam o intestino delgado (50%), cólon (40%), fígado (30%) e estruturas vasculares abdominais (25%) Explosivos Vários mecanismos, incluindo fragmentos penetrantes e lesões contundentes do pcte sendo jogado ou atingido p/ projéteis Pode causar lesões adicionais nas membranas timpânicas, pulmões e intestino relacionadas à sobrepressão Avaliação e manutenção Em pctes hipotensos, o objetivo é identificar rapidamente uma lesão abdominal ou pélvica e determinar se é a causa da hipotensão Qual é o foco do sangramento? Tórax Abdome Pelve História do pcte, EF e as ferramentas complementares de dx podem determinar a presença de lesões abdominais e pélvicas que exigem um controle urgente da hemorragia Pctes hemodinamicamente normais s/ sinais de peritonite podem ser submetidos a uma avaliação mais detalhada p/ determinar a presença de lesões que podem causar morbidade e mortalidade tardias História Ex: acidente c/ veículo motorizado, informações pertinentes incluem a velocidade do veículo, tipo de colisão (p/ ex: impacto frontal, impacto lateral, impacto traseiro ou capotamento), qualquer intrusão no compartimento de passageiros, tipos de restrições, implantação de airbags, posição do pcte no veículo e situação dos outros ocupantes P/ os pctes lesionados p/ queda, a altura da queda é uma informação importante devido ao aumento do potencial de lesão p/ desaceleração em maiores alturas Prestadores de cuidados pré-hospitalares devem fornecer dados sobre sinais vitais, lesões óbvias e resposta do pcte ao tto pré-hospitalar Ao avaliar um pcte que sofreu traumatismo penetrante, informações pertinentes incluem o tempo de lesão, tipo de arma (p/ exemplo, faca, revólver, espingarda), distância do atirador (particularmente importante c/ ferimentos de tiro, como a probabilidade de as principais lesões viscerais diminuem além da faixa de 10 pés ou 3 metros), o número de ferimentos p/ arma de fogo ou tiros sofridos e a quantidade de sangramento externo observada na cena Verificar magnitude e localização da dor abdominal Explosões podem produzir lesões de pressão excessiva nas vísceras Exame físico Sequência sistemática: inspeção, ausculta, percussão e palpação Seguido pelo exame da pélvis e nádegas, bem como; exames uretral, perineal e, se indicado, retal e vaginal Inspeção, ausculta, percussão e palpação Pcte deve ser totalmente despido p/ permitir uma inspeção completa Na conclusão do EF rápido, cubra o pcte c/ mantas aquecidas p/ ajudar a prevenir a hipotermia Percussão causa ligeiro movimento do peritônio e pode provocar sinais de irritação peritoneal; proteção muscular involuntária é um sinal confiável de irritação peritoneal Determine se o útero grávido está presente e, em caso afirmativo, estime a idade fetal Manutenção pélvica Hemorragia pélvica maior pode ocorrer rapidamente Hipotensão inexplicada pode ser a única indicação inicial de grande ruptura pélvica Instabilidade mecânica do anel pélvico deve ser assumida em pctes c/ fratura pélvica c/ hipotensão e s/ outra fonte de perda sanguínea A colocação de um fichário pélvico é uma prioridade e pode salvar vidas nesta circunstância Achados do EF sugestivos de fratura pélvica incluem evidência de ruptura da uretra (hematoma escrotal ou sangue no meato uretral), discrepância no comprimento do membro e deformidade rotacional de uma perna s/ fratura óbvia Nesses pctes, evite manipular manualmente a pelve, pois isso pode desalojar um coágulo sanguíneo existente e causar hemorragia adicional Realizar palpação suave da pelve óssea A rotação externa da pelve instável resulta em um aumento do volume pélvico que pode acomodar um volume maior de sangue Rx (AP) da pelve é um complemento útil p/ identificar uma fratura pélvica, dadas as limitações do exame clínico Avaliação uretral, perineal, retal, vaginal e gluteal Presença de sangue no meato uretral sugere fortemente uma lesão uretral Equimoses ou hematomas do escroto e do períneo também são sugestivos de lesão uretral Pctes c/ feridas penetrantes, o exame retal é usado p/ avaliar o tônus esfincteriano e procurar p/ sangue denso, o que pode indicar perfuração do intestino Não coloque um cateter urinário em um pcte c/ hematoma perineal ou sangue no meato uretral antes de uma avaliação definitiva p/ lesão uretral Fragmentos ósseos de fratura pélvica ou feridas penetrantes podem lacerar a vagina A região glútea se estende desde as cristas ilíacas até as dobras glúteas Complementos ao EF Tubos gástricos e cateteres urinários Objetivosterapêuticos de uma sonda gástrica colocados no início da avaliação primária incluem alívio da dilatação gástrica aguda e descompressão do estômago antes de realizar o DPL (se necessário) Tubos gástricos podem reduzir a incidência de aspiração nesses casos; mas podem induzir a vômitos Presença de sangue no conteúdo gástrico sugere uma lesão no esôfago ou no TGI superior se fontes nasofaríngeas e / ou orofaríngeas forem excluídas Se um pcte tiver fraturas faciais graves ou possível fratura da base do crânio, insira o tubo gástrico pela boca Um cateter urinário colocado durante a ressuscitação irá aliviar a retenção, identificar sangramento, permitir o monitoramento do débito urinário como um índice de perfusão tecidual e descomprimir a bexiga antes do DPL (se realizado) Hematúria macroscópica é uma indicação de trauma no trato geniturinário, incluindo o rim, ureteres e bexiga Ausência de hematúria não exclui uma lesão do trato geniturinário Outras pesquisas Pctes c/ anormalidades hemodinâmicas, a exclusão rápida de hemorragia intra-abdominal é necessária e pode ser realizada c/ FAST ou DPL https://www.google.com.br/search?q=equimoses&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjvra327Y_cAhVFf5AKHfMYDYIQ_AUICigB&biw=798&bih=747 Pctes c/ os seguintes achados requerem avaliação abdominal adicional p/ identificar ou excluir lesão intra-abdominal Sistema sensorial alterado Sensação alterada Lesão de estruturas adjacentes, como costelas inferiores, pelve e coluna lombar EF equivocado Perda prolongada de contato c/ o pcte, como anestesia geral p/ lesões extra-abdominais ou longos estudos radiográficos Sinal do cinto de segurança c/ suspeita de lesão intestinal Quando há suspeita de lesão intra-abdominal, vários estudos podem fornecer informações úteis No entanto, quando já existem indicações para transferência de pctes, não realize testes demorados, incluindo TC de abdome LPD FAST TC abdome Indicações Pcte instável Identificação de sangramento Pcte instável Identificação de líquido livre Pcte estável Identificação de lesão visceral Vantagens Dx precoce Sensível Não invasivo Possível repetir Dx precoce Acurácia 86-97% Especificidade p/ definir lesão Acurácia de 98% Desvantagens Invasivo S/ dx de diafragma e retroperitônio Operador dependente S/ dx de diafragma e retroperitônio Alto custo S/ dx de diafragma e algumas lesões de delgado Rx Rx tórax AP e bacia são recomendados (exame primário) p/ avaliar pctes c/ traumatismo contuso multissistêmico Rx de abdome (exame secundário) no pcte estável Se pcte está hemodinamicamente normal e tem trauma penetrante acima do umbigo ou uma suspeita de lesão toracoabdominal, um Rx de tórax vertical é útil p/ excluir um hemotórax ou pneumotórax associado, ou p/ determinar a presença de ar intraperitoneal C/ marcadores radiopacos ou clipes aplicados a todas as feridas de entrada e saída, um Rx abdominal em supino pode ser obtido em pctes c/ trauma penetrante hemodinamicamente normal p/ demonstrar o trajeto do projétil e determinar a presença de ar retroperitoneal Obtenção de duas vistas (isto é, AP e lateral) pode permitir a orientação espacial de corpos estranhos Avaliação focada com sonografia no trauma (FAST) Operador dependente, o FAST é um estudo aceito, rápido e confiável p/ identificar líquidos intraperitoneais Repetível e também pode detectar tamponamento pericárdico, uma das causas não hipovolêmicas de hipotensão Inclui o exame de quatro regiões: o saco pericárdico, a fossa hepatorrenal, a fossa esplenorrenal e a pélvis ou saco de Douglas Subxifoide Avaliação dos seios cardiofrênco e pericárdico QSD Avaliação do seio costofrênico D, espaço de Morrison, fígado e rim D QSE Avaliação do seio costofrênico E, baço e rim Suprapúbico Avaliação da bexiga e fundo de saco de Douglas Lavagem peritoneal diagnóstica (DPL/LPD) Incisão infra-umbilical Incisão supra-umbilical (grávidas/trauma pélvico) Estudo rapidamente realizado p/ identificar hemorragia Requer descompressão gástrica e urinária p/ prevenção de complicações Raramente usado porque é invasivo e requer perícia cirúrgica CI relativas ao DPL incluem operações abdominais anteriores, obesidade mórbida, cirrose avançada e coagulopatia preexistente Aspiração de conteúdo gastrointestinal, fibras vegetais ou bile através do cateter de lavagem exige laparotomia Aspiração de 10cc (centímetros cúbicos = ml) ou mais de sangue em pctes anormais hemodinamicamente requer laparotomia Critérios de positividade no LPD Conteúdo GI - sangue não coagulável Bactérias pelo Gram 100.000 hemácias/mL 500 leucócitos/mL Amilase > 175mg/dL Tomografia computadorizada (TC) Requer o transporte do pcte p/ o scanner (ou seja, a remoção do pcte da área de ressuscitação), administração de contraste IV e exposição à radiação Procedimento demorado (embora nem tanto c/ os modernos tomógrafos) que deve ser usado apenas em pctes hemodinamicamente estáveis, nos quais não há indicação aparente de uma laparotomia de emergência Não realize a TC se atrasar a transferência de um pcte p/ um nível mais elevado de atendimento Fornece informações relativas à lesão e extensão de órgãos específicos e dx lesões de órgãos retroperitoneais e pélvicos CI relativas ao uso da TC incluem um atraso até que o scanner esteja disponível, um pcte não cooperativo que não possa ser seguramente sedado e alergia ao meio de contraste TC pode perder algumas lesões gastrointestinais, diafragmáticas e pancreáticas Na ausência de lesões hepáticas ou esplênicas, a presença de líquido livre na cavidade abdominal sugere lesão do trato gastrintestinal e / ou do mesentério, e muitos cirurgiões do trauma acreditam que esse achado seja indicação de intervenção cirúrgica precoce Laparoscopia e laparotomia dx Método aceito p/ avaliação de trauma hemodinamicamente normal, penetrante, traumatizado, c/ potencial lesão tangencial e s/ indicação de laparotomia Laparoscopia é útil para dx lesão diafragmática e penetração peritoneal Instabilidade hemodinâmica, peritonite, evisceração, sangue na cavidade abdominal (mesmo estável) Exames de contraste Podem auxiliar no dx de lesões especificamente suspeitas, mas não devem retardar o atendimento de pctes anormais hemodinamicamente; incluem Urografia excretora Uretrocistografia (trauma pélvico) Pielograma/pielografia IV Estudos de contraste gastrointestinal Uretrografia deve ser realizada antes de inserir um cateter urinário quando houver suspeita de lesão uretral Um cistograma ou cistografia p/ TC é o método mais eficaz de dx uma ruptura da bexiga intraperitoneal ou extraperitoneal Se a TC não estiver disponível, o pielograma intravenoso (IVP) fornece uma alternativa Quando houver suspeita de lesão de uma dessas estruturas, a TC c/ contraste, os estudos de contraste IV gastrointestinal superior e inferior específicos e os estudos de imagem pancreatobilíaca podem ser úteis Avaliação de lesões penetrantes específicas Etiologia da lesão (p/ ex: ferimento p/ arma branca ou p/ arma de fogo), localização anatômica (p/ ex: toracoabdominal, anterior, posterior ou flanco) e os recursos disponíveis influenciam a avaliação do trauma abdominal penetrante Se trauma penetrante, a cirurgia imediata pode ser necessária p/ o dx e tto Maioria das feridas p/ arma de fogo abdominal é controlada p/ laparotomia exploratória Incidência de lesão intraperitoneal significativa se aproxima de 98% quando a penetração peritoneal está presente Facadas no abdômen podem ser tratadas de forma mais seletiva, mas aproximadamente 30% causam lesão intraperitoneal Indicações p/ laparotomia em pctes c/ feridas abdominais penetrantes incluem Anormalidade hemodinâmica Ferimento p/ arma de fogo c/ trajetória transperitoneal Sinais de irritação peritoneal Sinais de penetração peritoneal (p/ exemplo, evisceração) Feridas toracoabdominais Pctes s/ indicação de laparotomia imediata Possíveis lesões no diafragma e nas estruturas abdominais superiores sugerem a toracoscopia, laparoscopia, DPL e TC Feridas no abdome anterior: manutenção não-cirúrgica 55% a 60% de todosos pctes c/ facadas que penetram o peritônio anterior têm hipotensão, peritonite ou evisceração do omento ou do intestino delgado Necessitam de laparotomia de emergência Manejo não operatório pode ser considerado em pctes hemodinamicamente normais s/ sinais peritoneais ou evisceração Embora um FAST (+) possa ser útil nessa situação, um FAST (-) não exclui a possibilidade de uma lesão visceral s/ um grande volume de líquido intra- abdominal TC e DPL podem permitir o dx precoce da lesão em pctes relativamente assintomáticos Lesões em flancos e costas: manutenção não-cirúrgica Espessura do flanco e dos músculos das costas protege as vísceras subjacentes contra ferimentos causados p/ muitas facadas e alguns ferimentos a bala Opções dx menos invasivas incluem exames físicos seriados (c/ ou s/ exames FAST em série), TC de duplo ou triplo contraste e DPL TC deve permitir o dx precoce de lesão quando ela é realizada adequadamente Raramente, as lesões retroperitoneais podem ser perdidas p/ exames em série e TC de contraste Um DPL positivo é uma indicação p/ uma laparotomia urgente Indicações p/ laparotomia Trauma abdominal contuso c/ hipotensão, c/ FAST (+) ou evidência clínica de sangramento intraperitoneal, ou s/ outra fonte de sangramento Hipotensão c/ uma ferida abdominal que penetra na fáscia anterior Ferimentos de bala que atravessam a cavidade peritoneal Evisceração Sangramento do estômago, reto ou trato geniturinário após trauma penetrante Peritonite Ar livre, ar retroperitoneal ou ruptura do hemidiafragma TC c/ contraste que demonstra ruptura do TGI, lesão da bexiga intraperitoneal, lesão pedicular renal ou lesão parenquimatosa visceral grave após traumatismo contuso ou penetrante Trauma abdominal contuso ou penetrante c/ aspiração de conteúdo gastrointestinal, fibras vegetais ou bile do DPL, ou aspiração de 10cc ou mais de sangue em pctes anormais hemodinamicamente Cirurgia de controle de danos Repercussões clínicas de gravidade Hipotermia Acidose metabólica Coagulopatia Alta chance de óbito pela falência metabólica Damage control - controle de hemorragia Prevenção da contaminação Indicações clássicas pH < 7,2 Tax < 32ºC Transfusões múltiplas > 10UI [ ] de hemácias Princípios técnicos Acesso xifopúbico Empacotamento dos 4 quadrantes Acesso ao retroperitônio Exame rápido Realização do indispensável → evitar anastomoses, próteses e shunts Acesso ao retroperitônio → Cattel e Mattox Garroteamento do pedículo hepático Manobra de Pringle Fechamento da parede Necessidade de reintervenção Sd compartimental Dica → bolsa de bogotá Tto não operatório Principais indicações Trauma fechado Estabilidade hemodinâmica Vísceras sólidas (fígado, baço e rins) Reconsiderações Hematimétricos Peritonite Queda de consciência Avaliação de outras lesões específicas Lesões diafragmáticas Lesões contusas podem ocorrer em qualquer porção do diafragma, embora o hemidiafragma E esteja mais frequentemente lesionado Anormalidades no Rx inicial de tórax incluem elevação ou “embaçamento” do hemidiafragma, hemotórax, sombra gasosa anormal que obscurece o hemidiafragma ou tubo gástrico posicionado no tórax Lesões duodenais Ruptura duodenal é classicamente encontrada em motoristas desenfreados envolvidos em colisões de veículo motorizado de impacto frontal e pctes que sustentam golpes diretos no abdômen, como de guidón de bicicleta Um aspirado gástrico sangrento ou ar retroperitoneal Lesões pancreáticas e vias biliares Lesões pancreáticas geralmente resultam de um golpe epigástrico direto que comprime o pâncreas contra a coluna vertebral Lesões de cabeça tendem a ser mais graves que lesões de cauda Às vezes drenagem externa e reconstrução em segundo tempo Um nível sérico normal precoce de amilase não exclui trauma pancreático importante Exploração cirúrgica do pâncreas pode ser garantida após estudos dx equivocados Classificação de lesão pancreática Grau I Contusão ou laceração sem envolver ducto principal Grau II Transecção distal ou laceração distal c/ lesão ductal Grau III Transecção proximal ou lesão do parênquima c/ provável lesão ductal Grau IV Lesão combinada do pâncreas e duodeno c/ papila e vascularização preservadas Grau V Lesão maciça: papila e desvascularização Lesões genitourinárias Contusões, hematomas e equimoses das costas ou do flanco são marcadores de potencial lesão renal subjacente e justificam uma avaliação (TC ou PIV) do trato urinário Hematúria macroscópica é uma indicação p/ imagem do trato urinário Hematúria macroscópica e hematúria microscópica em pctes c/ um episódio de choque são marcadores de maior risco de lesões abdominais renais TC de abdome c/ contraste IV pode documentar a presença e a extensão de uma lesão renal contusa, que frequentemente pode ser tratada de forma não cirúrgica Fratura pélvica anterior geralmente está presente em pctes c/ lesões uretrais As rupturas uretrais são divididas naquelas acima (posterior) e abaixo (anterior) do diafragma urogenital Tto de lesões urinárias Rim → rafias/nefrectomia total ou parcial Tem outro rim? Ureter - debridamento - rafia ou anastomose - duplo J Bexiga extraperitoneal - conservador SVD Bexiga intraperitoneal - rafia Lesões de vísceras ocas Equimose transversa linear na parede abdominal (sinal do cinto de segurança) ou fratura p/ distração lombar (isto é, fratura por Chance) no Rx deve alertar os médicos p/ a possibilidade de lesão intestinal Embora alguns pctes apresentem dor e sensibilidade abdominal precoces, o dx de lesões ocas pode ser difícil, uma vez que nem sempre estão associados à hemorragia Principais manobras cirúrgicas Estômago, duodeno, intestino delgado e cólon Estômago: rafias - gastrectomias 2ª porção do duodeno → PROBLEMA! Exclusão duodenal → cirurgia de Vaughan Intestino delgado Lesões até 50% do diâmetro → sutura Diversas lesões em um mesmo segmento → enterectomia e anastomose Cólon Anastomose primária X colostomia Fatores determinantes Instabilidade hemodinâmica → colostomia Tempo de lesão e peritonite → se algumas horas, anastomose; se for 12h ou mais, avaliar colostomia Reto baixo Rafia Colostomia proximal Retroperitônio Acesso Direita → manobra de Cattell / manobra de Kocher Esquerda → manobra de Mattox Hematomas retroperitoneais Zonas Limites anatômicos Condutas I Central: compreende o pâncreas, a aorta e a cava abdominal Devem ser explorados cirurgicamente (M Kocher e gastroepiploico) II Laterais: compreendem os rins, o baço e as porções retroperitoneais do cólon Devem ser explorados os hematomas expansivos ou pulsáteis (M Cattell e M Mattox) III Compreende a pelve Não devem ser abordados Arteriografia dx e terapêutica Lesões de órgãos sólidos Fígado, baço e rim que resultam em choque, anormalidade hemodinâmica ou evidência de hemorragia contínua são indicações de laparotomia urgente Avaliação p/ um cirurgião é essencial Trauma esplênico (baço) Órgão comumente mais lesado nos traumas abdominais fechados Quando suspeitar? Fraturas de arcos costais à E Dor subescapular à E (sinal de Kehr) Funções do baço Princiapal → Produção de IgM → importante na opsonização de bactérias capsuladas Complicações devidas à lesão→ principalmente nos pediátricos → sepse fulminante pós-esplenectomia. Agentes etiológicos: S. pnuemoniae, H. influenzae Indicações de conduta conservadora Estabilidade hemodinâmica Exame abdominal negativo p/ irritação peritoneal Ausência de indicações de laparotomia ou lesões que necessitem de intervenção cirúrgica Ausência de condições clínicas que aumentem o risco de sangramento Lesões esplênicas graus I-III Trauma hepático Param espontaneamente na maioria Várias manobras cirúrgicas Suturas, balão, tampões de peritônio Ressecções segmentares Grau da lesão Descrição I Hematoma Subcapsular não expansivo, < 10% da superfície Laceração Não sangrante, < 1 cm de profundidade II Hematoma Subcapsular, não expansivo, 10-50% da superfície Laceração 1-3 cm de profundidade, < 10 cm de extensão III Hematoma Subcapsular, expansivo, > 50% da superfície ou intraparenquimatoso> 2cm Laceração > 3cm de profundidade IV Hematoma Intraparenquimatoso roto sangrante Laceração Envolvendo 25-50% do lobo V Laceração Parenquimatosa, envolvendo mais de 50% do lobo Vascular Veias justa-hepáticas, veias hepáticas principais ou cava retro-hepática VI Vascular Avulsão hepática Hemobilia → arteriografia (dx e Trauma renal Fraturas pélvicas e lesões associadas Pctes c/ hipotensão e fraturas pélvicas apresentam alta mortalidade Tomada de decisão sólida é crucial p/ o resultado ideal do pcte Fraturas pélvicas associadas à hemorragia comumente envolvem a ruptura do complexo ligamentar ósseo posterior (isto é, sacroilíaca, sacroespinhal, sacrotuberoso e pélvico fibromuscular), evidenciada p/ fratura sacral, fratura sacroilíaca e/ou luxação da articulação sacroilíaca Mecanismos de lesões e classificação Fraturas pélvicas são classificadas em 4 tipos, c/ base nos padrões de força da lesão: compressão da PA, compressão lateral, cisalhamento vertical e mecanismo combinado Lesão por compressão da PA é frequentemente associada a uma motocicleta ou a um acidente c/ veículo motorizado frontal Este mecanismo produz rotação externa do hemipelvis c/ separação da sínfise púbica e ruptura do complexo ligamentar posterior Anel pélvico rompido se alarga, rompendo o plexo venoso posterior e os ramos do sistema arterial ilíaco interno Hemorragia pode ser grave e ameaçar a vida Lesão de compressão lateral, que envolve força direcionada lateralmente à pelve, é o mecanismo mais comum de fratura pélvica em uma colisão de veículo motorizado Em contraste c/ a compressão AP, a hemipelve gira internamente durante a compressão lateral, reduzindo o volume pélvico e reduzindo a tensão nas estruturas vasculares pélvicas Essa rotação interna pode direcionar o púbis p/ o sistema geniturinário inferior, potencialmente causando lesões na bexiga e/ou na uretra Podem produzir morbidade grave e permanente, e pctes idosos podem desenvolver sangramento significativo de fraturas pélvicas p/ esse mecanismo Quando isso ocorre, esses pctes necessitam de técnicas precoces de controle da hemorragia, como a angioembolização Deslocamento vertical da articulação sacroilíaca também pode romper a vasculatura ilíaca e causar hemorragia grave Neste mecanismo, uma força de cisalhamento de alta energia ocorre ao longo de um plano vertical através dos aspectos anteriores e posteriores do anel Este corte vertical perturba os ligamentos sacrospinoso e sacrotuberoso e leva a uma grande instabilidade pélvica Mortalidade em pctes c/ todos os tipos de fraturas pélvicas é de aproximadamente um em seis (5%-30%) Mortalidade aumenta p/ aproximadamente 1:4 (10%-42%) em pctes c/ fraturas pélvicas fechadas e hipotensão Pctes c/ fraturas pélvicas abertas, a mortalidade é de aproximadamente 50% Hemorragia é o principal fator potencialmente reversível que contribui p/ a mortalidade Manutenção Tto inicial do choque hipovolêmico associado a uma ruptura pélvica importante requer controle rápido da hemorragia e ressuscitação de fluidos Controle da hemorragia é obtido através da estabilização mecânica do anel pélvico e contrapressão externa Um lençol, aglutinante pélvico ou outro dispositivo pode produzir fixação temporária suficiente p/ a pelve instável quando aplicada no nível dos trocânteres maiores do fêmur Embolização angiográfica é frequentemente empregada p/ a hemorragia arterial relacionada a fraturas pélvicas Embora o manejo definitivo de pctes c/ choque hemorrágico e fraturas pélvicas varie, um algoritmo de tto é mostrado Recursos significativos são necessários p/ cuidar de pctes c/ fraturas pélvicas graves Consideração antecipada da transferência p/ um centro de trauma é essencial, em ambientes limitados p/ recursos Pegadinha Vítima de trauma abdominal, após reposição volêmica inicial está estável hemodinamicamente e FAST mostrou líquido livre no fundo de saco: qual é a próxima conduta a proceder? TC Questões �. [AMRIGS 2013] Mulher, 20a, dirigindo s/ cinto de segurança, perde o controle em curva, batendo frontalmente em outro veículo. Trazida ao PS, chega sudoreica, c/ palidez importante, extremidades frias e agitada. Após o atendimento inicial ATLS, o FAST mostra líquido livre na goteira parietocólica de 800mL. Após a reposição volêmica inicial, encontra-se instável hemodinamicamente. A próxima conduta deve ser: a. Aguardar a evolução c/ monitorização invasiva b. Indicar laparotomia exploradora de imediato c. Realizar punção abdominal p/ caracterizar o líquido detectado d. Realizar RNM p/ avaliar c/ maior precisão o volume de líquido e. Realizar nova US p/ melhor investigar a instabilidade �. [AMP 2013] C/ relação a avaliação complementar do trauma abdominal, assinale a alternativa incorreta: a. Nos pctes estáveis hemodinamicamente, uma US c/ líquido intraperitoneal livre indica uma exploração cirúrgica imediata b. O objetivo da US, no trauma abdominal, é buscar líquido intraperitoneal livre c. Rx de tórax pode mostrar pneumoperitônio, conteúdo abdominal no tórax ou fratura de costelas inferiores d. TC avalia lesão de órgão sólido e, no pcte c/ US (+), permite graduação da lesão orgânica e. TC é o método mais indicado p/ avaliar o pcte estável c/ traumatismo abdominal fechado �. [UFRN 2011] Homem, 65a, levou uma facada no dorso à D, posteriormente ao flanco D. Testemunhas afirmaram que a arma utilizada fora uma faca pequena. FC 90bpm, PA 128x72mmHg, e FR 24irpm. A conduta mais apropriada nesse momento é: a. Urografia excretora b. Colonoscopia c. Exame físico seriado d. Sutura do ferimento e seguimento ambulatorial e. Nenhuma das anteriores �. [HIVS 2015] Nos traumatismos abdominais fechados, a chamada hemorragia em 2 tempos deve-se a: a. Tamponamento do vaso pela alça b. Sangramento após a retirada de coágulos c. Rotura de cápsula esplênica d. Hematoma de parede intestinal e. Discrasia sanguínea �. [CERMAM 2011] Pcte vítima de atropelamento dá entrada no setor de emergência c/ dor no dorso e na região inferior do abdome. EF revela palidez cutaneomucosa, hipotensão arterial e taquisfigmia. Rx mostra fratura de bacia e o lavado peritoneal realizado é (-). O dx provável é de: a. Hematoma retroperitoneal b. Lesão de reto c. Rotura esplênica d. Embolia gordurosa e. Choque neurogênico �. [UFPR 2010] Pcte, 32a, vítima de atropelamento há 48h, desenvolve dor abdominal localizada no HD, palidez, icterícia, hematêmese e melena. Qual é a conduta que melhor atende a situação clínica atual? a. Arteriografia abdominal b. TC do abdome c. LPD d. Laparotomia exploradora e. EDA �. [SES-GO 2016] Homem, 30a, dá entrada no PS c/ história de acidente automobilístico, s/ cinto de segurança. Apresenta equimoses sobre o esterno e queixa-se de dores torácica e abdominal. Observam-se PA 90x40mmHg, pulso 120bpm e Glasgow 15. Encontra-se verbalizando e taquipneico, c/ MV audível bilateralmente e percussão normal. O abdome, p/ sua vez, apresenta defesa involuntária e descompressão dolorosa. O pcte mantém o quadro descrito após reposição volêmica adequada. A melhor conduta subsequente é realizar: a. Laparotomia exploradora b. FAST c. TC de abdome d. LPD e. Nenhuma das anteriores �. [UFRJ 2016] A falência metabólica desenvolvida em pctes politraumatizados c/ lesões complexas, que indicam cirurgia p/ controle do dano, é causada por acidose: a. Metabólica, coagulopatia e hipotermia b. Respiratória, coagulopatia e hipertermia c. Metabólica, hipercoagulobilidade e hipertermia d. Respiratória, hipercoagulobilidade e hipotermia e. Nenhuma das anteriores �. [UFRJ 2016] Homem, 56a, sofre acidente c/ contusão abdominal inferior e apresenta hematúria macroscópica. A cistografia revela fratura dos ossos pélvicos e extravasamento de contraste, formando uma coleção organizada e unilateral. A principal hipótese dx é rotura de: a. Mucosa vesical b. Uretra anterior c. Cúpula vesical c/ comunicação intraperitoneal d. Cúpula vesical s/ comunicação intraperitoneal e. Nenhuma das anteriores ��. [INCA 2016] Pcte vítima de trauma abdominal fechado apresenta-seestável hemodinamicamente, sendo realizada US abdominal evidenciando líquido livre na cavidade abdominal. Qual seria a próxima conduta? a. TC abdominal b. Rx de abdome c. Repetição de US após 2h d. Analgesia e atb e. Nenhuma das anteriores ��. [AMRIGS 2017] Nos traumatismos abdominal, a especial atenção que deve balizar o atendimento do médico na sala de emergência é: a. FR b. Glasgow c. Estado hemodinâmico d. Lesões musculoesqueléticas e. Lesões térmicas ��. [AMP 2013] Pcte c/ traumatismo penetrante de abdome e hemodinamicamente instável é submetido a laparotomia exploradora. Durante o inventário da cavidade, observa-se, dentre outras lesões, um hematoma retroperitoneal na zona 2. Qual é a conduta? a. Tratar as demais lesões s/ explorar o hematoma, observando a evolução b. Tratar as demais lesões s/ explorar o hematoma e realizar uma angiografia p/ o dx de lesão do pedículo vascular renal c. Tratar as demais lesões s/ explorar o hematoma e relizar uma TC no pós- operatório p/ avaliar o grau da lesão renal e necessidade de reintervenção d. Realizar US c/ Doppler no transoperatório p/ avaliar o pedículo renal. Caso esteja comprometido, explorar o hematoma e. Explorar o hematoma, visto que a provável lesão renal não foi previamente avaliada por TC ou pielografia venosa ��. [SES-GO 2017] Pcte de 30a, vítima de acidente automobilístico, causado p/ colisão frontal em alta velocidade, é trazido ao PA c/ queixa de dor abdominal generalizada. Na avaliação inicial, observa-se os itens abaixo. Rx de tórax e Ht são normais. Qual deve ser a conduta subsequente? i. Vias aéreas livres, verbalizando, c/ colar cervical ii. MV audível bilateralmente, FR 30irpm iii. PA 90x60mmHg e FC 120bpm iv. Glasgow 15 v. Dor intensa à descompressão brusca do abdome e espasmo involuntário muscular no hipogástrio a. LPD b. FAST c. TC de abdome d. Laparotomia exploradora ��. [AMRIGS 2015] Vítima de acidente de trânsito chega ao hospital hemodinamicamente estável. US demonstra líquido livre na cavidade peritoneal. É realizada TC, que mostra lesão no baço. A conduta mais adequada a seguir é: a. Realizar videolaparoscopia b. Realizar laparotomia c. Conservadora, se mantiver a estabilidade hemodinâmica d. Realizar arteriografia imediata e. Dar alta p/ tto ambulatorial ��. [ Gabarito 1 - B; 2 - A; 3 - C; 4 - C; 5 - A; 6 - A; 7 - A; 8 - A; 9 - D; 10 - A; 11 - C; 12 - E; 13 - D; 14 - C; 15 -
Compartilhar