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Por que Não é como Foi para Admá e Zeboim

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Por que Não é como Foi 
para Admá e Zeboim? 
 
 
 
 
Por 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
Out/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 Por que não é como foi para Admá e 
 Zeboim? 
 Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 
 53p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé 4. Graça. 
I. Título. 
 
 CDD 252 
 
 
 
 
3 
 
Se alguém deseja conhecer uma parte 
significativa do caráter de Deus, ouvindo o 
próprio Deus falando, basta recorrer ao 11º 
capítulo do livro do profeta Oseias, no qual Ele 
expressa Seus planos e sentimentos em relação 
a Israel. 
Antes de tudo, devemos entender que as 
promessas de bênçãos da profecia se referem 
sobretudo à Igreja, que é o verdadeiro Israel de 
Deus, e que nos dias do Velho Testamento 
estava tipificada na aliança de graça que o 
Senhor havia feito com o Israel terreno, a saber, 
com os descendentes de Abraão, chamados em 
Jacó, seu neto. 
Como sabemos que muitos em Israel não 
amavam o Senhor porque não o conheciam e o 
temiam, pois eram carnais, e não consideravam 
as Suas palavras para as colocarem em prática 
com espírito voluntário, então quando se fala 
em amor eterno, em atração com cordas de 
amor e laços humanos, e tratamento com 
brandura, é evidente que não é a estes que a 
profecia se destina, senão àqueles que eram 
humildes de espírito e buscavam andar nos 
caminhos de Deus, conforme podemos ver em 
muitas outras passagens das Escrituras, como 
por exemplo em: 
4 
 
“Tenho visto os seus caminhos e o sararei; 
também o guiarei e lhe tornarei a dar 
consolação, a saber, aos que dele choram.” 
(Isaías 57.18) 
“1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, 
porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-
novas aos quebrantados, enviou-me a curar os 
quebrantados de coração, a proclamar 
libertação aos cativos e a pôr em liberdade os 
algemados; 
2 a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia 
da vingança do nosso Deus; a consolar todos os 
que choram 
3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma 
coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez 
de pranto, veste de louvor, em vez de espírito 
angustiado; a fim de que se chamem carvalhos 
de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua 
glória.” (Isaías 61.1-3). 
“3 Bem-aventurados os humildes de espírito, 
porque deles é o reino dos céus. 
4 Bem-aventurados os que choram, porque 
serão consolados.” (Mateus 5.3,4). 
É por causa desses que são quebrantados de 
espírito que Deus tolera com grande 
5 
 
longanimidade os réprobos e perversos que 
jamais o amarão, porque não destina o mesmo 
tratamento para ambos, pois aos primeiros 
somente repreende e corrige e não sujeita à 
condenação e destruição como os demais. 
Deus pretendia demonstrar esta verdade com a 
eleição e formação da nação de Israel e pelo 
modo como se revelou no seu relacionamento 
com o Seu povo, para que fosse vista a distinção 
do Seu tratamento para com Israel e as demais 
nações. 
Israel jamais seria destinado à destruição final 
em razão da aliança de graça que havia sido feita 
com Abraão, de que Israel permaneceria como 
nação para sempre, e desfrutando dos 
benefícios e privilégios da aliança firmada. 
Esta aliança com Abraão para o Israel terreno, 
tipificava a aliança feita entre Deus Pai e Deus 
Filho para o Israel espiritual, formado por todos 
aqueles que são nascidos de novo do Espírito. 
Todavia, uma questão importante se interpõe 
em face de ser o povo de Deus composto por 
pecadores, e como poderia o atributo da justiça 
divina ser conciliado com o da misericórdia? 
6 
 
A Lei deve ser inflexível, segundo a justiça, e não 
pode fazer boas promessas a rebeldes 
transgressores dos seus mandamentos, como 
vemos por exemplo nas ameaças proferidas 
contra Israel no caso de transgressão da aliança: 
“19 ninguém que, ouvindo as palavras desta 
maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: 
Terei paz, ainda que ande na perversidade do 
meu coração, para acrescentar à sede a 
bebedice. 
20 O SENHOR não lhe quererá perdoar; antes, 
fumegará a ira do SENHOR e o seu zelo sobre tal 
homem, e toda maldição escrita neste livro 
jazerá sobre ele; e o SENHOR lhe apagará o 
nome de debaixo do céu. 
21 O SENHOR o separará de todas as tribos de 
Israel para calamidade, segundo todas as 
maldições da aliança escrita neste Livro da Lei. 
22 Então, dirá a geração vindoura, os vossos 
filhos, que se levantarem depois de vós, e o 
estrangeiro que virá de terras longínquas, vendo 
as pragas desta terra e as suas doenças, com que 
o SENHOR a terá afligido, 
23 e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, 
de sorte que não será semeada, e nada 
7 
 
produzirá, nem crescerá nela erva alguma, 
assim como foi a destruição de Sodoma e de 
Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o SENHOR 
destruiu na sua ira e no seu furor, 
24 isto é, todas as nações dirão: Por que fez o 
SENHOR assim com esta terra? Qual foi a causa 
do furor de tamanha ira? 
25 Então, se dirá: Porque desprezaram a aliança 
que o SENHOR, Deus de seus pais, fez com eles, 
quando os tirou do Egito; 
26 e se foram, e serviram a outros deuses, e os 
adoraram; deuses que não conheceram e que 
ele não lhes havia designado. 
27 Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra 
esta terra, trazendo sobre ela toda a maldição 
que está escrita neste livro. 
28 O SENHOR os arrancou, com ira, de sua terra, 
mas também com indignação e grande furor, e 
os lançou para outra terra, como hoje se vê.” 
(Deuteronômio 29.19-28). 
Observe que as cidades de Admá e Zeboim são 
citadas ao lado de Sodoma e Gomorra, porque 
sofreram a mesma destruição pelo fogo que 
tornou todo aquele território em enxofre e sal, 
de modo que não poderia sustentar qualquer 
8 
 
lavoura. De campinas verdejantes que eram, 
elas se tornaram terra arrasada, para servirem 
de exemplo a todos aqueles que andam 
contrariamente ao Senhor. 
Se o Israel terreno e carnal seguisse nos 
mesmos passos daquelas cidades, ele também 
seria sujeito ao mesmo juízo, ainda que não 
vindo fogo do céu sobre eles para uma 
destruição total, uma vez que a promessa da 
aliança é a de que seriam preservados, mas não 
seriam poupados do castigo que mereciam. 
O juízo implacável da Lei, segundo a justiça 
divina, seria vencido pela misericórdia, sem que 
a justiça fosse desonrada. Um sacrifício eterno 
seria oferecido por Cristo, e a misericórdia 
poderia triunfar em juízo, de modo que ainda 
que Israel merecesse a mesma desolação final 
que foi dada às cidades de Sodoma, Gomorra, 
Admá e Zeboim, a maldição da Lei não seria 
cumprida sobre eles na forma rigorosa em que 
fora declarada. 
Deus requer dos crentes que eles tenham a 
mesma misericórdia que Ele. Isto deve ser 
aprendido e exercitado de modo prático. 
Veja o que Wilhelmus à Brakel disse a respeito 
da causa da destruição de Sodoma e Gomorra, e 
9 
 
das demais cidades da campina, entre as quais 
se incluam Admá e Zeboim: 
“Você sabe que Sodoma e todos os seus 
habitantes - pais e filhos - foram consumidos por 
Deus com fogo que caiu do céu e que Deus 
tornou essas cidades um exemplo para aqueles 
que vivem vidas ímpias (2 Pedro 2: 6). Em que 
consistia sua impiedade, contudo? Foi falta de 
compaixão pelos pobres - o pecado em que você 
está vivendo. “Eis que esta foi a iniquidade de 
Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e 
próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; 
mas nunca amparou o pobre e o necessitado.” 
(Ezequiel 16:49). 
O pecado de Israel se assemelhava também ao 
das cidades destruídas pelo fogo, porque não 
tinham compaixão e amor pelo próximo, por 
seus próprios irmãos israelitas, e assim, 
estavam provocando a ira do Senhor. 
Deve ser lembrado sempreque em Seus juízos 
Deus sabe como livrar o piedoso enquanto 
sujeita o ímpio ao castigo, conforme foi visto no 
caso de Ló, sobrinho de Abraão. 
Onde o Espírito Santo está, aí há liberdade de 
todo juízo, e vida eterna é gerada, mas onde Ele 
não passa, porque os corações são como 
10 
 
terrenos pantanosos que não servem para a 
lavoura de Deus, em vez de vida, serão aterrados 
com sal para nunca mais poderem vir a ser 
utilizados, conforme se vê na profecia de 
Ezequiel: 
“1 Depois disto, o homem me fez voltar à entrada 
do templo, e eis que saíam águas de debaixo do 
limiar do templo, para o oriente; porque a face 
da casa dava para o oriente, e as águas vinham 
de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do 
altar. 
2 Ele me levou pela porta do norte e me fez dar 
uma volta por fora, até à porta exterior, que olha 
para o oriente; e eis que corriam as águas ao lado 
direito. 
3 Saiu aquele homem para o oriente, tendo na 
mão um cordel de medir; mediu mil côvados e 
me fez passar pelas águas, águas que me davam 
pelos tornozelos. 
4 Mediu mais mil e me fez passar pelas águas, 
águas que me davam pelos joelhos; mediu mais 
mil e me fez passar pelas águas, águas que me 
davam pelos lombos. 
5 Mediu ainda outros mil, e era já um rio que eu 
não podia atravessar, porque as águas tinham 
11 
 
crescido, águas que se deviam passar a nado, rio 
pelo qual não se podia passar. 
6 E me disse: Viste isto, filho do homem? Então, 
me levou e me tornou a trazer à margem do rio. 
7 Tendo eu voltado, eis que à margem do rio 
havia grande abundância de árvores, de um e de 
outro lado. 
8 Então, me disse: Estas águas saem para a 
região oriental, e descem à campina, e entram 
no mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis. 
9 Toda criatura vivente que vive em enxames 
viverá por onde quer que passe este rio, e haverá 
muitíssimo peixe, e, aonde chegarem estas 
águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo 
viverá por onde quer que passe este rio. 
10 Junto a ele se acharão pescadores; desde En-
Gedi até En-Eglaim haverá lugar para se 
estenderem redes; o seu peixe, segundo as suas 
espécies, será como o peixe do mar Grande, em 
multidão excessiva. 
11 Mas os seus charcos e os seus pântanos não 
serão feitos saudáveis; serão deixados para o 
sal.” (Ezequiel 47.1-11). 
12 
 
Quando se pensa em nação ou povo de Deus, não 
se deve pensar em termos de nações terrenas, 
mas de pessoas salvas, nascidas de novo, e 
santificadas pelo Espírito. Deus as vê desde 
antes da fundação do mundo, e as traz à 
existência nas épocas e locais determinados 
pela Sua exclusiva soberania. Estes não estão 
destinados para o enxofre e o sal, mas para 
terem vida, e vida em abundância em Jesus 
Cristo. 
Deus os amou com amor eterno, e os atrai para 
Si, e não pode fazer deles o que fez a Zeboim e a 
Admá, pois é movido em direção a eles com 
amor, bondade e misericórdia. Ele os elegeu em 
Seu coração para serem filhos amados, e isto, 
para sempre, e então jamais os deixará ou 
abandonará ainda que tenha que corrigi-los. 
Muitos daqueles israelitas que foram 
espalhados por todas as nações da Terra, 
mesmo os do Reino do Norte, viriam a ter 
descendentes em todas as gerações que seriam 
alcançados pela promessa de Deus de lhes fazer 
bem para sempre. 
Há ímpios que se perdem eternamente, mas 
geram filhos neste mundo que virão a ser salvos, 
e esta é também uma razão dentre muitas 
13 
 
porque Deus os tolera com grande 
longanimidade por muito tempo. 
É o próprio Deus que se refere a toda esta 
verdade relativa ao Seu caráter, conforme 
podemos ver no 11º capítulo de Oséias: 
“1 Quando Israel era menino, eu o amei; e do 
Egito chamei o meu filho. 
2 Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam 
da minha presença; sacrificavam a baalins e 
queimavam incenso às imagens de escultura. 
3 Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os 
nos meus braços, mas não atinaram que eu os 
curava. 
4 Atraí-os com cordas humanas, com laços de 
amor; fui para eles como quem alivia o jugo de 
sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-
lhes de comer. 
5 Não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio 
será seu rei, porque recusam converter-se. 
6 A espada cairá sobre as suas cidades, e 
consumirá os seus ferrolhos, e as devorará, por 
causa dos seus caprichos. 
14 
 
7 Porque o meu povo é inclinado a desviar-se de 
mim; se é concitado a dirigir-se acima, ninguém 
o faz. 
8 Como te deixaria, ó Efraim? Como te 
entregaria, ó Israel? Como te faria como a 
Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração 
está comovido dentro de mim, as minhas 
compaixões, à uma, se acendem. 
9 Não executarei o furor da minha ira; não 
tornarei para destruir a Efraim, porque eu sou 
Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não 
voltarei em ira. 
10 Andarão após o SENHOR; este bramará como 
leão, e, bramando, os filhos, tremendo, virão do 
Ocidente; 
11 tremendo, virão, como passarinhos, os do 
Egito, e, como pombas, os da terra da Assíria, e 
os farei habitar em suas próprias casas, diz o 
SENHOR. 
12 Efraim me cercou por meio de mentiras, e a 
casa de Israel, com engano; mas Judá ainda 
domina com Deus e é fiel com o Santo.” 
Deus não pode inocentar o culpado, conforme 
exigido pelo atributo da justiça, mas pode 
perdoá-lo caso se arrependa e se converta a Ele. 
15 
 
O apóstolo Paulo compara o Israel terreno com 
o espiritual em Gálatas 4, e explica em Romanos 
9 como se aplicam aos eleitos as palavras que 
lemos em Oseias 11, quanto ao amor eletivo de 
Deus a eles, que são poupados por Sua 
misericórdia, e quanto à destinação para a 
condenação eterna, daqueles que são os objetos 
da Sua ira. 
“1 Digo a verdade em Cristo, não minto, 
testemunhando comigo, no Espírito Santo, a 
minha própria consciência: 
2 tenho grande tristeza e incessante dor no 
coração; 
3 porque eu mesmo desejaria ser anátema, 
separado de Cristo, por amor de meus irmãos, 
meus compatriotas, segundo a carne. 
4 São israelitas. Pertence-lhes a adoção e 
também a glória, as alianças, a legislação, o 
culto e as promessas; 
5 deles são os patriarcas, e também deles 
descende o Cristo, segundo a carne, o qual é 
sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. 
Amém! 
16 
 
6 E não pensemos que a palavra de Deus haja 
falhado, porque nem todos os de Israel são, de 
fato, israelitas; 
7 nem por serem descendentes de Abraão são 
todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada 
a tua descendência. 
8 Isto é, estes filhos de Deus não são 
propriamente os da carne, mas devem ser 
considerados como descendência os filhos da 
promessa. 
9 Porque a palavra da promessa é esta: Por esse 
tempo, virei, e Sara terá um filho. 
10 E não ela somente, mas também Rebeca, ao 
conceber de um só, Isaque, nosso pai. 
11 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem 
tinham praticado o bem ou o mal (para que o 
propósito de Deus, quanto à eleição, 
prevalecesse, não por obras, mas por aquele que 
chama), 
12 já fora dito a ela: O mais velho será servo do 
mais moço. 
13 Como está escrito: Amei Jacó, porém me 
aborreci de Esaú. 
17 
 
14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de 
Deus? De modo nenhum! 
15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de 
quem me aprouver ter misericórdia e 
compadecer-me-ei de quem me aprouver ter 
compaixão. 
16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de 
quem corre, mas de usar Deus a sua 
misericórdia. 
17 Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto 
mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu 
poder e para que o meu nome seja anunciado 
por toda a terra. 
18 Logo, tem ele misericórdia de quem quer e 
também endurece a quem lhe apraz. 
19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele 
ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 
20 Quem és tu, ó homem, para discutires com 
Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a 
quem o fez: Por que me fizeste assim? 
21 Ou não tem o oleiro direitosobre a massa, 
para do mesmo barro fazer um vaso para honra 
e outro, para desonra? 
18 
 
22 Que diremos, pois, se Deus, querendo 
mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, 
suportou com muita longanimidade os vasos de 
ira, preparados para a perdição, 
23 a fim de que também desse a conhecer as 
riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, 
que para glória preparou de antemão, 
24 os quais somos nós, a quem também chamou, 
não só dentre os judeus, mas também dentre os 
gentios? 
25 Assim como também diz em Oseias: 
Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e 
amada, à que não era amada; 
26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois 
meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do 
Deus vivo. 
27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: 
Ainda que o número dos filhos de Israel seja 
como a areia do mar, o remanescente é que será 
salvo. 
28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra 
sobre a terra, cabalmente e em breve; 
29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos 
Exércitos não nos tivesse deixado descendência, 
19 
 
ter-nos-íamos tornado como Sodoma e 
semelhantes a Gomorra. 
30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não 
buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, 
todavia, a que decorre da fé; 
31 e Israel, que buscava a lei de justiça, não 
chegou a atingir essa lei. 
32 Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim 
como que das obras. Tropeçaram na pedra de 
tropeço, 
33 como está escrito: Eis que ponho em Sião uma 
pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele 
que nela crê não será confundido.” (Romanos 
9.1-33). 
Israel sempre foi surdo e desobedientes à voz de 
Deus. Ele falou com eles por seus mensageiros, 
Moisés e seus outros profetas, os chamaram de 
seus pecados, os chamaram a si mesmos, a seu 
trabalho e dever; mas quando eles os 
chamaram, eles foram embora; eles se 
rebelaram nos casos particulares em que foram 
advertidos; quanto mais prementes e 
importunos os profetas eram com eles, para 
persuadi-los àquilo que era bom, mais 
20 
 
refratários eles eram e mais resolutos em seus 
maus caminhos, desobedecendo a Deus. 
Eles gostavam de ídolos e os adoravam. 
Eles sacrificaram a Baalins, primeiro um Baal e 
depois outro, e queimaram incenso a imagens 
de escultura, apesar de terem sido chamados 
pelos profetas do Senhor repetidamente para 
não fazerem tal coisa abominável que ele 
odiava. A idolatria era o pecado que, desde o 
início, e o tempo todo, mais facilmente os 
assolara. 
Eles eram independentes de Deus e de seus 
favores para eles: “não sabiam que eu os 
curava”. Eles olhavam apenas para Moisés e 
Arão, os instrumentos de seu alívio, e, quando 
algo estava errado, brigavam com eles, mas não 
olhavam através deles para Deus que os 
empregava. Ou, quando Deus os corrigiu e os 
manteve sob uma disciplina severa, eles não 
entenderam que era para o bem deles, e que 
Deus os curava, e que era necessário para o 
aperfeiçoamento de sua cura, caso contrário, 
eles teriam uma melhor reconciliação aos 
métodos que Deus adotou. 
Eles estavam fortemente inclinados à 
apostasia. Este é o artigo mais obscuro da 
acusação em Oseias 11.7: “Meu povo está 
21 
 
inclinado a se afastar de mim”. Cada palavra 
aqui é agravante. 
(1) Eles recuam. Não há domínio neles, nem 
firmeza; eles parecem avançar em direção a 
Deus, mas rapidamente recuam de novo e são 
como um arco enganoso. 
(2.) Eles se afastam de mim, de Deus, o principal 
bem, a fonte da vida e das águas vivas, do seu 
Deus que nunca se afastou deles. 
(3.) Eles são dados a retroceder; eles estão 
prontos para pecar; existe em sua natureza uma 
propensão ao que é mau; na melhor das 
hipóteses, ficam em suspense entre Deus e o 
mundo, de modo que uma pequena coisa serve 
para atraí-los para o caminho errado; eles estão 
ansiosos para fechar com toda 
tentação. Também sugere que eles são 
resolutos no pecado; seus corações 
estão totalmente dispostos neles para fazer o 
mal; e eles persistem em seus desvios, seja o que 
for dito ou feito para detê-los; e, ainda assim, 
(4.) "Eles são, na profissão, “meu povo”. Eles 
são “chamados pelo meu nome” e professam 
relação comigo; são meus, pelos quais tenho 
feito muito e espero muito, a quem nutri e criei, 
22 
 
como filhos, e ainda assim eles se afastam de 
mim. " 
Em nosso arrependimento não devemos 
lamentar apenas nossas desvantagens, mas 
também nossas inclinações para nos 
desviarmos, não apenas nossas transgressões 
reais, mas nossa corrupção original, o pecado 
que habita em nós, a nossa mente carnal. 
Eles eram estranhamente avessos ao 
arrependimento e à reforma. Aqui estão duas 
expressões de sua obstinação: 
(1.) Eles se recusaram a retornar. Tanto eles se 
inclinaram a retroceder que, embora não 
pudessem deixar de experimentar, na provação, 
a loucura de seus desvios, e que, quando 
abandonaram a Deus, mudaram para pior, mas 
continuaram em seu mau caminho. 
(2.) Os profetas e ministros de Deus os 
chamaram para retornar ao Deus contra quem 
haviam se revoltado, ao Deus Altíssimo, de 
quem haviam mergulhado nessa 
degenerescência miserável; eles os chamavam 
da adoração dos ídolos, que estavam muito 
abaixo deles, e cuja adoração era, portanto, sua 
depreciação, ao Deus verdadeiro, que estava 
muito acima deles, e cuja adoração era, 
23 
 
portanto, a sua preferência; eles os chamaram 
desta terra para coisas altas e celestiais; mas eles 
chamaram em vão. Ninguém o 
exaltaria. Embora ele seja o Deus Altíssimo, eles 
não o reconheceriam, não fariam nada para 
honrá-lo nem lhe dariam a glória devida ao seu 
nome. Ou, eles não o exaltariam, não se 
levantariam daquele estado de apostasia e 
miséria em que se precipitaram; mas ali, eles 
permaneceriam contentes, não levantando a 
cabeça nem erguendo a alma. Note que os fiéis 
ministros de Deus fizeram um grande esforço, 
sem propósito, com os filhos desviados, os 
chamaram ao Altíssimo; mas ninguém se 
mexia, nem o exaltava. 
Aqui está Deus muito irado, e com justiça, com 
Israel; veja quais são os sinais do 
descontentamento de Deus com os quais eles 
são aqui ameaçados. 
1. Deus, que os tirou do Egito, para torná-los um 
povo para Si, e uma vez que não seriam fiéis a 
ele, os colocaria em uma condição pior do que a 
princípio os encontrou: "Ele não voltará para a 
terra do Egito” (Oseias 11.5), apesar de já ter sido 
uma casa de servidão grave o suficiente; mas ele 
deve prestar um serviço mais difícil, pois o 
assírio será seu rei, que o usará pior do que o 
faraó. Não voltarão ao Egito, que fica próximo, 
24 
 
onde podem ouvir com frequência de seu 
próprio país e de onde esperam voltar em breve 
a ele; mas serão levados para a Assíria, que fica 
muito mais longe, e onde serão afastados de 
toda correspondência com sua própria terra e 
de todas as esperanças de retornar a ela, e com 
justiça, porque se recusaram a voltar. Note que 
aqueles que não retornam aos deveres que 
deixaram não podem esperar retornar aos 
confortos que perderam. 
2. Deus, que lhes deu Canaã, aquela boa terra, e 
um assentamento muito seguro e confortável 
nela, trará seus julgamentos sobre eles lá, o que 
tornará sua habitação insegura e desconfortável 
(Oseias 11.6): A espada virá sobre eles, a espada 
da guerra, a espada de um inimigo estrangeiro, 
prevalecendo contra eles e triunfando sobre 
eles. 
(1) Este julgamento deve se espalhar para 
longe. A espada se apegará às 
suas cidades, àqueles ninhos de pessoas e 
armazéns de riqueza; da mesma forma, 
alcançará seus ramos, as aldeias do país 
(alguns), os próprios cidadãos (outros) ou 
os bares (de acordo com a palavra) e os portões 
de sua cidade, ou todos os ramos de sua receita 
e riqueza, ou seus filhos, os ramos de suas 
famílias. 
25 
 
(2.) Durará muito: permanecerá em suas 
cidades. Davi pensou que três meses antesde 
seus inimigos serem o único julgamento dos 
três que deveriam ser excluídos; mas 
esta espada permanecerá por mais de três 
meses nas cidades de Israel. Eles continuaram 
suas rebeliões contra Deus e, portanto, Deus 
continuaria seus julgamentos sobre eles. 
(3) Deve haver um fim cabal: Deve consumir os 
seus ramos, e devorá-los, e colocar todos os 
resíduos, e isto por causa dos seus próprios 
conselhos, isto é, porque eles têm seus próprios 
projetos, que Deus, portanto, em um caminho 
de julgamento justo, os entregou. Note que a 
confusão dos pecadores é devida à sua 
invenção. Os conselhos de Deus os teriam 
salvado, mas seus próprios conselhos os 
arruinaram. 
Este é o quadro dos juízos ameaçados pela boca 
do próprio Deus através do profeta Oseias, 
contra os pecados grosseiros de idolatria do 
Reino do Norte, que seriam cumpridos não 
muito tempo depois de tê-los proferido. 
Mas, o duro castigo não significa que Israel seria 
abandonado para sempre, pois havia uma 
aliança de misericórdia que havia sido feita com 
Abraão, mesmo para a sua descendência 
26 
 
terrena, não espiritual, não convertida, pois o 
caráter da aliança feita foi dito perpétuo pelo 
próprio Senhor. 
Vemos então, na continuidade da profecia de 
Oseias 11 (versos 8 a 12), palavras de esperança 
prometidas por Deus em relação a Israel, para 
serem cumpridas em todas as gerações, e 
particularmente, a partir de Jesus Cristo. 
Vemos o gracioso debate de Deus dentro de Si 
sobre o caso de Israel, um debate entre justiça e 
misericórdia, no qual a vitória claramente se 
inclina para o lado da misericórdia. 
Surpreenda-se, ó céus nisso! E maravilhe-se, ó 
terra, na glória da bondade de Deus! Não que 
haja em Deus tantas lutas quanto em nós, ou que 
ele esteja sempre flutuando ou não 
resolvido; não, ele está em uma mente firme e 
sabe disso; mas são expressões à maneira dos 
homens, destinadas a mostrar que gravidade o 
pecado de Israel merecia e, no entanto, como a 
graça divina seria glorificada ao poupá-los, não 
obstante. 
A conexão disso com o que se passa antes é 
muito surpreendente; foi dito de Israel no verso 
7 que eles estavam inclinados a se desviar de 
Deus, que , embora fossem chamados a ele, não 
27 
 
o exaltariam, sobre o qual, alguém pensaria, 
deveria ter se seguido: "Agora estou 
determinado a destruí-los e nunca mais lhes 
mostrar misericórdia." Não, tal é a soberania da 
misericórdia, tal a liberdade, a plenitude, a 
graça divina, que se segue 
imediatamente: “Como devo desistir de 
ti?” Veja aqui: 
(1.) As propostas que a justiça faz a respeito de 
Israel, cuja sugestão está aqui implícita. Efraim 
seja abandonado, como um filho incorrigível é 
abandonado para ser deserdado, como um 
paciente incurável é entregue por seu 
médico. Que ele seja entregue à ruína. Seja 
Israel entregue na mão do inimigo, como um 
cordeiro ao leão, para ser despedaçado; sejam 
feitos como Admá e Zeboim, as duas cidades que 
com Sodoma e Gomorra foram destruídas pelo 
fogo e enxofre que choveu do céu sobre 
eles; sejam eles total e irreparavelmente 
arruinados, e sejam feitos como essas cidades 
em desolação, como se estivessem em 
pecado. Que a maldição que está escrita na lei 
seja executada sobre eles, para que toda a 
terra seja enxofre e sal. Efraim e Israel 
merecem ser assim abandonados, e Deus não 
lhes fará mal se ele assim lidar com eles. 
28 
 
(2.) A oposição que a misericórdia faz a essas 
propostas: “como devo fazê-lo?” Como o terno 
pai argumenta consigo mesmo: "Como posso 
rejeitar meu filho desagradável? Pois ele é meu 
filho, embora seja desagradável; como posso 
encontrar em meu coração para fazê-lo?" Assim, 
"Efraim tem sido um filho querido, um filho 
agradável: como posso fazer isso? Ele está 
pronto para a ruína; os juízos estão prontos para 
prendê-lo; não há nada além de desistir 
dele, mas eu não posso fazê-lo a um povo 
próximo a mim; ainda há algo de bom entre eles; 
são os filhos da aliança; se forem arruinados, o 
inimigo triunfará; pode ser que ainda se 
arrependam e se reformem; e, portanto, como 
posso fazer isso?" Note que o Deus do céu é lento 
para se irar, e é especialmente capaz de 
abandonar um povo para proferir ruínas, que 
tiveram uma relação especial com ele. Veja 
como a misericórdia opera com a menção 
desses procedimentos severos: Meu coração se 
volta para dentro de mim, como dizemos: Nosso 
coração nos falha quando chegamos a fazer algo 
que está contra nós. Deus fala como se estivesse 
consciente de um estranho esforço de afeição 
em compaixão a Israel: como em Jeremias 31.20: 
“Não é Efraim meu precioso filho, filho das 
minhas delícias? Pois tantas vezes quantas falo 
contra ele, tantas vezes ternamente me lembro 
29 
 
dele; comove-se por ele o meu coração, deveras 
me compadecerei dele, diz o SENHOR.” 
Suas entranhas ansiavam por eles, e sua alma 
estava entristecida por seus pecados e miséria, 
(Juízes 10.16). 
Quando Deus entregou seu Filho para ser 
um sacrifício pelo pecado, e um Salvador para os 
pecadores, ele não disse: Como devo abandoná-
lo? Não, ele não poupou seu próprio filho; ao 
Senhor agradou moê-lo; e, portanto, Deus não o 
poupou, para que ele pudesse nos poupar. Mas 
esta é apenas a linguagem do dia de sua 
paciência; quando os homens pecaram, e 
chegou o grande dia de sua ira, então nenhuma 
dificuldade é feita; não, eu vou rir da sua 
calamidade. 
Depois de uma longa disputa, a misericórdia na 
questão se alegra com o julgamento, tem a 
última palavra e ganha o dia, (Oseias 11.9). É 
decretado que o julgamento será adiado ainda 
mais, e agora não executarei o furor da minha 
ira, embora eu esteja com raiva; embora não 
fiquem completamente impunes, ele mitigará a 
sentença e diminuirá o rigor dela. Ele se 
mostrará justamente zangado, mas não 
implacavelmente; eles devem ser corrigidos, 
mas não consumidos. Não voltarei para destruir 
30 
 
Efraim; os julgamentos infligidos não serão 
repetidos, não serão tão profundos quanto 
mereciam. 
É destacado no verso 8: "Como te deixaria, ó 
Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te 
faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? 
Meu coração está comovido dentro de mim, as 
minhas compaixões, à uma, se acendem." 
O fundamento e a razão desta 
determinação: Porque eu sou Deus e não 
homem, o Santo de Israel. Para encorajá-los, a 
esperar que encontrem misericórdia, 
considere: 
(1) O que ele é em si mesmo: Ele é Deus, e não 
homem, como em outras coisas, assim como 
perdoando pecados e poupando pecadores. Se 
eles tivessem ofendido um homem como eles, 
ele não o faria, ele não o suportaria; sua paixão 
teria dominado sua compaixão e ele teria 
executado a ferocidade de sua raiva; mas eu sou 
Deus, e não homem. Ele é o Senhor da sua 
ira, enquanto a raiva dos homens geralmente os 
domina. Se um príncipe terreno estivesse em 
um impasse entre justiça e misericórdia, estaria 
perdido como comprometer o assunto entre 
eles; mas quem é Deus, e não o homem, sabe 
como encontrar um expediente para garantir a 
31 
 
honra de sua justiça e, ainda assim, promover a 
honra de sua misericórdia. A compaixão do 
homem não é nada em comparação com as 
ternas misericórdias de nosso Deus, cujos 
pensamentos e maneiras, ao receber pecadores 
que retornam, estão tão acima dos nossos 
quanto o céu está acima da terra, (Isaías 
55.9). Note, é um grande incentivo para a nossa 
esperança nas misericórdias de Deus lembrar 
que ele é Deus, e não homem. Ele é o 
Santo. Alguém poderia pensar que essa era uma 
razão pela qual ele deveria rejeitar um povo tão 
provocador. Não; Deus sabe como poupar e 
perdoar os pecadores pobres, não apenas sem 
censura à sua santidade, mas muito à honra 
dela, pois ele é fiel e apenas nos perdoa os 
pecados, e nisso declara a sua justiça, agora 
Cristocomprou o perdão e ele prometeu dá-lo. 
(2) O que ele é para eles; ele é o Santo no meio de 
ti; sua santidade está comprometida para o bem 
de sua igreja, e mesmo nesta terra e idade 
corruptos e degenerados, houve quem 
agradecesse na lembrança de sua santidade, e 
ele exigiu que todos fossem santos como ele é, 
(Levítico 19.2). Enquanto tivermos o Santo no 
meio de nós, estamos seguros e bem; mas ai de 
nós quando ele nos deixar! Note que aqueles que 
se submetem à Sua influência podem ter o 
conforto da santidade de Deus. 
32 
 
Eles voltarão e buscarão o Senhor seu Deus; é 
falado das dez tribos e teve sua realização, em 
parte, no retorno de algumas delas com as das 
duas tribos no tempo de Esdras; mas teve sua 
realização mais completa no Israel espiritual de 
Deus, a igreja do evangelho, reunida e 
incorporada pelo evangelho de Cristo. 
E então observe: 
1. Como eles deveriam ser chamados e 
reunidos: O Senhor rugirá como um 
leão. A palavra do Senhor será como um leão 
que ruge. Cristo é chamado o leão da tribo de 
Judá, e seu evangelho, no princípio, era a voz de 
quem clama no deserto. Quando Cristo clamou 
em alta voz, foi como quando um leão rugiu, 
Apocalipse 10.3. A voz do evangelho foi ouvida ao 
longe, como o rugido de um leão, e era uma voz 
poderosa. Veja Joel 3.16. 
2. Que impressão esse chamado deve causar 
sobre eles, como o rugido de um leão causa 
sobre todos os animais da floresta: quando ele 
rugir, as crianças tremerão. Veja Amós 3.8, o 
leão rugiu; o Senhor Deus falou; e então quem 
não temerá? Quando aqueles cujos corações o 
evangelho alcançou tremeram, e ficaram 
surpresos, e clamaram: O que devemos 
fazer? Quando eles foram postos em prática da 
33 
 
salvação e adoraram a Deus com medo e tremor, 
então essa promessa foi cumprida. 
Onde quer que estejam aqueles que pertencem 
à eleição da graça - leste, oeste, norte ou sul - 
eles ouvirão o som alegre e serão despertados 
por ele; os do Egito e da Assíria se 
reunirão; aqueles que estão mais afastados um 
do outro se encontrarão em Cristo e serão 
incorporados na igreja. 
3. Que efeito essas impressões devem ter sobre 
eles. Movidos de temor, eles fugirão para a 
arca: Andarão segundo o Senhor, após o serviço 
do Senhor; eles tomarão o Senhor Jesus Cristo 
como seu líder e comandante; eles se alistarão 
sob ele como capitão de sua salvação e se 
entregarão à direção do Espírito como guia da 
palavra; devem deixar tudo para seguir a 
Cristo, quando se tornam discípulos. Note que 
nosso santo tremor diante da palavra de Cristo 
nos atrairá para ele, não nos afastará 
dele. Quando ele ruge como um leão, os 
escravos tremem e fogem dele, os filhos 
tremem e fogem para ele. 
4. Com que alegria eles se encontrarão em seu 
retorno (verso 11): Eu os colocarei em suas 
casas (todos os que vierem ao chamado do 
evangelho terão um lugar e um nome na igreja 
34 
 
do evangelho, em particular igrejas que são suas 
casas, às quais pertencem; habitarão em Deus e 
ficarão em casa nele, seguros, como um homem 
em sua própria casa; terão mansões, pois há 
muitas na casa de nosso Pai, em seu tabernáculo 
na terra e em seu templo no céu, em habitações 
eternas, que podem ser chamadas de casas, pois 
são a habitação em que permanecerão no fim 
dos dias. 
APÊNDICE: 
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação 
Estamos inserindo esta nota em forma de 
apêndice em nossas últimas publicações, uma 
vez que temos sido impelidos a explicar em 
termos simples e diretos o que seja de fato o 
evangelho, na forma em que nos é apresentado 
nas Escrituras, já que há muita pregação e 
ensino de caráter legalista que não é de modo 
algum o evangelho de nosso Senhor Jesus 
Cristo. 
Há também uma grande ignorância relativa ao 
que seja a aliança da graça por meio da qual 
somos salvos, e que consiste no coração do 
evangelho, e então a descrevemos em termos 
bem simples, de forma que possa ser 
adequadamente entendida. 
35 
 
Há somente um evangelho pelo qual podemos 
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra 
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas 
do Novo Testamento. Mas, por interpretações 
incorretas é possível até mesmo transformá-lo 
em um meio de perdição e não de salvação, 
conforme tem ocorrido especialmente em 
nossos dias, em que as verdades fundamentais 
do evangelho de Jesus Cristo têm sido 
adulteradas ou omitidas. 
Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de 
apresentar a seguir, de forma resumida, em que 
consiste de fato o evangelho da nossa salvação. 
Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso 
entender que somos salvos exclusivamente 
com base na aliança de graça que foi feita entre 
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação 
do mundo, para que nas diversas gerações de 
pessoas que seriam trazidas por eles à existência 
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, 
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas 
de seus pecados, justificadas, regeneradas 
(novo nascimento espiritual), santificadas e 
glorificadas. E o autor destas operações 
transformadoras seria o Espírito Santo, a 
terceira pessoa da trindade divina. 
36 
 
Estes que seriam chamados à conversão, o 
seriam pelo meio de atração que seria feita por 
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que 
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem 
receber a graça necessária que os redimiria e os 
transportaria das trevas para a luz, do poder de 
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria 
em filhos amados e aceitos por Deus. 
Como estes que foram redimidos se 
encontravam debaixo de uma sentença de 
maldição e condenação eternas, em razão de 
terem transgredido a lei de Deus, com os seus 
pecados, para que fossem redimidos seria 
necessário que houvesse uma quitação da dívida 
deles para com a justiça divina, cuja sentença 
sobre eles era a de morte física e espiritual 
eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém 
idôneo que pudesse se colocar no lugar do 
homem, trazendo sobre si os seus pecados e 
culpa, e morrendo com o derramamento do Seu 
sangue, porque a lei determina que não pode 
haver expiação sem que haja um sacrifício 
sangrento substitutivo. 
Importava também que este Substituto de 
pecadores, assumisse a responsabilidade de 
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à 
37 
 
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à 
sua conversão, como a que seria contraída 
também no presente e no futuro, durante a sua 
jornada terrena. 
Este Substituto deveria ser perfeito, sem 
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do 
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser 
alguém divino para realizar tal obra. 
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da 
graça feita com o Pai, para ser este Salvador, 
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para 
realizar a obra de redenção. 
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua 
chamada é para uma santificação e perfeição 
eternas. Como poderia responder por si mesmo 
para garantir a eternidade da segurança da 
salvação? 
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado 
da natureza divina que sempre possuiu, a 
natureza humana, e para tanto ele foi gerado 
pelo Espírito Santo no ventre de Maria. 
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em 
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria 
ser o de alguém que fosse humano, mas 
também divino, de modo que se pode até 
38 
 
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue 
do próprio Deus. 
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte 
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o 
caminho para a vida eterna e o céu. 
Para que nunca nos esquecêssemos desta 
grande e importante verdade do evangelho de 
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o 
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou 
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou 
a Ceia que deve ser regularmente observada 
pelos crentes, para quese lembrem de que o Seu 
corpo foi rasgado, assim como o pão que 
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado 
em profusão, conforme representado pelo 
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio 
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos 
ordenados a comer o pão, que representa o 
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para 
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que 
é verdadeira bebida para nos refrigerar e 
manter a Sua vida em nós. 
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e 
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é 
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto 
se aplica ao fato de que não há outra verdade, 
outro caminho, outra vida, senão a que existe 
39 
 
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita 
porque não admite uma entrada para vários 
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, 
conduzem à perdição. É estreito e apertado para 
que nunca nos desviemos dEle, o autor e 
consumador da nossa salvação. 
Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo. 
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena 
convicção desta verdade, mesmo depois de 
sermos justificados, regenerados e santificados, 
percebemos, enquanto neste mundo, que há em 
nós resquícios do pecado, que são o resultado do 
que se chama de pecado residente, que ainda 
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido 
crucificado juntamente com Cristo, ainda 
permanece em condições de operar em nós, ao 
lado da nova natureza espiritual e santa que 
recebemos na conversão. 
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor 
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa 
salvação é inteiramente por graça e mediante a 
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida 
eterna e o céu. Se não fosse assim, não 
40 
 
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus 
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado 
ainda opera em nossas vidas de diversas formas. 
Isto pode ser visto claramente em várias 
passagens bíblicas e especialmente no texto de 
Romanos 7. 
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as 
enfermidades que atuam em nossos corpos 
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado 
da imperfeição em que ainda nos encontramos 
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde 
perfeita a todos os crentes, sem qualquer 
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o 
faz para que aprendamos que a nossa salvação 
está inteiramente colocada sobre a 
responsabilidade de Jesus, que é aquele que 
responde por nós perante Ele, para nos manter 
seguros na plena garantia da salvação que 
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio 
Deus havia determinado justificar-nos somente 
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão 
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho 
Testamento. 
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé 
porque não consegue vencer determinadas 
fraquezas ou pecados, porque enquanto se 
esforça para ser curado deles, e ainda que não o 
41 
 
consiga neste mundo, não perderá a sua 
condição de filho amado de Deus, que pode usar 
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, 
mas que jamais deixará ou abandonará a 
qualquer que tenha recebido por filho, por 
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se 
interpôs com um juramento que jamais a 
anularia por causa de nossas imperfeições e 
transgressões. 
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a 
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame 
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo 
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma 
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, 
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a 
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas 
simplesmente por meio do arrependimento e 
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é 
necessário para a segurança eterna da sua 
salvação. 
É possível que alguém leia tudo o que foi dito 
nestes sete últimos parágrafos e não tenha 
percebido a grande verdade central relativa ao 
evangelho, que está sendo comentada neles, e 
que foi citada de forma resumida no primeiro 
deles, a saber: 
42 
 
“Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.” 
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação 
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça 
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é 
suficiente para nos garantir uma salvação 
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e 
Deus Filho, que nos escolheram para esta 
salvação segura e eterna, antes mesmo da 
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra 
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle 
que somos aceitos por Deus, nos termos da 
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os 
agentes da aliança, e os crentes apenas os 
beneficiários. 
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o 
Filho, sem a consulta da vontade dos 
beneficiários, uma vez que eles nem sequer 
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé 
aos termos da aliança, eles são convocados a 
fazê-lo voluntariamente e para o principal 
propósito de serem salvos para serem 
santificados e glorificados, sendo instruídos 
pelo evangelho que tudo o que era necessário 
para a sua salvação foi perfeitamente 
43 
 
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
Então, preste atenção neste ponto muito 
importante, de que tanto é assim, que não é pelo 
fato de os crentes continuarem sujeitos ao 
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles 
correm o risco de perderem a salvação deles, 
uma vez que a aliança não foi feita diretamente 
com eles, e consistindo na obediência perfeita 
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com 
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa 
deles, como para garantir o aperfeiçoamento 
deles na santidade e na justiça, ainda que isto 
venha a ser somente completado integralmente 
no por vir, quando adentrarem a glória celestial. 
A salvação é por graça porque alguém pagou 
inteiramente o preço devido para que fôssemos 
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo. 
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi 
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas 
também como Profeta e Rei. 
Ele não somente é quem nos anuncia o 
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem 
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, 
para que não errássemos o alvo por causa da 
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a 
44 
 
única coisa que pode nos afastar da 
possibilidade da salvação. 
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos 
corações, e nos submete à Sua vontade de forma 
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo 
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a 
Deus. 
Agora, nada disso é possível sem que haja 
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa 
da nossa salvação, pois, como temos visto esta 
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, 
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, 
o arrependimento é necessário, porque toda 
esta salvação é para uma vida santa, uma vida 
que lute contra o pecado, e que busque se 
revestir do caráter e virtudes de Jesus. 
Então, não há salvação pela fé onde o coração 
permanece apegado ao pecado, e sem 
manifestar qualquer desejo de viver de modo 
santo para a glória de Deus. 
Desde que haja arrependimento não há 
qualquer impossibilidade para que Deus nos 
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da 
geração atual, que corre desenfreadamente à 
busca de prazeres terrenos, e completamente 
avessa aos valores eternos e celestiais. 
45 
 
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria 
até mais facilidade para Deus salvar a estes que 
vivem na iniquidade porque a vida deles no 
pecado é flagrante,e pouco se importam em 
demonstrar por um viver hipócrita, que são 
pessoas justas e puras, pois não estão 
interessados em demonstrar a justiça própria 
do fariseu da parábola de Jesus, para que através 
de sua falsa religiosidade, e autoengano, 
pudessem alcançar algum favor da parte de 
Deus. 
Assim, quando algum deles recebe a revelação 
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que 
dominam seu coração, o trabalho de 
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e 
eles lamentam por seus pecados e fogem para 
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os 
receberá, e a nenhum deles lançará fora, 
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito 
para a sua salvação exige somente o 
arrependimento e a fé, para a recepção da graça 
que os salvará. 
Deus mesmo é quem provê todos os meios 
necessários para que permaneçamos firmes na 
graça que nos salvou, de maneira que jamais 
venhamos a nos separar dele definitivamente. 
46 
 
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza 
divina, no novo nascimento operado pelo 
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma 
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. 
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a 
velha venha a se dissolver totalmente, assim 
como está ordenado que tudo o que herdamos 
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo 
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido 
este nosso novo ser que se inclina em amor para 
Deus e para todas as coisas de Deus. 
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele 
se encontra destronado, pois quem reina agora 
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o 
pecado. Ainda que algum pecado o vença isto 
será temporariamente, do mesmo modo que 
uma doença que se instala no corpo é expulsa 
dele pelas defesas naturais ou por algum 
medicamento potente. O sangue de Jesus é o 
remédio pelo qual somos sarados de todas as 
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas 
prevaleça neste mundo ela será totalmente 
extinta quando partirmos para a glória, onde 
tudo será perfeito. 
Temos este penhor da perfeição futura da 
salvação dado a nós pela habitação do Espírito 
Santo, que testifica juntamente com o nosso 
espírito que somos agora filhos de Deus, não 
47 
 
apenas por ato declarativo desta condição, mas 
de fato e de verdade pelo novo nascimento 
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé 
em Jesus. 
Toda esta vida que temos agora é obtida por 
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se 
entregou por nós, para que vivamos por meio da 
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador 
de toda a criação, inclusive desta nova criação 
que está realizando desde o princípio, por meio 
da geração de novas criaturas espirituais para 
Deus por meio da fé nEle. 
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou 
seja, pode fazer com que nova vida espiritual 
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe 
perfeitamente quais são aqueles que atenderão 
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se 
revela em espírito para que creiam nEle, e assim 
sejam salvos. 
Bem-aventurados portanto são: 
Os humildes de espírito que reconhecem que 
nada possuem em si mesmos para agradarem a 
Deus. 
48 
 
Os mansos que se submetem à vontade de Deus 
e que se dispõem a cumprir os Seus 
mandamentos. 
Os que choram por causa de seus pecados e todo 
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião 
contra o Criador. 
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o 
testemunho de que todos necessitam da 
misericórdia de Deus para serem perdoados. 
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas 
que costumam anular a verdade em prol da paz 
mundial, mas os que anunciam pela palavra e 
suas próprias vidas que há paz de reconciliação 
com Deus somente por meio da fé em Jesus. 
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do 
reino de Deus que não é comida, nem bebida, 
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 
Os que são perseguidos por causa do evangelho, 
porque sendo odiados sem causa, perseveram 
em dar testemunho do Nome e da Palavra de 
Jesus Cristo. 
Vemos assim que ser salvo pela graça não 
significa: de qualquer modo, de maneira 
descuidada, sem qualquer valor ou preço 
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço 
49 
 
altíssimo e de valor inestimável para que 
pudéssemos ser redimidos. Os termos da 
aliança por meio da qual somos salvos são todos 
bem ordenados e planejados para que a salvação 
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, 
celestiais, espirituais envolvidos em todo o 
processo da salvação. 
É de uma preciosidade tão grande este plano e 
aliança que eles devem ser eficazes mesmo 
quando não há naqueles que são salvos um 
conhecimento adequado de todas estas 
verdades, pois está determinado que aquele que 
crê no seu coração e confessar com os lábios que 
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é 
necessário para um pecador ser transformado 
em santo e recebido como filho adotivo por 
Deus. 
O crescimento na graça e no conhecimento de 
Jesus são necessários para o nosso 
aperfeiçoamento espiritual em progresso da 
nossa santificação, mas não para a nossa 
justificação e regeneração (novo nascimento) 
que são instantâneos e recebidos 
simultaneamente no dia mesmo em que nos 
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como 
nos encontrávamos na ocasião, totalmente 
perdidos e mortos em transgressões e pecados. 
50 
 
E fomos recebidos porque a palavra da 
promessa da aliança é que todo aquele que crê 
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela 
como condição para a salvação. 
É assim porque foi este o ajuste que foi feito 
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre 
si para que fôssemos salvos por graça e 
mediante a fé. 
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o 
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da 
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da 
graça, e nós somos eleitos para recebermos os 
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele 
a quem foram feitas as promessas de ter um 
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras. 
Então quando somos chamados de eleitos na 
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma 
aliança exclusiva e diretamente com cada um 
daqueles que creem, uma vez que uma aliança 
com Deus para a vida eterna demanda uma 
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem 
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais 
seríamos competentes para atender a tal 
exigência, de modo que a aliança poderia ter 
sido feita somente com Jesus. 
51 
 
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em 
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que 
somos também recebidos. Jamais poderíamos 
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa 
Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto 
é tipificado claramente na Lei, em que nenhum 
ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem 
serem apresentados pelo sacerdote escolhido 
por Deus para tal propósito. Nenhum outro 
Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que 
pudéssemos receber uma redenção e 
aproximação eternas, senão somente nosso 
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu 
para este ofício. 
Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus 
por meio da fé em Jesus Cristo, importa 
permanecermos nEle por um viver e andar em 
santificação, no Espírito. 
É pelo desconhecimento desta verdade que 
muitos crentes caminham de forma 
desordenada, uma vez que tendo aprendido que 
a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus 
Filho, e que são salvos exclusivamente por meio 
da fé, que então não importa como vivam uma 
vez que já se encontram salvos das 
consequências mortais do pecado. 
52 
 
Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à 
segurança eterna da salvação em razão da 
justificação, é apenas uma das faces da moeda 
da salvação, que nos trazendo justificação e 
regeneração instantaneamente pela graça, 
mediante a fé, no momento mesmo da nossa 
conversão inicial,todavia, possui uma outra 
face que é a relativa ao propósito da nossa 
justificação e regeneração, a saber, para sermos 
santificados pelo Espírito Santo, mediante 
implantação da Palavra em nosso caráter. Isto 
tem a ver com a mortificação diária do pecado, e 
o despojamento do velho homem, por um andar 
no Espírito, pois de outra forma, não é possível 
que Deus seja glorificado através de nós e por 
nós. Não há vida cristã vitoriosa sem 
santificação, uma vez que Cristo nos foi dado 
para o propósito mesmo de se vencer o pecado, 
por meio de um viver santificado. 
Esta santificação foi também incluída na aliança 
da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da 
fundação do mundo, e para isto somos também 
inteiramente dependentes de Jesus e da 
manifestação da sua vida em nós, porque Ele se 
tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, 
redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 
1.30). De modo que a obra iniciada na nossa 
conversão será completada por Deus para o seu 
53 
 
aperfeiçoamento final até a nossa chegada à 
glória celestial. 
“Estou plenamente certo de que aquele que 
começou boa obra em vós há de completá-la até 
ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6). 
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e 
o vosso espírito, alma e corpo sejam 
conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda 
de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos 
chama, o qual também o fará.” (I 
Tessalonicenses 5.23,24). 
“Assim, pois, amados meus, como sempre 
obedecestes, não só na minha presença, porém, 
muito mais agora, na minha ausência, 
desenvolvei a vossa salvação com temor e 
tremor; porque Deus é quem efetua em vós 
tanto o querer como o realizar, segundo a sua 
boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).

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