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Fichamento - Fibras

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Fibras
Mileidy Rocha
FICHAMENTO
	Fibras alimentares
	Lidiane Aparecida Catalani, Éster Mi Sun Kang, Maria Carolina Gonçalves Dias, Janete Maculevicius.
	
A fibra alimentar é conceituada no artigo, a partir das informações dadas pela American Association of Cereal Chemists, 1999, como parte comestível de plantas ou carboidratos análogos que são resistentes à digestão e absorção do intestino delgado de humanos, resultando na fermentação completa ou parcial no intestino grosso de humanos, dados alguns exemplos como: celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens, oligossacarídeos, lignina e substâncias associadas a plantas.
De acordo com a solubilidade em água as fibras alimentares podem ser agrupadas em solúveis ( responsável pelo aumento do tempo de trânsito intestinal e está relacionado à diminuição do esvaziamento gástrico, ao retardo da absorção da glicose, diminuição da glicemia pós-prandial e redução do colesterol sanguíneo – pectinas, gomas, mucilagens e hemiceluloses); em fibras insolúveis ( que contribuem para o aumentam do volume do bolo fecal, redução do tempo de trânsito intestinal, retardo da hidrólise do amido – celulose, lignina e algumas hemiceluloses e mucilagens) e em fibras resistentes (soma do amido e dos produtos da sua degradação que não são absorvidos pelo intestino delgado, contribuindo para aumentar o “pool” de fibra alimentar que chega intacto ao cólon – apresenta efeitos fisiológicos semelhantes aos da fibra alimentar). Os fruto-oligossacarídeos (FOS) que diferem das fibras pela ausência de degradação pelas enzimas digestivas do homem e da capacidade de permitir fermentação pelas bactérias do cólon intestinal, formando ácidos curtos que exercem efeitos tróficos na mucosa intestinal. Tanto os FOS quanto a inulina (polímero de glicose) são considerados pré-bióticos, por serem ingredientes alimentares não digeridos no intestino delgado que, ao atingir o intestino grosso, são metabolizados e geram uma microflora bacteriana saudável. 
Novas definições propostas para fibra alimentar:
- Fibra alimentar: carboidratos não digeríveis e lignina que são intrínsecos e intactos nas plantas. 
- Fibra adicionada: carboidratos isolados, não digeríveis que apresentam efeitos fisiológicos benéficos em humanos.
-Fibras totais: a soma de fibra alimentar e fibra adicionada.
Métodos de análise de fibras alimentares: são determinados por três métodos – detergente neutro, detergente ácido – ambos determinam apenas a fração insolúvel da fibra- e enzimático que pode ser dividido em enzimático – químico e gravimétrico (método oficializado em que o alimento é tratado com diversas enzimas fisiológicas com a finalidade de simular condições do intestino delgado)
Recomendações nutricionais: para adultos recomenda-se ingestão de 20g a 35g de fibras alimentares por dia ou 10g a 13g de fibra por 1000kcal. Ainda não havia recomendações específicas para idoso e para crianças menores de 2 anos. Acima de 2 anos o recomendado seria o consumo igual à idade da criança acrescido de 5g.
Fibras e constipação intestinal: As fibras alimentares insolúveis aumentam o volume fecal retendo água, ao passo que as solúveis aumentam o volume fecal devido ao acúmulo de massa bacteriana durante a degradação. Desse modo, para evitar a constipação é indicado uma dieta rica em fibras e com abundante ingestão hídrica.
Fibras e obesidade: As fibras alimentares podem influenciar na massa corpórea por meio de mecanismos fisiológicos que envolvem efeitos intrínsecos, hormonais e colônicos. Tais mecanismos agem reduzindo a ingestão alimentar pela promoção da saciedade, pelo aumento na oxidação de lipídios e na redução das reservas corporais de gordura.
Fibras e diabetes: Os possíveis fatores responsáveis pela melhoria da homeostase da glicose em indivíduos diabéticos são – retardo do esvaziamento gástrico; diminuição da absorção de carboidratos pela inclusão de açúcares na matriz da fibra e modificação na secreção hormonal que estão relacionados a retenção de líquido ocasionada pela fibra solúvel no intestino, diminuição da acessibilidade da encima pancreática em alcanças os polissacarídeos da dieta pelo aumento da viscosidade do quimo e reduzindo a difusão da glicose pelo enterócito. Além dos efeitos sobre a liberação hormonal gastrintestinais.
Fibras e nutrição enteral: as fibras são responsáveis na nutrição enteral pela intensificação absortiva e integridade do intestino, pelo gerenciamento da função do intestino, manutenção da barreira intestinal, melhora da tolerância a glicose e do perfil lipídico do sangue, além da normalização da microflora intestinal.
Fibras e biodisponibilidade de minerais: A fibra pode diminuir a utilização de diversos minerais (teoria mais aceita) devido diminuição do tempo de transito intestinal que provoca uma diminuição dos minerais, diluição do conteúdo intestinal e aumento do volume fecal, formação de quelatos entre componentes de fibras e os minerais, alteração do transporte passivo e ativo dos minerais através da parede intestinal, intercâmbio iônico, retenção de íons nos poros da estrutura gelatinosa de alguns tipos de fibras e incremento da secreção endógena de minerais. Porém, observa-se que a fibra pode interferir na biodisponibilidade de nutrientes em casos que a ingestão dos mesmos é deficiente e pode não ocorrer quando a ingestão de nutrientes é adequada.
REFERÊNCIA
CATALANI, LIDIANE APARECIDA et. al. Fibras alimentares. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, v. 18, n. 4, p. 178 – 182, 2003.

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