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1 l PSICOLOGIA APLICADA À SEGURANÇA DO TRÂNSITO 1 SUMÁRIO TRÂNSITO E CIDADANIA ......................................................................................... 3 AS RAÍZES DA PSICOLOGIA DO TRÂNSITO E OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CONDUTORES NO BRASIL ................................. 6 A PSICOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM O TRÂNSITO .......................................... 10 A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO E O COMPORTAMENTO DOS BRASILEIROS ... 14 PSICOLOGIA APLICADA AO TRÂNSITO ............................................................... 17 MODELANDO O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR ........................................ 21 MODELO INPUT-OUTPUT (TAXONÔMICOS E FUNCIONAIS).............................. 22 MODELOS MOTIVACIONAIS E COGNITIVOS ....................................................... 23 INFRAÇÕES E ERROS COMO FATORES PSICOLÓGICOS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO ............................................................................................................... 24 TEORIAS EXPLICATIVAS PARA CONDUÇÃO PERIGOSA E ACIDENTES DE TRÂNSITO ............................................................................................................... 26 REFERENCIAS ........................................................................................................ 31 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 TRÂNSITO E CIDADANIA Para que se faça uma melhor análise da relação entre trânsito e cidadania deve-se, primeiramente, conceituar o que é ser cidadão e o que é cidadania. O Dicionário do Aurélio (2015), conceitua cidadão como sendo “o indivíduo no gozo de seus direitos civis e políticos de um estado livre”. E que cidadania é “a qualidade ou estado de cidadão”. No entanto, não se pode tomar por base apenas os conceitos basilares do dicionário, tendo em vista que se trata de algo muito mais complexo do que o citado, pois o cidadão não possui apenas direito, mas também deveres que devem ser aplicados na sociedade. Todos têm direito ao trânsito e de não ser ferido nele, assim como todos têm o dever de não pôr em perigo ou de limitar as outras pessoas de ir e vir. Segundo Silva (1987, p. 427), cidadão tem a seguinte definição: [...] quer designar a pessoa que reside no território nacional, não indicando simplesmente o que se diz brasileiro, mas também o estrangeiro, neste sentido, apenas, vem significar a condição de habitantes do país, que adotou o sistema republicano, em oposição ao súdito, mas próprio aos regimes monárquicos. Mas quando utilizada a palavra cidadania, Silva (1987, p.427) afirma que “a cidadania é expressão, assim, que identifica a qualidade da pessoa que, estando na posse de plena capacidade civil, também se encontra investida no gozo de seus direito políticos, que se indicam, pois, o gozo desta cidadania”. 4 O cidadão é aquele consciente de seu papal na sociedade, ele quer seus direitos garantidos, porém não esquece de seus deveres. E no trânsito isso é de suma importância para que haja respeitabilidade entre as pessoas. Carlos B. Bruns et al, comentam: O cidadão tem o dever de obedecer às leis e códigos, em benefício do bem comum. Esta é a melhor forma de respeitar o direito das demais pessoas e ter os seus respeitados. As mesmas leis e códigos definem que estamos sujeitos a punições toda vez que nosso comportamento for nocivo para a coletividade ou para nós mesmos. (BRUNS et al, 2006, p. 07). O trânsito talvez seja um dos ambientes mais complexos de se relacionar na sociedade, tendo em vista que é nele que se encontram os mais variados tipos de pessoas, cada uma diferente da outra, exigindo, dessa forma, que os indivíduos sejam cidadãos o máximo que puderem afim de respeitar uns aos outros e as leis de trânsito. Esse modo de agir é chamado de cidadania ativa, ou seja, exercer a cidadania, neste caso, exerce-la no trânsito. (BRUNS et al, 2006). Nesse mesmo sentido, Mello (2002, p. 24), também confia na tese de que os cidadãos devem praticar a cidadania: Ser cidadão, portanto, é participar o máximo possível da vida em comunidade, para que seja possível compartilhar com os semelhantes as coisas boas da vida – as materiais e as culturais. Ser cidadão é, ainda, opor-se a toda forma de não participação. Ser cidadão, é enfim, adotar uma postura em favor do bem comum. O autor faz uma abordagem ampla do que é ser cidadão, mas esse trabalho, especificadamente, trará para uma visão de cidadania aplicada no trânsito. Apesar de parecer simples, praticar a cidadania é muito complicado na sociedade brasileira, isso porque ela (sociedade brasileira) ainda é pouco cidadã, pois, as pessoas têm um conhecimento considerável de seus direitos, porém, pouco sobre seus deveres. Isso demonstra a pobreza de nossa cultura, bem como, o baixo investimento em educação para o trânsito, deixando clara mais uma condição para um trânsito tão violento. Apesar das dificuldades estruturais e culturais de nosso país, atualmente já há algumas linhas de pensamento no sentido de trazer a educação e a cidadania para 5 dentro do trânsito, e deixando um pouco de lado a forma policial de solucionar os problemas do trânsito. Esse entendimento de que o trânsito deveria ser tratado como caso de polícia baseia-se em uma ideia de que o Brasil tem “um trânsito ruim e no limite do criminoso” (BRASIL, 2015a, p. 06), ou seja, a primeira coisa que vem à cabeça é que se deve tratar como caso de polícia. Não obstante, a cidadania também traz junto a ela um certo “conflito”, onde de um lado estão os direitos individuais de cada cidadão e de outro as regras gerais a serem seguidas por todos os indivíduos, aí está o conflito, e é neste momento que o cidadão deve ter a capacidade de agir de forma que não prejudique a si próprio e nem ao próximo. “Assim considerando, é fundamental destacar a dimensão de cidadania inserida no trânsito, uma vez que este configura uma situação básica de diferença, diversidade, equidade, tolerância e de direitos humanos”. (BRASIL, 2015a, p. 06). A grande vantagem desse conflito instaurado pela aplicabilidade da cidadania é o constante exercício da democracia incutida no aprimoramento de nosso trânsito, tendo em vista que traz, cada vez mais, a sociedade para dentro das discussões sobre o aprimoramento do trânsito brasileiro. Lembrando, ainda, que a o Código de Trânsito Brasileiro, bem como, as resoluções do CONTRAN, conscientes da importância da difusão da cidadania, fazem inúmeras menções à relação entre cidadania e trânsito, e da sua incontestável influência para que se conquiste um trânsito mais respeitoso e seguro. (BRASIL, 2015a). 6 AS RAÍZES DA PSICOLOGIA DO TRÂNSITO E OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICADE CONDUTORES NO BRASIL No início do século XX, os primeiros automóveis e caminhões começaram a circular no Brasil. Era o início de um projeto coletivo em que o transporte rodoviário assumiria um papel fundamental nos deslocamentos. A locomoção em massa por bondes e trens foi sendo lentamente substituída pelo uso do automóvel, fruto de opções de políticas urbanas na esfera federal e estadual, e da pressão das elites da época que apoiavam a indústria automobilística do país (Lagonegro, 2008). Embora a produção e o uso em massa do automóvel tenham contribuído sobremaneira no desenvolvimento econômico do país, engendrou sérios problemas de segurança e saúde pública, em decorrência dos acidentes de trânsito que começaram a se intensificar na década de 1940 (Antipoff, 1956). Como consequência, nas décadas de 1940 e 1950, as autoridades buscaram desenvolver e implementar medidas preventivas, dentre elas, a seleção médica e psicotécnica. Esta, por sua vez, tinha a finalidade de restringir o acesso ao volante das pessoas consideradas propensas a se envolver em acidentes de trânsito. 7 A concessão do documento de habilitação passou a ser considerada pelas autoridades um privilégio, em que o candidato provaria sua capacidade de conduzir com segurança, por meio de uma bateria de testes e exames. Discutia-se, ainda, a necessidade de validade temporária e não mais permanente da habilitação, instituindo verificações periódicas das condições mínimas de capacidade física e psíquica dos motoristas; assim como, a identificação dos critérios e da forma de avaliação dessa capacidade conforme o tipo de habilitação, uma vez que diferentes categorias de veículos exigiriam diferentes habilidades (Côrtes, 1952). Começava a se estruturar o que se chama de modelo brasileiro de habilitação (Hoffman, 1995). No tocante à tarefa de avaliar as condições psíquicas dos motoristas, essa estruturação ocorreu com forte influência estrangeira, principalmente com os trabalhos desenvolvidos por Tramm na Alemanha, Lahy na França, Münsterberg e Viteless nos Estados Unidos da América, e Mira y López na Espanha, pois não havia no Brasil instrumentos construídos ou validados para realizar este intento (Campos, 1951). Convém destacar que a psicologia aplicada ao trânsito, nesse período, centrava a sua atuação fortemente no fator humano, por meio da seleção de pessoal, orientação e instrução profissional. Dessa forma, buscava-se identificar os indivíduos certos para ocupar os lugares certos, seja para conduzir trem ou ônibus (Mange, 1956; Trench, 1956; Antunes, 2001). Nesse contexto, a teoria da propensão aos acidentes (accident proneness) era fortemente discutida no âmbito internacional (Forbes, 1954; Nagatsuka, 1989). Essa teoria exerceu grande influência nas disciplinas que atuavam junto ao trânsito no mundo inteiro e teve fortes repercussões no Brasil (Campos, 1951, 1978, 1978b). Segundo essa teoria, algumas pessoas são mais propensas do que outras a se envolver em acidentes, o que justificava a elaboração de um processo de habilitação para identificar os indivíduos propensos/não propensos aos acidentes - quer dizer, os indivíduos aptos/inaptos para dirigir - e, desse modo, esperava-se aumentar a segurança no trânsito (ver Haight, 2001). Nesse momento histórico, em que havia forte demanda social e justificativas científicas para implementar um processo de avaliação psicológica de condutores, a psicologia começou a contribuir com o trânsito rodoviário brasileiro. A partir da 8 aplicação de técnicas psicológicas nos motoristas, notadamente pelos engenheiros (considerados os primeiros "psicólogos do trânsito"), formou-se um campo de trabalho e uma área de atuação profissional que posteriormente viria a ser chamada de Psicologia do Trânsito (Mange, 1956; Rozestraten, 1988). O marco legal para a avaliação de características psicológicas no âmbito rodoviário foi o Decreto-lei nº 9.545, de 5 de agosto de 1946, tornando os exames psicotécnicos obrigatórios para a aquisição da carteira de habilitação, sendo aplicado a critério da junta médica, porém sem caráter eliminatório (Vieira, Pereira, & Carvalho, 1953; Vieira, Amorim, & Carvalho, 1956; Spagnhol, 1985). Essa medida somente entrou em vigor no ano de 1951, sendo um ano importante para a psicologia brasileira. Como decorrência, foram publicadas, ainda na década de 1950, as primeiras reflexões sobre a seleção psicotécnica de motoristas e sua importância na diminuição dos acidentes de trânsito, bem como a elaboração dos primeiros critérios e normas para a população brasileira nos diversos testes usados para a habilitação (Campos, 1951; Amorim, 1953; Vieira et al., 1953; Antipoff, 1956; Nava, 1957; Nava & Cunha, 1958). O desenvolvimento dos primeiros estudos para o exercício fundamentado desta prática, assim como das aplicações dos testes, ficou sob a responsabilidade do Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), no Rio de Janeiro. O ISOP foi fundado em 1947 por Emílio Mira y López, criador do Psicodiagnóstico Miocinético (PMK), amplamente usado nas avaliações psicológicas ainda hoje (Vieira et al., 1956; ver Mira y López, 1999). Por intermédio da Divisão de Seleção, coordenada muitos anos por Francisco Campos, o ISOP proporcionou à psicologia aplicada e à pesquisa psicométrica elevadas contribuições por meio de publicações, participações em eventos científicos, capacitação de profissionais, validação e padronização de testes, técnicas e baterias (Campos, 1973). Uma das primeiras pesquisas empíricas realizadas no ISOP sobre avaliação psicológica em condutores foi a de Vieira et al. (1953). Nesse trabalho, foram divulgados os resultados de exames psicológicos e tabelas de testes de aptidão, como: Atenção Difusa, Inibição Retroativa, Visão Noturna e Ofuscamento e Volante Dinamógrafo. Além disso, Vieira et al. (1953) responderam algumas críticas feitas contra o exame psicotécnico, relacionadas, principalmente, ao prejuízo causado aos 9 motoristas considerados inaptos, com o afastamento do seu meio de vida sem o recebimento de aposentadoria, assim como o elevado custo dos exames. Nesse artigo, foram identificados alguns dos problemas ainda não resolvidos até hoje, como: o tempo necessário para a reavaliação do candidato inapto (que era de quatro meses à época), as imprecisões dos critérios para se definir um candidato apto/inapto e a diferenciação nos critérios e no modo de avaliar os motoristas, de acordo com a categoria de veículo pretendida. Em outro estudo, Vieira et al. (1956) apresentaram resultados de exames de motoristas nos testes PMK, Atenção Difusa, Tacodômetro e Visão Noturna e Ofuscamento. Os autores também destacaram a importância de estudar a personalidade e os fatores patológicos que aparecem com maior frequência nos exames (ver Alchieri & Stroeher, 2002, sobre as limitações da avaliação psicológica em motoristas). As pesquisas desenvolvidas pelo Gabinete de Psicotécnica da Superintendência de Trânsito de Minas Gerais também têm importância histórica. Elas serviram como modelo de atuação para os psicólogos vinculados aos futuros Departamentos de Trânsito dos estados brasileiros, conforme será apresentado no tópico a seguir (Dagostin, 2006). Uma importante publicação desta instituição foi a Revista do Gabinete de Psicotécnica em Trânsito, considerado o primeiro periódico brasileiro especializado em psicologia do trânsito (Hoffmann & Cruz, 2003). Neste órgão, foram realizadas algumas pesquisas como a de Antipoff (1956), que estudou, em 110 motoristas, a influência da idade e da emotividade no teste de Atenção Difusa de Lahy. Nesse trabalho, Antipoff salientou a necessidade de validar instrumentos estrangeiros para o contexto brasileiro. O reconhecimento da profissão de psicólogo no país ocorreu na década de 1960, por meio da Lei nº 4.119, de 27de agosto de 1962, e sua regulamentação pelo Decreto nº 53.464, de 21 de janeiro de 1964. Nessa época, os psicólogos iniciaram o movimento de criação do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia. Vale ressaltar que os profissionais que atuavam na avaliação das condições psicológicas para dirigir já contavam com a tradição de mais de uma década na aplicação dos exames psicológicos (Hoffmann & Cruz, 2003; Dagostin, 2006). 10 Em função do avanço da legislação de trânsito e da psicologia aplicada nos anos de 1960, foi regulamentada, em 1968, a criação dos serviços psicotécnicos nos Departamentos de Trânsito dos estados. Desde então, e com o advento do código de trânsito brasileiro em 1998, o psicólogo se inseriu no processo de habilitação nos DETRANs, realizando a avaliação psicológica pericial de motoristas, outrora denominado de exame psicotécnico, sendo atualmente um procedimento obrigatório para todos os candidatos à obtenção da carteira de motorista e na renovação, no caso dos condutores que exercem atividade remunerada dirigindo (Vieira et al., 1956; Spagnhol, 1985; Brasil, 2002). A PSICOLOGIA E SUA RELAÇÃO COM O TRÂNSITO O trânsito não pode ser encarado simplesmente como um problema técnico, mas deve ser visto como uma questão social e política, pois está intimamente relacionado com as características de nossa sociedade e com modelo de gestão econômico atual. De acordo com Vasconcelos (1998), para compreendermos o trânsito não basta discutirmos os problemas do dia-a-dia, como congestionamentos e acidentes, faz-se necessário também analisar a forma com ele e as pessoas participam, os seus interesses e necessidades. No perímetro urbano das cidades são realizadas milhares de viagens por dia com motivos e meios de transporte variados. Os motoristas ao circularem pelas ruas querem andar o mais depressa possível sem interrupções de pedestres, ciclistas e motociclistas. Quando um pedestre se desloca pelas ruas, talvez deseje fazê-lo de forma mais rápida, segura e acessível, contando com uma melhor “fluidez” na sua passagem. Passageiros de ônibus necessitam de um transporte público eficiente, seguro e uma melhor passagem para seu veículo, com um ponto de ônibus próximo ao seu local de interesse. No decorrer de suas viagens, as pessoas no trânsito mudam seus objetivos, ora desejam segurança, acessibilidade, rapidez ou várias coisas ao mesmo tempo (BULLERJHANN, 2006). 11 Partindo de tais pressupostos, pode-se compreender que o trânsito é caracterizado por pessoas de uma dada sociedade com diferenças políticas, sociais e importâncias diversas, se caracterizando por uma disputa de tempo, espaço físico e acesso aos equipamentos urbanos. De acordo com Vasconcellos (1998) todos fazem parte da circulação geral, cada um com sua condição de deslocamento, seus interesses e necessidades. Encontrar uma definição exata sobre o trânsito é uma tarefa bastante complexa, visto que cada autor trabalha com pontos de vistas diferentes ao estudá- lo. Segundo Batista (1985), o fenômeno “trânsito” é produzido a partir de comportamentos de indivíduos e de seus efeitos no ambiente, sendo que este ambiente, por suas características físicas, possibilitaria a ocorrência de certos comportamentos impedindo a ocorrência de outros. Rozestraten (1988) afirma que o trânsito é “o conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes “(ROZESTRATEN, 1988, p.4) e prossegue afirmando que: O sistema funciona através de uma série bastante extensa de normas e construções e é constituído de vários subsistemas, dentre os quais os três principais são: o homem, a via e o veículo. O homem aqui é o subsistema mais complexo e, 12 portanto, tem maior probabilidade de desorganizar o sistema como um todo (ROZESTRATEN, 1988, p.5) Porém, de acordo com Vasconcellos (1998) o trânsito é o conjunto de todos os deslocamentos diários feitos pelas calçadas e vias da cidade, e que parece nas ruas na forma da movimentação geral dos pedestres e veículos. Segundo Martinelli, Chequer & Bullerjhann (2007 a, b), o trânsito poderia também ser definido como a inter-relação de contingências entrelaçadas em que comportamentos individuais e práticas culturais da produção e uso do ambiente físico e social, estão associados direta e indiretamente à mobilidade humana. Quando observarmos o trânsito, devemos supor que ele se caracteriza no deslocamento de pessoas e veículos, tais deslocamentos se realizam através de comportamentos. O comportamento para o Behaviorismo Radical é considerado como aquilo “que o organismo faz”, ou seja, refere-se à atividade do organismo em interação com o seu ambiente. Tal interação inclui a atividade dos músculos lisos e estriados. Aquilo que o organismo faz é visto como “voluntário”, quando envolve o uso da musculatura estriada. Por outro lado, o comportamento que utiliza a musculatura lisa é considerado como involuntário. Segundo DE ROSE (2001, p.82) Na linguagem cotidiana, frequentemente nos referimos aos comportamentos que envolvem a musculatura estriada como comportamentos voluntários, enquanto denominamos involuntários aqueles que envolvem a musculatura lisa e as glândulas. Nesse sentido, o trânsito é um conjunto de comportamentos-deslocamentos num sistema de normas. Segundo Rozestraten (1988, p.9) “Demorou muito até os psicólogos descobrirem que este comportamento pode e deve ser estudado cientificamente, ainda mais porque se revelou um dos comportamentos mais perigosos”. No Brasil, o interesse pela psicologia do trânsito começou na perspectiva de uma possível seleção de motoristas para empresas, na esperança de poder eliminar candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) que poderiam ser uma ameaça à própria segurança e a dos outros usuários (ROZESTRATEN, 1983). Segundo 13 Hoffmann e Cruz (2003) a Psicologia do Trânsito surgiu como área aplicada com a criação de instituições de seleção e treinamento industrial de trânsito. A Psicologia do Trânsito pode, portanto, ser definida como uma área da Psicologia que estuda, através de métodos científicos válidos, os comportamentos humanos no trânsito e os fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram (ROZESTRATEN, 1988). Apoiando-se nesse conceito, Hoffman (2005, p.3) em seu estudo sobre o comportamento do condutor no trânsito acrescenta que A Psicologia do Trânsito pode ser conceituada como o estudo do comportamento do usuário das vias e dos fenômenos/processos psicossociais subjacentes ao comportamento. O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo; estilo de percepção; atitudes; percepção de risco; procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social. Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito. Rozestraten (1988) relata que a Psicologia do Trânsito investiga o comportamento dos participantes do trânsito indistintamente, não excluindo ninguém. Ela é uma das Psicologias aplicadas mais abrangente e mais extensa, incluindo muito mais categorias de indivíduos do que a Psicologia Escolar, a Psicologia Organizacional e a Psicologia Clínica. Um dos dados analisados e estudados pela psicologia do trânsito é os relacionados à ocorrência de acidentes, ou seja, o que faz com que os acidentes de trânsito assumam proporções alarmantes na sociedade? Quais fatores estão associados à ocorrência de acidentes? Qual é a frequência e perfil dos acidentes em uma cidade? De que forma esta informação pode ser útil na definiçãode políticas públicas e de controle do comportamento no trânsito? (Rozestraten, 1988) As consequências decorrentes de acidentes automobilísticos são bastante conhecidas em nosso meio, entre elas podemos destacar a grande quantidade de 14 vítimas fatais ou não, que na maioria das vezes sofrem sequelas em virtude do acidente sofrido, a alteração substancial da mobilidade e circulação nas cidades e a sobrecarga nos serviços e gastos públicos em saúde. Estas e outras consequências expõem o acidente de trânsito como um problema de saúde pública, e por envolver o comportamento humano, os acidentes de trânsito acabam sendo um dos pontos cruciais de estudo da Psicologia do Trânsito. Andrade & Mello Jorge (2000) afirmaram que na atualidade, os acidentes de transporte terrestre, em especial os de veículo a motor, representam, em vários locais do mundo, a principal causa de morte não natural. Nesse sentido, o acidente é uma consequência durável e desagradável, pautando-se em um erro de comportamento de usuários no trânsito (ROZESTRATEN, 1983). A PSICOLOGIA DO TRÂNSITO E O COMPORTAMENTO DOS BRASILEIROS Em um primeiro momento, todos aqueles que estão envolvidos no trânsito, sejam eles pedestres, motociclistas, motoristas, etc., têm o mesmo intuito, qual seja deslocar-se de um lugar para o outro. No entanto, no momento em que se deparam com a situação em concreto iniciam-se as individualidades. Aquele que é pedestre, deseja que o trânsito seja mais lento, tendo em vista a velocidade desproporcional dos veículos, já o motorista de um automóvel deseja um trânsito mais ágil, aproveitando, assim, a velocidade de seu carro. Mas o que a maioria das pessoas não se dão conta é que em algum momento haverá a inversão de papéis, onde aquele que era pedestre, agora é motorista, e o que era motorista, agora é pedestre, invertendo, também, suas vontades na hora de transitar. Isso demonstra o quão egoísta e individualista é o brasileiro no trânsito. (ROZESTRATEN, 1986). Para Damatta (2010, p. 47), essa forma individualista que o brasileiro pensa em vários momentos, acaba por transformar o trânsito num caos. Nas suas palavras: A dialética entre hierarquias e igualdades compulsórias na casa e na rua resulta num conjunto de decisões individuais, sem dúvida, mas que, em cada sistema, 15 seguem sempre e previsivelmente na direção de ignorar ou ultrapassar a regra em nome de alguma singularidade, contexto ou circunstância pessoal. Tal subordinação ou englobamento das normas cívicas por alguma motivação pessoal leva a perceber esse espaço como a mais perfeita encarnação do caos, inferno, bagunça e violência. No Brasil, as pessoas têm grande dificuldade de enfrentarem o trânsito como um ambiente igualitário entre todos, onde não existe um maior ou melhor que o outro, mas que todos têm os mesmos direitos e deveres e que só assim o trânsito fluirá de forma coerente. As pessoas são treinadas de forma que sempre haja em seu cotidiano uma regra de hierarquia, de superioridade e inferioridade, nas mais variadas relações humanas como familiares ou de trabalho, por exemplo. Esse “treinamento” faz com que os indivíduos tenham o mesmo comportamento no trânsito, ou seja, eles têm muitas dificuldades em aceitar a igualdade entre todos que estão transitando, pois sempre esperam ser superiores ao condutor do veículo ao lado, no entanto, aquele condutor pode estar pensando da mesma forma, iniciando, assim, uma discussão ou até um acidente considerando a velocidade em que as decisões devem ser tomadas no trânsito. (DAMATTA, 2010). Neste sentido, Guiomar Namo Mello (2002, p. 23) diz: Antigamente, apenas obedecíamos aos mais velhos como se fossem “superiores” a nós. No mundo democrático, porém, não há espaço para a obediência cega e nem para a ideia de superioridade. Ninguém é superior a ninguém! O convívio entre os cidadãos se faz por meio do diálogo e do respeito entre as pessoas (homens e mulheres, pais e filhos, professor e alunos etc.). Damatta (2010, p. 98) é enfático ao afirmar a postura aristocrata da sociedade brasileira no trânsito, quando, no entanto, deveria agir de forma cidadã. Como se vê: Tal constatação nos leva a uma reiterada e inevitável discussão daquilo que, para nós, é certamente a maior contradição da vida moderna brasileira. O encontro complicado, que já chamei de dilema, de um espaço público construído como igualitário, mas sobre o qual condutores de veículos e pedestres atuam com expectativas hierárquicas. Um palco desenhado para cidadãos que, entretanto, nele atuam como aristocratas. 16 Esse modo de pensar e agir do brasileiro fica evidenciado todos os dias em nosso trânsito, quando o carro luxuoso tem preferência em relação ao veículo mais simples, ou quando o caminhão traz sua imponência sobre o motociclista. Isso demonstra que este pensamento hierárquico está intrínseco em nossa sociedade, afirmando que o mais rico ou mais forte tem superioridade ao mais pobre ou mais fraco, frustrando, assim, a ideia de um trânsito igualitário e, por consequência, faz com que aconteçam os acidentes, quando, por exemplo, um carro muito potente e veloz tenta uma ultrapassagem forçada sobre um veículo de potência inferior. (DAMATTA, 2010). Neste mesmo sentido, Reinier Rozestraten (1986, p. 02), ainda nos anos 80, fazia a mesma constatação: Na nossa realidade, algumas pessoas têm mais direitos do que os outros. O filho do prefeito, o deputado, a mulher do governador e muitas outras pessoas acham que não precisam respeitar as regras porque são exceções às regras. Assim, reforça-se o desrespeito às regras, que depois se generaliza: se essas pessoas podem, por que eu, cidadão comum, também não posso? Em outros países, o processo é totalmente inverso ao nosso. Lembro que na Holanda, um policial multou o príncipe Bernard e por isso foi condecorado. Quem vai ser condecorado no Brasil por multar o Presidente da República? Nota-se que ele afirmava, já naquela época, que no Brasil impera a lei do mais forte, inclusive no cumprimento das leis de trânsito, e até hoje no Brasil tem-se a ideia de inferioridade de todos em face ao indivíduo denominado poderoso ou influente. Ainda neste contexto o brasileiro possui grandes dificuldades em respeitar as regras, e neste caso específico que se está analisando, em respeitar as leis de trânsito, os sinais, limites de velocidade, locais de ultrapassagem, ou seja, demonstrando mais uma vez que tem muita dificuldade em aceitar a democracia, e de se desvencilhar do senso aristocrata e hierárquico. Isso é tão natural para o brasileiro que, se questionado sobre como é o trânsito e quais seriam as possíveis maneiras de melhorá-lo, afirmam que é algo caótico e de difícil reparação. (DAMATTA, 2010). Tudo isso encontra-se dentro de um contexto muito amplo, já que não se está falando apenas do comportamento do brasileiro no trânsito, mas sim, de seu 17 comportamento em sociedade, onde aquele que faz o correto, que segue as regras, que espera sua vez em uma rotatória ou que espera o pedestre passar na faixa de segurança, é taxado como otário. Onde a culpa de um trânsito tão problemático é sempre do governo que não põe mais sinalização nas ruas, que não posta mais agentes de trânsito nas esquinas e estradas para aumentar a fiscalização, mas esquecem que quem faz o trânsito são as próprias pessoas e não apenas os governantes. (DAMATTA, 2010). Neste mesmo viés, Rozestraten (1986, p. 02), afirma: Precisamos abandonar a ideia de que o trânsito é um assunto só do DETRAN, do CONTRAN, do DNER. Os órgãos públicos colocam as placas de sinalização, marcam as ruas etc., mas quem faz o trânsito somos nós. Eles podem fazer o Código Nacional de Trânsito, mas quem obedece ou desobedece somos nós. Todos nós participamos do trânsito e nessa medida temos uma certa parcela de responsabilidade nisso.Portanto, ainda que os governantes criem as mais variadas regras e leis de trânsito a serem seguidas, a sociedade brasileira insiste em continuar a não cumpri- las de forma ao menos satisfatória, pois, via de regra, o brasileiro segue o raciocínio de que as infrações de trânsito são apenas deslizes, nada que deva ser considerado algo preocupante, reafirmando seu egoísmo, individualismo e sua limitação cultural. PSICOLOGIA APLICADA AO TRÂNSITO Nas palavras de Ferreira e cols. (2002) o trânsito é apenas uma das soluções que a humanidade construiu para a necessidade de fazer circular as pessoas: Quando pegamos esse problema apenas do ponto de vista do trânsito, excluímos a hipótese de termos circulação por outros meios de transporte que não os automotores. Por exemplo, quando se fala em ciclovias, imediatamente se pensa em lazer. Não podemos pensar a circulação humana a partir do automóvel, do metrô ou do avião; temos de pensá-la a partir dos seres humanos. E aí sim vamos produzir uma visão humanizada para compreender a circulação. Senão, sempre teremos uma 18 compreensão industrializada e comercializada das necessidades da circulação humana (, p.10). A tentativa de explicar o comportamento humano no trânsito e a tendência ao envolvimento em acidentes tem sido um tema historicamente controverso. Evidenciam-se diferentes perspectivas teóricas e metodológicas na área da ciência psicológica no intuito de desvendar e compreender suas possíveis causas. Apesar da intercorrência de distintos saberes estudando o mesmo fenômeno, é lugar comum que este é um comportamento multideterminado. Suas causas estão relacionadas à influência de um contexto complexo de variáveis individuais, comportamentais, sociocognitivas, ambientais e sociais. A Psicologia do trânsito é um ramo da psicologia que investiga, analisa e estuda os comportamentos humanos de deslocamentos individual ou coletivo, motorizados ou não, em função de um conjunto de normas, regras, leis ou convenções que visam assegurar a integridade e a segurança daqueles que se locomovem tanto em ambiente natural quanto construído. Para alcançar os seus objetivos a Psicologia do Trânsito entende que o trânsito é composto pela interação entre três grandes subsistemas: o homem, a via e o veículo e que uma locomoção segura e organizada envolve três elementos principais: engenharia, educação e policiamento/legislação. 19 A Psicologia do trânsito pode ser conceituada, também como o estudo do comportamento do usuário das vias e dos processos psicossociais subjacentes ao comportamento. O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo estilo de percepção atitudes; percepção de risco, procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito. A Psicologia de Trânsito tem experimentado uma dificuldade real com relação aos processos psicológicos e acidentes, uma vez que tem se mostrado ser tarefa difícil obter informações válidas sobre acidentes e o comportamento que os precedem. Os registros são muito superficiais quando se reportam a fenômenos psicológicos inerentes ao comportamento anterior ao acidente ou à atribuição de causas. As descrições de registros policiais são comuns e bastante limitadas para análise. Por esse motivo, outras abordagens se fazem necessárias, nas quais equipes multidisciplinares poderão estudar em profundidade a dinâmica dos acidentes. Embora tais estudos tenham se mostrado úteis na identificação de fatores do planejamento da via e do veículo que favorecem a ocorrência de acidentes, eles trazem pouco discernimento dos processos psicológicos envolvidos. Além disso, são extremamente dispendiosos, razão pela qual outras abordagens são preferidas, e uma dessas é o estudo de observação. Ainda que estudos de observação forneçam detalhes sobre os fenômenos psicológicos que ocorrem naturalmente, falam pouco sobre as determinantes comportamentais. Como a observação fornece pouca oportunidade para controlar as condições nas quais o comportamento é exibido, ela dificulta determinar quais fenômenos psicológicos são específicos de cada situação. A necessidade de informação mais detalhada e objetiva tem estimulado pesquisas, desenvolvidas em veículos instrumentados, que permitem medidas de parâmetros de direção, tais como, desvio lateral e distância de seguimento. Também simuladores de direção, que produzem ambientes virtuais e possibilitam um controle 20 muito mais rigoroso das condições experimentais, estão sendo usados (Bayarri, Fernández & Sanmartin, 1996). Nesse sentido e sobre a formação dos pesquisadores, Cruz (2002) faz o seguinte comentário: A formação de pesquisadores no domínio da Psicologia do Trânsito demanda uma avaliação criteriosa do que significa conhecer fenômenos/processos psicológicos envolvidos na atividade de conduzir veículos. Como os fenômenos psicológicos nem sempre se mostram claros, estes pesquisadores experimentam a sensação de estar lidando com o desconhecido. A compreensão dos fenômenos psicológicos do comportamento do condutor, neste caso, não configura tarefa fácil devido ao grau de complexidade e plurideterminação dos eventos psicológicos (p. 25) Entretanto, esta tendência a um controle mais experimental é também neutralizada por outra tendência a uma abordagem mais humanística, que enfatiza o valor da avaliação subjetiva do comportamento dos condutores e sua segurança. Torna-se necessário dizer que diferentes metodologias geram diferentes resultados que frequentemente são incompatíveis. Contudo, uma vez que experimentos laboratoriais, até o momento, provaram ser de valor limitado na compreensão da relação acidente e processos psicológicos, a Psicologia do Trânsito requer predominantemente estudos de campo mais objetivos. Na verdade, a Psicologia não possui uma única unidade metodológica, isso porque até hoje, tal ciência não chegou a um acordo de como estudar o homem, dentre algumas abordagens, pode-se destacar como unidades de análise deste objeto de estudo: o comportamento, a mente, a existência, a personalidade, a subjetividade, dentre outras que surgem frente aos avanços científicos. 21 MODELANDO O COMPORTAMENTO DO CONDUTOR Os esforços no sentido de modelar/explicar o comportamento do condutor quase sempre têm se utilizado do foco sobre o motorista particular. Em muitos esforços de modelagem, a tarefa do condutor é considerada hierárquica (Cruz, 2002) e, geralmente, apresenta três níveis distintos: nível estratégico, tático ou nível de manobra e operacional ou nível de controle. O nível estratégico define o estágio de planejamento geral de uma viagem, incluindo a determinação dos objetivos, a rota e a escolha formal, além da previsão de custos e riscos da viagem. No nível tático, os condutores exercitam controle de manobras que lhes permitem negociar as circunstâncias diretamente prevalecentes (evitar obstáculos, prioridade em dobrar à esquerda ou à direita e ultrapassagem). O nível operacional está ligado ao controle real do veículo, como distância de seguimento e ajuste de velocidade. Para cada um destes níveis, vários modelos foram elaborados, o que levou Michon (1989) a propor uma classificação simples bidirecional, distinguindo modelos que são entrada-produção (input-output) ou guiados pelo comportamento daqueles orientados pelo estado interno, diferenciando, assim, modelos taxonômicos e funcionais. 22 MODELO INPUT-OUTPUT (TAXONÔMICOS EFUNCIONAIS) Os modelos input-output taxonômicos dizem respeito à descrição e análise de todas as tarefas e subtarefas que a pessoa deve executar no desempenho de uma situação específica. Tais estudos têm sido direcionados para pedestres, ciclistas, motoqueiros e condutores de carro, porém estão propensos a se tornar bastante detalhados. Para uma situação relativamente simples, como participar do trânsito na condição de pedestre, algumas 30 tarefas principais e 200 subtarefas necessitam ser formuladas para cobrir amplamente tudo que o pedestre teria de fazer. As abordagens analíticas de tarefas provaram ser muito úteis na formulação de objetivos educacionais e como fonte de informação para desenvolver modelos dinâmicos, entretanto, elas oferecem pouco entendimento do real desempenho nas tarefas executada pelo condutor. Modelos input-output funcionais dizem respeito à tarefa de condução do veículo em baixo nível de hierarquia e são conhecidos como modelos compensatórios do condutor. As extensas críticas a tais modelos justificam que eles não consideram os processos psicológicos, como também não provam que o desempenho operacional seja fator indicativo do envolvimento em acidente. Modelos taxonômicos, que consideram o estado interno, são conhecidos como modelos de características e focalizam a explicação sobre envolvimento em acidentes diferenciados. O conceito de “propensão a acidentes” tem sido uma questão na pesquisa do comportamento de trânsito desde o início dos anos 20, do século XX (Hoffmann, 1995). A ideia subjacente ao conceito é a distinção entre os condutores envolvidos em acidentes e aqueles que permanecem livres de acidentes, tomando- se por base um número de características que inclui tempo de reação, dependência de campo e orientação espacial. 23 MODELOS MOTIVACIONAIS E COGNITIVOS Modelos funcionais, que consideram o estado interno, vêm atraindo grande atenção dos pesquisadores, diferenciados em dois tipos: os de motivação e os de processo cognitivo. Modelos motivacionais enfocam a reação dos condutores frente ao risco, sendo as teorias mais importantes a este respeito as seguintes: Teoria Homeostática de Risco-THR (Wilde, 2005), Teoria do Risco Zero (Summala, 1988) e Teoria de se Evitar a Ameaça (Fuller, 1984). Estas teorias apontam que os condutores adaptam o seu comportamento tendo por base o risco percebido em comparação ao aceitável ou situações sem risco. Segundo estas teorias, os condutores mais velhos, que têm capacidades reduzidas para reagir a situações novas ou complexas, tentam adaptar o seu comportamento estratégico a esta redução. Por outro lado, os condutores também tentam adaptar-se às diversas condições de direção, tais como: tipo de pavimento da rodovia, presença de airbag, visibilidade e outros fatores que possam afetar a probabilidade de acidentes. Contudo, há limitações em tais modelos, já que podem explicar por que os motoristas se adaptam às circunstâncias de risco, porém não explicam por que eles aceitam certo nível de risco. A correlação entre fenômenos psicológicos inerentes ao comportamento do condutor, fenômenos de motivação, diferenças individuais e variáveis de estado momentâneo como humor e fadiga ainda não foi suficientemente demonstrada. Existem tentativas de integrar os diferentes níveis de modelagem, como a de Hoffmann (1995), porém estas ainda não produziram um modelo aceitável. Como é muito difícil detalhar estes fatores, as investigações vêm focalizando uma questão essencial para compreender o acidente: a importância dos processos de desempenho (erros do motorista) e processos de motivação (infrações ao código de trânsito). 24 INFRAÇÕES E ERROS COMO FATORES PSICOLÓGICOS DE ACIDENTES DE TRÂNSITO A Psicologia do Trânsito, em diversas pesquisas, tem focalizado os erros ou infrações à lei de trânsito como um dos principais fatores contribuintes de acidentes. Estas pesquisas têm base na distinção que Reason, Manstead, Stradling, Baxter e Campbell (1990) fazem entre lapso, erro e infração. A partir dessas abordagens, uma variedade de fenômenos vem sendo foco da atenção dos pesquisadores. Dessa forma, através do registro do movimento dos olhos, foram obtidas informações detalhadas sobre os padrões de procura visual dos condutores; a tomada de decisões dos condutores tem sido estudada em termos de prioridades, distância de segurança e mudanças de pista; medidas psicofisiológicas (ex: eletroencefalograma; eletrocardiograma) e medidas de auto-relato foram usadas para estudar a carga de trabalho do condutor, relacionada à debilitação do motorista em conseqüência da direção prolongada, as condições de trabalho/trabalho penoso (Silva & Günther, 1999; Vitorello, 1998), fadiga e uso de álcool e drogas (Hoffmann, 1998), e o efeito do layout da via sobre as expectativas dos condutores (Waar, Jesserun, Steyvers, Raggatt & Brookhuis, 1995). Esses estudos evidenciaram que o comportamento do condutor está propenso a erro considerável, pois, na busca visual, tempo e esforço significativos são gastos em estímulos irrelevantes no meio ambiente da circulação viária, enquanto estímulos essenciais parecem ser subestimados. Um fenômeno peculiar de acidente, descrito em registros policiais, como “olhou, mas não viu”, revela que os condutores não processam a informação essencial e não agem coerentemente sobre ela, mesmo quando os registros oculares mostram que a fixação dos olhos nos estímulos visuais realmente ocorreu. A atenção, em particular a atenção distribuída, parece gerar problemas para condutores mais velhos, como apontaram os estudos de Machado (1994) e de Rozestraten (1993) e, em geral, para condutores sob pressão de tempo. Como entre 25 condutores há consideráveis diferenças de desempenho na condução de veículos, esta não é uma característica estável. A diminuição do desempenho devido ao uso de álcool e drogas também tem sido registrada em numerosos estudos, mas decréscimos resultantes de fadiga são também um sério problema entre condutores profissionais, em particular àqueles de transporte de longa distância (Silva & Günther, 1999; Vitorello, 1998). Parker e cols. (1995) definem erro e infração, respectivamente, como: “a falha de ações planejadas para alcançar determinados resultados desejados sem a intervenção de um acaso ou fator imprevisível” e a infração como “uma violação deliberada de algum código de comportamento regulamentado ou socialmente aceito” (p. 1036). Há de se ressaltar, inicialmente, que o erro significa um ato involuntário enquanto a infração envolve intencionalidade. Assim, além da ocorrência de erros, os condutores se desviam frequentemente do desempenho normativo. Deixar de usar o cinto de segurança, exceder a velocidade, conduzir colado à traseira de outro veículo, avançar sinal vermelho, usar ilegalmente pista restrita, deixar de dar a vez e fazer manobras ilegais, são as infrações mais frequentes, e boa parte dos acidentes parece ser precedida pelo menos por uma destas infrações. Estima-se que somente a velocidade seja responsável por 30% dos acidentes com vítimas graves e fatais (Hofman, 2002). A propensão para cometer infrações tem sido extensivamente estudada em relação à atitude, entretanto, a maioria destes estudos focaliza um leque limitado de infrações: velocidade, dirigir alcoolizado e o não uso do cinto de segurança. Porém, esses estudos conseguiram estabelecer correlações satisfatórias entre o comportamento-atitude e fenômenos motivacionais estáveis. O que se tem notado é que os fenômenos sociopsicológicos do comportamento do condutor têm merecido menor atenção dos autores, em seus estudos, como por exemplo, a agressão que se caracteriza, muitas vezes, como importante causa de acidentes. Da mesma forma, outros conceitos importantes ainda não foram sistematicamente aplicados aocomportamento do condutor. O que se sabe é que n 26 em o desempenho nem a motivação podem ser identificados como fatores isolados de acidentes, porque ambos parecem interligados. A verdade é que, em termos formais, é muito difícil distinguir erro de infração no comportamento do condutor. Por exemplo, não dar a vez para outro veículo pode ser atribuído a qualquer um dos fatores, além disso, a consequência de um é agravada pelo outro. Pode-se argumentar que a velocidade por si só não afeta o risco de acidente, entretanto, é difícil sustentar que as consequências do erro sejam iguais tanto na alta quanto na baixa velocidade. Portanto, existem argumentos para considerar erro e infração mais como conceitos complementares do que opostos. TEORIAS EXPLICATIVAS PARA CONDUÇÃO PERIGOSA E ACIDENTES DE TRÂNSITO Dentre os elementos que se relacionam com as causas dos acidentes, sabe- se que mais de 90% deles estão associados a fatores humanos. Apenas 10% têm suas causas relacionadas às condições ambientais, condições da via ou condições do veículo (Rozestraten & Dotta, 1996). Esses dados somados à prevalência desse fenômeno entre os jovens corroboram a necessidade de investigar, desde uma perspectiva psicossocial, as variáveis associadas à condução de risco na população e aquelas que promovem o comportamento seguro no trânsito. De acordo com Dotta (2000), dentre estas teorias, a primeira da qual se tem registro é de 1919, a chamada Accident Proneness de Greenwood & Woods. Esta teoria é baseada na observação de que apenas um pequeno número de indivíduos são os responsáveis pela maioria dos acidentes. Ela originou-se a partir dos resultados de pesquisas sobre os acidentes de trabalho em funcionárias de fábrica. Baseados neste conceito, Farmer e Chamber 1939, citados por Dotta (2000) sugeriram que alguns motoristas eram mais propensos a acidentar-se devido a certas características de personalidade. 27 Ainda segundo Dotta (2000), na década de 1940, mais precisamente em 1949, Tillman e Hobbs evidenciaram, em estudo realizado com motoristas de táxi, que condutores com maior incidência de acidentes estavam mais sujeitos a contatos prévios com juizados juvenis, redes de assistência social, saúde pública, entre outros. Autores atribuíram a tendência a acidentar-se ao conjunto de características gerais do sujeito socialmente desajustado, ou seja, com perfil de comportamento desviante. A estreita visão da teoria de Timan e Hobbs sugere que existe um pequeno número de condutores responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, esta é hoje uma noção que tem sido criticada e considerada inadequada pela maioria dos pesquisadores. Ainda na década de 80, Mc Kenna (1983) advertiu que o próprio nome proneness é inadequado por receber muitas interpretações contraditórias, entretanto sugere que sejam mantidos o entendimento e a importância das diferenças individuais na suscetibilidade para acidentar-se. Segundo Rozestraten (2001), na década de 50, o foco das investigações voltou-se para a análise dos conflitos de tráfego nos estudos em profundidade. O objetivo desses estudos era reconstruir cada acidente detalhadamente, a fim de detectar suas possíveis causas. As principais conclusões obtidas foram que os fatores humanos estão entre as principais causas da maioria dos acidentes. Esses estudos não apontaram o peso de cada fator na explicação dos acidentes. Rozestraten (2001) dá conta que, com a finalidade de entender os conflitos no tráfego, foram introduzidas importantes contribuições aproveitando o desenvolvimento dos modelos anteriores de processamento de informações. Esses modelos tinham como proposta o processamento de informações conduzido através de uma sequência de estágios, os quais incluíam a atenção, a percepção, a decisão a ação e limitações na capacidade de processar informações pelo motorista, ou seja, limitações na capacidade para atender, perceber, tomar decisões e responder que poderiam causar erros intencionais e contribuir para o envolvimento em acidentes. As consequências das falhas no processamento de informações pelo indivíduo emergiram como explicações dominantes dos acidentes de tráfego, durante a década 28 de 60, sendo que um dos maiores problemas gerados a partir desses modelos foi considerar o indivíduo como uma vítima com capacidade insuficiente para processar a multiplicidade de estímulos situados diante das situações ambientais de tráfego. Esses modelos influenciaram a implementação de diversas medidas tais como os freios ABS (sistema antibloqueamento de freios) dentre outras alternativas de melhoria nas condições ambientais viárias. Focalizaram como principais causas os fatores externos e a subestimação das habilidades individuais para manejar as diferentes circunstâncias do tráfego. Por outro lado, no início da década de 70, a Teoria da Homeostase do Risco já advertia que a melhoria nas habilidades psicomotoras dos condutores ou das condições viárias não reduziam os sinistros de tráfego. Nesse modelo, os condutores dirigem de maneira mais arriscada para manter um nível subjetivo de risco constante. Assim, como explica Rozestraten (2001), cada indivíduo busca um certo nível ótimo de risco, denominando-o de risco aceito, tolerado ou risco pretendido, alguns aceitando e expondo-se a maiores níveis do que outros; concluindo que existem condutores que têm um nível alto de risco e, portanto, uma probabilidade maior de acidente como meta a ser atingida, dirigindo na busca de riscos e na busca de sensações. Nesse modelo, essas características foram encontradas em maior número em jovens de 16 a 24 anos, estando geralmente associada à falta de experiência, imaturidade e com um significativo maior envolvimento em acidentes de trânsito e comportamentos que implicam uma maior aceitação de riscos. A Teoria da Ação Racional – Theory of Reasoned Action e o seu desenvolvimento posterior para a Teoria da Ação Planejada – Theory of Planned Behaviour, embora não sejam teorias específicas para sua aplicação no trânsito tem sido utilizada com frequência para este fim. Apesar da complexidade do fenômeno, as pesquisas que adotam esses modelos evidenciam que mudanças nas atitudes dos motoristas com relação à condução vêm se mostrando uma maneira efetiva de predição da condução de risco e do envolvimento em acidentes. Esses estudos demonstram uma correlação entre as atitudes e a exposição a comportamentos de risco no trânsito, bem como ao envolvimento em acidentes. Esse modelo vem se 29 mostrando eficaz e abrangente no que se refere a considerar a importância das atitudes e a influência de fatores sociais na predição do comportamento no trânsito. De acordo com Rozestraten (2001), seguindo na tentativa de compreender a condução de risco desde uma perspectiva psicossocial, a Teoria da Conduta Problema – Problem-Behavior Theory de Jessor, está direcionada para a investigação das variáveis relacionadas a problemas de comportamento na juventude, incluindo nesse modelo a conduta de risco no trânsito. Essa teoria sugere que a condução de risco está associada a outros comportamentos, tais como o consumo de drogas legais e ilegais, conduta violenta, atos delinquentes e comportamentos sexuais de risco. Esse modelo entende que os comportamentos considerados “problemas” se inter-relacionam através de um único fator subjacente, constituindo uma síndrome geral de comportamentos que colocam em risco a saúde pessoal do condutor, com suas causas relacionadas à influência de três sistemas: sistema de personalidade, sistema do ambiente percebido e sistema da conduta. Esse modelo introduz a influência do contexto de desenvolvimento biopsicosocial em especial, a família e o grupo de iguais, na tomada a riscos na condução da população mais jovem, podendo ser considerado como importante divisor deáguas das abordagens prévias que enfatizam fatores de ordem comportamental na explicação dos acidentes. Entretanto, sente-se falta nas proposições de Jessor de um sistema que compreenda os elementos que se relacionam com a influência de aspectos educativos, culturais e históricos na determinação do comportamento no trânsito. Esses fatores contribuiriam para o desenvolvimento de programas em nível preventivo, ao destacar a influência do entorno social e do conjunto de crenças e atitudes, nos trabalhos voltados à conscientização e sensibilização para a condução segura. Doherty, Andrey, & McGregor, citados por Rozestraten (2001) referiram-se que outro fator associado ao aumento de risco de acidentes na população de jovens relaciona-se às variáveis situacionais: dia da semana, hora do dia e a presença de passageiros. As pesquisas desses autores, mostram um índice significativamente maior de acidentes nos finais de semana. Os dados indicam que a presença de 30 passageiros agrava, significativamente, o risco de acidentes entre os condutores iniciantes, de maneira proporcional ao número de indivíduos que estão dentro do veículo, isto é, quanto maior o número de passageiros maior a probabilidade de um acidente ocorrer. Estudos de Arnett e cols.(1997) e de Assailly (1997) sugerem que a presença de passageiros constitui-se em um fator de risco dependendo da idade e do sexo do sujeito que acompanha. Para Arnett e cols.(1997) jovens conduzem de maneira mais arriscada quando os passageiros são seus amigos e de maneira mais prudente, quando os passageiros são seus pais. Esses achados indicam que as influências do grupo de iguais, da pressão dos pares e dos modelos de comportamentos de risco, presentes no grupo de amigos, necessitam uma maior atenção, no sentido de promover a segurança e a saúde do jovem no trânsito. Em contrapartida, o controle parental parece ser eficaz no que diz respeito ao comportamento preventivo do jovem na condução. Além da influência do controle do grupo de amigos, outros fatores de ordem social estão relacionados com um estilo de direção agressivo adotado pelos jovens. Dentre eles, destaca-se a importância da influência do ambiente familiar, a configuração familiar, os aspectos relacionados ao monitoramento e controle parental ao longo do processo de socialização e de desenvolvimento do jovem, bem como a aprovação parental do comportamento de risco e os modelos de comportamentos de risco presentes na conduta dos pais. No que se refere à influência parental, o comportamento de risco adotado pelo jovem no trânsito pode estar relacionado com um fenômeno chamado de transmissão transgeracional de atitudes e comportamentos, aprendido pela criança através da observação do comportamento dos pais. 31 REFERENCIAS ALMEIDA N. D.V.(2006) Promoção e divulgação de medidas educativas em circulação humana: em questão o fenômeno trânsito Psicol. Argum., Curitiba, v. 24, n. 46 p. 45-53. ARNETT, J., Offer, D., & Fine, M. (1997). Reckless driving in adolescence: State and trait factors. Accident Analysis and Prevention, 29, 57-63. ASSAILLY, J. P. (1997). 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