Buscar

conceito de fundamentais teo lit

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conceito de estética:
Disciplina filosófica que estuda o sentido do Belo, patente nas diversas manifestações artísticas. Os critérios que orientam a avaliação estética variam consoante os princípios teóricos das correntes culturais. Assim, em reação aos critérios da mimesis aristotélica, ou imitação da natureza pela arte, da supremacia do real, do verdadeiro e do Bem sobre o Belo, tópicos da estética clássica, o romantismo proclama a originalidade da arte e a superioridade da fantasia e do sentimento em face da razão. Deste modo, a estética modernista gerou novos padrões de beleza, mais adequados à civilização tecnológica industrial que procura representar e glorificar, como resumia Marinetti, nos Estados Unidos em 1909: «o binómio de Newton é mais Belo do que a Vénus de Milo». Padrões convencionais de beleza, segundo os critérios de determinada corrente.
Conceito de arte:
Vocábulo polissémico, designa, em sentido lato, o conjunto de recursos ou processos necessários para atingir determinado objetivo: a arte da Olaria, da carpintaria, da culinária. Foi nesta aceção que se cristalizou a expressão tradicional de artes e ofícios para designar profissões artesanais. Em sentido estrito, adquirem significado particular de produção estética ou de obras belas, em vários campos da atividade humana, capaz de deleitar o espírito e a sensibilidade: a literatura, a música, as artes plásticas, também chamadas maiores, a dança, o teatro, o cinema, etc.
Conceito de texto:
Termo que designa quer o suporte material de uma mensagem escrita, manuscrito ou impressa, quer do discurso que veicula tal mensagem.
Na linguística , corresponde ao enunciado oral ou escrito de dimensão variável, expresso com correção gramatical, para a corrente chamada “linguística do texto”, compete à gramática textual explicitar e formalizar as regras que estão na base da formação de enunciados coerentes e corretamente expressos. Assim, o texto seria constituído pela sucessão de temas e remas, através da repetição conjugada de vocábulos, de frases e isotopias.
Abundam no aparelho teórico da crítica literária contemporânea os termos derivados de texto:
1. Antetexto: os esboços e redações anteriores ao texto
2. Cotexto: a contiguidade literal das diversas linhas do texto que permite a sua adequada interpretação
3. Contexto
4. Extratexto
5. Fenotexto
6. Intratexto
7. Genotexto: intertextualidade
8. Pretexto: as férias exterior e anterior ao texto, principalmente a relacionada com o leitor, que com ele se conjuga
9. Subtexto: a relação entre o autor, o seu percurso biobibliográfico e o texto.
Conceito de literatura
Sujeito a uma evolução diacrónica, o termo literatura confunde, até ao final do século 18 as letras e as ciências, época em que supera uma autonomia no estatuto das ciências experimentais. No entanto, o conceito que hoje se associa a tal termo subjaz, de modo mais ou menos explícito, até então, na medida em que a função estética das obras detidas como literárias pela comunidade de escritores / leitores domina e explica a sobrevivência de tais obras.
Com a Estética da Receção articulação ternária: autor/obra/leitor permite-nos fundamentar teoricamente o conceito de texto literário a partir da sua aceitação pela comunidade, ou seja, o cânone, em virtude tanta da profundidade e universalidade da sua Mensagem, atinente a cosmovisão e a representação humana, como das suas características formais que a pele ao fluir do imaginário e da subjetividade. 
ainda que sujeita há um enfoque peculiar das diversas correntes literárias, a dupla finalidade da literatura, já assinalada por Horácio (instruir e deleitar), ou seja, a pedagógico-didática e a estética, permite-nos assinalar um conjunto de funções do texto literário:
1. função cognitiva, que desvela o desconhecido e o misterioso
2. a função cultural, identificadora de uma comunidade
3. a função ético-pedagógica que veicula e interpreta um conjunto de valores
4. uma função catártica que permite realizar a purgação das paixões e a espiritualização
5. a função Poética, no sentido etimológico do termo que estimula a produção e a criatividade artística
6. uma função evasiva, no tempo e no espaço, que induz ao refúgio na nostalgia do passado ou na utopia do sonho(ou não realizável) e no exotismo da paisagem natural e humana
7. uma eventual função política ou ideológica voltada para a transformação social(arte comprometida)
Conceito de poética:
Termo oriundo da obra homónima de Aristóteles, base da disciplina cujo objeto se confunde com o da Teoria da Literatura. Enquanto Aristóteles, ao consagrar 2 obras distintas a Poética e a Retórica, separou os 2 objetos, Horácio, Ovídio, Cícero , Plutarco e Tácito fundem os sistemas, passando tal fusão para a Idade Média: Poetria, 1200. As Poéticas renascentistas, segundo a tradução e comentário de Aristóteles, contribuem para o estudo de ambas as disciplinas, a partir da tradição greco-latina, contributo que é renovado nos séculos 17 e 18.
Apesar de continuar a surgir a publicação de tratados de Poética e Retórica no século 19 com o Romantismo opera-se uma reação contra a perceptística clássica e respetiva Retórica, em nome da liberdade criadora do artista, reação que só é superada com Valéry, no final do século, e principalmente, com as correntes teóricas do século 20 como são o Formalismo Russo, o New Criticism, a Estilística, a Crítica Estruturalista, a Semiótica, Estética da Receção, etc.
Conceito de verosimilhança:
Termo que designa uma característica estética, segundo a qual o texto literário representa uma simulação ou ilusão da realidade, de acordo com as regras da mimese.
Presente na Poética de Aristóteles este conceito é desenvolvido por Horácio constituindo um dos tópicos essenciais da Poética classicista, ressurgindo no Naturalismo e Realismo, após o interregno Romântico, em nome da liberdade criadora do génio. Com a estética modernista e, sobretudo, surrealista, a solução do fantástico sobreleva a lógica deste jogo de encenação entre emissor e recetor da obra de arte, já que não existem limites que segurem a dinâmica do imaginário, onde afinal, de qualquer modo, compete sempre ao leitor a adesão ou recusa às propostas que lhe são sugeridas pelo criador do texto literário.
Conceito de mímesis:
Termo que, desde a Poética de Aristóteles, tem constituído o principal travejamento da estética clássica assumindo, porém, interpretações e contornos diversificados, como hoje assinala a Teoria da Literatura, quando final se dá a origem da reação a tal estética em Goethe - o génio criador do artista - e no movimento alemão Sturm und Drang e a sua influência direta no Romantismo, com a exaltação da liberdade e da originalidade do poeta e do artista. Mas é, sobretudo com modernismo que tal reação se institucionaliza como princípio absoluto.
A estética da imitação encontra nos poetas latinos um princípio quase indiscutível de soberania, já que o helenismo constitui o seu grande paradigma cultural. Por isso, encontramos na Arte Poética de Horácio e no Institutio Oratoria de Quintiliano os suportes teóricos de tal estética. No entanto, não devemos entender o princípio da imitatio em sentido de servil, de cópia ou reprodução mimética, mas no sentido dinâmico de aemulatio, como preconizava Petrarca em relação às suas obras, seguido dos restantes humanistas:« a semelhança… e não a cópia igual». 
Termo utilizado por Platão e Aristóteles para designar o processo que está na base de toda a obra de arte, isto é a sua analogia com o real. Para Platão, a arte, por um lado, é o resultado de uma inspiração divina, o entusiasmo báquico; por outro lado, é uma imitação de uma cópia imperfeita do mundo das ideias, o mundo da experiência sensível, sujeita ao erro das sensações. Para Aristóteles, ela é o fruto da imitação de verosímil, isto é, do que pode acontecer, de acordo com a experiência que o sujeito possui do real. Horácio desenvolve, na sua Arte Poética, esta teoria da imitatio, a partir da analogia entre a poesia e a pintura «ut pictura poiesis» e da analogiaentre arte e natureza, como Quintiliano. O princípio da imitação norteia todo o classicismo, até que, no movimento alemão Sturm und Drang, um movimento pré-romântico, e ele é substituído pelo princípio da originalidade criadora do génio, enquanto vidente do mistério oculto do universo. A mimese volta a preponderar na corrente Realista e Naturalista e na Neorrealista. A formulação da teoria aristotélica é feita, nos nossos dias, por Paul Ricoeur, que entende a mimese não como uma imitação da realidade, mas como uma representação ou recriação metafórica da mesma.
Ainda com base na República de Platão, também se entende a mimese como reprodução da voz da personagem em oposição a diegese do discurso do narrador.
Conceito de literariedade:
Tradução portuguesa do termo literaturnost, através do qual o Formalismo Russo designou o conjunto de características interatuantes do texto literário: ambiguidade e polissemia; conotação e linguagem figurada; recorrência fónica, sintática e semântica; ficcionalidade ou presença do imaginário; subjetividade; autonomia estética; universalidade da mensagem. Ainda assim, não há consenso relativamente aos critérios que formam a literariedade, porque estes são mutáveis e resultam do sinal dos tempos.
Conceito de Teoria da Literatura: 
Um dos 4 ramos da ciência da literatura, cujo objeto é a reflexão teórica sobre o texto literário, enquanto sistema semiótico de segundo grau ou conotativo (Hielmslev) e a respetiva metalinguagem: noção de literariedade, linguagem Poética, géneros literários, crítica e história literárias, etc. Crítica Literária, Estruturalismo, Formalismo Russo, New Criticism, Nouvelle Critique, Poética, Semiótica, a Hermenêutica, Estética da Receção, Crítica Fenomenológica, etc.
Conceito de crítica literária:
Expressão que designa um dos ramos da ciência da literatura, cujo objetivo é análise e interpretação do texto literário, de acordo com contexto histórico-cultural em que se insere e a intenção do seu autor, sem descurar a receção que o público lhe oferece.
A crítica literária é veiculada através de 2 formas de expressão: a periódica e a especializada. A primeira, mais ligada à receção no momento da novidade editorial, surge marcada com os interesses socioculturais do órgão de comunicação que a tutela. A segunda, mais distanciada no tempo, está associada a investigação literária e às instituições culturais e académicas que a promovem.
Começando por ser normativa, com Aristóteles (Poética), com Horácio (Arte Poética ou Epístola aos Pisões), Pseudolongino (Tratado do Sublime), entre outros teóricos da Antiguidade Clássica, a crítica especializada assume uma feição impressionista, a partir do romantismo, isto é, baseada na apreciação predominantemente subjetiva das obras, de acordo com o gosto e a sensibilidade de cada crítico. Lançando um rótulo negativo a este tipo de crítica, Lanson, moldado pelos princípios positivistas, preconizou um tipo de crítica mais objetivo, em consonância não apenas com as formas estéticas, mas também com a análise da realidade extratextual.
No século 20, depois dos modelos operatórios de índole formalista traduzidos por correntes como o Formalismo Russo, New Criticism, o Estruturalismo e a Semiótica, várias correntes tem enriquecido o substrato teórico da Crítica Literária como a Hermenêutica, a Estética da Receção, a Desconstrução, a Mitocrítica, a Psicanálise, a Socio-crítica, que, sem menosprezar a componente formal do texto, equacionam novos paradigmas de articulação entre forma e conteúdo. Como mediador entre o autor e o público, o crítico exerce uma função avaliativa do texto que aprecia, pesando, em cada prato da balança, os seus aspetos positivos e negativos sem deixar de se preocupar com a função pedagógica de orientação e estímulo à renovação e enriquecimento da atividade da criação literária.
Conceito de análise:
Operação fundamental da descodificação, a análise consiste num exame minucioso do texto de forma a identificar cada um dos campos (fónico, lexical, morfossintático, semântico) que nele interagem para, passando ao seu exame e ao das relações que estabelecem entre si, chegar a uma interpretação coerente da mensagem veiculada. Precede, pois, a interpretação, embora muitas vezes se confunda com ela.
Conceito de arquétipo:
Tendo tradicionalmente o conceito de modelo primordial de uma produção artística, em oposição a cópia ou reprodução, a partir de Jung, assume a caracterização do inconsciente coletivo segundo a qual os mitos, as lendas e as tradições populares espelham imagens e símbolos ancestrais da humanidade correspondendo a seios profundos e a um conjunto de valores universais. Assim, cada obra terá literária manifesta , de uma forma ou de outra, a livre combinação de ingredientes tendentes a corporizar determinados arquétipos como a vida e a morte, por exemplo o espírito e a matéria, a guerra e paz, etc.
Conceito de extratexto: 
Termo que designa, na crítica literária, o conjunto de referentes Exteriores ao texto que de algum modo se entrecruzam com ele e nele. Veja-se: contexto, intertexto e texto.
Conceito de arte comprometida:
Expressão utilizada para designar o envolvimento de determinadas correntes literárias com a realidade política social, apostando na sua transformação: Realismo, Neorrealismo, Realismo Socialista Soviético, etc.
Conceito de autor:
Já usado pelo Infante Dom Pedro, no livro Virtuosa Benfeitoria, no sentido de produtor literário, o vocábulo acompanha a evolução da consciência autoral através dos tempos até aos nossos dias, como os chamados direitos de autor e a criminalização do plágio.
Dificilmente encontramos uma tão viva consciência autoral nos séculos 16 e 17 como a que manifesta Diogo do Couto na sua obra a quem roubaram de sua casa As Décadas 8 e 9, quando já se encontravam prontas, pelo que teve de as refazer de forma sumária, no fim da vida.
O Estruturalismo ao preconizar a teoria da morte do sujeito/morte do autor não só introduziu a pertinente distinção entre autor e narrador (o sujeito da enunciação), mas também ignorou conscientemente todas as referências extratextuais que a noção de autor comporta e que não são alheias à conceção, organização e realização da obra em causa. Assim, por exemplo, o abandono de José Maria Eça de Queirós pela mãe não é um referente irrelevante quando se considera a problemática do incesto na sua obra romanesca. Por isso, a noção de autor está a ser reinterpretada na análise da obra literária, ainda que perspetivada em termos corretos, isto é, sem a referenciação generalista de todos os dados da ficção Poética romanesca do seu criador.
Conceito de intencionalidade:
Ainda que as correntes formalistas risquem a importância da figura de autor, ao advogarem a chamada morte do autor/sujeito, não é, de modo algum, irrelevante a questão da intencionalidade do autor que subjaz a toda a obra literária e se manifesta no seu plano geral de conceção e na forma concreta de execução. Ensinar, deleitar e interpelar a ação, objetivos da Retórica, são, cumulativa ou parcialmente, os principais motivos que encabeçam a intencionalidade do autor de um texto literário e não é indiferente para um eventual sucesso na sua receção o peso que é conferido a cada um de tais motivos.
Conceito de close-reading:
Termo inglês que significa leitura fechada por oposição à aberta, na sequência de obra aberta, de Umberto Eco.
Conceito de código:
Em linguística, designa o sistema de signos ou elementos que constituem numa determinada língua, subdividindo os cada um dos quais em: significante - conjunto de sons - e significado. O código linguístico pode ser oral e escrito.
Conceito de conotação:
Diz-se da linguagem figurada, em geral, por oposição à denotação. Característica fundamental do texto literário, a conotação joga com a capacidade humana de extrair diversos significados dos vocábulos ou palavras, isto é, com o fenómeno da polissemia da linguagem. Mas, não é apenas o texto literário que utiliza a conotação. A linguagem coloquial está cheia de sugestões conotativas,de acordo com o contexto em questão. Assim, a política, o sexo, a vida alheia e tantos outros Campos temáticos podem inspirar desvios de orientação do assunto em conversa, consoante a intenção do emissor, de modo a provocar o riso, a sátira o aprofundamento cultural.
Conceito de denotação:
Termo utilizado na linguística e na ciência da literatura em oposição a conotação, para explicitar o significado primeiro e objetivo de um vocábulo, diretamente derivado da relação entre as palavras (verba) e as coisas (res), entre os signos linguísticos e o seu referente o objeto (denotatum). Os dicionários registam, embora de forma nem sempre rigorosa, a denotação nos vocábulos que pretendem definir.
Conceito de diacronia:
Termo utilizado pelo linguista Saussure, em oposição a sincronia para designar a evolução de determinado idioma ao longo do tempo ponto também se aplica, em sentido análogo, a história literária, para designar a evolução dos géneros literários ao longo dos tempos.
Conceito de sincronia:
Termo utilizado pelo linguista Saussure, em oposição a diacronia, para designar a evolução ou não de um determinado idioma no seio de uma época. Também se aplica em sentido análogo, para designar o fenómeno literário numa dada época.
Conceito de dialogismo:
Figura de Retórica que reproduz, em termos de diálogo, o pensamento de um emissor ou, então, o discurso real ou imaginário entre 2 personagens. Mikhail Bakhtin utiliza o termo no sentido de discurso polifónico à pluralidade de vozes, cada qual com seu estilo e linguagem próprios (socioletos), numa obra literária, apresentando uma imagem polifacetada do mundo.
Conceito de Formalismo Russo:
Movimento renovador da teoria literária, surgido, como o nome indica, na Rússia no início do século 20 (Jakobson, Tomachevski, Maiakovski, Tynianov, Sklovski, etc.). Reagindo, tanto ao positivismo herdado do século 19, que reduzia a literatura ao campo da cultura, da filosofia e das ciências sociais, como ao impressionismo subjetivista, sem rigor científico que dominava a crítica literária da imprensa. Este movimento valoriza a chamada literariedade (literaturnost) como característica essencial da linguagem Poética, que se autonomiza da linguagem cotidiana e prosaica, através da criação de uma emoção estética, por meio dos recursos formais ou estilísticos. De igual modo, a teoria dos géneros literários foi revitalizada a partir da noção evolutiva dos mesmos define um dos principais contributos deste movimento foi o avanço científico no domínio da narratologia ou teoria da narrativa, sobretudo com a obra de Vladimir Propp, Morfologia do Conto. No entanto, ao estudar a literatura como um sistema imanentista, sem relação com autor e a sua obra, tal movimento colou-se à metodologia da linguística instaurando, a teoria do formalismo na ciência da literatura, perdendo a noção da cosmovisão que é também essencial ao fenómeno literário como os seus críticos o têm salientado (Lotman, Bakhtin, Ricoeur).
Aos olhos dos formalistas russos, a crítica deve preocupar-se exclusivamente com uma obra literária, afastar o enfoque psicológico, filosófico ou sociológico, e limitar-se a descrever a arquitetura do texto em termos técnicos segundo o método imanentista. empiristas, positivistas, desconhecem premissas filosóficas ou metodologias e, portanto, toda a conclusão é abstrata. Não obstante, os formalistas, nutriam a esperança de chegar a uma ciência da literatura, que tivesse por objetivo não a literatura mas a “literariedade” do texto, ou seja, aquilo que o torna literário.
Conceito de pós-formalismo:
Designação ambígua que abrange os continuadores do Formalismo Russo no Círculo Linguístico de Praga, com Jakobson, Mukařovský, Trubetzkoy, Wellek, etc. ; o Estruturalismo; a semiótica; bem como os seus críticos Bakhtin, Lotman, Ricoeur, etc.
Conceito de funções da linguagem:
Termo que salienta o papel de cada elemento linguístico literário num dado conjunto ou sistema. Na linguística, as funções da linguagem estabelecem uma relação entre o texto, e a teoria da comunicação. Assim, aperfeiçoando as 3 funções semânticas do signo linguístico, apresentadas por K. Buhler: expressiva, representativa e apelativa; e as de Malinovski: fática e metalinguística. No entanto Roman Jakobson sistematizou 6 funções da linguagem, de acordo com a sua relação com cada elemento da comunicação: a emotiva ou expressiva - que revela os sentimentos e atitudes do emissor-, a apelativa ou conativa - que interpela o recetor - , a referencial - que se centra no contexto -, a fática - que restabelece o contato entre emissor e recetor-, a Poética -que privilegia a mensagem e os seus recursos expressivos -, a metalinguística - que reflete sobre o código linguístico. Que em narratologia, a função narrativa analisa o significado do comportamento das personagens em termos do desenvolvimento da intriga. Assim, Vladimir Propp identifique-a 31 funções no conto popular russo, repartidas por 7 personagens. E. Soriau reduziu as 6 funções dramatúrgicas na tragédia grega e no teatro da época clássica na Europa.
Conceito do futurismo: 
Movimento artístico e literário, nascido em 1909, com o manifesto de Marinetti, publicado em Paris, que preconiza uma estética de vanguarda, em oposição ao sentimentalismo de G. D’Annunzio e ao simbolismo, exaltando o vitalismo, o dinamismo da vida, o progresso da técnica e da máquina, substituindo a morfossintaxe tradicional – adjetivos, advérbios, conjunções - pelo infinitivo verbal. O Formalismo Russo teve uma estreita ligação ao futurismo russo do qual se destaca o poeta Maiakovski.
Conceito de Estruturalismo:
Movimento que surge no âmbito da teoria literária, inspirado numa matriz metodológica comum à generalidade das ciências sociais e humanas, designadamente psicologia, linguística, antropologia, sociologia, etc., centrando a sua análise em torno do conceito de estrutura. Desenvolvendo-se a partir de várias correntes: Círculo Linguístico de Praga, Nouvelle Critique o Formalismo Francês, Estilística Estrutural, glossemática, o Círculo de Copenhaga, tal metodologia recebe a influência tanto dos estudos de Saussure (1916) sobre linguística, como da Formalismo Russo, privilegiando a análise do texto em si, a partir de modelos operatórios aplicáveis à generalidade das obras de um dado género ou subgénero, tendo em vista não a superficialidade da sua mensagem, integrada na intenção do autor e no seu conteúdo histórico-cultural, sob a tutela de uma ciência formal. Contribuindo largamente para autonomização metodológica da ciência da literatura, em relação às restantes ciências sociais e humanas, o Estruturalismo é corresponsável pelo solipsismo abstracionista e formalista e que encerrou esta ciência, quebrando os laços de diálogo interdisciplinar que sempre manteve com a história a filosofia e outros ramos do saber e da cultura, esvaziando os textos de um conteúdo humano significativo e interpelante. Não podemos esquecer, em qualquer caso, o decisivo papel deste movimento para o desenvolvimento teórico, da narratologia, até então bastante incipiente. Do ponto de vista didático importa, todavia, ao estudioso da literatura a preocupação de não aplicar acriticamente qualquer tipo de esquemas ou modelos pré-fabricados de análise dos textos, mas interrogar o próprio texto, procurando descobrir na lógica interna da sua construção e a interação com intencionalidade do autor, a sua matriz ideológica e o contexto histórico cultural em que se insere, as linhas de desenvolvimento que permitem fundamentar, com coerência exaustão, uma tese ao ponto de vista de leitura.
Conceito de estrutura:
Termo da crítica literária que designa a organização e configuração de um texto. Por estrutura externa entende-se a divisão formal de um texto. Em narratologia, a estrutura de um texto narrativo envolve organização do discurso, de diversas formas: linear (quando há encadeamento de sequências narrativas), circular (regresso de um discurso ao ponto de partida), concêntrica (à volta de um núcleo central), em espiral(através de avanços e recuos como no monólogo interior.
Conceito de Nouvelle Critique: 
Corrente da crítica literária francesa, surgida na década de 60 do século 20, assente na análise do texto, independentemente do contexto e do intertexto, a partir do Estruturalismo Linguístico e do Formalismo Russo. As revistas veiculadas de tal corrente são: Tel Quel, Communication e Poétique.
Notável, sobretudo no incremento que deu à chamada narratologia e a renovação da Retórica, esta corrente, geralmente conhecida como Estruturalismo, tem dominado o meio universitário europeu até à atualidade, movimento que começa a ser posto em causa, a partir do chamado pós-formalismo, na sequência da Estética da Receção e da Teoria da Desconstrução. A revalorização da história literária e da teoria do género literários, conjugada com o desenvolvimento da teoria da receção e da leitura, com a interação multidisciplinar: antropologia, história, filosofia, sociologia, psicologia, etc., como formas ou processos de abordagem pluralista pelos fenómenos culturais, com a literatura comparada e a intertextualidade, que permitem superar as lacunas destas e outras correntes formalistas da teoria e da crítica literárias, independentemente do contributo metodológico que trouxeram à área dos estudos literários.
Conceito de New Criticism:
Expressão em inglês utilizada para identificar a corrente da crítica literária surgida nos Estados Unidos da América nos anos 30 do século 20, consagrada com este nome a partir do título homónimo da obra de J. C. Ramson (1941), à qual aderiram entre outros, A. Tate, C. Brooks, K. Burke, Y. Winters, R.P. Warren, através de revistas como Southern Review, Kenyon Review, etc. Reagindo à corrente crítica anterior, que consideraram psicologista, moralista historicista, visaram introduzir nos seus trabalhos maior rigor científico, através da utilização de uma linguagem específica e da análise do texto literário como «estrutura verbal autónoma», ignorando a importância do autor e das fontes da sua obra como são o contexto e o intertexto. Ao enfatizar a chamada crítica ontológica do texto literário a partir da análise dos seus aspetos estruturais e formais, esta corrente negligenciou todos os aspetos temático-ideológicos e semântico-culturais, considerando falaciosas a intenção do autor e a receção afetiva do texto, papel do leitor. A escola de Chicago, a partir da revista Modern Philology, assinala a esta corrente, entre outras deficiências, o reducionismo estrutural da sua análise e o menosprezo dos géneros literários.
Conceito de Hermenêutica:
Vocábulo que tradicionalmente designa é interpretação do texto literário, na sequência do desenvolvimento da exegese bíblica. Modernamente identifica a teoria filosófica literária desenvolvida por Paul Ricoeur e Gadamer entre outros a partir das obras de Dilthey, Husserl e Heidegger. Valorizando a interpretação do texto no seu contexto histórico-cultural (autor, época, obra e corrente), a Hermenêutica explora a relação entre o texto e o conhecimento do mundo, entre o texto e o ser, através da linguagem literária, na qual sobressai a metáfora, como recurso portador de sentidos novos e responsável pela ponte entre o real imaginário.
Conceito de Desconstrução:
Termo que designa uma corrente da crítica literária, nascida NOS anos 60, em torno das obras de Jacques Derrida (L’ecriture et la différence, 1967; De la Grammatologie, 1967) e radicalizada na escola de Yale E.U.A.: Paul de Man, H. Miller, Harold Bloom, G. Hartman, etc. Visando criticar um Estruturalismo, esta corrente põe em causa os seus conceitos fundamentais como a noção de texto como uma estrutura orgânica capaz de ser corretamente analisada e interpretada vão ter, a adequação entre o signo e o referente, entre o significante e o significado das palavras. Uma vez que não é possível reconhecer com rigor a realidade objetiva, pois cada palavra remete apenas para outras palavras, não é possível construir uma linguagem científica.
Por isso toda a linguagem é alegórica e a crítica visa apenas transmitir leituras parciais, desconcertantes, tergiversantes da criação literária. Trata-se, pois, de uma negação da ciência da literatura, de acordo com uma filosofia relativista e cética do conhecimento e da linguagem, que aponta para o vazio intelectual, para o desconcerto.
Conceito de Estética da Receção:
Corrente histórico literária, ligada à chamada escola de Constança (Jauss, Iser) que, retomando uma linha de pensamento que remonta a Aristóteles e, muito mais tarde, se entrecruza com Kant, devolve ao destinatário genérico da obra de arte o triplo papel de recetor, juiz e produtor.
Do conceito teoricamente bastante produtivo de intertextualidade, esboçado por Bakhtin e desenvolvido por Kristeva, brota a expressão husserliana (1950) de horizonte de expectativa, fulcro da sociologia da leitura. 
Detendo um papel relevante não só no sucesso editorial de uma obra, mas também na própria história dos géneros literários na persistência do declínio das correntes, escolas e movimentos, modelos e paradigmas, o leitor comum é, afinal, um elemento essencial da história literária. Por isso, o estudo da receção ou da sociologia da leitura é tarefa indispensável não apenas a determinação da interação histórica ou cultural obra-meio, mas também ao estudo dos objetivos, motivações ingredientes estruturais da obra como algo que pertence à sua essência íntima. Assim, com a Estética da Receção procura-se ultrapassar a abordagem unilateral resultante da dicotomia estética/sociologia da arte, ou da clivagem teórica entre formalismo e positivismo. No cerne desta dicotomia está a tradicional polémica arte/sociedade que opôs, por exemplo, o arcadismo ao barroco, o romantismo ao classicismo, o realismo ao parnasianismo, a questão da arte pela arte ou da arte útil e comprometida, como, mais recentemente, ao Realismo Socialista, de inspiração marxista. Ainda hoje, enquanto correntes formalistas analisam a literariedade como um fenómeno independente de qualquer conteúdo ideológico e semântico, no extremo oposto, as correntes sociológicas ignoram os mecanismos de produção e da fruição estética.
Conceito de horizonte de expectativa:
Termo utilizado pela Estética da Receção para designar o conjunto de tendências – gostos, referências - dos leitores aos quais será mesmo a obra: o divertimento – poesia lúdica, comédia -, edificação moral - cartas, histórias de proveito e exemplo, apólogo, autos de moralidade - , intervenção política e social – novela realista, romance realista, romance Neorrealista, poesia de intervenção, teatro épico, etc.
Conceito de crítica sociológica:
Designação que abrange um conjunto de correntes e autores da crítica literária que analisam o fenómeno literário numa perspetiva sociocultural. 
Além da escola positivista (Taine, Stael, Tocqueville), merecem especial referência as seguintes correntes:
1. a crítica sociológica marxista ( Lukács, Goldmann), que entende a arte e a literatura como produto do condicionalismo económico ou social e como reflexo das contradições da realidade e dos interesses da classe dominante; 
2. a escola de Frankfurt (Adorno, Marcuse, W. Benjamin), que aplica a arte e a literatura os princípios da metodologia crítica do marxismo e da psicanálise freudiana, descobrindo neles uma função libertadora da sociedade opressora e alienante:« revelação dos estados de consciência»; 
3. a Nouvelle Critique, na sua vertente chamada “sociocrítica”, que, utilizando instrumentos operários da semiótica, Neorretórica e Hermenêutica, entende a significação social e ideológica dos textos literários como um produto integrado num determinado contexto sociocultural; 
4. o Estruturalismo de Mukařovský e Vodicke; 
5. a escola de Constança de Jauss e Iser, com a teoria chamada Estética da Receção.

Continue navegando