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CASOS PRATICOS

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UNIFANOR
PRÁTICA EM DIREITO CIVIL
QUESTÃO 01:
EU ALUGUEI UMA CASA NA RUA NOGUEIRA N.300 EM DATA DE ABRIL DE 2018, NO VALOR MENSAL DE R$1000 / ATUALMENTE. CONTUDO, NO MÊS DE JANEIRO DE 2021, A CASA VIZINHA FOI DEMOLIDA E ENCONTRA-SE ATUALMENTE COMO UM DEPÓSITO DE LIXO, PREJUDICANDO A CONVIVÊNCIA DA VIZINHANÇA. EM ABRIL DE 2021, O PROPRIETÁRIO PROPÕE AJUSTE DO VALOR, PARA MAJORAR. CONTUDO EU NÃO CONCORDO, COMO DEVO PROCEDER? CONSIDERANDO A SITUAÇÃO ATUAL DA PANDEMIA. QUAL SUA ORIENTAÇÃO?
R - Visto a excepcionalidade do atual momento onde estamos passando por uma pandemia, o mais aceitável é que haja flexibilização e negociação perante os reajustes locatícios. O lixão recém instalado na vizinhança de fato faz com que o ambiente se torne mais insalubre e menos agradável, implicando negativamente na valorização dos imóveis da região, fazendo com que tenha implicações diretas nos valores pecuniários dos imóveis. Nesse caso, não havendo um acordo amigável entre locador e locatário a respeito do valor do aluguel, é aconselhável que peticione judicialmente a readequação do valor locatício do imóvel, devidamente fundamentado no Art. 19 da Lei do Inquilinato:
“Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado.”
Quanto ao lixo, segundo o art. 1.277 do CC/02:
“Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.”
QUESTÃO 02:
ANDRESA CHORA, LAMENTA PELA SITUAÇÃO QUE ESTÁ PASSANDO E DESABAFA COM VOCÊ.
" PASSEI ANOS SONHANDO ENCONTRAR UMA PESSOA PARA COMPARTILHAR A VIDA COMIGO E ENCONTREI O CARLOS. VIVEMOS FELIZES DESDE 2019, MAS NO DIA 30 DE DEZEMBRO DE 2020, ELE FOI TRABALHAR E ATÉ HOJE NÃO VOLTOU. ELE ESTAVA FAZENDO A SEGURANÇA DE UMA PESSOA IMPORTANTE, MAS NÃO SEI O NOME. EU LIGO NO CELULAR E NÃO ATENDE, NÃO RESPONDE O WHATSAPP MAS O VEJO ONLINE. TENHO UM CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL COM ELE, MAS NEM SEI ONDE ELE ESTÁ! COMO FAZER?!"
R – Carlos desapareceu sem ter deixado seus bens para uma pessoa especifica, não nomeou representante ou procurador para administrar suas vontades, deixando apenas um Contrato de União Estável com Andressa. Neste caso ele será declarada pessoa ausente, por não ter certeza da vida ou morte de Carlos, conforme art. 22 do CC/02, que fala:
“Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.”
Esclarecendo, Andressa deverá entrar judicialmente com uma Ação Declaratória de Ausência, onde o juiz irá reconhecer sua ausência e declarará Andressa como sua curadora, conforme estipulado no art. 25 do CC/02.
QUESTÃO 03:
CAMILA TOMOU CONHECIMENTO HOJE QUE SEU PAI FALECEU EM 02/02/21 E FICOU SABENDO QUE OS DOIS OUTROS FILHOS COMPARTILHARAM FORMALMENTE (POR MEIO DE INVENTÁRIO) OS BENS DEIXADOS. THIAGO ESTÁ COM O CARRO QUE PERTENCIA AO PAI E A IRMÃ, YANA ESTÁ COM A MOTO E RESIDE NA CASA QUE PERTENCIA A ELE. QUAL AÇÃO CAMILA DEVE PROPOR?
R – Camila, como herdeira legítima, pode entrar com um Inventario Judicial, este ocorre quando não há acordo entre os herdeiros na forma de partilhar os bens. Pode-se dar entrada na ação com a certidão de óbito de seu pai, conforme art. 615 do CPC. 
QUESTÃO 04:
Claudete te conta que em fevereiro de 2021, contratou o ATELIÊ CF, especialmente a estilista e costureira Carmen (famosa pelo seu trabalho na região e pelos modelos lindíssimos), para fazer seu vestido de noiva – foi apresentado o orçamento no valor de R$6.000,00 – a ser pago em 10 parcelas. E aí, ontem, dia 03/05/2021, vi no instagram do referido ateliê que a proprietária Carmen faleceu de covid. Como se resolve o contrato, considerando que se deu em razão da pessoa?
R - Neste caso, houve um descumprimento na obrigação de fazer, visto que a costureira Carmen fora acometida com um caso de força maior que não poderia ser previsto. Conforme p art. 393 “o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.”
PEÇA: 
LISA RIBEIRO É ESTUDANTE DO CURSO DE MODA DA INSTITUIÇÃO “IFFA”, TEM 20 ANOS E É CADEIRANTE EM RAZÃO DE UMA DOENÇA DEGENERATIVA. 
LISA RELATA QUE AO FAZER A MATRICULA NA REFERIDA INSTITUIÇÃO INFORMOU DA SUA CONDIÇÃO E LHE FOI DITO, QUE O PRÉDIO É ACESSIVEL, QUE ELA NÃO SE PREOCUPASSE. 
CONTUDO, LISA CHORA E TE CONTA QUE COMO ALCANÇOU O SEGUNDO SEMESTRE, INICIOU AS AULAS NO LABORATÓRIO, QUE FICA NO SEGUNDO ANDAR E A FACULADE NÃO TEM ELEVADOR E NEM RAMPAS, QUE FACILITARIA O ACESSO DE CADEIRAS DE RODA. E QUE NOS DIAS DE SUAS AULAS, ELA SE SENTE MUITO CONSTRANGIDA, POIS PEDE AJUDA AOS COLEGAS PARA QUE A LEVEM NO COLO. ELA CONTA: “ ALGUNS FICAM RINDO, OUTROS RECLAMAM.. EU ME SINTO MAL E AINDA TENHO MEDO DE CAIR. POR FAVOR, ME AJUDE. É UM DIREITO MEU ESTUDAR! EU PAGO A MENSALIDADE IGUAL AOS DEMAIS. ” 
ASSIM, FAÇA UMA NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL PARA SOLUCIONAR O CASO.
R – 
Fortaleza, Ceará, 10 de junho de 2021.
IFFA
CNPJ nº xxxxxxxxxxxxxx
Endereço xxxxxxxxxxxxxx
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL
LISA RIBEIRO, brasileira, estudante de moda, pessoa física com o CPF sob o nº xxxxxxxxxx, residente e domiciliada a rua xxxxxxxxxxxxx, vem por meio de sua advogada que esta subscreve, promover NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL em face da Notificada, pelos fatos e fundamentos que seguem:
I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS
Lisa tem 20 anos e é cadeirante, e ingressou na Instituição de Ensino Superior IFFA por terem lhe assegurado que o prédio seria adaptado para pessoas com deficiência. Acontece que ao ingressar no 2º semestre de Moda, a mesma foi surpreendida com a falta de acessibilidade do local para chegar a sala de aula designada para aquele semestre. Como a instituição não apresentou nenhum posicionamento a respeito, a mesma teve que por vezes ser carregada por seus colegas de turma a fim de chegar a sua sala e poder assistir a aula. Situação esta que sempre a constrangia, pois chamava muito a atenção das pessoas que por ali passavam. 
Mediante o exposto, é solicitado o que se segue.
II – DO PEDIDO
Sendo assim, solicita providencias da IES mediante a situação explanada a adaptação do prédio no prazo de 03 (três) meses a contar da entrega desta notificação. 
Caso contrário, as medidas judiciais cabíveis terão de ser tomadas a fim de indenizar nossa cliente pelos constrangimentos submetidos. 
Na certeza de que o pedido será atendido,
Atenciosamente,
______________________________
NOTIFICANTE
CPF nº __________
OU
______________________________
ADVOGADO
OAB/CE nº __________

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