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Farmacologia 4 Jennifer Naito Aula 11 – Piroxicam e Tenoxicam Ambos são AINEs não seletivos para COX1 e 2: • Analgésico, anti-inflamatório e antitérmico. • Bem absorvido por via oral. • Pico de concentração plasmática em 3 a 5 horas. • Meia-vida prolongada (50h) permite manutenção de concentração plasmáticas estáveis ao longo de todo dia, e acumulação significativa quando utilizado de forma prolongada. • Alimentos provocam ligeiro retardo na velocidade de absorção, não interferindo com o total da droga absorvida quando administrada por via oral. • 99% do piroxicam presente no plasma liga-se às proteínas plasmáticas. • É excretado no leite humano, mas em concentração de 1 a 3% daquela encontrada no plasma da mãe – portanto, não prescrever para lactante. • Metabolizado por hidroxilação e conjugação, em compostos totalmente inativos. • Estes metabólitos são excretados pela urina (65%) e pelas fezes (35%). Cerca de 5% da dose administrada é excretada sem metabolismo. • Meia vida plasmática de cerca de 50 horas. • Quase toda dose administrada é eliminada após metabolismo hepático. Consequentemente, pacientes com doenças hepáticas necessitam de redução da dose. • Pacientes com disfunção renal leve a moderada não necessitam de redução de dose. Contudo, não existem dados farmacocinéticos do Piroxicam em pacientes com insuficiência renal grave, nem tampouco naqueles que estejam em hemodiálise – não prescrever. • O uso de piroxicam não foi investigado em pacientes pediátricos. • Contraindicado para pacientes alérgicos ao piroxicam ou a outros AINEs. Pacientes que já apresentaram reações asmáticas à aspirina também não devem receber esse medicamento. Além disso, devemos tomar cuidado com alergia concomitante às sulfonamidas, devido à presença do enxofre em ambas as estruturas. • Pode levar o aumento do risco de reações adversas Cardiovasculares (CV), por isso devemos administrar a menor dose efetiva pelo menor tempo possível. Também pode agravar quadro hipertensivo e prejudicar ação de diuréticos e de outras drogas anti-hipertensivas (uso de longo prazo), pode provocar retenção de líquido. Cuidado em pacientes com insuficiência cardíaca e tomando diuréticos (uso de longo prazo). • Administração por longos períodos pode levar à necrose de papila renal. Cuidado com pacientes que apresentam disfunção renal, insuficiência cardíaca, disfunção hepática, medicados com diuréticos oi inibidores da ECA (captopril, remipril, enalapril etc.) e especialmente idosos. • Pode causar sérios problemas GI (gastrites, úlceras, sangramento e perfuração de estômato e intestino), mesmo quando utilizado por curto espaço de tempo. Estes efeitos são mais comuns em idosos e debilitados. Por isso, devemos evitar uso em pacientes com história de úlceras e gastrites, proteger com omeprazol (20mg pela manhã em jejum). O uso concomitante de corticosteroides, anticoagulantes, consumo de álcool, fumo, antidepressivos, pode aumentar o risco de reações adversas GI. Use menor dose efetiva pelo menor tempo possível! • Pode levar a sérias reações adversas na pele, como dermatite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson e necrólise tóxica epidérmica (pode ser fatal – 30% de mortes por septicemia). Portanto devemos interromper a medicação ao menor sinal de “rash” cutâneo (urticária) ou sintomas como dores nas articulações, febres e cansaço. Farmacologia 4 Jennifer Naito • Pode inibir a agregação de plaquetas, prolongando o tempo de sangramento. Ao contrário da aspirina, seu efeito é menor, de mais curta duração e reversível. Não usar na fase pré-operatória, pois inibe a COX1. • Em função da sua alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, cuidado ao administrar piroxicam associado com outras drogas que também apresentam extensa ligação, caso das sulfonamidas, sulfonilureias, ácido valpróico. • Na gravidez pode produzir fechamento prematuro do ducto arterioso e, em estudos animais, produziu toxicidade GI em fêmeas prenhas, especialmente no último trimestre. • Apesar de ser excretado em concentrações baixas no leite materno (1 a 3%), não deve ser utilizado durante a lactação. • Não há estudos sobre segurança e efetividade em crianças. • Cuidado com idosos (mais de 65 anos): problemas renais, hepáticos, terapia com múltiplas drogas e mais tendência para hemorragias GI. • Resumindo, os principais problemas que podem ser causados: o Pode aumentar toxicidade do metotrexato (usado em pacientes com câncer, psoríase). o Produz elevação da concentração plasmática livre de lítio (usado para tratamento de psicoses e manias). Cuidado com toxicidade do lítio. o Pode diminuir efeito anti-hipertensivo dos diuréticos, inibidores da ECA e antagonistas da Ang II. o Anticoagulantes e AINEs potencializam sangramento GI. o Gravidez: categoria C. não existem estudos bem controlados e não é recomendado para uso na gravidez nem na fase de amamentação. • Reações adversas (1 a 10% dos casos): o Edema periférico; o Anorexia; o Dor abdominal; o Constipação; o Diarreia; o Dispepsia; o Aumento das enzimas hepáticas (ALT e AST) no soro; o Flatulência; o Sangramento GI e perfuração, queimação do estômago, náusea, úlceras gástricas e duodenais; o Vômito; o Anemia; o Aumento do tempo de sangramento; o Tonturas; o Dor de cabeça; o Prurido; o Erupções cutâneas; o Zumbido; o Disfunção renal. • Indicações: para uma variedade de condições que requeiram atividade anti-inflamatória e/ou analgésica, incluindo dor pós-operatória e pós-traumática e para o tratamento da dismenorreia primária em pacientes maiores de 12 anos. O INÍCIO DA ANALGESIA É RÁPIDO! • Posologia: o Dose usual de 20mg ao dia. o O tratamento com dose de ataque de 40 mg/dia nos primeiros 2 dias, seguida de 20 mg/dia nos dias subsequentes. • Formas comerciais: Farmacologia 4 Jennifer Naito • Casos clínicos: o Dor após tratamento endodôntico ou uma cirurgia simples: o Cirurgia complexa: o Cirurgia traumática: Farmacologia 4 Jennifer Naito • Tenoxicam: o Posologia para dores agudas pós-operatórias e dismenorreia: 40 mg nos dois primeiros dias, seguido por 20 mg diários nos próximos 3 dias (máximo).