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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA .... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO X 
JOÃO AUGUSTO (sobrenome), (nacionalidade), (estado civil), taxista, portador do RG n°..., cadastrado no CPF/MF sob o n°..., residente na rua..., bairro ..., cidade ...., Estado X, por seu advogado inscrito na OAB/.... sob o nº ..., com procuração em anexo e endereço profissional na rua..., onde deverão ser encaminhadas as intimações do feito, vem, respeitosamente, à presença de V. Exª, propor a presente 
AÇÃO INDENIZATÓRIA
pelo rito ordinário em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na rua..., pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz.
DOS FATOS
No dia ...., o Autor sofreu uma fratura de costela durante uma partida de futebol, tendo se submetido, por tal razão, a uma intervenção cirúrgica realizada no hospital público federal .... , localizado no Estado X.
Ocorre que mesmo depois de 2 (dois) anos e meio após a realização da cirurgia, o Autor continuou sofrendo com fortes dores no local, o que o impossibilitava de exercer sua profissão como taxista.
Com a realização de exames médicos, foi constatado que a causa das dores era um pequeno bisturi, esquecido dentro do corpo do Autor pela equipe médica que realizara a cirurgia de fratura da costela no dia ...
Realizada nova cirurgia para a retirada do instrumento cirúrgico, no mesmo hospital público federal, o problema foi finalmente solucionado.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO
  O ordenamento jurídico pátrio acolheu a teoria da responsabilidade objetiva da Administração Pública, lastreada na teoria do risco administrativo, a teor do disposto no artigo 37, § 6°, da Constituição Federal.
 Assim, em sede de responsabilidade objetiva, refratária à idéia de culpa, basta que sejam demonstrados o ato omissivo ou comissivo da Administração Pública, o dano e o nexo causal a agrilhoá-los. 
A propósito, preleciona Sérgio Cavalieri Filho:
“o constituinte adotou expressamente a teoria do risco administrativo como fundamento da responsabilidade da Administração Pública, e não a teoria do risco integral, porquanto condicionou a responsabilidade objetiva do Poder Público ao dano decorrente da sua atividade administrativa, isto é, aos casos em que houver relação de causa e efeito entre a atividade do agente público e o dano” (CAVALIERI Filho, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 237)
Deveras, ratifica a doutrina José dos Santos Carvalho Filho: 
A marca da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a existência da culpa do agente ou do serviço. O fator culpa, então, fica desconsiderado com pressupostos da responsabilidade objetiva (...), sendo certo que a caracterização da responsabilidade objetiva requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: a) fato administrativo: assim considerado qualquer forma de conduta comissiva ou omissiva, legítima ou ilegítima, singular ou coletiva, atribuída ao Poder Público; b) ocorrência de dano: tendo em vista que a responsabilidade civil reclama a ocorrência de dano decorrente de ato estatal, latu sensu; c) nexo causal: também denominado nexo de causalidade entre o fato administrativo e o dano, consectariamente, incumbe ao lesado, apenas, demonstrar que o prejuízo sofrido adveio da conduta estatal, sendo despiciendo tecer considerações sobre o dolo ou a culpa. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 231)
Como cediço, tal responsabilidade somente será afastada mediante a comprovação, por parte do Estado, de que o evento danoso decorreu de culpa exclusiva da vítima, de terceiros ou de caso fortuito ou força maior, excludentes estas que, indiscutivelmente, não se aplicam à hipótese vertente.
In casu, resta incontroverso ser da Ré a responsabilidade, estabelecendo-se o nexo causal entre o dano (fortes dores abdominais) e a conduta do agente do Estado (instrumento esquecido durante intervenção cirúrgica pela equipe médica de hospital federal).
Evidenciada a negligência do ente público , é de se concluir que os serviços prestados pelo hospital não foram adequados, estando presentes os pressupostos do dever de indenizar.
Impende sublinhar que a cirurgia a que se submeteu o Autor e da qual decorreu o evento danoso, foi realizada dentro das dependências do Hospital ..., por equipe médica que se encontrava direta e objetivamente vinculado à Administração Federal. Ou seja, é indiscutível que a mencionada equipe médica encontrava-se atuando na qualidade de preposto do ente público.
Ademais, o STF já pacificou o entendimento de que a entidade hospitalar pode ser objetivamente responsabilizada por ato praticado por seu preposto ou por profissional a ela vinculado, como no caso do RExt nº 217389, de relatoria do Min. Néri da Silveira:
Recurso extraordinário. Indenização. Responsabilidade objetiva do Estado. 2. Acórdão que confirmou sentença de improcedência da ação, determinando que somente se admite o direito a indenização se ficar provada a culpa subjetiva do agente, e não a objetiva. 3. Alegação de ofensa ao art. 107, da EC n.º 01/69, atual art. 37, § 6º, da CF/88. 4. Aresto que situou a controvérsia no âmbito da responsabilidade subjetiva, não vendo configurado erro médico ou imperícia do profissional que praticou o ato cirúrgico. 5. Precedentes da Corte ao assentarem que “I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, ocorre diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. II - Essa responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torno da culpa da vítima, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público.” RE n.º 178.086-RJ. 6. Inexiste, na espécie, qualquer elemento a indicar tenha a vítima concorrido para o evento danoso. 7. Recurso conhecido e provido para julgar procedente a ação (Supremo Tribunal Federal, 2ª Turma, Recurso Extraordinário nº 217389, Min. Rel. Neri da Silveira, Data de julgamento: 02.04.2002) 	(destaque nosso)
Tal entendimento, aliás, tem por substrato a Súmula 341 daquele mesmo sodalício, que dispõe que é presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto.
Assim, prima facie, é indiscutível que a Ré tinha o dever de zelar pela qualidade do atendimento ao Autor, cuja cirurgia se dera em nosocômio federal, ao qual era vinculado o médico responsável pelo procedimento cirúrgico. 
E como há, deste modo, demonstração de que o dano sofrido decorreu de atuação negligente de prepostos da Ré, fica caracterizada a responsabilidade civil objetiva da Administração Pública.
Presente a causalidade como elemento necessário à configuração da responsabilidade civil da União, posto que, se eficaz a prestação do serviço público, teria-se evitado a sequela na paciente.
2. DA INEGÁVEL APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA AO CASO EM VOGA 
Ainda que não se admitisse a aplicação, no presente caso, da teoria da responsabilidade objetiva da Administração Pública – hipótese que só se admite ad argumentandum tantum –, a incidência da responsabilidade objetiva encontraria respaldo na norma contida no artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, senão vejamos.
A Lei n. 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor - inclui a atividade médica no conceito de serviço (artigo 3º, parágrafo 2º), estabelecendo como objetiva a responsabilidade contratual do médico e do hospital (art. 14), que se funda na teoria do risco do empreendimento, segundo a qual todo aquele que se dispõe a exercer alguma atividade no campo do fornecimento de bens e serviços, tem o dever de responder pelos fatos e vícios resultantes do empreendimento,independentemente de culpa. 
Na hipótese dos autos, inobstante a ausência de relação contratual entre a Ré e o Autor, este é equiparado a consumidor, a teor do disposto no artigo 17 da referida Lei 8.078/90. 
Destarte, a instituição hospitalar federal assume a responsabilidade pelo paciente, independentemente de culpa, pelos danos causados, por força do disposto no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), eis que a atuação negligente de seus prepostos foi determinante para a ocorrência do dano.
Nesse sentido, a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO. HOSPITAL. ATENDIMENTO PELOS SUS. ART. 37, §6º DA CF. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 14, CAPUT DO CDC. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. RECURSO IMPROVIDO.  
1. Da análise do texto constitucional, depreende-se que as instituições privadas poderão ser financiadas para, mediante contrato público ou convênio com a Administração Pública, participarem de forma complementar ao Sistema Único de Saúde, seguindo suas diretrizes.
2.  Assim, justa a aplicação do art. 37, §6º da CR, que prevê a responsabilidade objetiva da Administração Pública e, inclusive, das pessoas de direito privado prestadoras de serviço público.
3. Por outro lado, tenho que a pretensão deduzida pelo autor é amparada pela norma contida no artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, que prevê como objetiva a responsabilidade do fornecedor de serviços pelos danos causados a seus consumidores, razão pela qual, para a caracterização do dever de indenizar, mostra-se descabida a discussão sobre a presença da culpa no exercício da atividade desenvolvida pelo ora Recorrente.
4. Recurso improvido. Sentença mantida
Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Terceira Câmara Cível, Apelação Cível nº  0012278-32.1999.8.08.0014 (014.05.012278-8), Des. Rel. Alinaldo Faria de Souza, Data de Julgamento: 05/12/2006
Por fim, repise-se que, conforme explanado alhures, a responsabilidade em questão é objetiva, sendo, portanto, indispensável o nexo de causalidade entre a conduta e o resultado.
3. DOS DANOS EXPERIMENTADOS
	
3.1. DO DANO PATRIMONIAL
Todo o substrato probatório que acompanha a presente exordial não deixa dúvidas de que o Autor sofreu danos materiais pela impossibilidade de exercer sua atividade laborativa.
Efetivamente, sendo taxista, seus ganhos dependem de sua labuta diária. Ocorre que as fortes dores que o acometeram ao longo de 2 (dois) anos e meio não permitiram que o Autor se dedicasse ao trabalho de forma contínua, o que afetou drasticamente suas economias.
Diante disso, cabível a indenização pelos lucros cessantes.
 
3.2. DOS DANOS MORAIS
Constata-se, ainda, a presença dos elementos necessários a justificar a indenização ora pleiteada a título de danos morais, os quais se dão in re ipsa. 
Com efeito, o Autor foi submetido à situação constrangedora e a um transtorno que vai além do aceitável ou normal. A angústia da espera e o constrangimento de carregar acoplado em seu corpo objeto estranho ao organismo são suficientes para responsabilizar o réu pelos danos morais correspondente.
Cabe citar, nesse sentido, excerto de julgado do Eg. Superior Tribunal de Justiça: 
Como se trata de algo imaterial ou ideal, a prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano material. Por outras palavras, o dano moral está ínsito na ilicitude do ato praticado, decorre da gravidade do ilícito em si, sendo desnecessária sua efetiva demonstração, ou seja, como já sublinhado: o dano moral existe in re ipsa. Afirma Ruggiero: “Para o dano ser indenizável, 'basta a perturbação feita pelo ato ilícito nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos sentimentos, nos afetos de uma pessoa, para produzir uma diminuição no gozo do respectivo direito.”[1: REsp 608918/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2004, DJ 21/06/2004 p. 176.]
Sobre a desnecessidade de prova quando se trata de dano moral puro, Sérgio Cavalieri Filho ensina:
“...por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral não pode ser feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano material. Seria uma demasia, algo até impossível exigir que a vitima comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através de depoimentos, documentos ou perícia; não teria ela como demonstrar o descrédito, o repúdio ou o desprestígio através dos meios probatórios tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno à fase da irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais.
Nesse ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em si. (...) Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti que decorre das regras de experiência comum”. (destaque nosso)[2: CAVALIERI, ob. cit., p. 86.]
Nestas circunstâncias, impõe-se a devida condenação do Réu ao pagamento atinente aos danos morais sofridos, considerando a gravidade do ato ilícito praticado contra o autor, o potencial econômico dos ofensores, o caráter punitivo-compensatório da indenização e os parâmetros adotados em casos semelhantes.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
a)    A citação da Ré para, querendo, contestar a presente ação, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;
b)   Intimação do Ministério Público Federal;
c) A procedência dos pedidos para condenar o Réu a pagar ao Autor o valor de R$ .... a título de danos morais e o valor de R$ .... a título de lucros cessantes, valor este a ser apurado através de prova pericial; 
d)     A condenação da Ré nos ônus da sucumbência.
PROVAS
Requer a produção das provas documental suplementar, se necessária, testemunhal, pericial e depoimento pessoal dos representantes das rés.
VALOR DA CAUSA
Dá à causa valor R$ ... (art. 259, inciso II do Código de Processo Civil)
Termos em que espera deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

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