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EDUARDA SILVANO Wallon · O desenvolvimento engloba 4 elementos funcionais: · Inteligencia – cognição;Campos construídos, não são dados · Afetividade; · Movimento – dimensão motora; · Pessoa – formação do eu/consciencia de si. Afetividade: · Emoção: reação orgânica repentina não controlada pela razão. (ex: susto, medo, enrubescimento, choro, riso). · Sentimento: Consciente e de longa duração. (medo, motivação, alegria, ansiedade, tristeza, chateação, amor, respeito, admiração, raiva, preocupação) · Está sempre presente em todos os momentos, movimentos e circunstâncias de nossas ações, assim como o ato motor e a cognição. · É a primeira forma de comunicação estabelecida com outras pessoas. (bebê – choro). Permanece presente nas relações sociais e com nós mesmos. (autoimagem, autoestima...). · Para Wallon é por meio da emoção que o ser biológico se converte em ser social. COMO WALLON COMPREENDE O DESENVOLVIMENTO? 1) Marcado pela alternância entre a dimensão intelectual ou afetiva. 2) Bem como a alternância de um movimento para dentro (de si) ou para fora (outro). 3) O sujeito pode integrar nas fases seguintes as anteriores. Não é contínuo, nem constante, nem definitivo. · Marcado por: crises, conflitos, descontinuidades; · Momentos de parada, regressão, retrocesso, avanços; · Envolve mudanças que se dão por saltos e provocam a reestruturação do comportamento 1. O desenvolvimento se dá de acordo com a influencia do meio, da cultura, das características individuais e das condições de existência (relativo X padronizado) 2. Busca pela identidade própria: caminhar para o mundo adulto 3. Começa pela afetividade 4. Todo o desenvolvimento é um movimento da total dependência para a independência – cada vez a criança torna-se mais articulada, coordenada e adaptada as solicitações do meio 5. O desenvolvimento está sempre em aberto ESTÁGIOS Impulsivo Emocional (0 a 1 ano) · Exploração do próprio corpo · Predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico · Impulsividade motora: · Reflexos e movimentos impulsivos · Gestos = comunicação · Sensibilidade as sensações internas e externas · Simbiose afetiva · Homem é o mediador entre as sensações e o meio social · Movimento: de equilíbrio, de preensão, locomoção, reações posturais · Movimentos circulares – repetidos intencionalmente; imitação – linguagem · Impulsividade emocional: · As transformações das descargas motoras tranf. em meio de expressão de comunicação · Estado de não diferenciação eu-outro · Expressões/reações generalizadas e indiferenciadas de bem estar/mal estar - recebem significado no mundo social que a rodeia. · A afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas - 1ª forma de comunicação – contágio. · Esse Outro permanece internalizado · Gestos, atitudes, mímicas = significados – dor, tristeza, desejo – linguagem. · Consciência de si – primeira marca da individualidade - atitudes mais elaboradas · Os estímulos provocam respostas afetivas (alegria, surpresa, dor) + do que de o interesse pela exploração do mundo físico. · A presença, a voz e os movimentos humanos são mais estimulantes para o bebê do que os objetos. Estes tornam-se interessantes quando apresentados pelas pessoas. Sensório-Motor e Projetivo (1 a 3 anos) · Exploração do espaço físico e da fala · A aquisição da marcha e da preensão, dão à criança maior autonomia para a manipulação dos objetos e dos espaços. · Nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. · O ato mental "projeta-se" em atos motores – gestos · De um estado afetivo para um período + cognitivo. · Investigação e exploração da realidade exterior + ampla, organizada e planejada. · Movimento circular, nomeia e diferencia objetos, função simbólica – antecipar eventos. · O andar e a linguagem darão oportunidade à criança de ingressar em um novo mundo, o dos símbolos. · Linguagem - estrutura o pensamento. · Reconhece sua imagem no espelho (2 anos) Personalismo (3 a 6 anos) · Diferença eu-outro - luta pela individualização · Sedução, oposição · “Eu”, “meu”, “pra mim” · Construção da personalidade e da consciência corporal. · Cs de si – disputa pelos objetos, ciúmes - conflito, ansiedade. · Oposição ao outro - contradizer, confrontar, recusa, reivindicação – nego o outro para afirmar o meu eu. · Sedução - a criança tem necessidade de ser admirada e aprovada, para se admirar também. “olha como eu faço!” · Imitação – personagens são criados a partir das pessoas que a criança admira, introjeção e elaboração · Representação simbólica - brincadeiras, personagens, papeis. · Sincretismo - não separa a qualidade da coisa em si, ausência de lógica. · Busca independência ao mesmo tempo em que precisa assegura-se do afeto e da proteção dos outros. – Autoconfiança. · Eu – outro - diferenciação, oposição e complementariedade. Categorial (6 a 11 anos) · Exploração mental do mundo - classificação, agrupamento, seriação · Marca a diferenciação entre o eu e o mundo exterior, em que a criança aprende a perceber o que é de si e o que é do outro. · Desenvolvimento intelectual: pensar a realidade a partir de categorias, classificar, comparar, explicar - lógica. · Emergência de uma capacidade nova para a criança: a atenção, autodisciplina mental. · É fundamental a interação do indivíduo com a cultura, costumes, interesses, obrigações, moral. · Crescente individuação; autoimagem - comparação com os outros, testa aptidões, trabalha em grupo; ser aceita. Puberdade e Adolescência (11 anos em diante) · Identidade, exploração de si mesmo, autoafirmação, pensamento abstrato · Puberdade – mudanças corporais · Adolescência – estado psicológico - Nesse momento rompe-se a “tranquilidade” afetiva que caracterizou o estágio categorial - necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade - desestruturados, em crise. · Momento de transição: infância - adulto - Oposição sistemática ao adulto. Busca diferenciar-se do adulto. · Afetos: dúvidas, ansiedade, paixões, intensas, curiosidade, riso, diversão. Afetividade: capacidade de afetar e ser afetado tanto positivamente como negativamente. Emoção: reação orgânica repentina não controlada pela razão. (ex: susto, medo, enrubescimento, choro, riso – casamento, nasc. filho). Sentimento: Consciente e de longa duração. (medo, motivação, alegria, ansiedade...) Considerava que a escola deveria perceber a criança como um ser total, concreto e ativo. As leis reguladoras dos estágios 1 - Alternância de direções: 1.1) Movimento centrífugo: a criança a medida em que precisa controlar as suas ações ela age. Seu organismo imaturo tenta fazer com que seu corpo desordenado passe a agir para com o outro e para com o meio. · A criança faz uma ação para o meio centrifugamente para obter uma reação. Buscando com sua ação centrífuga uma reação centrípeta, ou seja, que volte para si trazendo a correspondência da ação de seu comportamento. 1.2) Movimento centrípeto: será aquilo que a criança irá receber, direcionada para o conhecimento de si mesma, ocorrendo o predomínio do afetivo. 2 - Alternância da predominância: · Ao longo do processo de desenvolvimento, os aspectos motores, emocionais e cognitivos se alteram ficando em evidência ora o motor, ora o afetivo ou ora cognitivo 3 – Integração funcional: · Cada estágio traz um ponto de partida para o estágio subsequente. Ele prepara o posterior, mas também precisa do anterior. · A medida que um estágio se desenvolve e amadurece ele terá condições de buscar uma nova dimensão e uma nova preparação para o estágio que se sucederá. · A medida que a criança passa pela primeira etapa, esta servirá de base e trará com consequência uma etapa mais elaborada e mais complexa do ponto de vista das relações. MOVIMENTO · Movimento: corpo, gestos, posturas · Expressão da emoção: timidez, falar com as mãos· Coordenação, equilíbrio, autodomínio, organização. (concentração x agitação) · Psicomotricidade: cortar, colar, pintar - Desenhar, cantar, pular, estudar A EDUCAÇÃO · A sala de aula precisa ser a imagem da criança (desenhos, objetos, produções, fotos). · Ponto de partida: atividade da criança · A aprendizagem se dá pela experiência · O professor é um mediador: está presente, sugere atividades, indica fontes, complementa informações, corrige os erros. · Favorecer as interações sociais: trabalhos em grupos. · Promover o autodomínio da criança: controlar impulsos, saber lidar com sentimentos – disciplina – regras aceitas. · Educação para todos – independente de sua classe social, etnia, gênero, opção sexual, física, idade, etc. · Trabalho fundamentado no respeito. O QUE É RESPEITAR O ALUNO? · Respeitar sua identidade X discriminar · Conhecer o ponto em que o aluno está em sua etapa de formação e oferecer os meios para que se desenvolva. · Não impor limites ao seu desenvolvimento. · Promover uma educação para a autonomia, ou seja, para o ponto em que o aluno não precisa mais do professor. O PAPEL DAS EMOÇÕES NA APRENDIZAGEM · Ela é a primeira manifestação de necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como social. · Portanto, primeira forma de comunicação. · “A emoção promove a interação da criança com o mundo.” · É um elemento que media a relação entre as pessoas. · A emoção impossibilita que o racional atue de forma efetiva · No ambiente escolar, dependendo de como o professor, o meio e os colegas afetam a criança, seu aprendizado pode ser desenvolvido ou inibido, e a emoção transparecida por ela evidencia isso. · Função: identificar, apoiar, ajudar. · Emoção é contagiante, logo, o entusiasmo do professor pode contagiar os alunos ou o inverso · IMPORTANTE: incentivar a realização de atividades que favorecem o intercambio grupal e englobe as dimensões motoras, afetivas e intelectuais. · A escola precisa oferecer um espaço de reflexão sobre as formas de lidar com as expressões da própria subjetividade BRINCAR · O Brincar é a linguagem da criança - comunicação · É envolvente, interessante, informativo, canaliza e organiza suas energias, envolve atenção, concentração, solução de problemas, disponibilidade e o protagonismo. ASPECTOS DA CRIANÇA · Motor: é o movimento em si, o agir, a ação; · Cognitivo: conhecimento apropriado e o modo de pensar, o modo de compreender os fenômenos do mundo, a inteligência; · Afetivo: os sentimentos que acontecem por meio da interpretação dos comportamentos das pessoas, comparando e analisando como as pessoas sentem. ASPECTOS DA TEORIA DE WALLON · O sujeito único e especial, Wallon chama de pessoa que é a integração dos fenômenos afetivos, cognitivos e motores, fundamentados no desenvolvimento biológico. · Sua teoria é considerada como a psicogênese da pessoa completa, pois compreende o ser humano em sua totalidade: cognitiva, afetiva, motora e as influências histórico-culturais. O método de análise de Wallon · Análise comparativa multidimensional: comparar, entre diferentes realidades de investigação, para esclarecer o desenvolvimento. Entender o sujeito por comparações das situações: · comparações da criança patológica com a criança normal; · da criança normal com o adulto normal; · de crianças normais da mesma idade e de idades diferentes; · A comparação visa as semelhanças e as diferenças, cujas condições é preciso identificar. · Nessas comparações, o fenômeno é analisado em suas várias dimensões biológicas, sociais, bem como as relações entre esses fatores. O fenômeno é um conjunto de variáveis, sendo compreendido pela comparação com outros conjuntos. Pressupostos que embasam a teoria de Wallon A pessoa está em processo: · A criança está em constante processo de interação, de experimentação, de movimentação e de busca. · O processo será a dinâmica do movimento para que a criança consiga construir níveis de consciência diferenciados daquilo que seriam os níveis de consciência iniciais. Pessoas são totalidades a cada instante: · Cada momento da vida da criança é uma totalidade, cada momento representa o conjunto de fatores aprendidos, incorporados e passíveis de demonstração pela criança, por aquilo que ela tem naquele momento. · Para Wallon a pessoa só pode ser pensada com a integração entre o afetivo, o motor e o cognitivo que se relacionam entre si a cada momento e seus fatores determinantes que emerge como resultado a pessoa individual, única. O desenvolvimento individual e social depende do momento histórico: · Conforme a cultura em que o organismo se desenvolve, o motor, afetivo e cognitivo serão canalizados e cultivados pelas oportunidades oferecidas. · Na interação com o meio a criança consegue entender objetos que estão presentes em seu campo de visão e que estão presentes na contemporaneidade. · Por exemplo: A criança terá mais facilidade em manipular e interagir com equipamentos eletrônicos se estes objetos e ela estiverem colocados em uma relação contemporânea. O desenvolvimento é um processo aberto · O processo de conhecimento é contínuo, ele evolui e nunca acaba. · Não existe uma aprendizagem que se consolida, se determina e finda. A criança está sempre aprendendo mais sobre o seu fazer, criando e recriando a cada momento. · Nunca delimitando a sua aprendizagem como uma ação pronta, fechada e finita. Conflitos na evolução do desenvolvimento · No processo de construção entre o conhecimento de si e o outro ocorrem situações de conflito que podem advir das próprias contradições entre o que as pessoas esperam, almejam, e o que ocorre em sua relação com o ambiente do qual fazem parte. · A solução do conflito significa a passagem para uma nova qualidade da interação do indivíduo com as exigências do meio social para um novo estágio. PENSAMENTO E LINGUAGEM · Pensamento equivale à inteligência porque inclui a inteligência · Parte da filogenia (espécie): As categorias presentes em qualquer pensamento em evolução revelam-se de caráter provisório, relativo, na gênese do pensamento. · Descontinuidade: A primeira coisa que ressalta é a descontinuidade, indecisões assinaladas por crises ou conflitos. Nas crises intervêm dois fatores: amadurecimento do sistema nervoso e o social · A imitação realiza a passagem do sensório-motor ao mental. · Desenvolvimento das representações: sinal, índice, simulacro, símbolo, signo · Sinal – estabelece-se por simples repetição de concomitância e é abolido por repetição de não-concomitância. É a parte que induz ao todo, de que ainda não está separado. · Indício – não está ligado ao sujeito, mas a própria situação. · Simulacro – representação do objeto, sem nenhum objeto substituto, pura mímica, onde o significante é o próprio gesto. · Símbolo – é um objeto substituto de outra realidade: objeto, pessoas, ações, instituições, grupos, etc. Troca a sua própria realidade por aquela que representa e por isso, converte-se em significado. · Signo – permite o acesso ao plano da representação verdadeira e pode não ter com o objeto correspondente qualquer laço de pertença, de semelhança ou analogia. É artificial na medida em que a sua forma e significação se fazem mais abstratas e tem sempre como matriz a sociedade, por isso tem sempre uma origem histórica Dinâmica do pensamento infantil · Wallon apoia-se no pensamento discursivo · O pensamento infantil é regido por uma dinâmica binária, que compõe os objetos em pares. · Classificou o pensamento infantil em duas categorias: pensamento sincrético o pensamento categorial. UMA PSICOGENESE DA PESSOA COMPLETA · O desenvolvimento infantil deve ser estruturado tendo a própria criança como ponto de partida, compreendendo cada manifestação no conjunto de suas possibilidades. · O homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito, portanto, a uma dupla história, de sua disposição interna e a das situações exteriores que encontra ao longo de suas existências. · Este materialista dialético propõe que a busca ecompreensão dos fenômenos, parte de vários conjuntos, que participam podendo inclusive haver a contradição constitutiva do sujeito e do objeto, este referencial apresenta-se como particularmente propício para o estudo da realidade híbrida da psicologia. · A existência do Homem, ser indissociavelmente biológico e social, se dá entre as exigências do organismo e as da sociedade. O PAPEL DA ANÁLISE GENÉTICA E DO RECURSO A COMPARAÇÕES MULTIPLAS · Wallon propõe que seja efetivado um estudo integrado do desenvolvimento recusando selecionar um único aspecto do ser humano e isola-lo do conjunto. · A atividade infantil se distribui através da afetividade, motricidade, inteligência. · Propõe um estudo contextualizado, só podemos entender a criança se entendermos a trama de relações que está inserida. A COMPLETA DINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL · A cada idade estabelece-se um tipo particular de interações entre sujeito e seu ambiente, os aspectos físicos dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios de cada cultura formam o contexto do desenvolvimento. · Dependendo da idade, a criança interage mais fortemente com um dos aspetos do seu contexto, retirando dele os recursos para o seu desenvolvimento. · O meio vai se transformando juntamente com a criança, sendo que a criança tem sempre a escolha do campo o qual aplicar sua conduta. FATORES ORGÂNICOS E SOCIAIS · Em função de fatores orgânicos há uma sequência fixa que se verifica entre os estágios de desenvolvimento, mas não garantem uma homogeneidade na duração. · No início da vida os fatores biológicos são mais determinantes, depois sedem espaço ao social. · Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como sendo uma construção progressiva em que se sucedem fases com preponderância alternadamente afetiva e cognitiva propondo a psicogenética Walloniana em 5 estágios CONFLITOS EU-OUTRO E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA · A afetividade, o ato motor, a inteligência, são campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. Aparecem pouco diferenciadas no início do desenvolvimento e vão aos poucos adquirindo independência. · O recém-nascido, não se percebe como indivíduo diferenciado. Em um estado de simbiose afetiva com o meio, a distinção entre o eu e o outro só se adquire progressivamente, em um processo que se faz nas e pelas interações sociais. · A criança pequena encontra-se em um estado de dispersão e indiferenciação, percebendo-se como fundida ao outro e aderida às situações e circunstâncias. Até que começa a perceber que há um eu e um não-eu. O EU CORPORAL · O recém-nascido não se diferencia do outro nem mesmo no plano corporal. · É pela interação com os objetos e com seu próprio corpo, que experimenta sensações e vai reconhecendo os limites de seu corpo, isto é, constrói-se o recorte corporal (ocorre no primeiro ano de vida). Através da diferenciação entre o espaço objetivo e subjetivo se dá a etapa da formação do eu corporal. · A construção do eu corporal é condição para a construção do eu psíquico que ocorre já no estado personalista. · No terceiro ano de vida se dá início a uma reviravolta nas condutas das crianças e nas relações com o meio, começa a utilizar o pronome “EU”. · Geralmente é uma etapa de verdadeira crise, onde é comum os conflitos interpessoais, é o momento em que a criança se opõe ao que é diferente dela, o não-eu. Combate qualquer ordem, convite, ou sugestão que venha do outro, testa sua personalidade recém desdobrada. · No estágio personalista, no início aparece à crise de oposição como que para garantir o eu, quando isto já ocorreu inicia-se um personalismo mais positivo que se desdobra em dois momentos: 1) Etapa da sedução, a idade da graça. 2) Atividade de imitação, a criança imita as pessoas que lhe atraem como uma reaproximação ao outro negado. · O conflito EU-Outro não é uma vivência exclusiva do estágio personalista, na adolescência, fase em que se faz necessário à reconstrução da personalidade instala-se uma nova crise de oposição. · Aparecendo, porém, mais sofisticada do ponto de vista intelectual, o adolescente diferente da criança pequena, apoia suas oposições em sólidos argumentos intelectuais. “O outro é um parceiro perpetuo do EU na vida psíquica”. AS EMOÇÕES ENTRE O ORGÂNICO E O PSÍQUICO · O primeiro ano de vida: o papel das emoções nas interações com o meio social. · A primeira atividade eficaz da criança é desencadear no outro reações de ajuda para satisfazer suas necessidades. Seus movimentos expressam disposições orgânicas, estados de bem estar ou mal estar. · À vivência de situações desagradáveis, como fome, cólica, e desconfortos postural expressam-se em espasmos, contorções, gritos. · Entre o bebe e o adulto que cuida dele a uma intensa comunicação afetiva. Pela ação do outro, o movimento deixa de ser somente espasmos e descargas impulsivas, passa a ser expressão, afetividade exteriorizada. · No início o bebe sorri sozinho, é fisiológico, em um segundo momento passa a sorrir somente na presença de pessoas já em um sorriso social. Dos 6 meses em diante já há presença de emoções como medo, cólera, alegria e perplexidade. GRUPO SOCIAL E ATIVIDADE INTELECTUAL · Atividade eminentemente social a emoção nutre-se do efeito que causa no outro, do contágio emocional. · As emoções aparecem como forma primeira de adaptação ao meio e tendem a ser suplantadas por outras formas de atividades psíquicas. · A elevação da temperatura emocional tende a baixar o desempenho intelectual e impedir a reflexão objetiva. “A razão nasce da emoção e vive da sua morte”. DIMENSÕES DO MOVIMENTO · A função postural está ligada à atividade intelectual. · Às vezes alguns assuntos podem até provocar espasmos. · A reflexão pode ser acompanhada por mudanças nas expressões faciais ou posturais. · Em algumas situações a função postural dá sustentação à atividade de reflexão mental. Havendo entre ambas uma relação de reciprocidade. AÇÃO SOBRE O MUNDO FÍSICO · Os progressos da atividade cognitiva fazem com que o movimento se integre a inteligência. · A criança pode prever mentalmente a sequência e as etapas dos atos motores cada vez mais complexos. · Integrado pela inteligência o ato motor sofre um processo de internalização. · O desenvolvimento da dimensão cognitiva do movimento torna a criança mais autônoma para agir sobre a realidade exterior. · Nos adultos os gestos têm teor expressivo, a gestualidade expressiva depende do ambiente cultural. EDUCAÇÃO · A teoria Walloniana suscita uma prática que atenda às necessidades da criança nos planos afetivos, cognitivos e motor e que promova o seu desenvolvimento em todos os níveis. CRISES DE OPOSIÇÃO · Se o professor estiver ciente do papel desempenhado pelo conflito EU-OUTRO na construção da personalidade, pode tomar distância das atitudes de oposição e não as entender como afronta pessoal. É contra seu papel e não contra ele. · As crianças têm necessidades psicomotoras, é fundamental que sejam propostas atividades que contemplem tais atividades. Interferencia do Social (estímulos e situações novas) Fator biológico (maturação e desenvolvimento fisiológicos) Pensamento sincrético Características: dualidade, descontextualidade e indiferenciação Fenômenos: fabulação (originalidade), contradição, tautologia (repetição) e elisão (eliminação) Predomínio: fatores afetivos sobre os lógicos e objetivos Pensamento categorial Características: Intensifica-se as diferenciações - eu /outro Torna-se capaz de organizar o real em séries, classes Os atributos e circunstâncias são independentes do objeto A principal característica do pensamento infantil. Só é possível iniciar o estágio categorial quando há o amadurecimento dos centros de inibição e discriminação. Além das condições orgânicas depende também de fatores de origem social, como a linguagem e o conhecimento. Explicar a realidade: é determinar as condições de existência, nos seus mais variados aspectos: espaciais, temporais, modais, causais. Permite aanálise e síntese, a generalização e a comparação. supõe a separação entre qualidades e coisa. No sincretismo tudo pode se ligar a tudo, a representação do real, ideias, imagens se combinam de formas mais variadas e inusitadas. Afetividade Capacidade de afetar e ser afetado tanto positivamente como negativamente. Inteligencia Surge depois da afetividade e pode conflitar-se com ela diversas vezes ao longo desse processo Movimento Sincretismo: situação inicial confusa, global, nebulosa, indiferenciada eu-outro Pessoa Emoção interfere na aprendizagem Mediada pela linguagem – outro, cultura Tentativa de ver a criança de um modo mais integrado, levando em consideração os domínios cognitivos, afetivos e motor; Não dissociar campos que são indissociáveis (afetividade e inteligência) A construção do eu depende essencialmente do outro Integração: na medida em que se organiza de forma clara e precisa e toma consciência de si e do mundo externo – autonomia – pessoa. Emoção e sentimento Relações primárias – ligações afetivas entre: pais e filho Dois sujeitos se sabem unidos no fato de serem dependentes um do outro – satisfeitos, correspondidos nas suas carências Bebê – desamparo, angustia, total dependência – mãe Conflito: Autonomia X simbiose Colo: abrigo físico = segurança para a criança aprender a coordenar suas experiencias
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