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Desenvolvimento Infantil: Afetividade, Inteligência, Movimento e Pessoa

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EDUARDA SILVANO
Wallon
· O desenvolvimento engloba 4 elementos funcionais:
· Inteligencia – cognição;Campos construídos, não são dados
· Afetividade;
· Movimento – dimensão motora;
· Pessoa – formação do eu/consciencia de si.
Afetividade: 
· Emoção: reação orgânica repentina não controlada pela razão. (ex: susto, medo, enrubescimento, choro, riso). 
· Sentimento: Consciente e de longa duração. (medo, motivação, alegria, ansiedade, tristeza, chateação, amor, respeito, admiração, raiva, preocupação)
· Está sempre presente em todos os momentos, movimentos e circunstâncias de nossas ações, assim como o ato motor e a cognição.
· É a primeira forma de comunicação estabelecida com outras pessoas. (bebê – choro). Permanece presente nas relações sociais e com nós mesmos. (autoimagem, autoestima...). 
· Para Wallon é por meio da emoção que o ser biológico se converte em ser social.
COMO WALLON COMPREENDE O DESENVOLVIMENTO? 
1) Marcado pela alternância entre a dimensão intelectual ou afetiva. 
2) Bem como a alternância de um movimento para dentro (de si) ou para fora (outro). 
3) O sujeito pode integrar nas fases seguintes as anteriores. Não é contínuo, nem constante, nem definitivo.
· Marcado por: crises, conflitos, descontinuidades;
· Momentos de parada, regressão, retrocesso, avanços;
· Envolve mudanças que se dão por saltos e provocam a reestruturação do comportamento
1. O desenvolvimento se dá de acordo com a influencia do meio, da cultura, das características individuais e das condições de existência (relativo X padronizado)
2. Busca pela identidade própria: caminhar para o mundo adulto
3. Começa pela afetividade
4. Todo o desenvolvimento é um movimento da total dependência para a independência – cada vez a criança torna-se mais articulada, coordenada e adaptada as solicitações do meio
5. O desenvolvimento está sempre em aberto
ESTÁGIOS 
	
	
	
Impulsivo Emocional
(0 a 1 ano)
	· Exploração do próprio corpo 
· Predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico
· Impulsividade motora:
· Reflexos e movimentos impulsivos
· Gestos = comunicação
· Sensibilidade as sensações internas e externas 
· Simbiose afetiva
· Homem é o mediador entre as sensações e o meio social
· Movimento: de equilíbrio, de preensão, locomoção, reações posturais
· Movimentos circulares – repetidos intencionalmente; imitação – linguagem
· Impulsividade emocional:
· As transformações das descargas motoras tranf. em meio de expressão de comunicação 
· Estado de não diferenciação eu-outro 
· Expressões/reações generalizadas e indiferenciadas de bem estar/mal estar - recebem significado no mundo social que a rodeia. 
· A afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas - 1ª forma de comunicação – contágio. 
· Esse Outro permanece internalizado
· Gestos, atitudes, mímicas = significados – dor, tristeza, desejo – linguagem.
· Consciência de si – primeira marca da individualidade - atitudes mais elaboradas 
· Os estímulos provocam respostas afetivas (alegria, surpresa, dor) + do que de o interesse pela exploração do mundo físico. 
· A presença, a voz e os movimentos humanos são mais estimulantes para o bebê do que os objetos. Estes tornam-se interessantes quando apresentados pelas pessoas.
	
Sensório-Motor e Projetivo 
(1 a 3 anos)
	· Exploração do espaço físico e da fala
· A aquisição da marcha e da preensão, dão à criança maior autonomia para a manipulação dos objetos e dos espaços. 
· Nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. 
· O ato mental "projeta-se" em atos motores – gestos 
· De um estado afetivo para um período + cognitivo. 
· Investigação e exploração da realidade exterior + ampla, organizada e planejada.
· Movimento circular, nomeia e diferencia objetos, função simbólica – antecipar eventos.
· O andar e a linguagem darão oportunidade à criança de ingressar em um novo mundo, o dos símbolos. 
· Linguagem - estrutura o pensamento. 
· Reconhece sua imagem no espelho (2 anos)
	
Personalismo 
(3 a 6 anos)
	· Diferença eu-outro - luta pela individualização
· Sedução, oposição
· “Eu”, “meu”, “pra mim”
· Construção da personalidade e da consciência corporal. 
· Cs de si – disputa pelos objetos, ciúmes - conflito, ansiedade. 
· Oposição ao outro - contradizer, confrontar, recusa, reivindicação – nego o outro para afirmar o meu eu. 
· Sedução - a criança tem necessidade de ser admirada e aprovada, para se admirar também. “olha como eu faço!” 
· Imitação – personagens são criados a partir das pessoas que a criança admira, introjeção e elaboração
· Representação simbólica - brincadeiras, personagens, papeis. 
· Sincretismo - não separa a qualidade da coisa em si, ausência de lógica.
· Busca independência ao mesmo tempo em que precisa assegura-se do afeto e da proteção dos outros. – Autoconfiança. 
· Eu – outro - diferenciação, oposição e complementariedade.
	
Categorial 
(6 a 11 anos)
	· Exploração mental do mundo - classificação, agrupamento, seriação
· Marca a diferenciação entre o eu e o mundo exterior, em que a criança aprende a perceber o que é de si e o que é do outro. 
· Desenvolvimento intelectual: pensar a realidade a partir de categorias, classificar, comparar, explicar - lógica. 
· Emergência de uma capacidade nova para a criança: a atenção, autodisciplina mental.
· É fundamental a interação do indivíduo com a cultura, costumes, interesses, obrigações, moral.
· Crescente individuação; autoimagem - comparação com os outros, testa aptidões, trabalha em grupo; ser aceita.
	
Puberdade e Adolescência (11 anos em diante)
	· Identidade, exploração de si mesmo, autoafirmação, pensamento abstrato
· Puberdade – mudanças corporais 
· Adolescência – estado psicológico - Nesse momento rompe-se a “tranquilidade” afetiva que caracterizou o estágio categorial - necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade - desestruturados, em crise. 
· Momento de transição: infância - adulto - Oposição sistemática ao adulto. Busca diferenciar-se do adulto. 
· Afetos: dúvidas, ansiedade, paixões, intensas, curiosidade, riso, diversão.
Afetividade: capacidade de afetar e ser afetado 
tanto positivamente como negativamente. 
 
Emoção: reação orgânica repentina não controlada 
pela razão. (ex: susto, medo, enrubescimento, 
choro, riso – casamento, nasc. filho). 
 
 
Sentimento: Consciente e de longa duração. (medo, 
motivação, alegria, ansiedade...) 
Considerava que a escola deveria perceber a criança como um ser total, concreto e ativo. 
As leis reguladoras dos estágios
 1 - Alternância de direções: 
1.1) Movimento centrífugo: a criança a medida em que precisa controlar as suas ações ela age. Seu organismo imaturo tenta fazer com que seu corpo desordenado passe a agir para com o outro e para com o meio. 
· A criança faz uma ação para o meio centrifugamente para obter uma reação. Buscando com sua ação centrífuga uma reação centrípeta, ou seja, que volte para si trazendo a correspondência da ação de seu comportamento. 
1.2) Movimento centrípeto: será aquilo que a criança irá receber, direcionada para o conhecimento de si mesma, ocorrendo o predomínio do afetivo. 
2 - Alternância da predominância: 
· Ao longo do processo de desenvolvimento, os aspectos motores, emocionais e cognitivos se alteram ficando em evidência ora o motor, ora o afetivo ou ora cognitivo
3 – Integração funcional: 
· Cada estágio traz um ponto de partida para o estágio subsequente. Ele prepara o posterior, mas também precisa do anterior. 
· A medida que um estágio se desenvolve e amadurece ele terá condições de buscar uma nova dimensão e uma nova preparação para o estágio que se sucederá. 
· A medida que a criança passa pela primeira etapa, esta servirá de base e trará com consequência uma etapa mais elaborada e mais complexa do ponto de vista das relações. 
MOVIMENTO
· Movimento: corpo, gestos, posturas
· Expressão da emoção: timidez, falar com as mãos· Coordenação, equilíbrio, autodomínio, organização. (concentração x agitação) 
· Psicomotricidade: cortar, colar, pintar - Desenhar, cantar, pular, estudar
A EDUCAÇÃO 
· A sala de aula precisa ser a imagem da criança (desenhos, objetos, produções, fotos).
· Ponto de partida: atividade da criança 
· A aprendizagem se dá pela experiência
· O professor é um mediador: está presente, sugere atividades, indica fontes, complementa informações, corrige os erros.
· Favorecer as interações sociais: trabalhos em grupos.
· Promover o autodomínio da criança: controlar impulsos, saber lidar com sentimentos – disciplina – regras aceitas. 
· Educação para todos – independente de sua classe social, etnia, gênero, opção sexual, física, idade, etc. 
· Trabalho fundamentado no respeito.
O QUE É RESPEITAR O ALUNO? 
· Respeitar sua identidade X discriminar 
· Conhecer o ponto em que o aluno está em sua etapa de formação e oferecer os meios para que se desenvolva. 
· Não impor limites ao seu desenvolvimento. 
· Promover uma educação para a autonomia, ou seja, para o ponto em que o aluno não precisa mais do professor.
O PAPEL DAS EMOÇÕES NA APRENDIZAGEM 
· Ela é a primeira manifestação de necessidade afetiva do bebê e o elo dele com o meio, tanto biológico como social.
· Portanto, primeira forma de comunicação. 
· “A emoção promove a interação da criança com o mundo.” 
· É um elemento que media a relação entre as pessoas. 
· A emoção impossibilita que o racional atue de forma efetiva 
· No ambiente escolar, dependendo de como o professor, o meio e os colegas afetam a criança, seu aprendizado pode ser desenvolvido ou inibido, e a emoção transparecida por ela evidencia isso.
· Função: identificar, apoiar, ajudar.
· Emoção é contagiante, logo, o entusiasmo do professor pode contagiar os alunos ou o inverso
· IMPORTANTE: incentivar a realização de atividades que favorecem o intercambio grupal e englobe as dimensões motoras, afetivas e intelectuais.
· A escola precisa oferecer um espaço de reflexão sobre as formas de lidar com as expressões da própria subjetividade
BRINCAR
· O Brincar é a linguagem da criança - comunicação 
· É envolvente, interessante, informativo, canaliza e organiza suas energias, envolve atenção, concentração, solução de problemas, disponibilidade e o protagonismo. 
ASPECTOS DA CRIANÇA
· Motor: é o movimento em si, o agir, a ação;
· Cognitivo: conhecimento apropriado e o modo de pensar, o modo de compreender os fenômenos do mundo, a inteligência; 
· Afetivo: os sentimentos que acontecem por meio da interpretação dos comportamentos das pessoas, comparando e analisando como as pessoas sentem. 
ASPECTOS DA TEORIA DE WALLON
· O sujeito único e especial, Wallon chama de pessoa que é a integração dos fenômenos afetivos, cognitivos e motores, fundamentados no desenvolvimento biológico. 
· Sua teoria é considerada como a psicogênese da pessoa completa, pois compreende o ser humano em sua totalidade: cognitiva, afetiva, motora e as influências histórico-culturais.
O método de análise de Wallon
· Análise comparativa multidimensional: comparar, entre diferentes realidades de investigação, para esclarecer o desenvolvimento. Entender o sujeito por comparações das situações: 
· comparações da criança patológica com a criança normal;
· da criança normal com o adulto normal;
· de crianças normais da mesma idade e de idades diferentes;
· A comparação visa as semelhanças e as diferenças, cujas condições é preciso identificar. 
· Nessas comparações, o fenômeno é analisado em suas várias dimensões biológicas, sociais, bem como as relações entre esses fatores. O fenômeno é um conjunto de variáveis, sendo compreendido pela comparação com outros conjuntos. 
Pressupostos que embasam a teoria de Wallon
A pessoa está em processo: 
· A criança está em constante processo de interação, de experimentação, de movimentação e de busca. 
· O processo será a dinâmica do movimento para que a criança consiga construir níveis de consciência diferenciados daquilo que seriam os níveis de consciência iniciais. 
Pessoas são totalidades a cada instante:
· Cada momento da vida da criança é uma totalidade, cada momento representa o conjunto de fatores aprendidos, incorporados e passíveis de demonstração pela criança, por aquilo que ela tem naquele momento. 
· Para Wallon a pessoa só pode ser pensada com a integração entre o afetivo, o motor e o cognitivo que se relacionam entre si a cada momento e seus fatores determinantes que emerge como resultado a pessoa individual, única. 
O desenvolvimento individual e social depende do momento histórico:
· Conforme a cultura em que o organismo se desenvolve, o motor, afetivo e cognitivo serão canalizados e cultivados pelas oportunidades oferecidas.
· Na interação com o meio a criança consegue entender objetos que estão presentes em seu campo de visão e que estão presentes na contemporaneidade. 
· Por exemplo: A criança terá mais facilidade em manipular e interagir com equipamentos eletrônicos se estes objetos e ela estiverem colocados em uma relação contemporânea. 
O desenvolvimento é um processo aberto
· O processo de conhecimento é contínuo, ele evolui e nunca acaba. 
· Não existe uma aprendizagem que se consolida, se determina e finda. A criança está sempre aprendendo mais sobre o seu fazer, criando e recriando a cada momento. 
· Nunca delimitando a sua aprendizagem como uma ação pronta, fechada e finita.
Conflitos na evolução do desenvolvimento 
· No processo de construção entre o conhecimento de si e o outro ocorrem situações de conflito que podem advir das próprias contradições entre o que as pessoas esperam, almejam, e o que ocorre em sua relação com o ambiente do qual fazem parte. 
· A solução do conflito significa a passagem para uma nova qualidade da interação do indivíduo com as exigências do meio social para um novo estágio. 
PENSAMENTO E LINGUAGEM
· Pensamento equivale à inteligência porque inclui a inteligência
· Parte da filogenia (espécie): As categorias presentes em qualquer pensamento em evolução revelam-se de caráter provisório, relativo, na gênese do pensamento.
· Descontinuidade: A primeira coisa que ressalta é a descontinuidade, indecisões assinaladas por crises ou conflitos. Nas crises intervêm dois fatores: amadurecimento do sistema nervoso e o social
· A imitação realiza a passagem do sensório-motor ao mental. 
· Desenvolvimento das representações: sinal, índice, simulacro, símbolo, signo 
· Sinal – estabelece-se por simples repetição de concomitância e é abolido por repetição de não-concomitância. É a parte que induz ao todo, de que ainda não está separado. 
· Indício – não está ligado ao sujeito, mas a própria situação. 
· Simulacro – representação do objeto, sem nenhum objeto substituto, pura mímica, onde o significante é o próprio gesto.
· Símbolo – é um objeto substituto de outra realidade: objeto, pessoas, ações, instituições, grupos, etc. Troca a sua própria realidade por aquela que representa e por isso, converte-se em significado. 
· Signo – permite o acesso ao plano da representação verdadeira e pode não ter com o objeto correspondente qualquer laço de pertença, de semelhança ou analogia. É artificial na medida em que a sua forma e significação se fazem mais abstratas e tem sempre como matriz a sociedade, por isso tem sempre uma origem histórica
Dinâmica do pensamento infantil
· Wallon apoia-se no pensamento discursivo
· O pensamento infantil é regido por uma dinâmica binária, que compõe os objetos em pares. 
· Classificou o pensamento infantil em duas categorias: pensamento sincrético o pensamento categorial. 
UMA PSICOGENESE DA PESSOA COMPLETA
· O desenvolvimento infantil deve ser estruturado tendo a própria criança como ponto de partida, compreendendo cada manifestação no conjunto de suas possibilidades.
· O homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito, portanto, a uma dupla história, de sua disposição interna e a das situações exteriores que encontra ao longo de suas existências.
· Este materialista dialético propõe que a busca ecompreensão dos fenômenos, parte de vários conjuntos, que participam podendo inclusive haver a contradição constitutiva do sujeito e do objeto, este referencial apresenta-se como particularmente propício para o estudo da realidade híbrida da psicologia.
· A existência do Homem, ser indissociavelmente biológico e social, se dá entre as exigências do organismo e as da sociedade.
O PAPEL DA ANÁLISE GENÉTICA E DO RECURSO A COMPARAÇÕES MULTIPLAS
· Wallon propõe que seja efetivado um estudo integrado do desenvolvimento recusando selecionar um único aspecto do ser humano e isola-lo do conjunto. 
· A atividade infantil se distribui através da afetividade, motricidade, inteligência. 
· Propõe um estudo contextualizado, só podemos entender a criança se entendermos a trama de relações que está inserida.
A COMPLETA DINÂMICA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
· A cada idade estabelece-se um tipo particular de interações entre sujeito e seu ambiente, os aspectos físicos dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios de cada cultura formam o contexto do desenvolvimento. 
· Dependendo da idade, a criança interage mais fortemente com um dos aspetos do seu contexto, retirando dele os recursos para o seu desenvolvimento.
· O meio vai se transformando juntamente com a criança, sendo que a criança tem sempre a escolha do campo o qual aplicar sua conduta.
FATORES ORGÂNICOS E SOCIAIS
· Em função de fatores orgânicos há uma sequência fixa que se verifica entre os estágios de desenvolvimento, mas não garantem uma homogeneidade na duração. 
· No início da vida os fatores biológicos são mais determinantes, depois sedem espaço ao social. 
· Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como sendo uma construção progressiva em que se sucedem fases com preponderância alternadamente afetiva e cognitiva propondo a psicogenética Walloniana em 5 estágios
CONFLITOS EU-OUTRO E A CONSTRUÇÃO DA PESSOA
· A afetividade, o ato motor, a inteligência, são campos funcionais entre os quais se distribui a atividade infantil. Aparecem pouco diferenciadas no início do desenvolvimento e vão aos poucos adquirindo independência.
· O recém-nascido, não se percebe como indivíduo diferenciado. Em um estado de simbiose afetiva com o meio, a distinção entre o eu e o outro só se adquire progressivamente, em um processo que se faz nas e pelas interações sociais.
· A criança pequena encontra-se em um estado de dispersão e indiferenciação, percebendo-se como fundida ao outro e aderida às situações e circunstâncias. Até que começa a perceber que há um eu e um não-eu. 
O EU CORPORAL
· O recém-nascido não se diferencia do outro nem mesmo no plano corporal. 
· É pela interação com os objetos e com seu próprio corpo, que experimenta sensações e vai reconhecendo os limites de seu corpo, isto é, constrói-se o recorte corporal (ocorre no primeiro ano de vida). Através da diferenciação entre o espaço objetivo e subjetivo se dá a etapa da formação do eu corporal.
· A construção do eu corporal é condição para a construção do eu psíquico que ocorre já no estado personalista. 
· No terceiro ano de vida se dá início a uma reviravolta nas condutas das crianças e nas relações com o meio, começa a utilizar o pronome “EU”. 
· Geralmente é uma etapa de verdadeira crise, onde é comum os conflitos interpessoais, é o momento em que a criança se opõe ao que é diferente dela, o não-eu. Combate qualquer ordem, convite, ou sugestão que venha do outro, testa sua personalidade recém desdobrada. 
· No estágio personalista, no início aparece à crise de oposição como que para garantir o eu, quando isto já ocorreu inicia-se um personalismo mais positivo que se desdobra em dois momentos:
1) Etapa da sedução, a idade da graça.
2) Atividade de imitação, a criança imita as pessoas que lhe atraem como uma reaproximação ao outro negado.
· O conflito EU-Outro não é uma vivência exclusiva do estágio personalista, na adolescência, fase em que se faz necessário à reconstrução da personalidade instala-se uma nova crise de oposição. 
· Aparecendo, porém, mais sofisticada do ponto de vista intelectual, o adolescente diferente da criança pequena, apoia suas oposições em sólidos argumentos intelectuais. “O outro é um parceiro perpetuo do EU na vida psíquica”.
AS EMOÇÕES ENTRE O ORGÂNICO E O PSÍQUICO
· O primeiro ano de vida: o papel das emoções nas interações com o meio social.
· A primeira atividade eficaz da criança é desencadear no outro reações de ajuda para satisfazer suas necessidades. Seus movimentos expressam disposições orgânicas, estados de bem estar ou mal estar.
· À vivência de situações desagradáveis, como fome, cólica, e desconfortos postural expressam-se em espasmos, contorções, gritos. 
· Entre o bebe e o adulto que cuida dele a uma intensa comunicação afetiva. Pela ação do outro, o movimento deixa de ser somente espasmos e descargas impulsivas, passa a ser expressão, afetividade exteriorizada. 
· No início o bebe sorri sozinho, é fisiológico, em um segundo momento passa a sorrir somente na presença de pessoas já em um sorriso social. Dos 6 meses em diante já há presença de emoções como medo, cólera, alegria e perplexidade.
GRUPO SOCIAL E ATIVIDADE INTELECTUAL
· Atividade eminentemente social a emoção nutre-se do efeito que causa no outro, do contágio emocional.
· As emoções aparecem como forma primeira de adaptação ao meio e tendem a ser suplantadas por outras formas de atividades psíquicas.
· A elevação da temperatura emocional tende a baixar o desempenho intelectual e impedir a reflexão objetiva. “A razão nasce da emoção e vive da sua morte”.
DIMENSÕES DO MOVIMENTO
· A função postural está ligada à atividade intelectual. 
· Às vezes alguns assuntos podem até provocar espasmos. 
· A reflexão pode ser acompanhada por mudanças nas expressões faciais ou posturais. 
· Em algumas situações a função postural dá sustentação à atividade de reflexão mental. Havendo entre ambas uma relação de reciprocidade. 
AÇÃO SOBRE O MUNDO FÍSICO
· Os progressos da atividade cognitiva fazem com que o movimento se integre a inteligência. 
· A criança pode prever mentalmente a sequência e as etapas dos atos motores cada vez mais complexos. 
· Integrado pela inteligência o ato motor sofre um processo de internalização. 
· O desenvolvimento da dimensão cognitiva do movimento torna a criança mais autônoma para agir sobre a realidade exterior. 
· Nos adultos os gestos têm teor expressivo, a gestualidade expressiva depende do ambiente cultural. 
EDUCAÇÃO 
· A teoria Walloniana suscita uma prática que atenda às necessidades da criança nos planos afetivos, cognitivos e motor e que promova o seu desenvolvimento em todos os níveis. 
CRISES DE OPOSIÇÃO
· Se o professor estiver ciente do papel desempenhado pelo conflito EU-OUTRO na construção da personalidade, pode tomar distância das atitudes de oposição e não as entender como afronta pessoal. É contra seu papel e não contra ele.
· As crianças têm necessidades psicomotoras, é fundamental que sejam propostas atividades que contemplem tais atividades.
Interferencia do
Social (estímulos e situações novas)
Fator biológico (maturação e desenvolvimento fisiológicos) 
Pensamento sincrético 
Características: dualidade, descontextualidade e indiferenciação 
Fenômenos: fabulação (originalidade), contradição, tautologia (repetição) e elisão (eliminação) 
Predomínio: fatores afetivos sobre os lógicos e objetivos 
Pensamento categorial
Características: Intensifica-se as diferenciações - eu /outro 
Torna-se capaz de organizar o real em séries, classes 
Os atributos e circunstâncias são independentes do objeto
A principal característica do pensamento infantil. 
Só é possível iniciar o estágio categorial quando há o amadurecimento dos centros de inibição e discriminação. Além das condições orgânicas depende também de fatores de origem social, como a linguagem e o conhecimento.
Explicar a realidade: é determinar as condições de existência, nos seus mais variados aspectos: espaciais, temporais, modais, causais. Permite aanálise e síntese, a generalização e a comparação. supõe a separação entre qualidades e coisa.
No sincretismo tudo pode se ligar a tudo, a representação do real, ideias, imagens se combinam de formas mais variadas e inusitadas.
Afetividade
Capacidade de afetar e ser afetado tanto positivamente como negativamente. 
Inteligencia
Surge depois da afetividade e pode conflitar-se com ela diversas vezes ao longo desse processo
Movimento
Sincretismo: situação inicial confusa, global, nebulosa, indiferenciada eu-outro
Pessoa
Emoção interfere na aprendizagem
Mediada pela linguagem – outro, cultura
Tentativa de ver a criança de um modo mais integrado, levando em consideração os domínios cognitivos, afetivos e motor;
Não dissociar campos que são indissociáveis (afetividade e inteligência) 
A construção do eu depende essencialmente do outro 
Integração: na medida em que se organiza de forma clara e precisa e toma consciência de si e do mundo externo – autonomia – pessoa.
Emoção e sentimento
Relações primárias – ligações afetivas entre: pais e filho
Dois sujeitos se sabem unidos no fato de serem dependentes um do outro – satisfeitos, correspondidos nas suas carências 
Bebê – desamparo, angustia, total dependência – mãe
Conflito: Autonomia X simbiose
Colo: abrigo físico = segurança para a criança aprender a coordenar suas experiencias

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