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Gestação Múltipla Etiologia da palavra: Gêmeos – latim que significa “dobrado ou duplicado”; Incidência: • Em torno de 3,2% dos nascidos vivos nos EUA • Aumento de 1.33x na última década devido aos procedimentos de fertilização in vitro • 1/89 n-1 → gêmeos = 1/89 (1,1%) ; trigêmeos 1/89x89 = 1/7921 (0,013%) → Em gestações múltiplas naturais Etiologia: • Zigosidade = número de óvulos fecundados na concepção o Dizigóticos – são dois óvulos fertilizados separadamente por dois espermatozoides; (75%) o Monozigóticos – Um óvulo fecundado que se dividiu; (25%) • Corionicidade = relacionado com o número de placentas o Dicoriônicas – 2 placentas o Monocoriônica – 1 placenta única • Amnionicidade o Diamniótica – 2 âmnios o Monoamniótica – único âmnio Atenção: Toda dicoriônica é Diamniótica obrigatoriamente, e toda Monoamniótica é Monocoriônica; Dizigóticos o 75% das gestações gemelares o Influência populacional (raça e idade materna) o Hereditariedade o A dizigótica obrigatoriamente tem duas placentas sendo dicoriônica e, portanto, Diamniótica; o Gêmeos geneticamente discordantes Monozigótica o 25% dos casos o Incidência constante na população (não varia muito com a hereditariedade e a região) o Atenção: podem ser geneticamente discordantes – podem ocorrer divisões que podem gerar fetos geneticamente diferentes o Podem ocorrer: diferenças ambientais, mutações somáticas pós- zigóticas e aberrações cromossômicas pós divisão; o Podem ser Monocoriônica ou Dicoriônica ▪ Monocoriônica (uma única placenta) – 75% • Com apenas uma cavidade amniótica – monocoriônica + monoamniótica • Com duas cavidades amnióticas – Monocoriônica + diamniótica ▪ Dicoriônica (com duas placentas) – só pode ser diamniótica; Isso ocorre dependendo do dia da divisão do óvulo fecundado, ocorrendo essas diferentes formas de placenta e âmnion; Diagnóstico • Ultrassonográfico – define o número de embriões e define a corionicidade e amniocidade (quanto mais precoce for feito esse exame melhor para observar esses parâmetros) Corionicidade – observado em torno de 5 a 5,5 semanas (sacos gestacionais) Número de embriões – observado de 5,5 a 6 semanas (vesículas) • Corionicidade – USG 11-13 semanas o Sinal do lambda (na união das placentas há uma membrana espessa) – dicoriônica o Sinal do T (uma fina membrana da única placenta) – monocoriôncia e diamniótica o Sensibilidade e 97% e especificidade de 100% Blastômero Blastocisto Disco embrionário 3 dias → formação de gêmeos dicoriônicos e diamnióticos (35% dos casos) 3-8 dias → formação de gêmeos Monocoriônica e diamniôtica (65% dos casos) 8-13 dias→ formação de gêmenos monocoriônicos e monoamnióticos ( < 1% dos casos) >13 dias → gemeralidade imperfeita (incidência de 1:50 a 100 mil) • Corionicidade USG 20-35 semanas o Desaparecimento do sinal do lambda o Outros marcadores ▪ Dicoriônica – 2,4 mm ▪ Monocoriônica – 1,4 mm ▪ Sexo fetal diferentes → dicoriônica Diamniótica ▪ Número de placentas; Amnionicidade Número e posição das vesículas vitelínicas Âmnion entre os embriões ( 8 semanas) • USG > 11 semanas o Bolsa amniótica com presença da vesícula Complicações → bem menos frequentes nas dicoriônicas (Aborto, óbito perinatal, TPP, transfusão feto -fetal, RCIU e anormalidades maiores) Atenção: A transfusão feto-fetal só ocorre em gestações Monocoriônica; já a restrição de crescimento intrauterino pode ocorrer tanto na mono como na dicoriônica; Crescimento fetal discordante • O crescimento gemelar é semelhante ao dos fetos únicos até cerca de 32ª semana (reserva placentária) • Ocorre nas dicoriônicas e monocoriônicas • Alteração varia de acordo com a Corionicidade: DI – 10% e Mono – 20% • Taxa de diferença de peso: Peso maior – Peso menor / Peso maior (ideal seria a biometria) • Não é a mesma coisa que RCIU, pois os fetos podem estar dentro do padrão de crescimento, mas terem pesos muito diferentes sendo classificados como crescimento fetal discordante mesmo sem RCIU. • Classificação: o Leve (< 15%) o Moderada ( 15-25%) o Grave (> 25%) • O feto menor pode estar dentro da curva de crescimento (apenas percentil menor) • Nas gestações dicoriônicas considerar possibilidade de alteração genética ou constituição genética individual • Nas gestações monocoriônicas considerar possibilidade de STT (Síndrome transfusor- transfundido) e RSC (Restrição seletiva de crescimento) → diagnóstico diferencial; Síndrome transfusor – transfundido (STT) • Aproximadamente 90% das gestações monocoriônicas apresentam anastomoses vasculares entre as circulações fetais, porém com pouca influência sobre o desenvolvimento dos conceptos; • Tipos de anastomose o Arteriovenosas – profundas → perigosas o Arterio – arteriais e veno-venosas – superficiais • Feto receptor o Hipervolêmico o Pletórico (excesso de hemoglobina) o Aumento da Taxa de filtração glomerular o Poliúria → polidrâmnio o ICC • Feto doador o Hipovolêmico o Anêmico o Diminuição da taxa de filtração glomerular o Oligúria ou anúria → oligoâmnio o Aumento da renina • Conduta expectante o Acompanhamento ultrassonográfico com dopplervelocimetria (principalmente nas monocoriônicas) o STFF1: cura ou estabiliza em 70% e evolui em 30% o STFF 2 – 4: óbito de 80-90% (1 ou 2 fetos); dano neurológico 50-100% • Opções terapêuticas o Amniodrenagem seriada – média de parto 28ª semana o Ablação com laser dos vasos placentários → atua na fisiopatologia da doença ▪ Após o laser – óbito gemelar em 25% (doador) ▪ Dano neurológico do feto restante reduzido devido a coagulação das anastomoses ▪ Sobrevida de pelo menos um feto de 70% o Septostomia (um liquido passa para o outro) – mais incidência de cordão e bandas; Restrição Crescimento Intrauterino Seletica (RCS) • Ocorre em 15-30% das monocoriônicas • Definido como peso estimado de um dos fetos abaixo do percentil 10 para a idade gestacional ou discrepância entre os pesos fetais estimados • Classificação o Tipo 1 – diferença de peso e LA normal o Tipo 2 – diferença de peso e LA normal ou diminuído + doppler umbilical alteraldo DZ/DR (diástole zero ou reversa) o Tipo 3 – diferença de peso e LA normal ou diminuído + doppler umbilical ciclíco (com diástole reversa e diástole zero) • Conduta: expectante – nos estágios I e II • Conduta: ablação a laser – no estágio III o Após o laser ▪ Óbito do restrito esperado ▪ Proteção neurológica para o feto normal com sobrevida de 70% Gemelaridade Imperfeita • Divisão acima de 12 dias OU fusão dos discos embrionários • Tórax e abdome são mais comuns • Gêmeos diamnióticos próximos a membrana causam confusão • Numerosas possibilidades • Prognóstico varíavel • Separação o Toracópagos – tórax o Onfalópagos - abdome o Isquiópagos - isquio o Pipopagos - sacro o Sincefalo – face o Craniópagos – crânio o Dicéfalos – tronco único com 2 polos cefálicos o Dipígio – 2 pelves e 4 pernas • Sintomas da gemelaridade imperfeita o Maior sintomatologia da gravidez o Hiperemêse gravídica o Pielonefrite o Pré-eclâmpsia o Diabetes gestacional o Distocias intraparto o Hipotonia uterina pós-parto; Para gestação gemelar – Condutas • Dicoriônicas e diamnióticas o Avaliação de primeiro trimestre usual o Avaliação do comprimento do colo o Avaliação mensal do peso • Monocoriônicas o Avaliação a cada duas semanas até 37ª sem o Corticoterapia precoce • Via de parto o Ambos cefálicos – via obstétrica o Primeiro cefálico – obstétrica caso diagnostico da apresentação do 2 seja durante o parto o Primeiro não cefálico – cesária o Gestação com três ou mais fetos – cesária o Gestação monocoriônica e Monoamniótica – cesária (risco de cordão entrelaçado)
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