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A dependência química

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SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 
São substâncias que provocam alterações nas 
sensações, na consciência e no estado emocional, que 
variam de acordo com as características da pessoa que 
usa, com a droga escolhida, com a quantidade, 
frequência, expectativas e contexto de uso. 
CLASSIFICAÇÃO 
Existem as substâncias legais, como bebidas 
alcoólicas, cigarros e remédios, e ilegais, como a cocaína, 
maconha, ecstasy e heroína. Além disso, podem ser 
chamadas de lícitas ou ilícitas, e podem ser, também, 
perturbadoras, alucinógenas, estimulantes e 
depressoras. 
DROGAS LÍCITAS 
São aquelas cuja produção e uso são permitidos 
por lei, sendo liberadas para consumo (às vezes, apenas 
por maiores de idade), como bebidas alcoólicas, 
benzodiazepínicos, anorexígenos, anabolizantes e 
cigarro. 
DROGAS ILÍCITAS 
Corresponde a toda e qualquer substância 
química proibida por lei. Algumas drogas, no entanto, são 
ilícitas em determinados países e em outros são 
permitidas e de uso corriqueiro – além de aceito 
culturalmente. 
 
ABUSO DE SUBSTÂNCIA E DEPENDÊNCIA QUÍMICA 
É considerado abuso de substância um padrão de 
uso inadequado, com prejuízo clinicamente significativo, 
no período de um ano, e que não atendam os critérios 
para dependência química. 
• Uso recorrente, resultando em fracasso no 
cumprimento de importantes obrigações no 
trabalho, escolha, lar, etc. 
• Uso recorrente em situações fisicamente perigosas, 
como dirigir, operar máquinas, etc. 
• Problemas legais recorrentes relacionados com o uso 
de drogas, como prisões. 
• Uso contínuo de substância apesar dos problemas 
sociais ou interpessoais causados, como brigas e 
discussões. 
A dependência química (segundo o DSM-IV-TR), por 
sua vez, é um padrão mal adaptativo de uso de 
substância, levando a prejuízo ou sofrimento 
clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) 
dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento 
no mesmo período de 12 meses. Os critérios para 
dependência química são: 
1. Tolerância: necessidade de quantidades 
progressivamente maiores da substância para 
adquirir a intoxicação ou efeito desejado, ou 
acentuada redução do efeito com o uso continuado 
da mesma quantidade de substância. 
2. Abstinência com os sintomas: ansiedade, 
irritabilidade, insônia ou tremor, delírios, 
alucinações, taquicardia, taquipneia, vômitos, 
diarreia, etc. A mesma substância (ou relacionada) é 
consumida para aliviar ou evitar sintomas de 
abstinência. 
3. A substância é frequentemente consumida em 
maiores quantidades ou por um período mais longo 
do que o pretendido. 
4. Desejo de reduzir ou esforços mal sucedidos no 
sentido de reduzir ou controlar o uso da substância. 
5. Muito tempo é gasto em atividades necessárias para 
a obtenção da substância, como consultas em 
múltiplos médicos ou fazer longas viagens de 
automóvel, na utilização da substância, como fumar 
em grupo, ou na recuperação de seus efeitos. 
6. Importantes atividades sociais, ocupacionais ou 
recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude 
do uso da substância. 
7. O uso da substância continua apesar da consciência 
de ter um problema físico ou psicológico persistente 
ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado 
pela substância, como o uso de cocaína (embora o 
indivíduo reconheça que sua depressão é induzida 
por ela) ou consumo de bebidas alcoólicas. 
SÍNDROME DE DEPENDÊNCIA 
São três ou mais critérios, ocorrendo juntos e 
repetidamente por um ano, com a presença de prejuízos 
Obs.: frequência de uso de drogas – classificação: 
• Uso de determinada substância alguma vez na vida, mesmo 
que como experiência/curiosidade; 
• Uso no ano ou ao menos 1 vez nos últimos 12 meses; 
• Uso no mês ou ao menos 1 vez nos últimos 30 dias; 
• Uso frequente – seis ou mais vezes no último mês; 
• Uso pesado – 20-30 ou mais vezes no último mês. 
físicos, psíquicos e sociais causados pelo uso. Ela está 
relacionada à substância psicoativa, à categoria da 
substância e ao conjunto de substâncias 
farmacologicamente diferentes. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA DEPENDÊNCIA 
QUÍMICA (CID-10) 
1. Forte desejo de usar a droga; 
2. Dificuldade no controle de seu 
consumo; 
3. Uso persistente, apesar das 
consequências negativas; 
4. Prioridade para o consumo ao 
invés de outras atividades ou 
obrigações; 
5. Aumento da tolerância; 
6. Estado de abstinência. 
FATORES PROTETORES 
A dinâmica familiar estruturada, em que há 
comunicação e interação entre os membros, regras claras 
de conduta e estabelecimento de limites; o repertório 
social ampliado com atividades de lazer, esporte e 
socialização; e cidadania e condições básicas de 
desenvolvimento como respeito às leis e normas, 
educação, trabalho, etc, são fatores protetores contra a 
utilização de drogas lícitas ou ilícitas. 
FATORES PREDISPONENTES 
SOCIOCULTURAIS 
Modelagem, imitação, identificação, 
encorajamento, curiosidade, ambiente favorável, pressão 
para socialização, hábito familiar, perda 
materna/paterna/familiar, supervisão parental fraca. 
PSICOLÓGICOS 
Problemas de comportamento precoces, 
distúrbios de conduta, baixa autoestima, baixa tolerância 
à frustração, comportamento antissocial, estilo 
depressivo, timidez, agressividade, impulsividade. 
BIOLÓGICOS 
Genética e história familiar positiva. 
PADRÕES DIFERENCIADOS DE USO 
Constitui-se como 
minoria as pessoas que não 
conseguem realizar o 
controle do uso de 
substâncias psicoativas, e 
existem as pessoas que usam 
drogas sem grandes 
problemas, fazendo uso 
apenas em situações de celebração e socialização. 
Existe um padrão de uso de drogas de cada 
pessoa (singularidade), como características biológicas, 
história de vida, vivência em meios sociais e culturais 
diferentes e, mesmo pessoas dependentes de uma 
mesma substância têm formas de usá-la e trajetórias 
diferentes. Assim, as circunstâncias da realidade 
sociocultural e o momento específico da vida de cada 
sujeito influenciam seu comportamento de uso. 
Esses padrões diferentes de uso devem ser 
considerados pelos profissionais na escolha das 
estratégias de assistência à saúde. Assim, o médico deve 
compreender a diversidade do ser humano como um ser 
sócio-histórico, singular em suas relações – ações iguais 
para pessoas diferentes podem resultar em fracassos. 
POLÍTICA DE GUERRA ÀS DROGAS 
Como críticas e reflexões, temos que o combate 
às drogas como uma pauta policial e a exigência de 
abstinência total como única forma de tratamento não é 
eficaz, pois devem ser adotadas modalidades diferentes 
de atenção a usuários de drogas, considerando a 
diversidade das pessoas – adotar estratégias de redução 
de danos. 
AVALIAR EM DEPENDENTES 
Consciência; atenção; memória; sensopercepção; 
pensamento; afetividade/emotividade; atividade; 
vontade/volição; sono. 
DROGAS LEGAIS 
ANALGÉSICOS, SEDATIVOS E HIPNÓTICOS 
Metadona, Oxicodona, Fentanil, Codeína. 
São opioides, como morfina e analgésicos 
narcóticos. Têm como efeitos alterações de 
personalidade (humor, energia), isolamento social, 
negligência na higiene e tarefas domésticas, “brancos”, 
hiperestimulação da sensibilidade com alucinações e 
pseudoalucinações e comportamento defensivo-
agressivo. Relatados aumentos crescentes das doses. 
ANALGÉSICOS E SEDATIVOS 
Cetamina ou Ketamina/Ketalar. 
São geralmente utilizados em procedimentos 
ginecológicos. Induzem um estado de transe, sedação e 
amnésia, além de causar alterações de percepção, como 
alucinações, dissociação e distanciamento. 
“Droga do estupro”, o “Boa noite Cinderela”: 
Ripinol/Rohypnol (Flunitrazepam), mais potente que o 
Diazepam – comprimidos são triturados, cheirados, 
fumados com maconha, dissolvidos em etanol. 
OPIÁCEOS – podem ser lícitos e ilícitos 
Derivam do ópio e são extraídos da papoula, 
aliviam a dor e dão sonolência. Em altas doses podem 
causar grande depressão respiratória e cardíaca, levandoao estado de coma e morte. A suspensão repentina, no 
entanto, causa intensas dores físicas, diarreia e vômitos. 
A morfina e a heroína provocam um estado de 
semi sono ou sonho acordado. Causam apatia, contração 
das pupilas e diminuição dos movimentos do estômago e 
dos intestinos, além de anurese (para de urinar). 
TRANQUILIZANTES – BENZODIAZEPÍNICOS 
Rivotril (Clonazepam) e Vallium (Diazepam), Alprazolam, Lorazepam. 
São os famosos calmantes. Têm ação de inibição 
do SNC leve, causando relaxamento, sedação, de ação 
tranquilizante e anticonvulsivante. 
BARBITÚRICOS 
Esse tipo de medicamento está sendo substituído 
pelos ansiolíticos. São usados como soníferos ou 
medicamentos para combater a ansiedade e a tensão, e 
por isso dificultam a aprendizagem e a memorização. 
Estão, também, associados a fraturas de fêmur. 
São medicamentos que levam facilmente à dependência 
física e causam irritação e ansiedade intensas durante a 
abstinência e, se misturados com álcool ou sedativos 
podem levar ao coma. Na gravidez, podem causar 
sequelas ao feto. 
 
DROGAS ALUCINÓGENAS OU PSICODÉLICAS 
podem ser legais ou ilegais 
As drogas alucinógenas são aquelas relacionadas 
à produção de quadros de alucinação, geralmente de 
natureza visual. 
LSD – ÁCIDO LISÉRGICO (doce) 
Derivado do sintético do fungo Claviceps 
purpurea, do centeio, consiste em um dos alucinógenos 
mais potentes e com efeito muito rápido. É, atualmente, 
utilizado na psiquiatria e em pesquisas, pois “torna o 
inconsciente, consciente”. 
ZABUMBA – lírio, trombeteira, saia branca, estramônio, 
copo de leite 
A zabumba origina a atropina, a escopolamina, o 
Akineton. Tem ação anticolinérgica, eficaz para cólicas e 
espasmos e, além disso, é muito utilizada para problemas 
gástricos e para redução da intoxicação extrapiramidal 
(paciente fica parecendo um robô, às vezes até baba). 
Derivada da Brugmansia suaveolens, é um 
poderoso alucinógeno. É uma planta muito comum no 
Brasil, muito utilizada para fins terapêuticos (“antigos” 
como avós fazem chás, por exemplo). 
JUREMA 
A jurema é uma bebida feita por várias plantas 
com propriedades alucinógenas (espécies de leguminosas 
dos gêneros Mimosa, Acácia e Pithecelobium), muito 
utilizada por indígenas na pajelança (Toré = rituais 
indígenas). Tem ação psicoativa/alucinógena, anestésica, 
analgésica e simpaticolítica. 
AYAHUASCA/IOWASKA 
Muito utilizada por indígenas, feito a partir da 
Chacrona (Psychotria viridis e Diplopterus cabrerana) e do 
cipó Mariri (Banisteriopsis caapi). É um alucinógeno 
muito utilizado em rituais – cunho religioso e místico, 
como Santo Daime e União do Vegetal. 
IBOGAÍNA – princípio ativo presente na raiz da Iboga 
É uma planta africana (Tabernanthe iboga e 
Vocanga africana) usada no tratamento da dependência. 
É altamente alucinógena e também é utilizada de forma 
mística em rituais. 
CHÁ DE COGUMELOS 
Existem vários tipos de cogumelos utilizados, 
dentre eles o Boletus manicus e Lycoperdon, Gymnopilus, 
Psilocybe, etc, fungos com propriedades alucinógenas 
(psicodélicos). Têm ação psicotônica e induzem 
psicoestimulação e alterações sensoriais. Além disso, 
apresentam ação psicoléptica, hipnótica e psicodisléptica 
(essa última causada pela psilocibina ou psilocina, com 
mais de 190 espécies, sendo a principal o Psilocybe 
cubensis). 
MUSCARINA 
Não é muito conhecida no Brasil. É um cogumelo 
chamado Amanita muscaria, e por ação do ácido 
ibotênico e do muscinol é produzida a muscarina. É muito 
utilizada em práticas xamânicas, sendo psicodisléptica, 
pois é um alucinógeno que causa alteração do estado de 
consciência, libera sentimentos reprimidos e pode causar 
delírio. 
Obs.: mescalina – um cacto chamado Lophophora williamsii, 
descrito por Carlos Castañeda em A Erva do Diabo. 
MACONHA/MARIJUANA 
Feita a partir da Cannabis sativa, tem um 
histórico milenar e terapêutico, com uso medicinal e 
religioso em todo o mundo. Sofreu uma campanha 
deletéria na década de 30, sendo uma substância-set-self, 
com grau de danos e de bad trip. É potencial para a 
indústria, para produção de cânhamo, roupa, corda, 
fibras. 
Tem como efeitos a dilatação dos vasos 
sanguíneos da conjuntiva, taquicardia, aumento do 
apetite, boca seca, redução de pressão arterial, 
hipotensão ortostática, diminuição da coordenação 
psicomotora com prejuízo nas habilidades motoras e na 
força muscular, inibição dos reflexos, incoordenação e 
desequilíbrio físico, mudança nas noções de tempo e 
espaço e alucinações/ilusões. Além disso, pode causar 
aumento da sensibilidade aos estímulos externos (visão 
de cores e detalhes antes não percebidos), percepção de 
que o mundo, o corpo e o self estão diferentes ou 
distantes, pode causar prejuízo da capacidade de explicar 
seu raciocínio e de realizar múltiplas tarefas, e pode 
também ter efeitos deletérios pelo uso excessivo e 
prolongado (síndrome amotivacional). 
É muito frequente que usuários procurem usar a 
droga para relaxar, dormir, superar problemas e 
dificuldades, aumentar o desempenho no trabalho e ter 
inspiração artística, além da recreação. 
A Cannabis é a droga ilícita mais consumida no 
mundo – quase 200 milhões de pessoas. Pesquisas em 
animais de dose inalada de 2-3mg e ingerida de 5-20mg 
de THC pode causar confusão mental e depressão 
respiratória, comprometimento da atenção e memória e, 
doses acima de 7,5mg inaladas em adultos e orais de 5-
300mg em crianças podem causar hipotensão, pânico, 
ansiedade, contração mioclônica, ataxia, hipercinesia, 
delírio, depressão respiratória. 
Obs.: síndrome amotivacional – apatia, dificuldade de 
concentração, déficit de memória, isolamento social, perda no 
interesse em novas aquisições, dano cerebral provocado por 
muitos anos de uso. 
Como efeitos terapêuticos, tem mais de cem 
canabinoides com propriedades e efeitos diferentes e 
opostos. O THC é o mais importante e causador do efeito 
psicotrópico – seu oposto é o CBC-canabidiol, o mais 
terapêutico. É utilizada em doenças neurológicas, como a 
epilepsia e dor crônica, no câncer (são antiumorais), em 
artrites e artroses, e pode ser a porta de saída para drogas 
mais pesadas – a porta de entrada pode ser o álcool e o 
tabaco. 
HAXIXE 
É um produto resinoso extraído de partes da 
maconha, chamada cânhamo. É muito usado no oriente e 
no norte da África, com histórico de consumo muito 
antigo pelos árabes e uso religioso. 
Os efeitos costumam ser mais fortes, como 
taquicardia, hipotensão ortostática (postural), 
vermelhidão nos olhos, fotofobia, tosse, boca seca, 
sonolência, euforia, sensibilidade aumentada, ideias 
paranoides, pensamentos fragmentados e acelerados, 
isolamento e introspecção. 
SUPERMACONHA – SKANK, SKUNK 
É mais potente que a maconha, produzida em 
laboratório a partir de espécies com o princípio ativo da 
maconha (THC – tetra hidrocanabinol) muito mais 
concentrado. 
Causa muitos danos cerebrais, além de alterar a 
coordenação motora, resultar em dificuldade de 
concentração e lapsos de memória. 
DROGAS NOVAS 
SPICE OU K2 
É a “maconha sintética”, são canabinoides 
produzidos em laboratório para imitar a maconha, com 
potência 100 vezes maior, alta letalidade e risco de 
envenenamento. É falsamente vendida como incenso, 
com odores de frutas em pacotes coloridos. Podem 
causar hemorragias, principalmente epistaxe e 
hemoptise, vômitos, falência renal, psicose, 
envenenamento, convulsões, espasmos, alucinações, 
paralisia, agressividade, efeito zumbi e pensamento 
suicida. 
PÓ DE MACACO 
MDPHP e MDPV (metilenodioxi e derivados, 
como a pirovalerona), também chamadas de sais de 
banho, são mais potentes e baratas que o próprio crack. 
É produzida sinteticamente da planta oriental khat (África 
e regiões árabes) – catinona, que libera dopamina, com 
elevado e longo efeito estimulante e anestésico. 
Causa alucinações, paranoia, agressividade, 
agitação psicomotoraincontrolável, risco de 
automutilação, suicídio por ações perigosas – se jogam, 
se batem, gritam. 
DROGAS ESTIMULANTES 
São drogas que aumentam a atividade cerebral. 
Elas causam aumento da atenção, aceleração do 
pensamento e euforia. Além disso, aumentam os níveis 
de atividades motoras e cognitivas, reforçam a vigília e o 
estado de alerta. Causam um estado de bem estar, 
elevação do humor e da autoestima. O uso dessas drogas, 
no entanto, pode ser sinal de depressão ou não 
enfrentamento dos problemas. 
COCAÍNA – pó 
É uma substância extraída da planta sulamericana 
Erythroxylum coca que pode ser cheirada, injetada ou 
fumada (crack). A inalação em pó é sólida e se dissolve na 
mucosa nasal, onde é absorvida. 
Causa dependência acentuada rapidamente, 
além de euforia, hiperatividade, insônia e inapetência, e 
cansaço físico – “o efeito imediato é estimulante, depois 
o usuário sente depressão”. 
Ela pode causar também irritação, agressividade, 
delírios, alucinações, aumento da temperatura e pressão 
arterial, midríase, destruição do septo nasal e palato, 
taquicardia e arritmias que podem se associar a parada 
cardíaca e AVC/E. Não é comum infarto do miocárdio. 
CRACK – pedra 
É a cocaína mais bicarbonato de sódio ou amônia. 
Tem ação mais rápida, baixo custo, e mesmos efeitos da 
cocaína, mas com duração mais curta e maior grau de 
dependência, sendo a segunda droga mais viciante – 10 
segundos para início da ação e 5 minutos de duração do 
efeito. 
É uma pasta de coca solidificada em cristais (o 
nome vem do estralo), na forma que permite sua 
volatilização para ser fumada em cachimbos 
improvisados. Os vapores são transportados dos pulmões 
para a corrente sanguínea mais rapidamente. 
É importante saber que quase imediatamente 
após cessarem os efeitos estão presentes a depressão, 
ansiedade, fissura intensa (vontade de usar novamente) 
e às vezes paranoia. Além disso, os usuários entram 
rapidamente em estado de subnutrição severa, pois 
perdem o apetite, e causa danos graves ao pulmão, com 
tosse constante e produtiva, hemoptise e aumento do 
risco de tuberculose. Os dentes, a mandíbula e a mucosa 
bucal também são comprometidas. 
ANFETAMINA E ANOREXÍGENO – psicoestimulante 
Bolinha, rebite, arrebite. 
Causa euforia, aumento do estado de alerta e 
autoestima, da libido, das percepções e paranoia. Diminui 
o apetite, o sono e o cansaço e causam muita 
dependência. 
• Metanfetamina: mais potente, desenvolvida 
no Japão em 1919 e usada pelos Kamicases; 
em 1950 era legalmente prescrita para 
emagrecimento e depressão. 
• Ecstasy (MDMA): é um derivado, o 
metilenodioximetanfetamina. 
São moderadores de apetite, fazem o cérebro 
trabalhar mais depressa, reduzindo o sono, a fome e o 
cansaço e podem causar taquicardia, aumento da pressão 
sanguínea e midríase. Em doses altas causam psicose 
anfetamínica – delírios de perseguição, paranoia, 
alucinações, convulsões. 
HEROÍNA – diamorfina 
Também é uma droga estimulante, mas 
apresenta outras características além desta. É um opioide 
em forma de pó cristalino diluível e injetável, mas 
também podem ser utilizadas outras vias tais como a 
inalação, intramuscular, retal e intranasal. 
É uma droga três vezes mais potente que a 
morfina e está em primeiro lugar em droga mais viciante 
do mundo, dentre as ilícitas. É produzida a partir do 
cultivo de ópio, principalmente no Afeganistão, e pode 
ser prescrita a metadona para redução de danos. É 
também uma das principais causadoras de mortes por 
overdose no mundo, podendo levar à parada respiratória, 
AVC/E, infartos, além do risco de contaminação por HIV, 
vírus da hepatite e outras bactérias que causam 
endocardites. 
Dentre seus efeitos temos a euforia inicial, 
seguida de sonolência, estado hipnótico, grande sedação 
e alucinações. 
ANABOLIZANTES 
São drogas sintéticas lícitas relacionadas ao 
hormônio masculino testosterona, as quais aumentam os 
músculos, a força e a resistência. 
Têm como efeitos colaterais no homem a redução 
dos testículos, impotência, infertilidade, calvície, 
desenvolvimento de mamas, dificuldade ou dor para 
urinar e aumento da próstata. Nas mulheres, por sua vez, 
causa aumento de pelos faciais, alterações ou ausência do 
ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e 
diminuição das mamas. 
Quando usados por adolescentes, podem levar à 
maturação esquelética prematura e puberdade 
acelerada. 
SOLVENTES E INALANTES 
São drogas de adolescentes de rua – é raro ver um 
adulto utilizando. Consistem em hidrocarbonetos, como 
esmaltes, tintas, colas, gasolina, removedores e vernizes, 
sendo bastante voláteis. 
O loló é o clorofórmio + éter, o conhecido lança 
perfume. Tem efeito bifásico, em que há primeiro a 
excitação e depois a depressão, dependendo da dose. 
Causa sensação de bem estar e prazer, com alucinações, 
confusão mental, reflexos deprimidos, incoordenação 
motora e arritmia. 
A longo prazo pode causar doença renal e 
hepática e, além disso, o benzeno produz câncer 
(leucemia). 
DROGAS LÍCITAS 
ÁLCOOL 
O consumo do álcool é prejudicial e um grande 
problema para a saúde pública com o consumo crescente 
nos últimos anos e com os altos custos que a mortalidade 
e as limitações funcionais causam. No Brasil, por exemplo, 
houve um aumento do consumo nocivo, no número de 
doses e frequência de consumo, tendo início cada vez 
mais precoce. Assim, surgem muitos problemas 
decorrentes do abuso, como aumento da criminalidade, 
acidentes gerais, violência doméstica, absenteísmo, 
desemprego e acidentes de trânsito. 
Antigamente existia uma política anti álcool 
bastante coercitiva, em que o alcoolismo era considerado 
desvio de conduta moral, alçada da justiça. Hoje, no 
entanto, considera-se a subjetividade da pessoa, as suas 
vulnerabilidades sociais relacionadas ao adoecimento e à 
existência-sofrimento. 
Realiza-se, também, a redução de danos, 
realisticamente possibilitando ao usuário escolhas 
pragmáticas para limitar o seu consumo. Dessa maneira é 
possível auxiliar as pessoas a se engajarem, motivando-as 
ao tratamento quase se sentirem prontas – sociologia das 
emergências: trabalhar com as possibilidades da pessoa. 
Em 2005 surgiu o Pacto Nacional para Redução de 
Acidentes e Violência Associados ao Consumo Prejudicial 
de Álcool. Além disso, foi realizada uma ação conjunta 
entre Ministério da Saúde, Justiça e Secretaria Nacional 
de Políticas Sobre Drogas (Senad); incentivos financeiros 
para CAPSad (ad = álcool e drogas) com ações de redução 
de danos e para municípios que tenham apenas CAPS 1. 
Em 2009, então, surgiu o Plano Emergencial de Ampliação 
de Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e Outras 
Drogas (PEAD), para crianças, adolescentes e jovens em 
situação de vulnerabilidade social. 
→ Plano Emergencial de Ampliação de Acesso ao 
Tratamento e Prevenção em Álcool e Outras Drogas 
(PEAD) 
Visava a ampliação do acesso, a qualificação dos 
profissionais e a articulação intra e intersetorial. Seu 
objetivo principal era a promoção da saúde e dos direitos 
e, principalmente, o enfrentamento do estigma. 
→ Transtornos mentais e comportamentais relacionados 
ao uso – CID 10 
Por intoxicação aguda, pode causar perturbações 
cognitivas, de consciência e percepção, de afeto e do 
comportamento, consequências dos efeitos 
farmacológicos agudos do álcool. O uso nocivo, isso é, o 
abuso, traz prejuízo à saúde com complicações físicas ou 
psíquicas. 
Síndrome de dependência: conjunto de 
comportamentos cognitivos e fisiológicos decorrentes do 
consumo repetido e persistente de uma substância 
psicoativa, associado ao desejo de ingerir a droga e 
consequente dificuldade de controlar o consumo. 
→ Características do álcool etílico 
A absorção é feita 10% no estômago e o restante 
no intestino delgado, com fatores que influenciam a 
absorção. Como efeitos imediatos temos a euforia e a 
desinibição,mas com raciocínio, julgamento e censura 
afrouxados e perturbados, além de alterações nos 
reflexos e confusão mental. Posteriormente pode causar 
diminuição do estado de vigília, perda de coordenação 
motora, ações motoras desajeitadas, sedação e sono, 
vômitos e humor deprimido, podendo ser responsável, 
em casos mais graves, por depressão respiratória e 
morte. 
O álcool também causa efeitos crônicos, como 
cirrose hepática, câncer de fígado, de esôfago, pâncreas, 
intestino e estômago, pode causar infertilidade, 
demência, síndrome/má formação fetal e sexo dúbio em 
crianças. 
→ Intoxicação por metanol (álcool metílico) 
Geralmente em bebidas adulteradas, caseiras, de 
preço muito baixo. É semelhante ao etanol, mas com uma 
toxicidade mais alta (>0,25ml de metanol). 
O quadro de intoxicação se instala em até 1-2h 
após a ingestão, levando à embriaguez associada à 
cefaleia, vertigem, fraqueza, sonolência, midríase, perda 
da acuidade visual que pode evoluir para cegueira e perda 
da consciência. 
É uma emergência e a vítima precisa de 
medicação endovenosa. Há uma conduta alternativa que 
seria ingerir bastante álcool etílico, pois o etanol se liga 
ao ácido fórmico, principal metabólito do metanol, o que 
auxilia sua excreção pela urina. 
TABACO 
O tabaco é uma droga estimulante leve do SNC, 
apesar do efeito bifásico com relaxamento. A nicotina é 
uma droga psicoativa que causa dependência com grande 
necessidade compulsiva do uso. Seus efeitos são as 
mudanças no humor, na percepção, no comportamento e 
na aprendizagem. 
→ Motivos para uso 
Muitas pessoas justificam pela estimulação que o 
tabaco causa, melhando algumas funções como a 
atenção, concentração e energia pessoal. Outras epssoas 
utilizam como um ritual, pois historicamente é usado em 
cerimônias religiosas. Além disso, o cigarro traz prazer – a 
nicotina induz a liberação de endorfinas, causando 
sensação de bem estar e estimulando o sistema de 
recompensas; reduz a ansiedade e o estresse (se liga ao 
receptor cerebral); e é um hábito (o indivíduo se 
condiciona a fumar depois do almoço, antes de dormir, 
etc). 
→ Características 
Até a década de 1950 não era identificado como 
fator de risco para doenças e as primeiras ações 
Dependência: relacionada à perda do controle, compulsão do uso e 
tolerância à nicotina. Ela pode ser física, psicológica ou 
social/comportamental. 
governamentias surgiram apenas na década de 1980, 
lideradas pelo INCA. 
É utilizado de várias formas, como cigarro, 
cachimbo, charuto, narguilé, fumo e rapé e, além da 
nicotina, a fumaça do cigarro contém mais de 4 mil 
substâncias tóxicas, como alcatrão, monóxido de carbono 
e dezenas de erivados de agrotóxicos da produção do 
tabaco, incluindo metais radioativos e venenosos. O 
tabaco eleva o risco de câncer, de doenças 
cardiovasculares e infartos, reduz a fertilidade e causa 
danos ao desenvolvimento fetal. 
O Programa Nacional de Controle do Tabagismo, 
de 2004/2005 reduziu a prevalência de fumantes e a 
consequente morbimortalidade relacionada ao consumo 
de derivados do tabaco, enquanto no mundo aumentou. 
Além disso, criou no SUS os Centros de Referência em 
Abordagem e Tratamento do Fumante e busca inserir na 
Atenção Básica com longitudinalidade e integralidade – 
público alvo são os fumantes ativos e passivos. 
→ Programa Nacional de Controle do Tabagismo – 
Portarias 1.575/2002, 1.035/2004, 571/2013 
Tem como objetivos reduzir a experimentação e 
iniciação do fumar, reduzir a aceitação social, reduzir a 
exposição a poluição tabagística e aumentar a cessação 
de fumar. 
Atualmente, tenta-se inserir o programa na 
atenção básica e difundir o Protocolo Clínico e Diretrizes 
Terapeuticas – Dependência à Nicotina. 
→ No mundo, segundo a OMS (2008) 
Deve-se garantir às pessoas que não fumam um 
ambiente livre de tabaco, oferecer ajuda a quem deseja 
parar de fumar e advertir sobre os perigos do tabado, 
incluindo nas carteiras. Além disso, é necessário aplicar 
proibições de publicidade e patrocínio do tabaco e elevar 
os impostos sobre o cigarro. 
Um grande problema de saúde são os fumantes 
passivos, em que dessas vítimas, 64% são mulheres e 31% 
são crianças. Isso é problemático porque a fumaça 
expelida contém cerca de 3 vezes mais nicotina, 
monóxido de carbono e até 50 vezes mais as outras 
subtâncias cancerígenas do que a que o fumante ativo 
inala após passar pelo filtro do cigarro. 
→ Narguilé – cachimbo d’água, cachimbo árabe 
O narguilé é o tabaco aromático em cachimbo 
árabe, costume antigo no oriente, difundido socialmente 
em bares e cafés. Causa danos mais severos que os do 
cigarro, tal que uma sessão de 1-2h equivale ao consumo 
de 100 cigarros. Há, ainda, casos de mistura de maconha 
e álcool ao tabaco e o compartilhamento da piteira de 
boca em boca favorece a transmissão de doenças como 
hepatites, herpes e tuberculose. 
→ Abstinência à nicotina 
O indivíduo apresenta intensa fissura (forte 
desejo de fumar), inquietação, insônia, depressão ou 
melancolia, dificuldade de concentração, transpiração 
súbita e/ou excessiva, além da ansiedade, irritabilidade, 
agressividade, tontura e constipação intestinal. 
CUIDADO INTEGRAL 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAOS) oferece 
serviços diferentes, adequados a cada usuário e em 
momentos diferentes de sua vida. As diferenças de 
modalidade de serviço e características próprias 
dependem dos objetivos do tratamento, das instalações, 
recursos terapeuticos, do perfil da equipe e da 
intensidade e duração do tratamento. 
→ Tratamentos 
• CAPSad; 
• Hospitais psiquiátricos; 
• Hospitais clínicos; 
• Unidades de acolhimento transitórias; 
• Comunidades terapêuticas; 
• Casas de passagem; 
• Grupos de ajuda mútua – NA, AA, ALANON, ANANON, 
CODA; 
• Serviços especializados: clínicas. 
→ Grupos de ajuda mútua (AA – alcoólicos anônimos; NA 
– narcóticos anônimos) 
São formados por dependentes químicos que se 
reúnem para receber, dar apoio e compartilhar 
experiências. Tem como objetivos modificar o 
comportamento da dependência química e manter os 
usuários na abstinência constante e duradoura. 
• Filosofia dos doze passos, baseada no autocontrole, 
na autovigilância, reflexão e na espiritualidade. 
• Reuniões regulares, com grupos em todo o país, com 
apoio aos familiares também. 
→ RAPS 
Deve dispor de 
instalações físicas 
adequadas, profissionais 
capacitados, capacidade de 
articular os elementos da 
rede e coordenar ações 
conjuntas e considerar a 
clínica ampliada com foco na a utonomia do sujeito, da 
família e da comunidade, no contexto social. 
O Brasil tem conseguido reduzir a mortalidade atribuível às 
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em 20%, 
principalmente as doenças cardiovasculares (31%) e 
respiratórias crônicas (38%), apesar de ser o maior produtor e 
exportador. O controle do tabagismo tem sido responsável por 
parte dessa diminuição.

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