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BACTÉRIAS POTENCIALMENTE PATOGÊNICAS À PELE GÊNERO STAPHYLOCOCCUS - morfologia: arredondada - ocorrem em uva como clusters - em grego: staphyle - grupo de uvas - são gram-positivos (corados em roxo) - resistentes a variações ambientais - alterações de pH, de temperatura... - não fazem esporos - imóveis - sem flagelo - bactérias facultativas - principais espécies: → Staphylococcus aureus → Staphylococcus epidermidis → Staphylococcus saprophyticus obs. mesmo as espécies da microbiota natural da pele podem causar infecções se adentrarem mais profundamente nos tecidos - causam a quimiotaxia dos leucócitos (recrutamento) - para controlar a infecção bacteriana, neutrófilos secretam substâncias nocivas, como reativos de oxigênio e de hidrogênio, peróxido de hidrogênio... → CARACTERÍSTICAS - presença da enzima catalase CATALASE POSITIVA - conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, evitando sua degradação (é uma forma da bactéria escapar das substâncias antimicrobianas produzidas pelos leucócitos) - diferenciação com os Streptococcus - identificação bioquímica: lâmina → pingar peróxido de hidrogênio e colocar uma colônia de bactérias que se quer testar → se houver a formação de bolhas (oriundas do oxigênio), há catalase positiva (Staphylococcus) 2 H2O → O2 + 2 H2O Staphylococcus vs Streptococcus → STAPHYLOCOCCUS AUREUS - do latim aureus → dourado - microbiota normal da pele e da via respiratória superior - ampla gama de infecções - de todas as espécies do gênero, o S. aureus é a mais importante - é responsável pelo segundo maior número de infecções em seres humanos FATORES DE VIRULÊNCIA: são todos os mecanismos que permitem a invasão da bactéria no hospedeiro ou a evasão da bactéria ao sistema imune e estabelecimento da infecção (devido a componentes da superfície celular e/ou toxinas produzidas pela bactéria) - exemplos de FV dos Staphylococcus: → catalase - atua inativando o peróxido de hidrogênio e radicais livres tóxicos → proteína A se liga à porção FC do anticorpo → este perde a capacidade de neutralização → fator clumping - recobre os sítios do Staphylococcus com uma substância muito parecida com o fibrinogênio → escapa do reconhecimento dos fagócitos → coagulase ou fator de agregação (de todo o gênero, apenas o S. aureus possui esse FV) - recobre as céls bacterianas com fibrina, impedindo a fagocitose esta enzima coagula o plasma ao transformar fibrinogênio em fibrina, da mesma forma que a trombina humana a formação de coágulos ao redor das bactérias dificulta o seu reconhecimento e a fagocitose pelas céls do sistema imunitário → produção de hemolisinas (toxinas) - substâncias que provocam a lise de céls tem ação letal sobre leucócitos polimorfonucleares e eritrócitos → forma poros na membrana dos leucócitos → morte celular por extravasamento do conteúdo citoplasmático a maioria das espécies de S. aureus é beta-hemolítico → placa de ágar sangue (presença de eritrócitos) → essas imagens são oriundas da hemólise (degradação) dos eritrócitos → forma de diferenciação dos S. aureus PRINCIPAIS DOENÇAS/MANIFESTAÇÕES INFECÇÕES CUTÂNEAS E DO TECIDO SUBCUTÂNEO 1. IMPETIGO - infecção da epiderme - face e membros - comum em crianças - pode ser causado por coceira 2. FOLICULITE - infecção do folículo piloso - com a proliferação bacteriana - atração dos leucócitos → formação de pus abaixo da epiderme - pode ser causada por coceira, depilação… → retirada da barreira (pelo) - nos cílios - terçol 3. FURÚNCULO - extensão da foliculite - nódulos dolorosos e pus 4. CARBÚNCULO - interação de furúnculos - tecidos mais profundos - acontece em pacientes mais imunocomprometidos ENDOCARDITES - quando a bactéria atinge a corrente sanguínea - pode acontecer por disseminação por catéter intravenoso colonizado (sem esterilização adequada), por infecção local (úlcera/ferida) ou por injeção intravenosa em usuários de drogas (contaminação) OSTEOMIELITE - bactéria alcança os ossos por via hematogênica em consequência de traumas (tecido “ralado” → exposto) INTOXICAÇÃO ALIMENTAR - ingestão de enterotoxinas pré- formadas no alimento contaminado (principalmente cru) - normalmente, o S. aureus é proveniente de indivíduos que manuseiam os alimentos (presença de muitos S. aureus na microbiota na pele → produção das enterotoxinas, principalmente A e E → contaminação do alimento) obs. diferença da intoxicação alimentar por ingestão de enterotoxinas (sintomas aparecem rapidamente → eliminação mais rápida) e por ingestão da própria bactéria (demora mais para os sintomas aparecerem, pq a bactéria precisa atingir um local, se proliferar… → também demora para desaparecerem os sintomas em função da colonização) SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO - colonização de S. aureus na vagina, que produziam toxinas - descrita inicialmente por mulheres que utilizavam tampão vaginal interno (continha bolsas de oxigênio - ambiente propício para a proliferação de S. aureus) → permanência desse tampão por um longo período de tempo → produção de toxinas que atingiam a corrente sanguínea - possível septicemia SÍNDROME DA PELE ESCALDADA - descolamento da epiderme pela destruição da desmogleína (proteína que promove a adesão das céls epiteliais) pela exfoliatina - afeta recém-nascidos e crianças menores de 4 anos → em indivíduos adultos essa síndrome não acontece - pode ser psoríase, por ex. - resolução pelo tempo - equilíbrio entre a resposta imunológica e a proliferação do S. aureus na microbiota natural BACTEREMIAS - presença de S. aureus na corrente sanguínea DIAGNÓSTICO DO S. AUREUS - coleta da amostra do sítio onde está tendo a infecção (ferida, por ex) 1. EXAME BACTERIOSCÓPICO DE ESFREGAÇO PELO MÉTODO DE GRAM - as céls bacterianas podem ser observadas formando arranjos em cachos ou isoladamente 2.ISOLAMENTO DA BACTÉRIA - para que elimine a contaminação possivelmente ocorrida no momento da coleta - realizado nos meios de cultura → meios não-seletivos: ágar nutriente ágar sangue (enriquecido e diferencial - diferencia as colônias em alfa, beta ou gama- hemolíticas) ágar chocolate (enriquecido → por causa do sangue - mas não diferencial → hemácias lisadas) → meios seletivos (isolamento): ágar-manitol - seletivo e diferencial: favorece o crescimento de S. aureus → degradação dos sais de manita → produção de um pigmento dourado (por isso o nome “aureus”) 3. IDENTIFICAÇÃO DO MICRORGANISMO (BACTÉRIA) - realizada por reações bioquímicas - teste da catalase positiva - teste da coagulase - pode ser realizado em lâmina (plasma + colônia de bactéria a ser testada → formação de coágulos → presença da coagulase → S. aureus) ou em tubos → STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS - segunda espécie mais importante do gênero Staphylococcus - principal membro da microbiota normal do corpo humano - não apresentam a produção de coagulase → coagulase-negative Staphylococci (CNS) - espécie com muitos fatores de adesão (também é um fator de virulência) → perigosa para pacientes que fazem uso de material invasivo de plástico (cateter, próteses, válvulas artificiais, etc), uma vez que ocorrem agrupamentos bacterianos nesses objetos, levando à bacteremia → formas de entrada da bactéria: falta de higienização adequada para inserção do material ou deixar o material por muito tempo no paciente → formação de biofilmes - causa comum de abscessos em pontos cirúrgicos, feridas, implantação de próteses... - principal fator de virulência: BIOFILME (reservatório de bactérias, dificulta a penetração e a difusão de antimicrobianos e dos elementos de defesa do organismo) → antibiótico acaba não tendo o efeito bactericida (morte de bactérias), apenas o bacteriostático(inibição do crescimento de bactérias) → STAPHYLOCOCCUS SAPROPHYTICUS - não apresenta a produção de coagulase - frequentemente causa infecção do trato urinário, especialmente em mulheres, podendo chegar a causar cistite e uretrite e, e em casos extremos, bacteremia (é o segundo maior causador de infecção urinária após E. coli) → essa espécie pode estar presente na microbiota vaginal → a falta de higienização ou a segurada da urina (mais tempo para a bactéria se proliferar) levam a uma maior colonização na área - a infecção é sintomática e pode envolver o trato urinário superior também, devido a sua capacidade de aderência ao epitélio urinário - os homens são infectados com muito menos frequência - é um dos poucos CNS (coagulase- negative staphylococci) frequentemente isolados que é RESISTENTE À NOVOBIOCINA (antibiótico) → teste de susceptibilidade à novobiocina: diferenciação entre Staphylococcus epidermidis (sensível - não há crescimento das bactérias na presença de tal antimicrobiano) e Staphylococcus saprophyticus (resistente) ESQUEMA DE IDENTIFICAÇÃO (RESUMO) COCOS GRAM POSITIVOS CATALASE - NEGATIVA → Streptococcus (pares e cadeias curtas) - POSITIVA → Staphylococcus (cachos) - COAGULASE POSITIVA - S. aureus beta-hemolítico; manitol positivo → coloração amarela NEGATIVA - S. epidermidis; manitol negativo → coloração branca; novobiocina-S ou S. saprophyticus novobiocina-R GÊNERO STREPTOCOCCUS - são cocos Gram-positivos - catalase-negativos - nutricionalmente exigentes - meio de cultura enriquecido (ágar-sangue e caldo nutriente com glicose) - anaeróbios facultativos - ocorrem em pares ou cadeias - microbiota normal - vias aéreas superiores, boca e trato intestinal - grupo heterogêneo (A-H e K-V) → CLASSIFICAÇÃO SOROLÓGICA realizada no Instituto Rockfeller - NY (USA), 1933, por Rebecca Lancefield (1895-1981) 20 grupos sorológicos - GRUPOS DE LANCEFIELD: carbono C (variações na composição) presente na parede celular de Streptococcus A-H e K-V → STREPTOCOCCUS PYOGENES - principal representante dos streptococcus beta-hemolíticos do grupo A - alto poder de adaptação ao hospedeiro humano - variações de pH, de temperatura… - presença de cápsula - maior resistência à fagocitose - ENZIMA ESTREPTOQUINASE - rompe os coágulos (provocados pela coagulase, nos quais a bactéria vai se multiplicar) - disseminação das bactérias - ENZIMA HIALURONIDASE - quebra o ácido hialurônico (presente nos tecidos e na adesão das céls) → lesões nos tecidos, degradação da matriz de ácido hialurônico → disseminação das bactérias para tecidos mais profundos - fatores de virulência → desoxirribonuclease - destruição de material genético de céls do hospedeiro → produção de exotoxinas (spes) - destruição de tecidos → pilus → proteína M (alvo para a produção de anticorpos; ajuda na identificação sorológica da infecção) → estreptolisina O (auxilia no diagnóstico) associada à formação de imunocomplexos INFECÇÕES MAIS FREQUENTES FARINGOAMIGDALITES (faringe e amídalas) PIODERMITES - ERISIPELA (pele) - avermelhado BACTEREMIA FEBRE REUMÁTICA - várias lesões sucessivas de S. pyogenes (sequelas pós- estreptocócicas) - lesões inflamatórias envolvendo o coração, as articulações, o tecido celular subcutâneo e o sistema nervoso central - os fatores de virulência ativam muito a resposta inflamatória → grande produção de anticorpos, os quais podem ter reações cruzadas com outras céls (do coração, da cartilagem, do cérebro...) - por isso essa doença é classificada como uma sequela após várias infecções estreptocócicas → depósito de imunocomplexos (o organismo não consegue remover) GLOMERULONEFRITE - como a febre reumática, trata-se de uma doença de natureza imunológica - caracterizada por uma reação inflamatória, com infiltração leucocitária e proliferação celular dos glomérulos, ou que aparentam ser o resultado de uma lesão glomerular imune → depósito de imunocomplexos - pequenas lesões FASCITE NECROSANTE - infecção profunda do tecido conjuntivo subcutâneo (a bactéria consegue atingir esse tecido em função das enzimas) - destruição do tecido muscular e gorduroso pela disseminação da bactéria → STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE - conhecido como pneumococco - espécie constituída por cocos gram- positivos que se dispõem aos pares ou em cadeias curtas - são anaeróbios facultativos - são residentes do trato respiratório superior - fatores de virulência: → cápsula → hialuronidase → IgA protease - lise desses anticorpos de mucosa → neuraminidase - evasão da bactéria do sistema imunológico para que possa haver sua disseminação → pneumolisina - lise dos tecidos para que a bactéria penetre cada vez mais profundamente; diminui a ação do batimento ciliar da traquéia (defesa do organismo), visando a infecção TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE À OPTOQUINA (antibiótico) - diagnóstico do S. pneumoniae - semeadura em ágar-sangue - disco padronizado contendo 5 mg de optoquina - incuba-se a 35-37 °C durante 18-24 horas (jarra de anaerobiose - 5% a 10% de CO2 → incentivo para o crescimento bacteriano) - aparecimento de uma zona de inibição, presuntivamente, a presença do Streptococcus pneumoniae INFECÇÕES PNEUMONIA - colonização da garganta → as bactérias descem para o trato respiratório inferior (pulmões) SINUSITE OTITE BRONQUITE MENINGITE BACTEREMIA → STREPTOCOCCUS VIRIDANS E STREPTOCOCCUS MUTANS - maioria da microbiota do trato respiratório, trato genital e boca - podem causar endocardites (S. mitis, S. sanguis e S. salivarius) por problemas naturais nas válvulas e/ou devido a próteses valvares - ENZIMA GLICOSILTRANSFERASE - converte sacarose em glicanos insolúveis, facilitando a adesão na superfície lisa dos dentes, formando as placas dentárias ou cáries → procedimentos dentários podem levar à bacteremia e a endocardites também → STREPTOCOCCUS AGALACTIAE - colonizam o trato respiratório superior, trato intestinal baixo e vagina, de modo que 5 a 40% das gestantes podem estar colonizadas, possibilitando infecção em recém nascidos - são inicialmente reconhecidos como causadores de sepse puerperal e infecções neonatais ou perinatais (pneumonias, meningites e bacteremias) PATOGÊNESE - colonização reto-vaginal materna → rompimento de membranas placentárias → possibilidade de colonização fetal (adesão ao epitélio vaginal, à placenta, a céls epiteliais da boca e faringe, ao epitélio e endotélio alveolar) - há evidências da entrada de S. agalactiae pela cavidade amniótica através da placenta íntegra → infecções fulminantes no feto DIAGNÓSTICO DO S. AGALACTIAE - TESTE DO FATOR CAMP - baseado na detecção do fator CAMP produzido pelo S. agalactiae, o qual potencializa a ação hemolítica da beta- lisina de S. aureus - efeito: formação de uma área reforçada de beta-hemólise (em forma de seta) - os dois microrganismos são semeados sob a forma de estrias perpendiculares em placas de ágar- sangue → A: S. agalactiae → B: S. aureus → C: S. pyogenes - não forma a área potencializada de beta-hemólise (CAMP negativo) O teste de CAMP é usado para identificar Streptococcus agalactiae (grupo B; CAMP positivo) e para diferenciá-lo de S. pyogenes (grupo A; CAMP negativo) → ENTEROCOCCUS FAECALIS - compõe 80 a 85% das amostras de Enterococcus - cocos gram-positivos - isolados ou em cadeias curtas - catalase negativo - menor exigência nutricional - maior resistência a agentes físicos e químicos de descontaminação - sensibilidade à Penicilina - pode causar bacteremias, endocardite, infecções do trato urinário e biliar, infecções de feridas, infecções pélvicas e intra-abdominais - é um dos agentes mais importantes da infecção hospitalar, com o agravante de ter adquirido resistênciaà maioria dos antibióticos → capacidade de permanecer em inúmeras superfícies e equipamentos médicos SUBSTÂNCIA AGREGATIVA - fator de virulência - promove a agregação do E. faecalis durante o processo de conjugação (transferência de plasmídeos - informações de resistência relacionadas a antibióticos) - E. faecalis é capaz de realizar a conjugação com outros gêneros que não sejam Enterococcus DIAGNÓSTICO - a partir da placa de ágar-sangue → ágar bile esculina (37 ºC, 18-24 horas) - se ocorrer um enegrecimento na superfície inclinada do meio, a prova é considerada positiva e identifica presuntivamente amostras de Enterococcus (quando consegue crescer com 6,5% NaCl após essa etapa) e Streptococcus do grupo sorológico D - havendo uma modificação discreta ou nenhuma alteração no meio, o teste é considerado negativo ESQUEMA DE IDENTIFICAÇÃO (RESUMO) COCOS GRAM POSITIVOS CATALASE - POSITIVA → Staphylococcus (cachos) - NEGATIVA → Streptococcus (pares e cadeias curtas) HEMÓLISE BETA: bacitracina positivo → S. pyogenes (grupo A) CAMP/hipurato positivo → S. agalactiae (grupo B) ALFA: optoquinina/bile solubilidade positivo → S. pneumoniae GAMA: bile esculina positivo + 6,5% NaCl positivo → grupo D (também pode ser beta ou alfa hemolítico); Enterococcus bile esculina positivo + 6,5% Nacl negativo → grupo D; não- Enterococcus obs. Streptococcus viridans é alfa hemolítico e negativo para todos os testes citados PROPIONIBACTERIUM ACNES - morfologia: bastonete gram-positivo - conhecidos como difteróides - pertencente à microbiota normal da pele - responsável pela acne - origem ao processo inflamatório na pele → recrutamento leucocitário → lesões com pus - maior proliferação em pele oleosa Descamação excessiva da pele + sebo = obstrução do folículo piloso - formação de pontos brancos (comedos) - o bloqueio se projeta através da pele → massa de ponta escura devido à oxidação de lipídeos (comedone ou comedo aberto) - a partir dessa obstrução, pode ocorrer a proliferação do P. acnes - obstrução + proliferação + céls descamadas = formação de uma massa (com a presença de bactérias) → resposta imunológica → recrutamento leucocitário → ACNE INFLAMATÓRIA - presença de nódulos ou cistos ENTEROBACTERIACEAE (ENTEROBACTÉRIAS) - bacilos gram-negativos - 40 gêneros e 170 espécies - a maioria habita os intestinos do homem e dos animais - constituem a principal causa de infecção intestinal → PRINCIPAIS GÊNEROS - Escherichia - Shigella - Edwardsiella - Salmonella - Citrobacter - Klebsiella - Enterobacter - Hafnia - Serratia - Proteus - Morganella - Providencia - Yersinia - Erwinia - Pseudomonas - Acinetobacter - Burkoderia → FATORES DE VIRULÊNCIA LIPOPOLISSACARÍDEO (LPS) - presente na membrana plasmática dessas bactérias - responsável pela produção de febre (resposta pirogênica) - provoca alterações vasculares e ação direta sobre os mecanismos das reações de hipersensibilidade não específica - a presença do LPS pode ser detectada por meio de teste sorológico → BACILOS GRAM-NEGATIVOS NÃO FERMENTADORES (de carboidratos) PSEUDOMONAS AERUGINOSA - morfologia: bastonete - móveis (flagelo) - presentes no solo, na água… - raramente isolada em pacientes imunocompetentes SÍNDROMES CLÍNICAS - infecções pulmonares - podem variar a traqueobronquite benigna a broncopneumonia necrosante grave - infecções primárias da pele - principalmente em casos de queimadura - infecções do trato urinário - infecções dos ouvidos - infecções oculares (após traumatismo inicial da córnea) obs. as infecções podem gerar pus de coloração azul-esverdeada → produção do pigmento piocianina FATORES DE VIRULÊNCIA - fímbrias - projeções da membrana → adesão da bactéria nas céls epiteliais - flagelo - mobilidade → proteína flagelina → identificação sorológica de bactérias flageladas - cápsula polissacarídica - resistência à fagocitose, aos anticorpos, à ação do sistema complemento… → ajuda na formação do biofilme (onde as bactérias ficam aderidas), dificultando sua remoção - LPS - endotoxina imunoestimulante → choque tóxico - enzimas proteases, fosfolipase C, hemolisina, toxina A - lesões/necrose → degradação da elastina → destruição da parede de céls epiteliais - facilita a invasão bacteriana aos tecidos mais profundos → lise de eritrócitos e de leucócitos → indução de morte celular MICOBACTÉRIAS - ácido micólico na parede celular → sem coloração de Gram → coloração de Ziehl Neelsen (BAAR - bacilos álcool-ácido resistentes); fucsina → MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS - inalação de partículas de aerossol contaminadas com bacilos provenientes da fala, do espirro e principalmente da tosse de indivíduos bacilíferos - infectocontagiosa → trato respiratório inferior - determinantes da infecção: → estado imunológico → carga bacilífera do inóculo → ambiente → MYCOBACTERIUM LEPRAE - causador da hanseníase/lepra - deformidades, manchas hipocromadas (esbranquiçadas) → menor sensibilidade nesses locais Existem pessoas que têm uma resistência natural ao M. leprae e a capacidade de eliminá-lo do organismo (clearance) HANSENÍASE - POLO TUBERCULÓIDE - caracterizado pela formação de granuloma (frente à liberação de interleucinas - IFN gama, TNF, IL-2, IL- 6, IL12) → padrão de resposta do tipo Th1 (resposta celular) - POLO LEPROMATOSO - caracterizado por padrão de resposta do tipo Th2 (resposta humoral - produção de anticorpos) → liberação de interleucinas - IL-4 e IL- 10 M. leprae possui tropismo - predisposição aos nervos periféricos - desmielinização dos nervos → diminuição da sensibilidade - apoptose e/ou isquemia de céls nervosas Diferentes manifestações: - TL (lepra tuberculóide) - imunidade celular maior → aumenta a diferenciação de macrófagos → aumenta a fagocitose dos bacilos → diminuição do número de lesões (mais concentradas e com um menor número de bacilos - baciloscopia negativa) ⇒ PB (paucibacilar) - LL (lepra lepromatosa) - tendência maior de lesões cutâneas (há muitos anticorpos mas o M. leprae é intracelular) → lesões disseminadas (baciloscopia positiva) ⇒ MP (multibacilar) - BT, BB E BL - variantes (borderline) → MYCOBACTERIUM ULCERANS - doença negligenciada na área dos trópicos → ÚLCERA DE BURULI → comum na Ásia, na Índia... - BAAR - transmissão para humanos ainda desconhecida (hipóteses - água contaminada, vetor...) - produz uma toxina destrutiva (micolactona) → lesão tecidual (úlceras); inibição da resposta imune (destruição das céls recrutadas) PATOGÊNESE - doença de progresso lento - poucos sinais e sintomas precoces graves - formação de uma úlcera profunda que com frequência se torna massiva e seriamente danosa - se não tratada, a infecção pode se tornar extensa, a ponto de requerer cirurgia de remoção/reconstrução do tecido ou amputação do membro → infecções secundárias A Organização Mundial da Saúde recentemente classificou a doença como um risco global à saúde pública DIAGNÓSTICO - biópsia da lesão - coloração BAAR
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