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Cardiologia – Amanda Longo Louzada 1 HIPERTENSÃO ARTERIAL DEFINIÇÃO: Condição clínica multifatorial caracterizado por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e\ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, rim, encéfalo e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais Problema de saúde pública Importante fator de risco para doença cardiovascular EPIDEMIOLOGIA: 95% são hipertensão essenciais e 5% são hipertensões secundárias No brasil mais de 25% da população possui HAS Afeta mais homens do que mulheres 50% da população é diagnosticada com hipertensão Somente 40% está em tratamento 10% está com a HAS controlada É pouco diagnosticada devido a ausência de sintomas, e quando apresenta sintomas já tem lesão de órgão alvo A doença cardiovascular no Brasil é a doença que mais contribui para as taxas de mortalidade Impacto médico e Social: dados norte- americanos revelaram que a hipertensão arterial estava presente: 69% dos pacientes com primeiro episódio de IAM 77% de AVE 75% com insuficiência cardíaca 60% com DAP A hipertensão arterial é responsável por 45% das morte cardíacas e 51% das mortes decorrentes de AVE FATORES DE RISCO: PRINCIPAIS: Idade: tem associação direta e linear entre o envelhecimento e prevalência de hipertensão arterial, relacionada ao aumento da expectativa de vida da população brasileira Mais prevalente no sexo feminino Mais prevalente em negros Obesidade Ingestão de sal Álcool Sedentarismo Genética Socioeconômico: quanto menor o nível socioeconômico maior a chance de hipertensão ADICIONAIS: Idade: Homens mais velhos que 55 anos Mulheres mais velhas que 65 anos Tabagismo Dislipidemia: Triglicerídeo maior que 150 mg\dL LDL-C maior que 100 mg\dL HDL-C menor que 40 mg\Dl Diabetes História prematura de doença de cardiovascular: Homens mais novos que 55 anos E mulheres mais novas que 65 anos CONTROLE DOS FATORES DE RISCO: Controlar o Colesterol: Diminui 33% do risco de infarto Diminui 25% do risco de morte Diminui 20% do risco de derrame Controle da Pressão Arterial: Diminui 15% o risco de infarto Diminui 42% o risco de derrame Parar de fumar: Diminui 50% do risco de infarto Diminui 70% do risco de morte Perder peso e exercícios: diminui em 25% o risco de diabetes Pacientes diabéticos possuem um risco cardiovascular 4 vezes mais alto CLASSIFICAÇÃO: Normal: Pressão Sistólica: menor ou igual a 120 mmHg Pressão Diastólica: menor ou igual a 80 mmHg Pré-hipertensão: Pressão Sistólica: entre 121-139 mmHg Pressão Diastólica: entre 81-89 mmHg Hipertensão estágio 1: Pressão Sistólica: entre 141-159 mmHg Pressão Diastólica: entre 90-99 mmHg Hipertensão Estágio 2: Pressão Diastólica: entre 160-179 mmHg Pressão Diastólica: entre 100-109 mmHg Hipertensão Estágio 3: Pressão Sistólica: maior ou igual a 180 mmHg Pressão Diastólica: maior ou igual a 110 mmHg Sempre que tiver diferenças entre a aferição das pressões, sempre considerar a mais alta Hipertensão Sistólica Isolada: Pressão Sistólica: maior que 140 mmHg Pressão Diastólica: menor que 90 mmHg Cardiologia – Amanda Longo Louzada 2 HIPERTENSÃO ARTERIAL Hipertensão do Jaleco Branco: pacientes que possui níveis elevados de pressão no consultório, mas no cotidiano possui níveis normais Hipertensão Mascarada: pacientes com pressão normal no consultório, mas no cotidiano é elevada Hipertensão Resistente: falência no controle pressórico apesar do uso de 3 ou mais anti- hipertensivos de classe diferentes em dose máxima incluindo um diurético ou em uso de 4 ou mais medicamentos com controle pressórico Corresponde a 10-20% dos casos Hipertensão Refratária: falência para se obter controle pressóricos em vigência do uso de 5 ou mais anti-hipertensivos de classes diferentes em doses máximas incluindo clortalidona e espironolactona EXAMES: PRINCIPAIS: Análise da urina Potássio e sódio plasmático Glicemia de jejum e hemoglobina glicada Ritmo de filtração glomerular estimado (RFG-e): Estágio 1: maior ou igual a 90, normal ou alto Estágio 2: 60-89, levemente diminuído Estágio 3a: 45-59, leve a moderadamente diminuído Estágio 3b: 30-44, moderada a extremamente diminuído Estágio 4: 15-19, extremamente diminuído Estágio 5: menor que 15, doença renal terminal Creatinina Plasmática Colesterol total, HDL e triglicerídeos plasmáticos Ácido úrico plasmático TSH e T4 livrer4 RECOMENDADOS EM POPULAÇÕES INDICADAS: Quando suspeitar de hipertensão secundária Radiografia de Tórax: Acompanhamento de pacientes com suspeita clínica de comprometimento cardíaco e pulmonar Avaliação de hipertensos com comprometimento da aorta quando o ecocardiograma não está disponível Ecocardiograma: mais sensível que o ECG no diagnóstico de hipertrofia ventricular esquerda Agrega valor na avaliação das formas geométricas da hipertrofia e tamanho do átrio esquerdo, análise da função sistólica e diastólica. Considera a hipertrofia ventricular esquerda quando a massa ventricular esquerda indexada para a superfície corpórea é igual ou superior a 114g\m2 em homens e 96g\m2 em mulheres Presença de indícios de hipertrofia ventricular esquerda ao ECG ou pacientes com suspeita clínica de IC Para quando desconfiar de hipertrofia ventricular Albumina: mostrou prever eventos cardiovasculares fatais ou não fatais Valores normais são maiores que 30 mg\24h Pacientes hipertensos diabéticos, com síndrome metabólica ou com dois ou mais fatores de riscos Ultrassom das Carótidas: a medida de EMI das carótidas e\ou identificação de placas predizem a ocorrência de AVE e IAM, independente de outros fatores de risco cardiovasculares Valores de EMI maiores que 0,9 mm são anormais, assim como o encontro de placas ateroscleróticas Para ver presença de sopro cardíaco, sinais de doença cardiovascular ou presença de doenças aterosclerótica em outros territórios Ultrassom renal ou com doppler: pacientes com massas abdominais ou sopro abdominal Hemoglobina Glicada (HbA1): Quando a glicemia de jejum é maior que 90 mg\dL História familiar de diabetes tipo 2 ou diagnóstico prévio de diabetes tipo 2 e obesidade Teste ergométrico: para suspeita de doença arterial coronariana estável em pacientes com PA estável Para avaliar a capacidade funcional do coração MAPA\ Medidas Residenciais de Pressão Arterial: indicação convencional dos métodos VOP: considerada padrão para avaliação de rigidez arterial Valores acima de 12 m\s são considerados anormais Hipertensos de médio e alto risco Ressonância Magnética do cérebro: para detecção de infartos silenciosos e micro hemorragias Para pacientes com distúrbios cognitivos e demência ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO: Pressão Normal: Sem fator de risco: sem risco adicional 1-2 fatores de risco: risco baixo 3 ou mais fatores de risco: risco moderado Cardiologia – Amanda Longo Louzada 3 HIPERTENSÃO ARTERIAL Presença de lesão de órgão alvo, doença cardiovascular, doença renal crônica ou diabetes: risco alto HAS Estágio 1: Sem fator de risco: baixo risco 1-2 fatores de risco: risco moderado 3 ou mais fatores de risco: risco alto Presença de lesão de órgão alvo, doença cardiovascular, doença renal crônica ou diabetes: risco alto HAS Estágio 2: Sem fator de risco: risco moderado 1-2 fatores de risco: risco alto 3 ou mais fatores de risco: risco alto Presença de lesão de órgão alvo, doença cardiovascular, doença renal crônica ou diabetes: risco alto HAS Estágio 3: Sem fator de risco: risco alto 1-2 fatores de risco: risco alto 3 ou mais fatores de risco: risco alto Presença de lesão de órgão alvo, doença cardiovascular, doença renal crônica ou diabetes: risco alto FATORES DE RISCO CARDIOVACSULAR NA AVALIAÇÃO DO RISCO ADICIONAL NO HIPERTENSO: Sexo masculino Idade: Homens com 55 anos ou mais Mulheres com 65 anos ou mais História de doença cardiovascular prematura em pacientes de 1º grau: Homens com menos de 55 anos Mulheres com menos de 65 anos Tabagismo Dislipidemia: Colesterol Total maior que 190 mg\dL e\ou LDL-C maior que 115mg\dL e\ou HDL-C menor que 40 mg\dL nos homens ou menor que 46 mg\dL nas mulheres e\ou Triglicerídeos maior que 150 mg\Dl Resistência à Insulina: Glicemia plasmática em jejum: 100-125 mg\dL Teste oral detolerância à glicose: 140-199 mg\dL em 2 horas Hemoglobina Glicada: 5,7-6,4% Obesidade: IMC maior que 30 kg\m2 Circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm nos homens ou maior ou igual a 88 cm nas mulheres FATORES AGARVANTES DE RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR: 1. História familiar de doença arterial coronariana prematura em parentes de primeiro grau Diagnóstico de síndrome metabólica conforme critérios IDF Critérios Diagnósticos: Obesidade abdominal: mulheres 80 cm ou mais e homens 94 cm ou mais HDL-C: em homens maior que 40mg\dL e mulheres maior que 50 mg\dL Triglicerídeos: maior ou igual a 150 mg\dL Pressão arterial: PAS 130 mmHg ou maior e PAD 85 mmHg ou mais Glicemia: maior ou igual a 100 mg\dL Microalbuminúria (30-300 mg\g creatinina) ou albuminíria maior que 300mg\g creatinina Hipertrofia ventricular esquerda Proteína C-reativa ultrassensível maior que 2 mg\dL EMI de carótidas maior que 1 mm Escore de cálcio coronário maior que 100 ou percentil 75 para idade e sexo Índice tornozelo-braquial menor que 0,9 DECISÃO E METAS TERAPÊUTICAS: A abordagem terapêutica da PA elevada inclui medidas não medicamentosas e o uso de fármacos anti-hipertensivos, a fim de reduzir a PA, proteger órgãos-alvo, prevenir desfechos cardiovasculares e renais METAS PRESSÓRICAS: Hipertensos Estágios 1 e 2, com risco cardiovascular baixo e moderado e estágio 3: maior que 140\90 mmHg Hipertensos estágios 1 e 2 com alto risco cardiovascular: maior que 130\80 mmHg Em pacientes diabéticos, que já infartou, teve AVC ou tem doença renal crônica Para hipertensos sem controle adequado da PA, recomendam-se avaliações médicas mensais, com o objetivo de alcançar a meta pressórica recomendada o mais breve possível mediante ajustes terapêuticas sequenciais Sempre que possível, o controle pressórico deve ser confirmado com medições de PA obtidas fora do consultório, seja pela MAP de 24 horas ou MRPA Em idosos e naqueles com elevações muito significativas da PA, convém reduzir os níveis pressóricos de forma mais cautelosa, progressiva, para que seja garantido a perfusão cerebral cabendo um julgamento caso a caso, Cardiologia – Amanda Longo Louzada 4 HIPERTENSÃO ARTERIAL conforme as condições gerais do paciente, a presença de comorbidades e de medicações concomitantes ABORDAGEM: DE HIPERTENSOS ESTÁGIOS 2 E 3 E\OU ALTO RISCO: Indivíduos com PA maior ou igual a 160\100 mmHg e\ou portadores de risco cardiovascular estimaod alto, menos no estágio 1, devem iniciar de imediato o tratamento medicamentoso associado à terapia não medicamentosa DE HIPERTENSOS ESTÁGIO 1 DE RISCO BAIXO E MODERADO: Hipertensos estágio 1 e moderado ou baixo risco cardiovascular, a terapia não farmacológica deve ser tentada por 3 e 6 meses, respectivamente, findos os quais a falta de controle da PA condicionará o início de terapia farmacológica Faz-se imperativo, contudo, acompanhar esses indivíduos com avaliação periódica da adesão às medidas não farmacológicas Constatada a falta de adesão ou a piora dos valores pressóricos, deve iniciar precocemente a terapia farmacológica DE HIPERTENSOS IDOSOS: O mecanismo mais comum da hipertensão arterial no idoso é o enrijecimento da parede arterial dos grandes vasos Recomenda-se o início da terapia farmacológica anti-hipertensiva em idosos a partir de níveis de PAS maior ou igual a 140 mmHg, desde que bem tolerado e avaliando-se as condições gerais do indivíduo Nos muitos idosos, ou seja, naqueles com idade maior ou igual a 80 anos, o limite para início da terapia farmacológica aumenta para uma PAS maior ou igual a 160 mmHg DE JOVENS COM HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA: É frequente em jovens saudáveis do sexo masculino com menos de 30 anos Nesses casos, o tratamento não teria benefícios significativos, sneod recomendada adoção de medidas não medicamentosas, com monitorização de LOA O tratamento deve ter início imediato de terapia farmacológica caso seu risco cardiovascular seja alto No caso de elevação da PAD, adotam-se os mesmos critérios de tratamento da população em geral TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: Envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades física, cessação do tabagismo, controle de estresse, entre outros PESO: Aumento de peso está diretamente relacionado ao aumento da PA tanto em adultos quanto em crianças Reduções de pesos e de circunferência abdominal correlacionam-se com reduções da PA e melhora metabólica 20-30% da diminuição da PA para cada 5% de perda ponderal Recomendada: Manter IMC menor que 25 até 65 anos Manter IMC menor que 27 após os 65 anos PADRÃO ALIMENTAR: O sucesso do tratamento de HA com medidas nutricionais depende de um plano alimentar saudável e sustentável. A utilização de dietas radicais resulta em abandono do tratamento Dieta DASH enfatiza o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas Preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a PA Redução de 6,7\3,5 mmHg Adotar a dieta DASH REDUÇÃO DO CONSUMO DE SÓDIO: O limite de consumo diário de 5g de sal ou 2g de sódio está associado à diminuição da PA Consumo médio do brasileiro é de 11,4\dia Redução de 27 mmHg na PAS e de 1-3 mmHg na PAD com redução progressiva de 2,4 a 1,5 g de sódio\dia respectivamente Restringir o consumo diário de sódio para 2-5 g de cloreto de sódio Cardiologia – Amanda Longo Louzada 5 HIPERTENSÃO ARTERIAL CAFÉ: O café, apesar de rico em cafeína, substância com efeito pressor agudo, possui polifenóis que podem favorecer a redução da PA O consumo de café em doses habituais não está associado com maior incidência de HÁ nem com elevação da PA Recomenda-se que o consumo não exceda quantidades baixas a moderadas ÁLCOOL: O consumo habitual de álcool eleva a PA de forma linear e o consumo excessivo associa-se com aumento na incidência de HÁ Estima-se que um aumento de 10 g\dia na ingestão de álcool eleve a PA 1 mmHg, sendo que a diminuição nesse consumo reduz a PA Recomenda-se moderação no consumo de álcool Redução de 3,3\2,04 mmHg com a redução de 3-9 para 1-2 doses\dia Limitar o consumo diário de álcool a 1 dose nas mulheres e pessoas com baixo peso e 2 doses nos homens ATIVIDADE FÍSICA: A prática de atividade física deve ser incentivada em toda a população, não havendo necessidadede nenhum exame prévio O indivíduo deve ser orientado a procurar um médico se sentir algum desconforto durante a execução O treinamento aeróbico é recomendado como forma preferencial de exercício para a prevenção e o tratamento de HA Recomenda-se que hipertensos com níveis de PA mais elevados ou que possuam mais de fatores de risco, diabetes, LOA ou cardiopatias façam um teste ergométrico antes de realizar exercícios físicos em intensidade moderada Todo hipertenso que for engajar em esportes competitivos ou exercícios de alta performance deve fazer uma avaliação cardiovascular completa Para todos os hipertensos: fazer no mínimo 30 min\dia de atividade física moderada, de forma contínua Para maiores Benefícios: Treinamento Aeróbico: Modalidade Diversas: andar, correr, dançar, nadar, entre outras Pelo menos 3 vezes\semana, sendo ideal 5 vezes\semana Pelo menos 30 minutos, sendo ideal 40-50 minutos Intensidade moderada definida por: Maior intensidade conseguindo conversar (sem ficar ofegante) Sentir-se entre ligeiramente cansado e cansado Manter a frequência cardíaca de treino na faixa calculada Treinamento Resistido: 2-3 vezes\semana 8-10 exercícios para os principais grupos musculares, dando prioridade para execução unilateral, quando possível 1-3 séries 10-15 repetições até a fadiga moderada (redução da velocidade de movimento e tendência a apneia) Pausas longas passivas- 90-120 segundos CESSAÇÃO DO TABAGISMO: O tabagismo aumenta o risco para mais de 25 doenças incluindo a doença cardiovascular O hábito de fumar é apontado como fator negativo no controle de hipertensos, no desconhecimento da HAS e na interrupção do uso de medicamentos anti-hipertensivo No entanto, não há evidências que a cessação do tabagismo reduza a PA TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: DIURÉTICOS: Deve se dar preferência ao tiazídicos ou similares (cloartalidona, hidroclorotiazida e indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação, evitar em casos de gota Diuréticos de alça (furosemida) em casos de insuficiência renal (creatinina maior que 2mg\dL OU RFG calculado menor que 30 ml\min\1,73 m2) e situações de edema (IC ou insuficiência renal) Os poupadores de potássio (espironolactona e amlorida) são habitualmente utilizados em associação com os tiazídicos ou de alça Pode ser usado na IC, por ser um antagonista de aldosterona AGENTES DE AÇÃO CENTRAL (ALFA AGONISTA): Metildopa e Clonidina (atensina) Metildopa pode provocar reações autominunes (lúpus like), com febre, anemia hemolítica, galactorreia, e disfunção hepática, que na Cardiologia – Amanda Longo Louzada 6 HIPERTENSÃO ARTERIAL maioria dos casos desaparecem com cessação do uso A clonidina apresenta um risco maior do efeito rebote com a descontinuação Os medicamentos dessa classe, apresentam reações adversas decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil Metildopa é a medicação de escolha em gestantes BETA BLOQUEADORES: Carvedilol\ Nebivolo\ Propanolol Efeitos Colaterais: broncoespamos, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual Os de primeira e segunda geração são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, DPOC e boqueio átrio ventricular de segundo e terceiro grau, podem acarretar intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes, hipertrigliceridemia com elevação do LDL-C e redução da fração HDL-C O impacto sobre o metabolismo da glicose é potencializado quando são utilizados em combinação com o DIU Os de terceira geração (carvedilol e nebivolol) têm impacto neutro ou até pode melhorar o metabolismo da glicose e lípidico, possivelmente em decorrência do efeito de vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos Estudos com o nebivolol também têm apontado para uma menor disfunção sexual possivelmente em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial Diminui a frequência levando a diminuição da demanda ALFABLOQUEADORES: Doxazosina, Prazosina e Terazosina Efeito hipotensor é discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso associado Contribuição favorável e discreta no metabolismo lipídico e glicídico, e em especial na melhora da sintomatologia relacionada à hipertrofia prostática benigna VASODILATADORES DIRETOS: Hidralazina (Apreseolina) e Minoxidil (Loniten) Os efeitos colaterais da Hidralazina são cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lúpus-like (dose-dependente) O uso dessa medicação deve ser cuidadoso em pacientes com doença arterial coronariana e deve ser evitado naqueles com aneurisma dissecante da aorta e episódio recente de hemorragia cerebral Hirsutismo BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO: São classificados em 2 tipos básicos: os di- idropiridínicos e os não di-idropiridínicos Di-idropiridínicos: amlopidino, nifedipino, felodipino, nitrendipino, manidipino, lercanidipino, levanlofipino, lacidipino, isradipino, nisoldipino e nimodipino Não di-idropiridínicos: verapamil e diltiazem Tem menor efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe seu uso a alguns casos específicos Podem deprimir a função sistólica cardíaca, devendo ser evitado em pacientes com disfunção ventricular Efeitos Colaterais: Edema dose-dependente maleolar costuma ser o efeito colateral mais comum Cefaleia latejante e tonturas não são incomuns Rubor facial é mais comum com os não di- idropiridínicos de ação rápida Hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) Hipertrofia gengival Verapamil e diltiazem podem agravar a IC Bradicardia e bloqueio atrioventricular IECA: Captopril\Enalapril\ Ramipril IC com fração de ejeção reduzida Anti-remodelamento cardíaco pós-infarto Propriedades antiateroscleróticas Retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias por bloquear o sistema renina angiotensina Tosse seca é seu principal efeito colateral, acometendo 5-20% dos pacientes Podem promover redução de RFG e aumento em graus variáveis de ureia, creatinina e potássio, em pacientes com estenose bilateral das artérias renais ou com estenose de artéria renal em rim único Contraindicado na gravidez BRA: Losartana\ Olmesartana\ Valsartana No tratamento da HA, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com Cardiologia – Amanda Longo Louzada 7 HIPERTENSÃO ARTERIAL comorbidades, proporcionam redução da morbimortalidade cardiovascular e renal Indicação: Tosse com IECA Contraindicado na gravidez Classe de escolha para paciente com gota INIBIDORES DIRETOS DA RENINA: Alisquireno FLUXOGRAMA: Estágio 1 com risco cardiovascular baixo e moderado: Tratamento não medicamentoso com monoterapia Uso de diuréticos, IECA, BCC, BRA e BB Se não atingir a meta ou os efeitos colaterais forem intoleráveis: Pode aumentar a dose, associar a um segundo remédio ou trocar a medicação Se não atingir a meta novamente deve-se acrescentar outros anti-hipertensivos Estágio 1 com risco cardiovascular alto ou estágios 2 e 3: Tratamento não medicamentosos com combinações: dois fármacos de classes diferentes com doses baixas Se não atingir a meta ou os efeitos colaterais forem intoleráveis: Pode aumentar a dose, associar a um segundo remédio ou trocar a medicação Se não atingir a meta novamentedeve-se acrescentar outros anti-hipertensivos BB poderá ser considerado como fármaco inicial em situações específicas como na associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, IC e coronariopatia Combinações: Preferenciais: Diuréticos Tiazídicos + IECA Diuréticos Tiazídicos + bloqueadores dos receptores de angiotensina Bloqueadores dos receptores da angiotensina + bloqueadores dos canais de cálcio Inibidores de IECA + Bloqueadores dos canais de cálcio Combinações não recomendadas: IECA + Bloqueadores dos receptores da angiotensina Combinações possíveis, mas menos testadas: BB + bloqueadores dos receptores de angiotensina BB + Diuréticos Tiazídicos BB + Outros anti-hipertensivos BB + IECA BB + bloqueadores dos canais de cálcio Bloqueadores dos canais de cálcio + outros anti-hipertensivos Bloqueadores dos canais de cálcio + BB Diuréticos Tiazídicos + outros anti- hipertensivos Bloqueadores dos receptores de angiotensina + outros anti-hipertensivos Ordem de opções: 1°: IECA\ DIU\ BRA\ 2º: IECA\ DIU\ BRA 3º: IECA\ DIU\ BRA\ BCC 4º: Espironolactona 5º: beta bloqueador (não atenolol) 6º: Clonidina (Atensina) EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍCA: Faz o uso de IECA+ diurético poupador de potássio Ou IECA + betabloqueador Uso o poupador de potássio, pois é antagonista de aldosterona, fazendo com que o paciente retenha menos sódio e água diminuindo a pressão Usa o diurético de alça quando o paciente tiver muito edemaciado EM PACIENTES COM DIABETES: Meta de valores da PA: menor que 130\80 mmHg Nos hipertensos diabéticos sem nefropatia, todos os anti-hipertensivos podem ser utilizados Na presença de nefropatia diabética, o uso de medicamentos inibidores do SRRA é preferencial A utilização simultânea de IECA e BRA deve ser evitada devido ao risco de complicações EM PACIENTES COM SÍNDROME METABÓLICA: O tratamento inicial baseia-se em medicina de estilo de vida associada ou não ao uso de medicamentos Uma vez que as medidas não farmacológicas isoladamente não controlam a PA, o tratamento medicamentoso se impõe toda vez que a PA estiver igual ou superior a 140\90 mmHg EM PACIENTES COM DOE NÇA ARTERIAL CORONARIANA: Uso de BB, IECA ou BRA, além de estatinas e aspirina Meta: PA menor ou igual a 130\80 mmHg EM PACIENTES COM AVE PRÉVIO: Cardiologia – Amanda Longo Louzada 8 HIPERTENSÃO ARTERIAL Cronicamente, a terapia anti-hipertensiva eficaz, mantendo menor que 130\80 mmHg, tem tido um papel decisivo na prevenção secundária de todos os tipos de AVE e AIT Qualquer anti-hipertensivo PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA: Meta: PA menos que 130\80 mmHg Diurético tiazídicos continuam recomendados, por serem eficazes nos estágio 1, 2 e 3 da doença renal crônica, enquanto os diuréticos de alça são preconizados para os estágios 4 e 5 IECA ou BRA O BCC são eficazes, em especial para o uso combinado com IECA ou BRA HAS NA GESTAÇÃO: Define-se HA na gestação como a presença de PAS maior ou igual a 140 mmHg e\ou PAD maior ou igual a 90 mmHg O tratamento de HA grave em situações de emergência pode ser feito com hidralazina intravenosa (5mg, repetir 5-10 mg intravenosa a cada 30 minutos até o máximo de 20 mg) Em situações excepcionais, como a presença de edema agudo de pulmão (EAP) e HAS grave e refratária, o uso de nitroprussiato de sódio (NPS) considerado como opção preferencial para controle urgente de PA O uso de IECA, BRA e inibidor direto de renina é contraindicado na gestação mas pode ser usado na lactação Atenolol e Prazosin devem ser evitados (Atenolol está associado com redução do crescimento fetal e Prazosina pode causar natimortalidade) No Brasil, só medicamentos orais disponíveis e usualmente empregados são Metildopa (mais usado), BB (exceto atenolol), Hidralazina e BCC (Nifedipino, anlodipino e verapamil) A HA grave não é, por si só, indicação de cesárea. Na presença de quadro clínico materno estável, boa vitalidade fetal e na ausência de outras indicações de cesárea, a resolução da gravidez pode ser por indução de parto, sempre com atenção à condição materna e vitalidade fetal durante o procedimento HAS NA LACTAÇÃO: Medicamentos Seguros: Diuréticos Tiazídicos: hidroclorotiazida e espironolactona Inibidores Adrenérgicos: alfametildopa e propranolol Vasodilatadoras: hidralazina e minoxidil BCC: verapamil, nifepidino, nimopidino e nitrenpidino IECA: benazepril, captopril e enalapril Medicamentos Moderadamente Seguros: Diuréticos Tiazídicos: inadapamida, furosemida e triantereno Inibidores adrenérgicos: atenolo, bisoprolol, carvedilol, metroprolol e sotalol BCC: anlodipino, isradipino e nisoldipino IECA: lisinopril e ramipril BRA: candersatana e olmersatana Medicamentos Potencialmente Seguros: Inibidores adrenérgicos: reserpina, prazosina e terazosina BRA: telmisartana HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: Epidemiologia: prevalência de 3-5% O tratamento da causa pode curar ou melhorar o controle da PA INDÍCIOS: HAS antes dos 30 ou após 50 anos HAS resistente Tríade: palpitação, sudorese e cefaleia Uso de fármacos que podem aumentar a PA Presença de sopros abdominais Redução da amplitude dos pulsos femorais Assimetria de pressão em membros superiores Aumento da creatinina Hipocalemia espontânea ou associada a diuréticos Proteinúria ou hematúria Fenótipo de síndrome de cushing ou hipertireoidismo CAUSAS: SAHOS: se manifesta com ronco, sonolência diurna e síndrome metabólica Hiperaldosteronismo Primário: se manifesta com hipertensão arterial resistente e\ou hipopotassemia e\ou com nódulo adrenal Doença Renal Parenquimatosa: se manifesta com edema, anorexia, fadiga, creatinina e ureia elevadas, alterações do sedimento urinário Doença Renovascular: se manifesta com sopro abdominal, EAP súbito, alteração de função renal por medicamentos que bloqueiam e SRAA Coarctação de Aorta: se manifesta com pulsos em femorais ausentes ou de amplitude diminuída, PA diminuída me membros inferiores, alteração da radiografia do tórax Síndrome de Cushing: se manifesta com ganho de peso, diminuição da libido, fadiga, hirsutismo, Cardiologia – Amanda Longo Louzada 9 HIPERTENSÃO ARTERIAL amenorreia, “fáscies de lua cheia”, “giba dorsal”, estrias purpúreas, obesidade central e hipopotassemia Feocromacitoma: se manifesta com HA paroxística com cefaleia, sudorese e palpitações Hipotireoidismo: se manifesta com fadiga, ganho de peso, perda de cabelo, hipertensão arterial diastólica e fraqueza muscular Hipertireoidismo: se manifesta com intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, exoftalmia, hipertermia, reflexos exaltados, tremores e taquicardia Hiperparatireoidismo: litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza ou espasmos musculares, sede e poliúria Acromegalia: se manifesta com cefaleia, fadiga, problemas visuais, aumento das mãos, pés e língua EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS: Cerebrovasculares: Encefalopatia hipertensiva Hemorragia intracerebral Hemorragia subaracnóide AVE isquêmico Cardiocirculatórias: Dissecção aguda de aorta EAO com insuficiência ventricular esquerda IAM Alergia instável Renais: LRA rapidamente progressiva Crises adrenérgicas graves Crises de feocromocitoma Dose excessiva de drogas ilícitas Hipertensão na gestação Eclâmpsia Pré-eclâmpsia grave Síndrome de HELLP Hipertensão grave em final de gestação Síndrome Coronariana Agudas: Angina Instável\ IAM sem supra de ST\ IAM com supra de ST: nitroglicerinaIV é indicada nas primeiras 48 horas para o tratamento da HA, isquemia persistente e IC Contraindicada se houver uso recente de inibidores da fosfodiesterase (24-48 horas prévias) BB ou IECA
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