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Nutrição-UFGD Indicadores Somáticos (proteína muscular): • Índice de creatinina-altura (ICA); • Excreção de 3-metil-histidina; • Balanço nitrogenado (BN). Indicadores Proteicos Viscerais (plasmáticos): • Proteínas totais; • Albumina; • Pré-albumina; • Transferrina; • Proteína transportadora de retinol. PROTEÍNAS TOAIS Soma de todas as proteínas presentes, sendo as principais: • Albumina; • Transferrina; • Pré-albumina; • Proteína transportadora de retinol. Paraproteína: excesso de proteína. Hipoproteinemia: redução na síntese de proteína por desnutrição, aporte proteico inadequado ou hepatopatia. • ↓ síntese proteica – desnutrição ou hepatopatia; • Perda de proteína – síndrome nefrótica e estados catabólicos; • ↑ permeabilidade capilar – septicemia. Material utilizado: soro. Preparo: jejum 4 horas. Albumina: mais abundante – metade do total de proteínas do plasma. Manutenção da pressão osmótica coloidal no espaço vascular e extravascular; transporte de substâncias endógenas (aas, minerais, ácidos graxos, bilirrubina) e exógenas (drogas e produtos tóxicos). Pré-albumina: realiza o transporte de hormônios tireoidianos (tiroxina) e forma complexos com a proteína ligada ao retinol/complexo retinol. Transferrina: principal proteína plasmática transportadora de ferro (Fe3+). Proteína transportadora de retinol: proteína carreadora de retinol. • Albumina: muito utilizada na prática clínica; facilidade de dosagem, baixo custo; pouco sensível às rápidas variações no estado nutricional. Nutrição-UFGD • Pré-albumina: índice bastante sensível; alto custo. ALBUMINA Não é apropriada como medida de estado nutricional. Baixas concentrações se relacionam com o aumento da incidência de complicações clínicas e morbimortalidade. Indicador de prognóstico nutricional e de risco nutricional. Hipoalbuminemia. Concentrações muito baixas pode ocorre edema (abaixo de 2 g/dL). ↓ doença hepática e inflamação/infecção. Proteínas totais – albumina: • Valores aumentados: o Desidratação; o Uso excessivo de diuréticos; o Vômitos; o Diarreia grave. • Valores diminuídos: o Infecções e inflamações; o Doenças renais; o Doenças hepáticas; o Insuficiência cardíaca; o Queimaduras graves; o Desnutrição; o Alcoolismo crônico; o Neoplasias; o Traumas extensos. PRÉ-ALBUMINA Elevada na insuficiência renal. Reduzida nas doenças hepáticas e inflamação/infecção. Influenciada pela disponibilidade de tiroxina. TRANSFERRINA Aumentada na carência de ferro, gravidez, hepatites agudas e sangramentos crônicos. Reduzida nas doenças hepáticas crônicas, neoplasias, sobrecarga de ferro, infecção/inflamação. PROTEÍNA TRANSPORTADORA DE RETINOL Elevada na insuficiência renal. Reduzida nas doenças hepáticas, na carência de vitamina A e zinco, inflamação/infecção. PROTEÍNA C-REATIVA Sintetizada no fígado; Marcador inflamatório; Proteína de fase aguda positiva; Elevam em situações de infecções, processos inflamatórios ou de destruição tecidual. Nutrição-UFGD ÍNDICE CREATININA-ALTURA (ICA) Creatina é encontrada na musculatura na forma de creatinina- fosfato, é um depósito energético, quando degrada gera creatinina, sendo excretada na urina. Creatinina ideal – tabela de acordo com sexo, idade e altura. • Limitações: não deve ser utilizado em situações de estresse e função renal prejudicada. Conteúdo proteico da dieta pode interferir. • Falha na coleta de urina leva a falsa interpretações. EXCREÇÃO 3-METIL-HISTIDINA Metabólito derivado do catabolismo proteico muscular. Seus valores aumentam no hipercatabolismo e diminuem no idoso e no desnutrido. Constituem parâmetro de seguimento nutricional, recuperação nutricional e catabolismo muscular. Dosada na urina. Pouco acessível na prática clínica. Tem sido utilizado com maior frequência em estudos experimentais e clínicos. BALANÇO NITROGENADO (BN) FATORES DE RISCO PARA AS DCV Fixos: sexo, idade, história familiar. Modificáveis: • HAS; • DM2, • Sedentarismo; • Tabagismo; • Dislipidemia (modificação dos níveis circulantes dos lipídios em relação aos valores de referência para uma determinada amostra populacional). Perfil lipídico: Nutrição-UFGD • Colesterol total (CT); • LDL-C; • HDL-C; • Triglicerídeos. TRANSPORTE DE LIPÍDIOS NO PLASMA Substâncias hidrofóbicas – necessário meio específico para o transporte das gorduras no plasma. Lipoproteínas: • Compostas por lipídios e proteínas denominadas apolipoproteínas (Apo); • Classificadas de acordo com a densidade, com usas siglas na língua inglesa. Quilomícrons (QM): • Partículas ricas em TG, maiores e menos densas, sintetizadas o enterócitos intestinais; • Responsáveis pelo transporte no plasma dos TG da alimentação; • Apo B48, C e E. Very-low density lipoprotein ou lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL): rica em TG, de origem hepática. • Possui Apo B10, E e C. Low density lipoprotein ou proteína de baixa densidade (LDL): rica em colesterol. • Transporta o colesterol do fígado para os tecidos periféricos. • Possui Apo 100. High density lipoprotein ou lipoproteína de alta densidade (HDL): responsável pelo transporte reverso do colesterol, levando o colesterol dos tecidos para o fígado. • Possui Apo A, E e C. FASE ANALÍTICA Recomendação: o perfil lipídico completo pode ser coletado sem jejum, mantendo-se o estado metabólico e dieta habitual. Os valores de colesterol total, HDL-c, não HDL-c e LDL-c não sofrem influência do estado alimenta. Se a concentração de triglicérides estiver elevada (> 440 mg/dL) sem jejum, o médico fará outra prescrição para nova avaliação de triglicérides com jejum de 12 horas e será considerado um novo exame de triglicérides pelo laboratório clínico (Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). O laboratório deve informar no laudo das duas diferentes situações: sem jejum e jejum de 12 horas, de acordo com o critério do médico solicitante. COLESTEROL TOTAL (CT) Produzido pelo fígado, componente estrutural importante da membrana celular e percursos dos ácidos biliares e hormônios esteroides. Soma das frações: LDL-c (60 a 70%) +HDL-c (10 a 15%) + VLDL-c (10 a 15%). Avaliação do CT é recomendada os programas de rastreamento populacional para mensurar o risco cardiovascular. Porém, para a avaliação adequada do Nutrição-UFGD risco cardiovascular é imperativa a análise das frações não HDL-c, HDL-c e LDL-c. LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE (LDL) Pode ser avaliado por metodologia direta (homogênea) ou estimada pela fórmula de Friedewald – nova fórmula sugerida por Martin et al. Molécula lipídica mais aterogênica. LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE (HDL) Transporte reverso, exerce atividade anti-inflamatória e antioxidante. Relação inversa com o risco cardiovascular. Valores baixos: indivíduos com obesidade, diabetes, sedentários, fumantes, renais crônicos, hipertireoidismo. COLESTEROL NÃO HDL Representa a ração do colesterol nas lipoproteínas plasmáticas, exceto a HDL. É estimado subtraindo-se o valor do HDL-c do CT: Estima a quantidade de lipoproteínas aterogênicas circulantes no plasma, especialmente em indivíduos com TG elevados. TRIGLICERÍDEOS Estima a quantidade de lipoproteínas aterogênicas circulantes no plasma. Valores elevados: diabetes mellitus, doenças renais, pancreáticas, doenças coronarianas, uso de alguns medicamentos (corticoides). CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Tanto as hiper quanto hipolipidemias podem ter causas primárias ou secundárias: • Causas primárias: são aquelas nas quais o distúrbio lipídico é de origem genética. • Causas secundárias: a dislipidemias é decorrente de estilo de vida inadequado, de certas condiçõesmórbidas, ou de medicamentos. Nutrição-UFGD Exames de um indivíduo como exemplo: CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL DAS DISLIPIDEMIAS Hipercolesterolemia isolada: • Aumento isolado do LDL-c ≥ 160 mg/dL Hipertrigliceridemia isolada: • Aumento isolado dos TG ≥ 160 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se amostra obtida sem jejum. Hiperlipidemia Mista: • Aumento do LDL-c ≥ 160 mg/Dl e dos TG > 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se amostra obtida sem jejum. • Se TG ≥ 400 mg/dL, considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDL ≥ 190 mg/dL. Hipoalfalipoproteinemia: • Redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c de TG. DVC Homocisteína. Proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us). Atualização da diretriz de dislipidemias (2017) – página 9: • Apolipoproteína A-1 (Apo A-1); • Apolipoproteína B (Apo B); • Lipoproteína (A) – Lp(a). HOMOCISTEÍNA A homocisteína é um aminoácido sulfidrílico formado a partir da desmetilação da metionina. A homocisteína é metabolizada por meio das duas vias: remetilação (dependente de vitamina B12 e ácido fólico) e transfuração (dependente de vitamina B6). PROTEÍNA C-REATIVA (US) Interpretação dos valores, quando excluídas causas inflamatórias, infecciosas ou imunes de elevação de PCR- us: • Baixo risco: <1 mg/L; • Médio risco: 1 a 2 mg/L; • Alto risco: > 2 mg/L; • Muito alto risco: ≥ 10 mg/L. A presença de PCR-us > 2 mg/L sugere a necessidade de intensificar o tratamento hipolipemiante. Bricarello L. et al. Interpretação de exames laboratoriais: importância na avaliação nutricional. In: Rossi L, Caruso Legenda: HDL-c: colesterol da lipoproteína de alta densidade; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade; TG: triglicerídeo. Nutrição-UFGD L, Galante AP. Avaliação nutricional: novas perspectivas. São Paulo: Roca/ Centro Universitário São Camilo, 2008. Faludi AA, et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 109, p.1 - 76, 2017. Figueira VACR, Santos DM, Paula IC. Monitoramento da terapia nutricional enteral. Piovacari SMF, Toledo DO, Figueiredo EJA. Equipe multiprofissional de terapia nutricional em prática. 1ª ed, Rio de Janeiro: Atheneu, 2017. Kamimura MA, Ramos BL, Bazanelli AP, Cuppari L. Avaliação nutricional. In: Cuppari, L. Nutrição clínica no adulto. 4ª ed, Barueri [SP]: Manole, 2019. Lima L, et al. Desnutrição energético-proteica. In: Calixto- Lima L, Reis NT. Interpretação de exames laboratoriais aplicados à Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. Neves LB, Macedo DM, Lopes AC. Homocisteína. J Bras Patol Med Lab, v. 40, p. 311-20, 2004. Oliveira TV. Exames laboratoriais| prescrição e interpretação. In: Rossi L, Poltronieri F (Orgs). Tratado de nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2019. pp 411-8. Pergher RN, de Melo ME, Halpern A, Mancini MC; Liga de Obesidade Infantil. Is a diagnosis of metabolic syndrome applicable to children? J Pediatr (Rio J). 2010;86(2):101- 108.